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Combater desigualdades através do desporto

Desde 2014 que os Jogos Santa Casa são o patrocinador principal do Comité Paralímpico de Portugal. A relação da marca com o desporto para pessoas com deficiência reflete-se, atualmente, no apoio a 12 seleções nacionais de desporto adaptado.

Na matriz da instituição está inscrito o combate às desigualdades e o desporto não foge à regra. Seja através do patrocínio de competições de desporto adaptado, ou no apoio às carreiras duais dos atletas paralímpicos, o objetivo é assegurar que ninguém fique impedido de alcançar os objetivos a que se propõe por ser portador de deficiência.

Maria João Matos, diretora de Comunicação e Marcas da Santa Casa, lembra que “o contributo que cada um faz para a sociedade é sempre diferente consoante o tipo de vida que temos, a nossa experiência e a forma como a vivemos – e ter uma deficiência não deve ser um obstáculo ou uma dificuldade para se contribuir de forma válida para a sociedade, muito pelo contrário, eventualmente é a sociedade que está cheia de ‘obstáculos’ para pessoas com tipos diferentes de necessidades”.

A responsável pela comunicação da instituição dá o exemplo do programa IMPULSO Jogos Santa Casa, que anualmente atribui bolsas de educação a atletas paralímpicos, surdolímpicos e também olímpicos (decorrente da parceria com o Comité Olímpico de Portugal), como mais um dos mecanismos para garantir que as pessoas com deficiência também consigam conciliar a prática desportiva com a sua formação profissional.

Debate “Veste a Bandeira pelas pessoas com deficiência”

Na véspera do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, assinalada a 3 de dezembro, a Federação Portuguesa de Futebol celebra a efeméride com a realização do debate “Veste a Bandeira pelas pessoas com deficiência”. Como patrocinadores desta federação, os Jogos Santa Casa associam-se a este momento, que conta com a participação de atletas e treinadores, entre outros elementos ligados ao desporto adaptado. O evento tem início às 17 horas, desta sexta-feira, 2 de dezembro, na Cidade do Futebol, em Oeiras.

O debate será moderado por Catarina Oliveira, produtora de conteúdos e responsável pela “Espécie rara sobre rodas”, e tem por objetivo promover a discussão em torno do desporto e deficiência. O evento terá a presença de elementos da Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência, Associação Salvador, Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, Acesslab e do Comité Paralímpico de Portugal.

“Quando estou a fazer desporto, esqueço-me que não vejo”

No âmbito das comemorações do primeiro Dia Mundial do Desporto para a Deficiência Visual, assinalado no passado sábado, 24 de abril, o Centro Reabilitação de Nossa Senhora dos Anjos (CRNSA) organizou uma demonstração de modalidades desportivas adaptadas (goalball, futebol de 5, bowling de nove pinos e atletismo), no ginásio e exterior do centro.

O Centro de Reabilitação Nossa Senhora dos Anjos é um estabelecimento da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que tem como missão promover a reabilitação de pessoas com cegueira adquirida ou baixa visão, visando a sua autonomia e inclusão. Aqui, o desporto tem um papel fundamental na superação das adversidades e em dar visibilidade às capacidades de cada um.

Eunice Santos: “O desporto é a minha vida”

No grupo de utentes que participaram nesta demonstração de modalidades, encontrámos Eunice da Silva Santos, 44 anos, licenciada em Comunicação Social. Foi atleta de alta competição no desporto adaptado, entre 1997 e 2004, altura em que teve de abandonar, depois de sucessivas operações aos olhos.

CRNSA_Eunice

Eunice sempre teve baixa visão. Há dois anos perdeu a capacidade visual que lhe restava. Hoje, vê apenas claridade. Até 2019, via apenas dez por cento. Mas que faziam toda a diferença na sua vida. Tinha alguma autonomia. Corria na rua. Fazia as suas tarefas. Ainda assim, a paixão pelo atletismo é a mesma. “O desporto é a minha vida”, afirma, com um sorriso. “É muito importante assinalar este dia. É preciso sensibilizar a população para a prática desportiva e para os seus benefícios”, defende.

“Infelizmente, as pessoas só se apercebem das nossas capacidades de quatro em quatro anos, por aquilo que conseguimos nos Jogos Paralímpicos e nos Campeonatos da Europa e do Mundo, lembra. “Ainda existe um certo preconceito para com os deficientes visuais. É um mundo visual. A maioria dos estímulos são visuais. Logo, as pessoas pensam que perder a visão é o fim do mundo”, admite.

Eunice diz que não pode estar parada. Por isso continua a fazer desporto, o que lhe permite fazer amigos, superar-se e acreditar, cada vez mais, nas suas capacidades. “O desporto é a minha terapia”, conclui.

João Panzo João: “Quando estou a fazer desporto, esqueço-me que não vejo. É uma alegria total”

João Panzo João, 45 anos, dedicou décadas ao basquetebol profissional. Primeiro em Angola, depois, a partir de 1999, em Portugal. “Foram tempos bons”, lembra. Em 2016, a vida do angolano transformou-se. Perdeu 95% da visão.

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Mas João não baixou os braços. Foi à luta. Com a ajuda do CRNSA encontrou um caminho. “A minha vida transformou-se por completo. Agora já estou mais conformado. Mas não foi nada fácil. Nesta casa, onde estamos, é que eu reaprendi tudo ou quase tudo. Foi uma ajuda muito importante. Ninguém imagina as longas horas de conversas, o apoio psicológico e a aprendizagem. É um processo que leva o seu tempo”, explica.

“O desporto é muita coisa na vida das pessoas, sobretudo nas pessoas que têm baixa visão ou cegueira. Além de uma melhor condição física, a prática desportiva dá-nos esperança, motivação e amigos. Portanto, é muito mais do que desporto o que estamos a fazer aqui”, assegura. “Quando estou a fazer desporto, esqueço-me que não vejo. É uma alegria total”, remata.

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Isabel Pargana: “não há impossíveis” para as pessoas com deficiência visual

Para Isabel Pargana, 48 anos, diretora do CRNSA, “não há impossíveis” para as pessoas com deficiência visual. “Estamos a promover hábitos de vida saudáveis, inclusão e uma forma das pessoas redescobrirem as suas capacidades e limites”.

O Centro de Reabilitação Nossa Senhora dos Anjos, pelo trabalho que desenvolve, não podia deixar de associar-se à celebração do primeiro Dia Mundial do Desporto para a Deficiência Visual, sublinha Isabel Pargana. “Por outro lado, e considerando o contexto pandémico que estamos a viver, achámos que era uma oportunidade única de proporcionar convívio, interação, uma dimensão lúdica e, ao mesmo tempo, aprofundar alguns conhecimentos das modalidades que fazem parte dos desportos para pessoas com deficiência visual”.

O Centro de Reabilitação Nossa Senhora dos Anjos

Com mais de 50 anos de história, constitui-se como a principal referência a nível nacional, recebendo pessoas oriundas de todo o país, ilhas e PALOP.

Além de um Programa de Reabilitação, que inclui áreas como a informática, a orientação e mobilidade, a atividade motora, as atividades de vida diária, o braille, entre outras, indo ao encontro das necessidades de cada pessoa, o centro desenvolve também o Programa de Estimulação Sensorial na 1.ª Infância, para crianças dos 0 aos 6 anos de idade, que procura minimizar os efeitos da cegueira ou baixa visão no desenvolvimento global da criança.

 

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde e cuidados de saúde ao domicílio

Unidades da rede nacional

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Polo de inovação social na área da economia social

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas