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La Virgule aproveita o lixo dos oceanos para fabricar mochilas. Isso valeu-lhe o primeiro lugar no Triggers

Produzir, em Portugal, mochilas ecológicas com materiais em fim de vida. Esta é a proposta da La Virgule, o projeto que foi o grande vencedor da primeira edição do Triggers. A startup recebe 15 mil euros e um ano de incubação na Casa do Impacto. O programa de aceleração da Casa do Impacto, que estimula a geração de novas ideias e a sua transformação em soluções sustentáveis, teve esta quinta-feira, dia 14 de julho, o seu evento final, onde deu a conhecer os três projetos finalistas.

O segundo lugar foi entregue à Animob, uma solução para a área agroalimentar e florestal, que oferece um serviço de partilha de terras e gado, através da formação de “pastores-modernos” especializados que se encarregam da mobilidade animal. A startup recebe 10 mil euros e um ano de incubação na Casa do Impacto. Já Material Species, um projeto que propõe transformar resíduos de demolição e construção em materiais de revestimento de qualidade, únicos e personalizados, arrecadou o terceiro lugar, e terá direito a receber 5 mil euros e um ano de incubação na Casa do Impacto.

“Esta primeira edição correu de uma forma fantástica, ainda por cima porque tínhamos desafios maiores, não só porque a questão ambiental é uma área que estamos a apostar em força, como também envolvemos parceiros externos e empresas que, além da Santa Casa, foram os grandes financiadores da iniciativa. Tanto o envolvimento dos empreendedores como dos parceiros, em termos de mentoria que foram dando aos empreendedores, fez com que eles crescessem de uma forma mais acelerada”, confessa Inês Sequeira, diretora da Casa do Impacto.

 

O mundo pelos olhos da La Virgule

Maxime Labat é um jovem francês a viver em Portugal. Foi no noroeste de França que começou a desenhar uma ideia capaz de responder a necessidades ambientais. O amor ao desporto e ao oceano começou com a prática de windsurf, desporto que já lhe valeu o troféu de vice-campeão mundial juvenil de Windsurf Bic 293. Foi neste desporto de total contacto com o oceano que encontrou o lado mais belo, mas também o mais assustador do mar. Não raras vezes, deparou-se com águas repletas de lixo. Um mar feito de plástico.

Foi depois de muito olhar para o lixo que abunda nos mares que várias questões surgiram: o que fazer com estes resíduos? Porque é que as nossas barracas usadas são queimadas? Porque um caiaque danificado é enterrado? Essas interrogações viriam a ser o primeiro passo para aquilo que, hoje, é a La Virgule, um projeto que acredita que é possível transformar resíduos em algo útil, ao recolher materiais e produtos técnicos em fim de vida para transformá-los em mochilas e bicicletários técnicos e reciclados.

A La Virgule faz-se de uma equipa de desportistas, aventureiros e amantes do ar livre. Aventura é a melhor palavra para definir a viagem que o projeto tem feito desde a sua criação em 2019. A epopeia começa com uma parceria com a Itiwit (Decathlon), que permitiu a primeira produção de sacos de O2, reaproveitados de caiaques insufláveis e tapetes de ioga. Três anos depois, a La Virgule vence a primeira edição do Triggers, que mais não é do que uma entre muitas conquistas que a La Virgule pretende alcançar. Na Casa do Impacto, Maxime encontrou um “projeto que quer mudar o mundo”, um hub repleto de pessoas e de ideias que querem fazer mais pelo planeta.

Através do Triggers, a Casa do Impacto (link para site CDI), da Misericórdia de Lisboa, apoia equipas que revelam motivação para e conhecimento sobre o empreendedorismo de impacto, focado na sustentabilidade ambiental do planeta. O objetivo passa por estimular projetos e startups com soluções inovadoras para a resolução de problemas e necessidades ambientais, de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU.

Earthshot Prize. Casa do Impacto participa no prémio ambiental criado pelo príncipe William

A Casa do Impacto – o polo de empreendedorismo e inovação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa – integra um grupo de organizações de todo o mundo (mais de 300 em cerca de 80 países), convidadas a enviar nomeações para as cinco categorias do Earthshot Prize.

O hub português foi selecionado pela sua capacidade de identificar as soluções mais impactantes em todas as áreas e setores e por ser um espaço de convergência de inúmeras entidades públicas e privadas.

Em busca das soluções ambientais mais extraordinárias

Lançado pelo príncipe William e pela The Royal Foundation em outubro de 2020, o Earthshot Prize é um prémio ambiental já globalmente prestigiado. O objetivo é descobrir, celebrar e encontrar soluções inovadoras para os maiores desafios ambientais que o nosso planeta enfrenta.

O prémio está centrado em cinco desafios: Proteger e Restaurar a Natureza; Limpar o nosso Ar; Reavivar os nossos Oceanos; Construir um Mundo sem Resíduos; e Reparar o nosso Clima. Objetivos que são unificadores e ambiciosos para o nosso planeta que, se alcançados até 2030, irão melhorar a vida de todos nós e assegurar um futuro sustentável para as próximas gerações.

