
Categoria de Artigo: Empreendedorismo Social


No documentário o “Sopro do Diabo”, realizado por Orlando von Einsiede e produzido por Leonardo DiCaprio, as vítimas do desastre que assolou Pedrógão Grande, em 2017, são os atores principais. Ao longo do documentário ouvem-se relatos de quem ainda vive atormentado pela tragédia. Agora, em Pedrógão, trabalha-se diariamente para a região recuperar das cinzas. É também essa mensagem de fé, sobretudo graças ao trabalho de reflorestação que está a ser feito na região, que o documentário transmite.
A Portugal o filme chegou em outubro, num ciclo de estreias espalhadas pelo país (Lisboa, Braga, Coimbra, Algarve, Viseu, Aveiro, Porto e Madeira) promovidas pela Casa do Impacto e pelo Cinemas NOS. Antes da exibição do documentário, o Cinema NOS Amoreiras acolheu um painel sobre as alterações climáticas, que contou com a presença de Catarina Fernandes Martins, co-produtora do filme, Sofia Carmo, responsável pelo programa de reflorestação de Pedrógão Grande, e Miguel Costa Matos, deputado à Assembleia da República pelo Partido Socialista. O lançamento de “O Sopro do Diabo” juntou a comunidade num espaço de cultura para celebrar a inovação como a forma mais eficiente para a redução dos problemas ambientais, cujo agravamento leva à deterioração profunda dos problemas sociais.
A parceria entre a Casa do Impacto e o Cinemas NOS prevê que o montante da bilhética seja dividido em 70% para o hub da Santa Casa. Esse valor será doado a uma startup incubada na Casa do Impacto, que irá proceder à reflorestação de uma área afetada pelos incêndios.

O hub de empreendedorismo social da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa participa, uma vez mais, na maior cimeira de tecnologia do mundo, onde apresentou as novas edições do Triggers e do Santa Casa Challenge.
À semelhança do sucedido em anos anteriores, a Casa do Impacto aproveitou a edição deste ano para fazer a apresentação pública dos seus programas de aceleração e de apoio a novas ideias de negócio sustentáveis e alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas: o Santa Casa Challenge e o programa Triggers.
“A nossa presença na edição deste ano do Web Summit está muito focada no lançamento dos nossos programas que estão com calls abertas, desde o Santa Casa Challenge, passando pelo Triggers e o +Plus”, frisou Inês Sequeira, diretora da Casa do Impacto.
O Santa Casa Challenge, que já vai na sua oitava edição, é um concurso que premeia soluções tecnológicas inovadoras que originem dispositivos, aplicativos, conteúdos digitais, serviços web ou de comunicação. Nesta edição do “Challenge” são aceites soluções inovadoras com enfoque no envelhecimento, e em linha com os ODS.
Inês Sequeira recorda que para a oitava edição do Santa Casa Challenge, o mais importante “não é o prémio monetário, mas a capacitação dos empreendedores”, para que “possam ter mais apoios e mentorias”.
O hub de empreendedorismo social da instituição lançou a 2º edição do Triggers, um programa de aceleração que pretende estimular novas ideias focadas na sustentabilidade ambiental do planeta.
O Triggers é um programa que pretende criar condições para que surjam mais e melhores projetos “amigos do ambiente” e uma oportunidade para estimular “os empreendedores a encontrarem soluções inovadoras para a resolução de problemas e necessidades ambientais, sendo que queremos que estas ideias se transformem em respostas efetivas e eficazes”, comenta Inês Sequeira.
Os projetos selecionados serão premiados com um período de incubação na Casa do Impacto, acesso a uma rede de mentores exclusiva e bolsas de formação. No final da fase de pós-aceleração será atribuído um prémio pecuniário no valor de 15 mil euros ao vencedor, de 10 mil euros ao segundo classificado e de 5 mil euros ao terceiro.
A propósito da presença da Casa do Impacto na Web Summit, Inês Sequeira defende que esta é fundamental porque “o impacto está cada vez mais no centro das decisões das empresas”, esclarecendo ainda que “a aposta que fizemos há quatro anos com a criação da Casa do Impacto, está a ser ganha. Basta ver que a grande tendência deste ano, do Web Summit, é o empreendedorismo com impacto”.
No último dia do certame, a Casa do Impacto aproveitou ainda para promover a sua associação aodocumentário “From Devil ‘s Breath”, co-produzido pelo ator norte americano e conhecido ativista contra as alterações climáticas Leonardo DiCaprio, o qual retrata os incêndios florestais que assolaram Pedrógão Grande, em 2017, e o impacto de um acontecimento destes no aquecimento global do planeta.
A ante estreia mundial do documentário vai acontecer em Portugal, na sala de cinema NOS – Amoreiras, Lisboa, nos próximos dias 11, 12 e 13 de novembro, e resulta de uma iniciativa conjunta da NOS e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, através da Casa do Impacto.
Parte das receitas de bilheteira do documentário vai reverter para uma ação de reflorestação da área afetada pelos incêndios de Pedrogão, que será levada a cabo por um hub apoiado pela Casa do Impacto, ainda por definir.
Com 40 minutos de duração, “From Devil’s Breath” conta com ainda com a co-produção de Catarina Fernandes Martins e Tiago Carrasco e realização do cineasta britânico Orlando von Einsiedel, vencedor de um Óscar pela curta-documental “The White Helmets” (2016), sobre a guerra na Síria.

O evento que assinalou o quarto ano de trabalho da Casa do Impacto aconteceu esta terça-feira, 11 de outubro, no Convento de São Pedro de Alcântara, espaço que acolhe esta “casa” aberta à comunidade de impacto, desde o início.
Apresentando um novo posicionamento e uma nova identidade visual, a Casa do Impacto espera criar mais oportunidades de investimento e novas redes de suporte para os projetos sociais e ambientais, envolvendo e incentivando para o ecossistema de impacto, todo o tipo de organizações da sociedade civil, do sector público e cidadãos.
Depois de quatro anos a disseminar e a promover inovação social e ambiental através de iniciativas como o RISE for Impact, o Triggers, o Santa Casa Challenge e o Fundo +PLUS, apoiando uma comunidade de residentes e empreendedores, a Casa do Impacto pretende cimentar a sua posição enquanto plataforma agregadora de referência internacional, através da criação de novas oportunidades de negócio, com impacto na sociedade.
Na abertura do evento comemorativo, Sérgio Cintra, administrador executivo do Departamento de Empreendedorismo e Economia Social da instituição, fez um balanço dos últimos quatro anos, destacando a “resiliência” de toda a comunidade da Casa do Impacto, principalmente durante os anos de pandemia. “Tivemos, em março de 2020, um problema que veio alterar todo o processo que tínhamos idealizado para este projeto, no entanto, conseguimos dar a volta e continuámos a dar resposta e a encontrar soluções inovadoras para áreas que anteriormente não tinham respostas”, frisou.
Já Inês Sequeira, diretora do hub de inovação e empreendedorismo social , destacou o trabalho desenvolvido por toda a equipa, frisando que a Casa do Impacto só tem sucesso se “toda a comunidade, desde parceiros a empreendedores acreditar que é possível viver num mundo melhor”.
“A Casa do Impacto está de parabéns por ajudar a colocar Portugal na vanguarda destes temas, fruto do crescimento e do trabalho desenvolvido juntamente com parceiros e outros agentes do ecossistema. Temos vindo a trazer para o core das empresas nacionais e internacionais, e fundos de investimento normas que já são as exigências da Comissão Europeia no que diz respeito à incorporação de iniciativas de inovação social e ambiental.”, sublinhou.
Ainda no âmbito do evento de celebração do 4º aniversário, tiveram lugar dois painéis de discussão. O primeiro contou com a participação de Roberto Antunes, diretor-executivo do NEST – Centro de Inovação do Turismo, Katrien Buys, diretora de estratégia, inovação e sustentabilidade do Grupo Ageas Portugal, e de Manuel Nery Nina, cofundador da GoParity, e foi moderado por Assunção Loureiro, diretora da #SeaTheFuture. Neste fórum discutiu-se sobre como as empresas devem ter em conta os ESG’s, acrónimo em inglês para as questões Ambientais, Sociais e de Governança, na sua atuação diária.
Já no segundo painel, moderado por Inês Sequeira, marcaram presença Miguel Fontes, secretário de Estado do Trabalho, Joana Balsemão, vereadora da Câmara Municipal de Cascais, Bruno Adrego Maia, vogal do conselho diretivo do Instituto dos Registos e do Notariado, e Hugo Menino de Aguiar, fundador do Speak. Aqui debateu-se a importância da inovação social como motor de mudança na administração pública.
Igualmente presente no evento esteve Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, que sublinhou que a missão da Casa do Impacto “é a de contagiar todo o ecossistema social”, defendendo que “a economia social representa o espírito de uma nova forma de organização, para se alcançar um desenvolvimento baseado nos valores do humanismo, da justiça e da igualdade para se conseguir atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”.
No encerramento, Edmundo Martinho, provedor da Misericórdia de Lisboa, destacou a importância da Casa do Impacto no apoio a novos projetos de cariz social, manifestando o desejo de que esta continue a ser “cada vez mais um apoio e um suporte a todas as iniciativas empreendedoras, principalmente aquelas que estão viradas para produzir impacto significativo na vida das pessoas”.

Tem uma solução inovadora de impacto social ou ambiental que se encontre em fase inicial de implementação ou já implementada? Então esta é a altura certa para dar um impulso ao seu projeto. Está a decorrer, até ao dia 30 de novembro de 2022, o período de candidaturas ao Fundo +PLUS, promovido pela Casa do Impacto.
O Fundo + PLUS é um instrumento de apoio financeiro, dotado de 500 mil euros anuais, que apoia a implementação ou expansão de soluções inovadoras com impacto social ou ambiental. Alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, o Fundo +PLUS permite aos empreendedores, startups e organizações sociais testar ou aumentar o impacto das suas soluções inovadoras.
Tal como descrito no regulamento da iniciativa, as soluções devem enquadrar-se num dos dois eixos de atuação do +PLUS, de acordo com o seu grau de maturidade: Testing, para soluções em fase inicial de implementação e com elevado potencial de impacto; Scaling, para soluções já implementadas e com resultados de impacto comprovados.
Perguntas e respostas sobre o Fundo +PLUS
Tenho uma ideia que ainda não foi testada, posso candidatar-me?
Não. A ideia já deve ter sido testada e validada através de um protótipo, prova de conceito ou projeto-piloto que demonstre que é exequível e viável enquanto produto, serviço ou processo. É necessário ter resultados e evidências da validação da ideia.
Não tenho uma organização ou uma empresa constituída, posso candidatar-me?
Sim, mas apenas ao eixo +Testing, que permite a candidatura de pessoas singulares. No caso de se tratar de uma equipa é necessário identificar quem é a pessoa responsável pela candidatura, bem como as outras pessoas que constituem ou irão constituir a equipa.
Apesar de ter um projeto em funcionamento, ainda não desenvolvi uma metodologia de avaliação de impacto. Posso candidatar o projeto?
Sim. No caso da solução desenvolvida pelo projeto se enquadrar no eixo +Testing deverá demonstrar que esta é exequível e viável. Para o eixo +Scaling é necessário que a solução já tenha obtido resultados reveladores de impacto e demonstrar como foram obtidos esses resultados.
Como sei se o montante de apoio financeiro que vou solicitar é o mais indicado?
O montante do apoio financeiro solicitado por cada candidatura deve estar ajustado à natureza e reais necessidades da sua execução no que diz respeito às atividades planeadas e resultados esperados. Essa adequação é um dos critérios de seleção das candidaturas pelo júri final. De notar que o montante de apoio financeiro em cada eixo tem um valor máximo que não pode ser ultrapassado.
A duração mínima do apoio financeiro é de um ano e a máxima de dois anos, para ambos os eixos.
Como funciona o processo de seleção?
O processo de seleção é constituído por três fases: pré-seleção, seleção inicial e seleção final. Apenas as candidaturas consideradas elegíveis nos termos do regulamento integram a fase de pré-seleção. Na fase de pré-seleção, são escolhidas as candidaturas que transitam para a fase de seleção inicial. Na fase de seleção inicial são selecionadas as candidaturas que melhor se adequam ao mecanismo de pagamento por resultados. Apenas estas candidaturas transitam para a fase de seleção final e são apresentadas ao júri, que seleciona as candidaturas que irão beneficiar do apoio financeiro do Fundo +PLUS.
Quais as principais datas que devo ter em atenção?
- Período de candidaturas: 30 de setembro a 30 de novembro 2022
Informação sobre as candidaturas elegíveis: 09 de dezembro 2022
- Pré-seleção: 12 dezembro 2022 a 18 de janeiro 2023
Informação sobre as candidaturas pré-selecionadas: 20 janeiro 2023
- Seleção inicial
Bootcamp, mentoria e pitch: 25 de janeiro a 17 de fevereiro 2023
Informação sobre as candidaturas selecionadas para a fase de seleção final: 21 de fevereiro 2023
Elaboração da proposta de concretização e medição dos resultados: 22 de fevereiro a 1 março 2023
- Seleção final
Informação sobre as candidaturas selecionadas para apoio financeiro do Fundo +PLUS: 21 de março 2023

Santa Casa procura projetos de inovação social
Casa do Impacto tem 40 mil euros para acelerar ideias de negócio na área social e da saúde alinhadas com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

Casa do Impacto distingue novos projetos ambientais
Projeto que transforma equipamentos desportivos inutilizados em mochilas técnicas venceu. Vencedores vão integrar o ‘hub’ da Santa Casa.

Aprender com magia
À primeira vista, podia até ser uma cena passada numa sala de aula do castelo de Hogwarts, num dos filmes da saga ‘Harry Potter’. Mas apesar de falar de magia, o projeto “Magos”, desenvolvido pela Spot Games com o apoio da Casa do Impacto, já é uma realidade nas escolas portuguesas e promete revolucionar o ensino do português aos alunos do 1º ciclo.

As portas da Casa do Impacto, o espaço dedicado ao empreendedorismo e inovação social da Santa Casa, no Convento de São Pedro de Alcântara, abriram-se para o evento da Portugal Inovação Social. O encontro reuniu autarcas/representantes de 18 municípios, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT), a secretária de Estado do Desenvolvimento Regional e a Estrutura de Missão Portugal Inovação Social (EMPIS) na Área Metropolitana de Lisboa.
O momento constituiu uma oportunidade para conhecer projetos de inovação social e, ao mesmo tempo, de inspiração para o futuro, com a apresentação de novas soluções para velhos problemas.
Na sua intervenção, Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa, agradeceu a escolha da Casa do Impacto para a realização deste encontro e defendeu a ideia que “temos que ser capazes” de fazer uma combinação virtuosa entre a inovação nas soluções apresentadas e, simultaneamente, de criar impacto na vida das pessoas. “Creio que este encontro, além de ser muito inspirador, representa o compromisso da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa na promoção da inovação social, no apoio aos empreendedores, a estes projetos e a outros que surjam”.
Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, considerou que “a área da inovação social é cada vez mais importante quando falamos dos objetivos de desenvolvimento sustentáveis.” A ministra salientou que “esta sessão é também um prestar de contas, porque quando nós usamos verbas públicas para apoiar projetos, temos a obrigação de prestar contas. Mas hoje é um momento para nos inspirarmos pelos exemplos que vamos ouvir, pelo trabalho desenvolvido e por darem respostas diferentes a velhos problemas”.
Por outro lado, Filipe Almeida, presidente da Portugal Inovação Social, começou por enaltecer a relação entre a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa/Casa do Impacto com a Portugal Inovação Social, lembrando a parceria existente desde o nascimento da Casa do Impacto. Dirigindo-se à planteia, Filipe Almeida frisou que este é um momento para “espreitar um pouco da inovação social que se está a experimentar na Área Metropolitana de Lisboa. Vamos ter a oportunidade de conhecer dez projetos, muito diferentes, pela voz dos próprios empreendedores, destinados a vários públicos”. Antes de terminar, o responsável da Portugal Inovação Social elogiou os empreendedores, a quem chamou de “feiticeiros do bem”, pelo trabalho desenvolvido na “construção peça a peça de um país melhor e com uma visão de futuro.”
Participaram, ainda, Teresa Almeida, presidente Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, Vera Egreja Barracho, representante Regional da Estrutura de Missão Portugal Inovação Social, e Isabel Ferreira, secretária de Estado do Desenvolvimento Regional.
Os projetos apresentados
O desfile de inovações sociais contou com Artallis, SPOT Games, Home360, WeGuide, Surf para a Empregabilidade, Bytes4Future, Café Joyeux, 55+, Rés-do-Chão e SPEAK.
De salientar os projetos apoiados e incubados na Casa do Impacto: o SPEAK, a SPOT Games e o 55+.
Portugal Inovação Social
A Portugal Inovação Social é uma iniciativa pública que visa promover a inovação social e dinamizar o mercado de investimento social em Portugal. Mobiliza cerca de 150 milhões de euros do Fundo Social Europeu, no âmbito do Acordo de Parceria Portugal 2020. Canaliza esta verba para o mercado através de quatro instrumentos de financiamento destinados a financiar projetos que proponham abordagens alternativas e inovadoras para responder a problemas sociais.