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Igreja da Santa Casa de Celorico da Beira renasce com apoio do Fundo Rainha D. Leonor

A Santa Casa da Misericórdia de Celorico da Beira inaugurou na última sexta-feira, as obras de conservação e restauro da sua igreja e o Núcleo Expositivo que resultaram de uma candidatura da Misericórdia local ao Fundo Rainha D. Leonor. Esta intervenção teve como objetivo, além de devolver à comunidade o seu espaço de oração e contemplação, valorizar mais de 450 anos de história em Celorico da Beira.

A obra, que foi financiada pelo FRDL em quase 60.000 Euros, comtemplou a reabilitação da cobertura do imóvel e o restauro das pinturas decorativas e das imagens da igreja, em particular as esculturas da Visitação e as bandeiras processionais.

Paralelamente, o projeto incluiu também a criação de um novo núcleo expositivo, na Casa do Despacho, onde foram colocadas várias peças processionais.

A inauguração oficial contou com a participação de Ângela Guerra, administradora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Mariano Cabaço, da União das Misericórdias Portuguesas, António Pinheiro Nascimento, provedor da Misericórdia de Celorico da Beira, e Carlos Ascensão, presidente da autarquia local. A iniciativa contou ainda com a presença de vários representantes de instituições do município.

Fundo Rainha Dona Leonor foi criado em 2015, pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e pela União das Misericórdias Portuguesas, e apoia projetos sociais necessários, inovadores, sustentáveis e de qualidade. Desde 2017 que apoia também a recuperação do Património Histórico das Misericórdias.

Fundo Rainha D. Leonor apoia reabilitação de creche e jardim de infância em Sintra

Foram esta terça-feira, 24 de setembro, inauguradas as obras de reabilitação da Creche e Jardim de Infância da Santa Casa da Misericórdia de Sintra, financiadas pelo Fundo Rainha D. Leonor (FRDL) em cerca de 63.200 euros, e que contaram também com o apoio da Câmara Municipal de Sintra.

Na cerimónia marcou presença Ângela Guerra, administradora da Santa Casa com o pelouro do Fundo Rainha D. Leonor, que visitou as instalações e, na sua intervenção, parabenizou o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Sintra pela resiliência face aos graves problemas que a instituição, que esta terça-feira completou 479 anos de existência, enfrentou nos últimos tempos. A administradora salientou ainda a importância deste trabalho diário realizado, prestando assistência nesta e noutras valências aos mais vulneráveis, desde logo porque este equipamento agora renovado é destinado à resposta social para crianças, área onde ainda há tanto por fazer em todo o país.

Estiveram ainda presentes Inez Dentinho, coordenadora do FRDL, Eduardo Quinta Nova, vereador da Câmara Municipal de Sintra, e Manuel Costa e Oliveira, provedor da Misericórdia local.

Estes espaços encontravam-se em avançado estado de degradação o que, aliado às exigências da Lei e à procura de uma excelência na prestação do serviço pedagógico, tornava crucial uma intervenção de fundo.

As obras de reabilitação melhoraram a drenagem das águas e o isolamento térmico do edifício. Também o espaço exterior foi intervencionado, tendo sido ampliada a zona de recreio, agora munida de melhores condições de segurança para as crianças e de um telheiro de abrigo junto à entrada. Por fim, foi instalado um novo sistema de segurança contra incêndios e ampliada uma sala da creche.

O Fundo Rainha D. Leonor foi criado em 2015 e resultada de uma parceria da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e da União das Misericórdias Portuguesas. Este Fundo tem apoiado obras nas Misericórdias de todo o país, seja na vertente de projetos sociais, seja na recuperação de património histórico.

Fundo Rainha Dona Leonor apoia recuperação de património da Misericórdia da Lousã

A Santa Casa da Misericórdia da Lousã inaugurou, no passado dia 20 de setembro, a Igreja e o Núcleo Expositivo da Tribuna dos Mesários, após obras de restauro e conservação, uma intervenção que foi apoiada pelo FRDL no valor de 87.439,50 euros. Devido ao elevado estado de degradação em que se encontrava a Igreja da Misericórdia, a Santa Casa da Lousã avançou com uma candidatura ao FRDL.

Além dos trabalhos de recuperação dos espaços emblemáticos, destaca-se a criação do Núcleo Expositivo na Tribuna dos Mesários, onde vão estar expostas algumas peças da procissão do Senhor dos Passos, que anualmente, durante a Semana Santa, percorre as ruas da vila.

Paralelamente, o projeto incluiu também o restauro da Igreja da Misericórdia da Lousã, que representa um marco histórico-artístico com um enorme valor cultural e imaterial. Neste caso, a requalificação visou a conservação e recuperação do património imóvel e integrado, de forma a promover a longevidade e devolver a leitura estética, respeitando o original.

Fundo Rainha Dona Leonor foi criado em 2015, pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e pela União das Misericórdias Portuguesas, e apoia projetos sociais necessários, inovadores, sustentáveis e de qualidade. Desde 2017 que apoia também a recuperação do Património Histórico das Misericórdias.

Inaugurada obra de requalificação da Misericórdia de Mora

A pensar na melhoria da qualidade de vida da população mais velha desta vila alentejana, a Misericórdia de Mora prosseguiu com a reabilitação e ampliação do edifício que acolhe a Estrutura Residencial Para Idosos (ERPI) e com a adaptação dos espaços exteriores de modo a promover o bem-estar físico e metal dos utentes e suas famílias.

A cerimónia de inauguração aconteceu este sábado, 14 de setembro, e contou com a presença de Ângela Guerra, vogal da Misericórdia de Lisboa, Manuel Caldas de Almeida, provedor da Santa Casa de Mora, Jorge Campino, secretário de Estado da Segurança Social, Paula Chuço, presidente da Câmara Municipal de Mora, Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas, e do Arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho.

As obras agora concluídas na ERPI vão permitir adaptar todo este espaço para as necessidades dos utentes e familiares, bem como dotar este equipamento de áreas pensadas para a neuroestimulação e manutenção funcional dos residentes.

O projeto de requalificação abrangeu igualmente a construção e reinterpretação do jardim de todo o Campus da Misericórdia de Mora, onde foram construídos circuitos para pessoas com mobilidade reduzida, e a abertura do jardim a toda a população de vila, promovendo, desta maneira, a integração social e a intergeracionalidade.

ângela Guerra durante a inauguração da obra do FRDL

A Santa Casa da Misericórdia de Mora é pioneira no projeto “Terras Amigas das Pessoas Idosas”, que implica o envolvimento da comunidade em várias práticas que facilitam e alegram a vida dos utentes da instituição. Paralelamente, a Misericórdia de Mora tem uma preocupação constante com as questões da demência, área onde tem desenvolvido formações para que as famílias cuidadoras.

Fundo Rainha D. Leonor foi criado em 2015, pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e pela União das Misericórdias Portuguesas, e apoia projetos sociais necessários, inovadores, sustentáveis e de qualidade, assim como a recuperação do Património Histórico das Misericórdias.

Obra “Fundo Rainha D. Leonor – obras nas Misericórdias” apresentada na Festa do Livro em Belém

A segunda edição do livro “Fundo Rainha D. Leonor – obras nas Misericórdias” foi apresentada ontem, dia 5 de setembro, na Festa do Livro que decorre até domingo no Palácio de Belém. A obra reúne as mais de 140 intervenções levadas a cabo pelo Fundo Rainha D. Leonor (FRDL) criado em 2015 pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, num acordo de parceria com a União das Misericórdias Portuguesas e que conta já com um investimento superior a 23 milhões de euros.

Na apresentação estiveram presentes o anfitrião Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, Paulo Sousa, Provedor da Santa Casa, Manuel de Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas, e Inez Dentinho, do Conselho de Gestão do Fundo Rainha D. Leonor.

O Presidente da República deu os parabéns pela obra, falando do trabalho e dedicação despendidos e abordando o papel das Misericórdias espalhadas por todo o país.

“Este livro é, a vários títulos, muito importante”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando que foi “concebido para retratar uma forma muito feliz de dar sentido nacional a uma rede de apoio, a partir da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa”.

Por seu lado, o Provedor da Misericórdia de Lisboa explicou que o FRDL “é um verdadeiro testemunho da missão que a Santa Casa tem abraçado ao longo dos seus 526 anos, de servir as boas causas, apoiar os necessitados e a preservar, também, o património histórico que carrega a identidade de muitas gerações”.

Especificamente sobre o livro, Paulo Sousa comentou que “a sua publicação é um meio de partilhar com todos os portugueses o resultado de uma missão e de um Fundo que se dirige, de facto, a todos”.

Também Manuel de Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas, recordou a história do FRDL, criado em 2015, assegurando que “este livro representa sempre um grande suplemento de alma e os portugueses movem-se sempre muito por estas questões”.

Por fim, e após ouvir muitos elogios pela publicação desta obra, Inez Dentinho, do Conselho de Gestão do FRDL, citou alguns dos números atingidos desde que o Fundo nasceu, em 2015.

“Chamamos a isto uma utopia com resultados, porque, de facto, há muitos resultados. São 142 projetos, 114 na área social e, a partir de 2017, apareceram os projetos na área de recuperação de património. Foram 26 igrejas dos séculos XVI, XVII e XVIII que foram reabilitadas”, lembrou.

Inez Dentinho destacou depois alguns dos exemplos de intervenção do Fundo, como o caso dos relicários encontrados em Celorico da Beira, do século XVII, ou as 27 pinturas a óleo protegidas entre as paredes da Igreja da Misericórdia de Salvaterra de Magos aquando de uma cheia no século passado, entretanto recuperadas e novamente expostas ao público.

Cadernos técnicos do SOL presentes

Além desta obra, a Misericórdia de Lisboa, que está representada na Festa do Livro pelo seu Centro Editorial, expõe igualmente no evento outras obras que refletem as boas causas da instituição nas diferentes áreas em que intervém na sociedade, como são exemplo os livros “Revolução, Pá! O 25 de Abril na Misericórdia de Lisboa – vol. I”, que retrata a Revolução dos Cravos através dos olhos daqueles que a viveram na Santa Casa, e o volume 6 do Projeto Reliquiarum, “Relíquias: teólogos, teologias e hagiografia”.

Entre as edições presentes estão também cadernos técnicos, nomeadamente os do SOL – Serviço Odontopediátrico de Lisboa, cujo mais recente volume inclui seis novos artigos que exploram as seguintes problemáticas: oligodontia: a propósito de um caso clínico; impacto do piercing na cavidade oral; fatores que contribuem para o consumo de açúcares em idade escolar; considerações sobre a mordida aberta anterior com etiologia no uso prolongado da chupeta; prevalência de cárie no primeiro molar permanente numa população portuguesa com idade entre os 6 e 9 anos; e estudo da perceção do cuidador sobre o estado de saúde num grupo de crianças e jovens.

A exposição destes cadernos contou, no primeiro dia da Festa do Livro, com a presença de André Brandão de Almeida, administrador da Santa Casa com o pelouro da Direção de Saúde, e um dos autores dos cadernos técnicos.

Misericórdia de Fafe inaugura creche e jardim de infância reabilitados com apoio do FRDL

Foi inaugurada, nesta quarta-feira, a reabilitação do edifício da creche e jardim de infância da Santa Casa da Misericórdia de Fafe, uma obra que contou com o apoio do FRDL, naquela que é a sua missão de contribuir para a inovação em projetos sociais e para a recuperação do património histórico das Misericórdias do país.

A remodelação integral e adaptação do equipamento social permitirá um aumento da capacidade da creche, que passará das atuais 57 para 90 vagas para bebés, e também da valência do pré-escolar, que proporcionará um aumento de 67 para 75 vagas para crianças.

A presidir a ocasião esteve a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, onde afirmou que as boas causas não têm fronteiras, destacando o contributo do FRDL. Por sua vez, David Lopes, administrador da SCML, sublinhou o orgulho do Fundo em associar-se a esta obra, pela sua importância e dimensão.

Estiveram presentes ainda a secretária de Estado da Ação Social e da Inclusão, Clara Marques Mendes, o provedor da SCM de Fafe, António Peixoto, o presidente da Câmara de Fafe, Antero Barbosa, o bispo auxiliar de Braga, Delfim Gomes, o vogal da União das Misericórdia, Nuno Reis, e Inez Dentinho, membro do Conselho de Gestão do FRDL,  entre outros convidados institucionais.

A intervenção no edifício centrou-se, pela sua urgência, nas questões de eficiência energética e modernização dos espaços. Para o efeito, foi instalado um novo sistema contra incêndios e efetuadas alterações fundamentais num edifício que terá capacidade para vir a acolher, na sua capacidade máxima, 165 bebés e crianças. Foram também intervencionadas todas as benfeitorias associadas à reabilitação do edifício e reformulada a platibanda da fachada do edifício, que assim retoma a traça original.

Criado em 2014, o Fundo Rainha D. Leonor já apoiou 142 misericórdias, incluindo o financiamento de obras em 114 equipamentos sociais, como lares, centros de dia ou creches, e em 28 projetos de recuperação de património histórico e cultural, como igrejas ou museus, num valor que ascende a 23 milhões de euros.

Obras de ampliação da UCC da SCM de Aguiar da Beira foram inauguradas

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa doou, através do Fundo Rainha Dona Leonor, mais de 105 mil euros para aumentar em 12 camas a Unidade de Cuidados Continuados da Misericórdia de Aguiar da Beira.

As obras de ampliação foram inauguradas por Ângela Guerra, administradora da SCML com o pelouro do Fundo Rainha Dona Leonor, e António Gandra D´Almeida, Diretor Executivo do SNS. Na cerimónia participaram também Virgílio da Cunha, presidente da Câmara Municipal de Aguiar da Beira e Augusto Fernando Andrade, Provedor da Santa Casa da Misericórdia local.

Esta unidade recebe utentes em longa duração: seis meses. No entanto, há casos de pessoas que precisam de mais tempo de reabilitação.

As Unidades de Cuidados Continuados da Rede Nacional prestam cuidados a utentes referenciados pelo SNS em curta duração, (um mês), média duração, (três meses) e longa duração (mais de seis meses).

A obra agora inaugurada foi realizada no antigo hospital da Misericórdia, um edifício de meados do século XX, simbólico para a comunidade de Aguiar da Beira. Esta intervenção teve um especial cuidado de não afetar a traça original do edifício, tendo sido escolhidos materiais da região, nomeadamente granito amarelo, para a construção.

Antigo Hospital da Misericórdia de Montemor-o-Velho reabilitado com o apoio do Fundo Rainha D. Leonor

A fachada do antigo Hospital da Misericórdia de Montemor-o-Velho, um dos edifícios mais simbólicos do concelho, cuja construção remonta ao século XVI, foi reabilitada com o apoio do Fundo Rainha D. Leonor (FRDL).

Atualmente funciona no local um Lar de idosos e um Centro de Dia com mais de uma centena de utentes. O edifício que foi construído, em 1504, pela Confraria de Nossa Senhora de Campos foi, desde a sua fundação, um símbolo de primeiros socorros da comunidade.

Apesar de já ter passado por profundas remodelações ao longo dos séculos, o imóvel apresentava vários problemas, que foram agora recuperadas e que permitiram transformar o antigo hospital num edifício digno, que reforça a imagem da Misericórdia de Montemor-o-Velho na sua praça central.

Na cerimónia oficial de apresentação da requalificação do hospital foi descerrada uma placa alusiva à ocasião pela administradora da Misericórdia de Lisboa com o pelouro do FRDL. 

Ainda no evento estiveram presentes representantes da União das Misericórdias Portuguesas, da Santa Casa da Misericórdia de Montemor-o-Velho, do Bispo Auxiliar de Coimbra e de diversas entidades locais. Já o FRDL fez-se representar por Inez Dentinho, membro do Conselho de Gestão do Fundo.

Fundo Rainha D. Leonor Apoia Restauro da Igreja da Misericórdia em Constância

A recém-requalificada Igreja da Misericórdia de Constância foi inaugurada esta segunda-feira (17), na sequência de um projeto de restauro e conservação apoiado pelo Fundo Rainha D. Leonor com o valor de 154.418,63 euros. A cerimónia contou com a presença de Ângela Guerra, vogal da Misericórdia de Lisboa responsável pelo FRDL, do provedor da SCM de Constância, António Paulo Teixeira, de Inez Dentinho, membro do Conselho de Gestão do Fundo, do presidente da Câmara de Constância, Sérgio Oliveira, do bispo de Portalegre/Castelo Branco, Antonino Dias, e de representantes da União das Misericórdias Portuguesas.

Na ocasião foi enaltecida pelos presentes aquela que é a missão do FRDL de apoiar as Misericórdias portuguesas em causas sociais prioritárias e inovadoras, contribuindo para a coesão social e territorial do país, louvando-se ainda a contribuição feita em concreto para a recuperação deste imóvel, classificado de Interesse Público e construído entre 1640 e 1650.

FRDL Constância

A degradação do edifício deveu-se sobretudo às consequências das cheias do rio Tejo ao longo dos séculos, tendo necessitado, por isso, de uma intervenção urgente, especialmente na cobertura e nas talhas dos retábulos.

No livro publicado pelo FRDL sobre a obra, destaca-se a singularidade do retábulo do altar-mor. “Pode ser desconcertante entrar na Igreja da Misericórdia de Constância e esbarrar com o riquíssimo retábulo do altar-mor em talha por dourar”, lê-se no texto. Este retábulo, que apresenta uma enorme ambição arquitetónica e artística nunca completamente realizada, mantém-se fiel à sua história, sem vestígios de ouro, exceto nas torres do brasão real e na coroa”.

Bruno Assis, responsável pela obra de recuperação, explica que o restauro do retábulo foi um trabalho de descoberta contínua, exigindo muita medição e transposição. “Creio tratar-se de um trabalho indo-português porque tem muita informação, anjos com tranças, macacos com corpo de pássaros, muitos elementos que escapavam ao Reino”, detalha. A madeira de cânfora utilizada sugere que os materiais foram trazidos da Índia, refletindo a importância comercial de Constância e Abrantes nos séculos passados.

As cheias frequentes do Tejo danificaram repetidamente a Igreja da Misericórdia, o que exigiu um trabalho minucioso de reorganização e limpeza das peças do retábulo, descrito como um “puzzle”. Segundo Assis, o objetivo foi manter o aspeto primitivo e inacabado da talha, sem tentar concluir o que nunca foi terminado. “Não somos artistas. Não podemos concluir o que nunca foi acabado. Não seria correto”, afirma.

O projeto de restauro incluiu a recuperação das seis pinturas alusivas aos Passos e a consolidação e tratamento da talha do altar-mor, feita de madeiras exóticas. O retábulo – que nunca chegou a ser dourado, possivelmente devido à falta de verba na época – assim permanecerá, em respeito pelo seu percurso histórico.

Embora a Santa Casa da Misericórdia de Constância tivesse planos para substituir o pavimento da Sacristia, o FRDL sugeriu a manutenção do mesmo com reparos pontuais, preservando assim a autenticidade do imóvel.

Este restauro não apenas preserva a integridade histórica da Igreja da Misericórdia, mas também realça a sua beleza única e a resiliência através dos tempos. Como disse a paisagista Brenda Colvin: “é bela a paisagem que está certa”.

A Igreja da Misericórdia, com a sua história rica e inacabada, é um testemunho duradouro da herança cultural de Constância.

A terapia do tricot

Maria Adelina Bibe é o nome da pessoa que se senta atrás do balcão de madeira escura, entre estantes quadriculares cheias de novelos de todo o tipo de lãs e derivados, e que carrega em si toda a história do estabelecimento que tem sobrevivido a várias gerações, a retrosaria Auri. Quis o destino que até o apelido de Maria Adelina estivesse relacionado com o ofício que escolheu para a sua vida profissional.

Quem passa pelo Nº. 10 da rua Oliveira Martins, paralela à icónica Avenida de Roma, não imagina todo o trabalho que se desenvolve dentro do estabelecimento com mais de 70 anos de existência e que faz parte dos radares comunitários do projeto RADAR da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (que visa identificar a população com 65 ou mais anos residente na cidade de Lisboa e construir sistemas de base comunitária de coesão social). Mais do que um local onde se estabelece um preço aos novelos de fios armazenados cuidadosamente nas estantes, este é também um sítio de amizade, partilha e, acima de tudo, de comunidade.

Foi em 2021 que, numa visita de rotina à freguesia, a equipa do RADAR reparou na Retrosaria Auri e a desafiou a ser radar comunitário. Desde então, este é um farol essencial para a equipa saber o que se passa no bairro e como estão as pessoas mais velhas. Atuando como uma autêntica confidente da vizinhança e agora, também, como ponto de ajuda através da plataforma RADAR, a proprietária considera ser “importante existirem projetos como este para apoiar os mais velhos, ainda mais numa freguesia tão envelhecida como é o Areeiro”.

Maria Adelina esclarece que “esta é uma casa muito conceituada aqui nesta zona da Avenida de Roma. As pessoas mais velhas conhecem este espaço desde sempre e é importante para nós que se mantenha esta relação de amizade. Só assim faz sentido continuarmos o trabalho de comunidade que fazemos. Nesta mesa já curámos muitas depressões e problemas de ansiedade”.

Margarida Cardoso é uma das participantes do grupo de tricot e, no alto dos seus 80 anos, não tem dúvidas de que “este convívio é essencial”.

“Eu estou muito tempo sozinha em casa e, parecendo que não, estou sempre desejosa que chegue quinta-feira para vir para o tricot”, diz Margarida enquanto tricota uma pequena camisola branca e verde para oferecer ao neto, adepto fervoroso do Sporting Clube de Portugal.

Com o passar do tempo, a loja, tal como as pessoas que fazem deste espaço uma “segunda casa”, foi-se alterando. Por aqui gerações foram passando. Quem antigamente era cliente, hoje é amigo, quem comprava, hoje ensina e é ensinado.

“Temos muitas avós, filhos e muitos netos que nos visitam. Esta é uma casa intergeracional. É engraçado que temos clientes que, ao longo do tempo, foram-se se tornando amigos, que vieram aqui comprar o enxoval de casamento e os atoalhados e agora temos aqui os netos de algumas dessas pessoas a quererem aprender esta arte e a falarem sobre algumas das peças que os avós compraram aqui há muitos anos atrás”, conta Maria Adelina durante uma breve conversa com outra “Tricota” (nome que dão aos integrantes do grupo de tricot), sobre o próximo passeio do “clube”.

Mas não se engane. Nesta loja existe mais do que um conjunto de senhoras a tricotar. Estas avós dos tempos modernos são mais do que isso. São pessoas ativas e inseridas numa comunidade que tem cada vez mais adeptos entre os mais novos.

Fruto desta procura dos mais jovens, Maria Adelaide partilha connosco os passeios que já fizeram com várias gerações e de como cada vez mais pessoas novas a procuram para perceber melhor esta arte.

“Nós temos aqui de tudo. Temos aqui médicas, cientistas, professoras, jovens e mais velhos que encontram no tricot um escape manual para os problemas do dia-a-dia. Temos muitos encontros e passeios, vamos a museus, participamos em worshops e até encontros regulares através do zoom fazemos com membros da comunidade de tricot do Brasil”, diz orgulhosa.

O motor para estes encontros e passeios é sempre o mesmo: a amizade e o combate ao isolamento social. Para Maria Adelina, “o tricot está na moda e a pandemia, para além das coisas más que trouxe e com o isolamento forçado em que tivemos de estar, trouxe também tempo para as pessoas se dedicarem a outras artes.”

Por tudo isto, ser radar comunitário foi, para Maria Adelina Bile, um processo natural e é com satisfação que nos explica que a equipa do RADAR “está sempre disponível e sabemos que podemos contar com ela para ser um apoio da população mais velha da vizinhança”.

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde e cuidados de saúde ao domicílio

Unidades da rede nacional

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas