Dia: 5 de Junho, 2019
“A questão da longevidade não pode ser tratada apenas como uma consequência”, considerou o provedor da SCML, destacando que “o programa ´Lisboa, cidade de todas as idades´ tem a ambição de assegurar que ninguém fica para trás, na cidade de Lisboa, independente da sua idade”.
Para Edmundo Martinho a longevidade deve estar sempre alicerçada com uma melhoria efetiva da qualidade de vida da pessoa e que as políticas públicas devem também incorporar a ideia de que “as pessoas cada vez mais vão viver mais tempo”.
O provedor explicou, ainda, que “não existe nenhum setor da nossa vida coletiva que não sinta de alguma forma aquilo que é os efeitos da longevidade e nós na Santa Casa temos que estar preparados para isso e saber antecipar os desafios que nos irão colocar”.
Na parte da manhã tiveram lugar várias apresentações e debates dedicados ao tema que deu nome à quarta edição desta conferência, “Um Olhar no Futuro – Longevidade e Doenças Neurodegenerativas”, bem como a entrega do Prémio João Lobo Antunes que distinguiu este ano Ana Raquel Barbosa, médica interna do Hospital Egas Moniz, com uma investigação em doentes de Parkinson com problemas de marcha após cirurgia de estimulação cerebral.
À margem da conferência, Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, elogiou a Santa Casa pela aposta que tem vindo a desenvolver no apoio à investigação científica, concluindo que “devido ao fato de vivermos mais anos está comprovado que existe uma relação direta entre algumas doenças e a longevidade”.
O programa de trabalhos da conferência contou, ainda, com a apresentação dos estudos e avanços científicos dos vários projetos vencedores do Prémio Melo e Castro, atribuídos pela Santa Casa.
A conferência decorreu esta terça-feira, 4 de junho, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa.
“Estrada e Consequência” é o mote da campanha de prevenção contra o flagelo da sinistralidade nas estradas nacionais, fruto de uma parceria entre a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) e a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR). A iniciativa contará com a parceria da rádio TSF, para divulgar mensagens de sensibilização e recomendações junto do público. Automobilistas, motociclistas, ciclistas ou peões, todos devem estar cientes dos potenciais perigos e consequências que podem advir de eventuais comportamentos irresponsáveis na estrada ou em qualquer via pública.
A campanha “Estrada e Consequência” dá eco a testemunhos reais, de pessoas que viveram esse drama e que passaram por difíceis processos de reabilitação no CMRA, da Santa Casa, tendo algumas delas ficado com marcas físicas para o resto das suas vidas.
Na apresentação desta campanha, José Artur Neves, secretário de Estado da Proteção Civil, destacou que “este trabalho de sensibilização visa prevenir os cidadãos, prevenir os que conduzem, os riscos e, sobretudo, transmitir uma mensagem que todos devem ter presente: pode haver consequências quando estamos na estrada e todos os cuidados são poucos”.
Na sua intervenção, Edmundo Martinho, provedor da SCML, sublinhou que “foi uma decisão imediata, quando fomos desafiados para fazer parte deste projeto, porque temos uma responsabilidade acrescida no CMRA, e um conhecimento aprofundado do que são as consequências, de uma parte substancial, da sinistralidade rodoviária. E, também, porque esta campanha é uma boa causa e a Misericórdia de Lisboa não pode deixar de se associar a boas causas”.
Rui Ribeiro, presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, lembrou que neste local [Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão] se fazem milagres, e que esta campanha pretende consciencializar e sensibilizar para bons comportamentos na estrada.
Afonso Costa, um dos testemunhos presentes na apresentação desta campanha de prevenção, numa cadeira de rodas, deixou uma mensagem bem clara: é importante que as pessoas saibam os impactos dos comportamentos na estrada e de um acidente na vida de cada um e de todos.
A campanha
A campanha de prevenção rodoviária irá privilegiar os testemunhos de pessoas que estão a fazer reabilitação no Centro de Medicina e Reabilitação do Alcoitão ou que por lá passaram. São estas histórias de vida e de sobrevivência e sucesso que a TSF irá contar, demonstrando que há sempre esperança…
Um acidente rodoviário grave muda a vida de uma pessoa, de uma família ou de uma empresa. Num segundo, a perda de capital humano, de conhecimento e capacidade produtiva, o impacto do acidente no meio familiar e profissional. É essa contabilidade emocional que esta iniciativa se propõe levar semanalmente à antena da TSF.
Durante 12 semanas, cinco vezes por dia, serão passadas em antena frases curtas de um testemunho de uma vítima de acidente rodoviário. Uma história na primeira pessoa decomposta em frases soltas. São histórias de drama pessoal, mas também de resiliência e recuperação, fruto do trabalho da SCML.
Enquadramento
A sinistralidade rodoviária tem um impacto económico estimado de 1,2% do PIB, ou seja 2,3 mil milhões de euros (dados de 2018). Trata-se de um fenómeno complexo, com uma multitude de fatores a determinar, para lá do citado impacto na economia do país, um custo social pesado e muitas vezes invisível na nossa comunidade.
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa atua, precisamente, na reabilitação de vítimas de acidentes rodoviários e, no fundo, na minimização desse impacto social. O Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, da Santa Casa, tem uma longa história de vanguarda e é, desde há décadas, a referência nesta área.
O encontro organizado pela UDIP Luz (que abrange na cidade de Lisboa as freguesias de Benfica, Carnide e São Domingos de Benfica), teve como principal objetivo a partilha de conhecimentos entre todos, sedimentando as relações de proximidade entre os vários agentes que compõem a coroa norte da cidade de Lisboa.
A sessão de abertura teve a participação do administrador da Ação Social da Santa Casa, Sérgio Cintra, do presidente da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, António Cardoso, e da diretora da UDIP Luz, Joana Andrade.
Na plateia estavam representantes de vários parceiros da instituição no terreno, como a Polícia de Segurança Pública (PSP), a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, a presidente da junta de Freguesia de Benfica, Inês Drummond, entre outros, bem como diversos técnicos de diversas áreas da UDIP Luz.
Sérgio Cintra lembrou que as instituições “devem ser a voz das pessoas e que esta partilha de saberes é essencial para conhecer as verdadeiras preocupações das pessoas de maneira a atuar em conformidade com o que é efetivamente necessário”.
“A Misericórdia não pode ser vista como uma organização autossuficiente, nós somos uma, por ventura, a mais importante instituição de ação social, na cidade de Lisboa, no entanto só trabalhando em conjunto, como por exemplo as associações de moradores, é que chegamos verdadeiramente às pessoas”, frisou o administrador.
Sérgio Cintra, alertou ainda para a necessidade da intervenção intercomunitária, realçando que “só em conjunto é que é possível avaliar para conseguir uma identificação clara dos problemas, para posteriormente em conjunto criar projetos, métodos e formas de agir para melhorar a vida das pessoas”.
O administrador lembrou ainda aos presentes o projeto “Lisboa, Cidade de todas as Idades” que a Misericórdia de Lisboa tem vindo a desenvolver com a Administração Regional de Saúde, a PSP, a Segurança Social e com a Câmara Municipal de Lisboa, como um bom exemplo de como todos os envolvidos nestas problemáticas devem “partilhar conhecimento e dados” que permitam melhorar as respostas que se dá à população.
Joana Andrade, diretora da UDIP Luz, explicou que o principal objetivo do segundo encontro colaborativo “é ter os técnicos que trabalham na UDIP Luz a partilharem ideias e a debater questões com outros técnicos que diariamente trabalham no terreno e que pertencem a outras instituições e organizações”.
A diretora destacou que as respostas “devem ser enquadradas ao tempo das mesmas”, dando como exemplo as questões da habitação. “Temos tido várias pessoas que nos procuram porque não conseguem pagar a renda. Desde a crise que assolou Portugal há uns anos atrás temos reparado que pessoas que anteriormente tinham alguma qualidade financeira têm visto a sua renda aumentar para cerca de 80% do seu rendimento familiar”.
O resto do dia foi dedicado à discussão das problemáticas identificadas nestas três freguesias: os desafios da habitação, a articulação do social e a saúde e as questões da mediação de conflitos.
À margem do encontro foi plantada uma alfarrobeira de maneira a simbolizar a proximidade colaborativa entre as várias freguesias e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.