Joaquim Gomes: «Volta a Portugal tem superado as expetativas»
Duas vezes vencedor da Volta como ciclista, o diretor da prova aborda a realização numa fase de pandemia e destaca evolução da competição.
Duas vezes vencedor da Volta como ciclista, o diretor da prova aborda a realização numa fase de pandemia e destaca evolução da competição.
Os 96 quilómetros/hora assinalados no painel de instrumentos do carro de apoio não chegam para alcançar Abner González. Entre subidas e descidas, curvas e contracurvas, o jovem ciclista da Movistar Team pedala, em Viseu, o momento mais alto de uma carreira que promete ser de glórias. Na 82ª Volta a Portugal, o atleta porto-riquenho conseguiu conquistar a Camisola da Juventude Jogos Santa Casa, que consagra o melhor ciclista sub-23 em prova.
“Estou muito contente. No ano passado não me via a ser ciclista profissional e este ano estou a conquistar o prémio de melhor jovem de uma grande prova de ciclismo. É um sonho tornado realidade”, revela Abner González, salientando ainda que este troféu “tem muito valor” e que é “algo muito importante para toda a equipa Movistar e para os atletas mais jovens”.
Durante toda a prova, a camisola da juventude parecia estar destinada aos jovens da Movistar Team: Juri Hollman arrancou para a primeira e segunda etapas vestido de branco, até Abner González agarrar a juventude na 3ª etapa e nunca mais a largar. Apesar disso, a presença do atleta na próxima edição da Volta a Portugal ainda não está confirmada. Se acontecer, Abner “voltará a este país incrível com muita alegria”. “Não sei ainda o que vai acontecer, mas se vier fico muito contente. A Volta a Portugal é incrível, sinceramente. Uma volta muito bonita e de grande nível. Impressionante”.
A epopeia de Abner na Volta a Portugal começou em Lisboa e terminou 1568 quilómetros depois, bem no coração da cidade de Viseu. Pelas estradas do nosso país, o apoio à equipa da Movistar sentia-se em cada pedalada dada. Do “público incrível” que junto à estrada vê o pelotão da Volta passar, Abner foi ouvindo palavras de apoio que o seu desconhecimento de língua portuguesa nem sempre lhe permitiu perceber. Mas do outro lado do Oceano Atlântico também há um povo a vibrar com a prova rainha do ciclismo nacional e a festejar as conquistas do melhor ciclista porto-riquenho de sempre. Abner conquistou para aquele território dependente dos Estados Unidos da América algo que jamais será esquecido: foi o primeiro ciclista porto-riquenho a passar a profissional e a fazer parte de uma equipa da máxima categoria do UCI World Tour.
Mas se Porto Rico agradece a Abner, Abner jamais esquecerá o que Porto Rico fez por ele e está pronto para retribuir. Em 2017, ainda que à distância, viveu um dos piores momentos da sua vida. O furacão Maria desbastou Porto Rico deixando um rasto de destruição sem precedentes. Nessa altura, Abner preparava-se para competir no Campeonato do Mundo RR-JR, na Noruega. Partiu para a prova no dia em que o furacão começou. Sabia que no regresso iria encontrar as ruas onde aprendeu a andar de bicicleta transformadas em rios de destroços. Tudo isso mudou-lhe a forma de encarar a vida: “temos mesmo de viver cada dia e dar o nosso melhor em tudo”. É por essa razão que o atleta da Movistar pedala cada prova com o objetivo de devolver o que a sua terra natal lhe deu: “Um dos meus objetivos é que a bandeira do meu país seja vista a um nível alto do ciclismo mundial. Trabalho muito para isso”.
Depois de vencer a Volta a Portugal, em 2017, e de conquistar a corrida em 2020, na edição especial da prova, Amaro Antunes partia para a 82ª Volta a Portugal como um dos principais favoritos a vencer a competição. O ciclista da W52-FC Porto assegurou o favoritismo e confirmou aquilo que para muitos amantes da Volta é já uma profecia: são 18 equipas a competir, mas no fim ganha a W52-FC Porto.
O atleta algarvio conta já com três Voltas no seu palmarés, mas esta foi, provavelmente, a mais difícil de vencer. “Esta vitória é, como se costuma dizer, uma vitória tirada a ferros. Foi uma Volta a Portugal bastante dura a nível psicológico. Hoje, foi sofrer do início ao fim porque sabíamos que era possível, mas tinha de ser no sofrimento. Eu vim para esta Volta a Portugal com o objetivo de vencer e consegui. Estou feliz”, realça Amaro Antunes.
Mas na festa da última etapa da Volta, Amaro subiu duas vezes ao pódio de Viseu: para receber a camisola amarela – e consequente consagração de vencedor da 82ª Volta a Portugal -, mas também para ser consagrado como o Melhor Português da prova, distinção atribuída pelos Jogos Santa Casa, numa clara aposta no talento português e no desporto nacional.
Este galardão esteve em disputa até ao fim. Durante as dez etapas, o prémio de Melhor Português foi disputado por quatro ciclistas, de três equipas: Rafael Reis (Efapel), Daniel Freitas (Rádio Popular), Jóni Brandão e Amaro Antunes (W52-FC Porto). “Obviamente que o prémio Melhor Português é sempre uma mais-valia. É sempre positivo para todos os atletas portugueses em prova”, explica Amaro Antunes, que regressa a casa com o título de “rei da Volta a Portugal”.
Os Jogos Santa Casa continuam a dizer ‘presente’ com apoios ao desporto – e de forma igualitária.
A 82ª Volta a Portugal está quase na estrada. Do Mosteiro dos Jerónimos, até à meta instalada na Avenida da Europa, em Viseu, 126 ciclistas de 18 equipas vão percorrer Portugal num total de 1568 quilómetros, entre os dias 4 e 15 de agosto. A cidade de Lisboa, capital europeia do desporto em 2021, foi o local escolhido para dar as boas-vindas ao pelotão da prova rainha do ciclismo nacional. O prólogo está agendado para esta quarta-feira, com os ciclistas a percorrerem um total de 5,4 quilómetros de distância dentro da cidade (na zona de Belém), com partida às 14h30.
Depois de, em 2020, a Volta a Portugal ter decorrido de forma atípica, este ano a prova regressa no formato e datas tradicionais. Em declarações ao programa da RTP 1, “Há Volta”, esta terça-feira, Edmundo Martinho lembrou que, apesar da pandemia, “a Misericórdia de Lisboa manteve o apoio aos atletas e ao desporto”. O provedor da Santa Casa reforçou o orgulho que é para a instituição estar, “mais uma vez, associada a uma competição que está muito impregnada nas nossas tradições”.
A relação histórica entre os Jogos Santa Casa e a Volta a Portugal remonta à década de 60 e tem-se mantido até aos dias de hoje. Uma ligação “muito antiga” e que é indício do apoio da Misericórdia de Lisboa ao desporto nacional: “A Santa Casa orgulha-se dessa marca, de ser o maior apoiante do desporto em Portugal. O nosso apoio é no sentido da exaltação dos valores que estão associados ao desporto. Não é por acaso que temos aqui o Prémio de Melhor Português e de Melhor Jovem, pois entendemos que é preciso apoiar o talento nacional”, explica o provedor da Misericórdia de Lisboa.
O Prémio da Juventude foi entregue, pela primeira vez, em 1982, na altura conquistado por Manuel Zeferino (FC Porto). Em 2021, o melhor atleta sub-23 receberá das mãos de um representante da Santa Casa a camisola branca da juventude, uma aposta da Misericórdia na valorização dos jovens atletas. Já o Prémio Melhor Português, que será atribuído em todas as etapas, tem como objetivo estimular o talento nacional. “Sabemos que este tipo de eventos tem ciclistas de muitos países, mas temos de continuar a dar apoio aos nossos atletas”, realça Edmundo Martinho.
4 agosto: Prólogo | Lisboa – Lisboa
5 agosto: 1ª Etapa | Torres Vedras – Setúbal
6 agosto: 2ª Etapa | Ponte de Sor – Castelo Branco
7 agosto: 3ª Etapa | Sertã – Covilhã (Torre)
8 agosto: 4ª Etapa | Belmonte – Guarda
9 agosto: Descanso
10 agosto: 5ª Etapa | Águeda – Santo Tirso (Senhora da Assunção)
11 agosto: 6ª Etapa| Viana do Castelo – Fafe
12 agosto: 7ª Etapa | Felgueiras – Bragança
13 agosto: 8ª Etapa | Bragança – Montalegre (Serra de Larouco)
14 agosto: 9ª Etapa | Boticas – Mondim de Basto (Senhora da Graça)
15 agosto: 10ª Etapa | Viseu – Viseu
Ficou paraplégico aos 16 anos, conseguiu vencer a depressão de forma peculiar e encontrou na canoagem um grande amor, que o vai levar até Tóquio.
Entrevista à atleta que irá competir nos Jogos Paralímpicos de Tóquio.
Os Jogos Santa Casa (JSC) lançam, esta sexta-feira, 23 de julho, a sua mais recente campanha multimeios de apoio ao desporto nacional, assinalando assim o dia em que começam os Jogos Olímpicos 2020, que decorrem até 8 de agosto.
Sob o já conhecido lema “O desporto tem todo o nosso apoio”, a marca que explora os jogos sociais do estado envia, desta maneira, uma mensagem de incentivo e apoio à comitiva portuguesa que vai estar presente em Tóquio. Ao todo são 92 os atletas apurados (54 masculinos, 34 femininos e quatro misto), em 17 modalidades, o mesmo número das últimas olimpíadas, realizadas no Rio de Janeiro, em 2016.
Depois de meses de paragem forçada, e no momento em que as principais competições desportivas estão a regressar ao ativo a todo o gás, esta campanha aproveita também para destacar que os JSC estiveram sempre ao lado dos seus parceiros desportivos, mantendo a responsabilidade social que detêm neste setor da sociedade.
“Fruto da paragem imprevista do desporto nacional, dos eventos desportivos e das competições, a marca JSC mostrou-se ainda mais disponível para a continuidade dos apoios que já vinha entregando, viabilizando provas virtuais e provas presenciais quando foi possível. Afirmando a sua disponibilidade, como sempre, para ajudar quem precisou e quem precisa.”, assinala Maria João Matos, diretora de Comunicação e Marcas da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Desde 2012 que a Misericórdia de Lisboa, através dos Jogos Santa Casa, prossegue uma estratégia de patrocínios focada no apoio ao desporto nacional, ao talento desportivo e aos grandes eventos desportivos nacionais, transformando os apoios concedidos e as parcerias realizadas em ferramentas de integração e coesão social.
“Em conjunto com os nossos parceiros, são desenhadas iniciativas e projetos focados nos vários utentes da instituição, nas pessoas com mobilidade reduzida ou com deficiências, nos mais desfavorecidos, ou nos jovens a quem se pretende estimular a educação e a continuação dos estudos, em paralelo com carreiras desportivas de alta competição. Apoiando o desporto nacional, os JSC ganham uma intervenção na sociedade portuguesa com real impacto na inclusão de todos sem limitações, amplificando e reforçando o papel da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa”, concluiu Maria João Matos.
Os Jogos Santa Casa assumem-se como o principal patrocinador e impulsionador do desporto português. Atualmente, os apoios chegam a 17 federações, a mais de 100 seleções e dois comités nacionais (Comité Paralímpico de Portugal e Comité Olímpico de Portugal). Desde 2013, já foram atribuídas 325 bolsas de educação a atletas-estudantes.
O português, de 33 anos, ficou bem perto das medalhas no Rio’2016 e confia numa boa prestação em Tóquio. Ganhou até o bronze no último Europeu, mas pensa só “jogo a jogo”.
Canoísta falhou o apuramento para Tóquio, mas a ambição mantém-se para 2024. Depois de seis anos a conciliar a medicina com a alta competição, inscreveu-se na Ordem dos Médicos para seguir o outro sonho.
Numa caixa de sonhos, cabem os Jogos Olímpicos e a enfermagem. A atleta do Sporting, de 27 o conseguiu tirar o m de um ano atípico.