Serão concedidos cinco prémios de um milhão de libras, por ano, ao longo dos próximos 10 anos, com o objetivo de encontrar pelo menos 50 soluções para os maiores problemas ambientais do planeta até 2030. O nome do prémio foi inspirado na expressão “Moonshot”, utilizada pelo ex-Presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, para mobilizar milhões de pessoas em torno do objetivo de colocar o homem na lua, num projeto que impulsionou o desenvolvimento de novas tecnologias na década de 1960.

Open Call até 20 de fevereiro. O Earthshot Prize tem cinco milhões de libras em prémios para soluções ambientais inovadoras

Até 20 de fevereiro, a Casa do Impacto terá em aberto uma Open Call para encontrar as melhores soluções a nomear.

O Earthshot Prize considerará soluções que façam progressos tangíveis em direção a um dos cinco Earthshots já acima elencados. As soluções candidatas devem estar além da fase de ideação, ter testado a sua solução em campo ou com público-alvo e estar num “ponto de viragem” para escalar o seu impacto nos próximos cinco anos.

Com o fecho da Open Call a 20 de fevereiro, a Casa do Impacto selecionará as soluções a nomear e procederá ao envio das nomeações pelas vias oficiais. A partir daí, as soluções passarão por um rigoroso processo de avaliação efetuado pela organização do prémio, que culminará na seleção dos cinco vencedores no último trimestre do ano.

Através deste processo, tanto os finalistas como os vencedores conseguem uma fantástica plataforma para ampliar o seu trabalho, bem como apoio personalizado do Earthshot Prize e da sua rede de ONG, empresas, governos, financiadores e mentores especializados. Os cinco vencedores também recebem um prémio de um milhão de libras para escalar o seu impacto.

Se tem uma solução inspiradora, inclusiva e impactante, candidate-se, aqui, e habilite-se a ser um dos selecionados para as nomeações com o selo da Casa do Impacto. Saiba mais sobre o Earthshot Prize, o papel da Casa do Impacto enquanto organização nomeadora e o processo de cinco etapas para seleção dos vencedores, aqui.

CASA DO IMPACTO

Uma casa onde as ideias se tornam realidade

A Casa do Impacto é um polo de empreendedorismo e inovação sediado no Convento de São Pedro de Alcântara, fundado em 1 de outubro de 2018, pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, para acelerar o crescimento de um ecossistema de empreendedorismo de impacto, apoiando startups com impacto positivo na sociedade e de vertente social ou ambiental.

Economia, sociedade e ambiente: a sustentabilidade na Santa Casa

O Relatório de Sustentabilidade da Santa Casa não existe apenas para dar resposta a uma necessidade interna, mas, cada vez mais, para responder às expetativas das partes interessadas. O documento responde a novos tópicos prioritários definidos através de uma auscultação a todos os públicos com quem a Misericórdia de Lisboa interage, diariamente: colaboradores, fornecedores, utentes, universidades, etc. Foi este processo -o de ouvir todas as partes interessadas- que trouxe alterações relevantes face aos anos anteriores.

Mas de que forma é gerida a sustentabilidade na Santa Casa? E qual foi o real impacto das ações da instituição na sociedade, na economia e no ambiente, ao longo de 2019?

Em 2019, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa celebrou 521 anos de compromisso com as boas causas, nas mais diversas áreas: Ação Social, Cultura, Educação e Formação, Empreendedorismo e Economia Social, Inovação, Património, Saúde e jogos sociais do Estado (Jogos Santa Casa). O real impacto da Misericórdia de Lisboa mede-se, por exemplo, nas cerca de 70 mil pessoas abrangidas pelas diferentes respostas de ação social, pelos 540 mil euros no apoio à investigação e prémios atribuídos em concursos, ou pelos 4,5 milhões de euros em apoios e subsídios a boas causas de outras entidades.

Para poder dar uma resposta ajustada a todos os que precisam do seu apoio, a Misericórdia de Lisboa contou, ao longo do ano, com a dedicação de quase 6000 colaboradores. O investimento em pessoas verifica-se, sobretudo, na estabilidade laboral que a instituição permite aos seus funcionários: 97% destes colaboradores têm um contrato de trabalho por prazo indeterminado. Destaque ainda para o facto de, em 2019, 76% dos funcionários serem mulheres e 2,7% dos trabalhadores da casa serem pessoas portadoras de deficiência.

Gerir mais de uma centena de equipamentos, onde todos os dias são prestados a milhares de pessoas os mais variados serviços de saúde, ação social, formação, cultura, entre outros, exige um elevado consumo de energia, de água e gera uma produção muito significativa de resíduos. Ao longo dos anos, a Santa Casa tem adotado comportamentos e medidas mais responsáveis em prol de um ambiente melhor.

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde e cuidados de saúde ao domicílio

Unidades da rede nacional

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas