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Complexo de São Roque

A um pequeno passo de um dos ex-líbris turísticos da cidade, o Miradouro de São Pedro de Alcântara, e ladeado pelas emblemáticas Escadinhas do Duque, ponto de passagem diário de centenas de pessoas de várias culturas, o Largo Trindade Coelho é, nos dias de hoje, um ponto de paragem obrigatório para quem visita Lisboa.

O Complexo de São Roque organiza-se como uma cidade na cidade. Começou por ser o Largo de São Roque no século XVI. No final dos anos 20 do século passado, com a colocação no local de uma estátua em homenagem aos cauteleiros, passou a ser conhecido como o Largo do Cauteleiro e ponto de encontro para incursões na noite do Bairro Alto. 

Mas, desde 1913 que o Largo de São Roque tem a denominação oficial de Largo Trindade Coelho, e é neste local que podemos encontrar o Complexo de São Roque, composto principalmente pela igreja e museu a quem o santo emprestou o seu o nome, e ainda pelos serviços administrativos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. 

Hoje em dia, o espaço que preserva, ainda em grande medida, as fachadas e paredes interiores originais, é composto por cinco núcleos arquitetónicos distintos: a antiga Casa Professa de São Roque, que inclui a igreja e o museu, o antigo Palácio dos Marqueses de Nisa, o Hospital Infantil de São Roque, as casas de arrendamento da Calçada da Glória e o Asilo do Amparo, onde funcionam os serviços centrais da instituição e, ainda, a antiga Lavandaria, edifício isolado alvo de remodelação há poucos anos e, atualmente, em reabilitação.

Complexo de São Roque atual

Um lugar cheio de história e de estórias interligadas

A história deste espaço remonta a 1768, altura em que o marquês de Pombal concedeu a antiga casa professa da Companhia de Jesus à Misericórdia de Lisboa, providenciando uma nova sede à instituição, após as instalações originais, na igreja da Conceição Velha, terem sido arrasadas pelo terramoto de 1755.

Esta escolha feita pelo marquês de Pombal de colocar a instituição no Bairro Alto, não foi inocente. O objetivo do marquês era colocar a Misericórdia de Lisboa no centro dos problemas sociais da capital na época, de maneira que instituição cumprisse o seu desígnio secular de estar próxima dos que mais necessitam, orientando a sua ação em três vertentes estratégicas: criação dos expostos, proteção das órfãs e assistência aos inválidos.

As casas de arrendamento da Calçada da Glória foram a primeira ampliação do núcleo inicial jesuíta. Foram construídas já no final do século XVIII (1783 a 1795) e destinavam-se a angariar receitas, através do arrendamento de quartos a pessoas de classe baixa. Este conjuntou urbanizou o muro da cerca da antiga casa professa na Calçada da Glória, arruamento com pouco valor imobiliário pelo seu perfil geográfico. Porém, com o terramoto de 1755, houve uma grande procura de casas, principalmente pelas classes mais baixas, que com poucos recursos e por iniciativa própria edificaram barracas junto à cerca. 

A ação da Misericórdia de Lisboa, com a construção destas habitações destinadas às classes mais baixas da população, demonstrou uma preocupação inovadora em fornecer casas a pessoas desfavorecidas, permitindo igualmente acabar com as barracas nas imediações da sua sede. Desta maneira, já no final do século XVIII, o Complexo de São Roque acumulava todos os equipamentos da instituição, ou seja, as oficinas, as casas de arrendamento da Glória, o Hospital dos Expostos, o Recolhimento das Órfãs, a Enfermaria de Santana, e a Igreja de São Roque.

Já em 1834 e por decisão do Governo, o complexo foi reformulado, tendo o Asilo do Amparo e a Enfermaria de Santana passado para as instalações do Hospital de São José. Em São Roque ficou apenas funcionar o Hospital dos Expostos e as áreas administrativas, as casas de arrendamento e a igreja.

Volvidos 20 anos, a 22 de junho de 1853, a Mesa da Santa Casa deliberou que se orçamentasse a construção do novo edifício destinado ao Hospital do Amparo e que este, deveria ter uma ligação ao Hospital dos Expostos, para partilharem a mesma cozinha. Ainda nesse mês a Companhia de Carruagens Lisbonenses propõe à Misericórdia de Lisboa a construção de um espaço para as suas instalações, o Hospital Infantil.

A 1905, surge o que hoje conhecemos como o Museu de São Roque anteriormente designado como Museu do Tesouro da Capela de São João Batista. Inaugurado pelo rei D. Carlos, este espaço museológico nasce com o intuito de preservar o espólio da instituição e de aproximar o espaço aos novos burgueses que povoam o Chiado.

Logo a seguir, e de acordo com o espírito da I República, a única obra idealizada no complexo foi a Lavandaria. Projetada e iniciada em 1911, com a função de concentrar a limpeza das roupas de todos os equipamentos da Santa Casa num único espaço, otimizando desta maneira recursos. Já com a implantação do Estado Novo e vendo a lacuna que existia no cuidado de assistência médica na cidade (o único hospital público do país era o Hospital de São José), a Misericórdia de Lisboa decide adquirir, em junho de 1926, as antigas instalações da Companhia de Carruagens Lisbonenses para aí criar o futuro Hospital Infantil.

Em 1959, o Complexo de São Roque começa a ser moldado no que ainda hoje podemos observar, tendo sido apresentada a primeira fase do plano de remodelação deste conjunto de edifícios, que propunha a valorização da Igreja de São Roque

Em 1962, foram realizadas obras de conservação no Asilo do Amparo e concluídas as obras do então conhecido por edifício do Totobola (e mais tarde por Departamento de Jogos), da Casa do Pessoal e da creche para os funcionários da instituição.

Mais tarde, a antiga farmácia do Hospital Infantil de São Roque, o Arquivo Histórico e Centro de Documentação sofreram obras. Já em 2009, a obra no Largo Trindade Coelho foi concluída, recuperando os valores urbanísticos idealizados em meados do século XIX, por Pierre Joseph Pézeret, que pretendia converter o outrora Largo de São Roque, numa das praças mais belas de Lisboa. 

Complexo de São Roque atual

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde e cuidados de saúde ao domicílio

Unidades da rede nacional

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas