Dia: 23 de Março, 2023
A experiência “abençoada” de acolher crianças em casa
Um anúncio na rádio foi o clique para Miguel convencer a mulher, Filipa, e a filha biológica de ambos, Ana, de 8 anos, a receberem em casa um menino de 6 anos com necessidades especiais, no âmbito do programa LxAcolhe da Santa Casa. As famílias de acolhimento têm vindo a crescer: existem 80, distribuídas por vários concelhos, a grande maioria na cidade de Lisboa.
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, através do serviço odontopediátrico SOL – Saúde Oral em Lisboa, e a Egas Moniz School of Health & Science juntaram-se num protocolo de colaboração com vista à promoção da investigação contínua conjunta, bem como a organização de formações, apresentação de projetos e apoio a doutoramentos.
Tânia Matos, diretora de Saúde da Santa Casa, explicou que o objetivo é alavancar novos conhecimentos.
“O protocolo com a Egas Moniz surgiu naturalmente. Temos todo o interesse em aprofundar a investigação científica e só conseguimos fazê-lo de forma rigorosa com estes parceiros e com a academia. Isto parte com este projeto do SOL, mas deve alargar-se às outras áreas da saúde”, referiu.
Por seu lado, André Brandão de Almeida, diretor clínico e coordenador do SOL, lembrou que este tem “uma carteira de pacientes alargada e diversa”.
“Já temos quase 15 mil inscritos e estes dados servirão para estudar com mais rigor e produzir conhecimento científico. Não só medir, mas procurar novas formas de atuar”, começou por dizer, abordando depois o parceiro escolhido.
“A Egas Moniz tem um centro de investigação muito dinâmico. Além disso, como tem muitas licenciaturas na área da saúde oral, interessa-lhes também colocar os seus formandos em estágios, por exemplo, numa área onde somos um centro de referência”, perspetivou.
Juntar dois mundos
Por fim, José João Mendes, presidente da Egas Moniz School of Health & Science, agradeceu “a oportunidade de ter a Santa Casa como parceiro, um parceiro de prestígio com mais de 500 anos de história”.
“O projeto SOL é superinovador em Portugal e, nessa perspetiva, tendo a casuística que tem, achamos que, da nossa parte, poderemos ser um excelente complemento à ação deste projeto. Eles têm os dados e nós a investigação. Juntamos os dois mundos”, concluiu.