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Respirar Fundo: uma pausa terapêutica para o corpo e a mente

Criado em maio de 2025, o grupo Respirar Fundo nasceu da necessidade de oferecer um espaço intermédio de acolhimento e partilha a pessoas em lista de espera clínica, funcionando como uma alternativa acessível e integradora ao acompanhamento individual.

A psicóloga clínica e facilitadora Dora Matias explica que “a origem destas sessões partiu da constatação de que a ansiedade é uma das temáticas mais abordadas desde a pandemia. Quem já tinha questões ligadas à ansiedade exacerbou os sintomas, e outros que não a sentiam passaram a experienciá-la”.

Num contexto em que o stress e a ansiedade são queixas cada vez mais comuns, este projeto representa uma estratégia concreta para promover o bem-estar psicológico por meio de práticas que restauram o equilíbrio do corpo e da mente.

Sessões pensadas para restaurar o equilíbrio físico e emocional

Semanalmente, às quartas-feiras, durante 50 minutos, as sessões orientadas por Dora Matias e Sónia Lourenço – psicólogas clínicas e da saúde com especialidade avançada em Psicoterapia e ambas praticantes experientes de yoga e técnicas de meditação – destinam-se a jovens e adultos encaminhados pela triagem da Porta de Entrada da Unidade de Saúde W+ ou por entidades parceiras.

Cada encontro segue uma estrutura cuidadosamente desenhada para favorecer a autorregulação emocional: começa com movimentos suaves que preparam o corpo e evolui para exercícios de libertação de tensão muscular, seguidos de uma meditação guiada centrada em ciclos pessoais e novos começos. Inclui ainda terapia de som para aprofundar o relaxamento e termina com um momento de partilha livre, sempre num ambiente seguro, inclusivo e sem julgamento.

Para Sónia Lourenço, “estas práticas, quando realizadas com regularidade, alteram o funcionamento automático do corpo e da mente, promovendo estados profundos de descanso e relaxamento”.

Evidência científica e humana

Estudos mostram que o yoga terapêutico contribui para a redução dos níveis de cortisol — a hormona do stress — e melhora a regulação emocional, promovendo o equilíbrio do sistema nervoso e aliviando sintomas como ansiedade, insónia e tensão muscular. A Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental reconhece o valor destas abordagens complementares, sobretudo em contextos de maior vulnerabilidade psicossocial.

O impacto não se limita a indicadores clínicos, mas também se traduz em experiências pessoais marcantes. “Mesmo que não haja partilha verbal, há uma cumplicidade que se gera em grupo. Num espaço sem comparação nem julgamento, trabalha-se a aceitação de si e do outro”, sublinha Dora Matias.

Entre os participantes nesta sessão, Mariana — estudante e integrante do grupo de teatro terapêutico W+ — partilhou o impacto positivo desta experiência, explicando que a ajuda a conhecer melhor o corpo, a libertar tensões e que a participação em ambos os projetos tem contribuído para melhorias na sua vida pessoal, escolar e artística.

Neste Dia Mundial da Saúde Mental, a Santa Casa reafirma o seu compromisso com respostas inovadoras, integradoras e humanizadas que colocam as pessoas no centro do cuidado. O Respirar Fundo mostra como pequenas pausas conscientes podem ter grandes efeitos — ajudando corpo e mente a reencontrarem o equilíbrio essencial para uma vida mais plena.

Unidade W+

A Unidade W+, em funcionamento desde 2003, é uma resposta de saúde que presta apoio psicológico e psicoterapêutico a pessoas em situação de risco e vulnerabilidade psicológica, em ambulatório ou na comunidade, apostando na prevenção de comportamentos de risco e na promoção de estilos de vida saudáveis dos seus principais públicos-alvo.

Para o efeito utiliza uma série de metodologias mais formais (ex.: consultas assistenciais), mas também se socorre de dinâmicas e mediadores artísticos para potenciar a adesão de utentes menos aderentes ou verbais.

Através de uma intervenção interdisciplinar, a Unidade W+ promove a adesão em saúde da população-alvo, recorrendo a respostas inovadoras feitas à medida das necessidades de cada pessoa. Tendo como filosofia transversal a adaptação contínua às diferentes etapas do ciclo de vida da pessoa, organiza-se para dar respostas em saúde mental a crianças, adolescentes e adultos.

Contactos:

Rua Duque de Palmela, 2, 3 – 7º andar
1250-098 Lisboa

213 180 380
unidade.wmais@scml.pt

Saúde mental. O trabalho das ERPI e Centros de Dia da Santa Casa junto das pessoas idosas

“A pandemia veio fazer com que as pessoas percebessem que a nossa saúde não é só física”. A frase é da psicóloga clínica e da saúde do Centro de Dia e Residência Quinta das Flores, Susana Catarino, para quem é impossível falar em saúde sem falar em saúde mental. No caso de Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI) da Santa Casa como o Centro de Dia e Residência Quinta das Flores, a expressão “mente sã em corpo são” ganha especial importância. As pessoas mais velhas necessitam que esta, “que é a casa delas”, tenha um olhar que proporcione esse cuidado, “de modo a potenciar o que de melhor elas têm”, explica Susana Catarino.

Apesar da pandemia ter trazido o tema da saúde mental para a opinião pública, a verdade é que na Santa Casa a preocupação com esta temática é antiga. Exemplo disso é a aposta em equipas multidisciplinares onde a psicologia está presente. No âmbito do trabalho de equipa (permanente e de apoio) realizado, são planeadas atividades dinamizadas por vários elementos da equipa, que têm como principais objetivos a ocupação, a promoção do bem-estar e a prevenção do declínio cognitivo. No caso do psicólogo, este pode ainda prestar um apoio mais individualizado face a uma necessidade de estabilização, quer ao utente, quer ao seu agregado familiar.

O Centro de Dia e Residência Quinta das Flores é o reflexo de tantos outros equipamentos da Misericórdia de Lisboa. Aqui, a promoção da saúde mental faz-se de atividades diárias com os utentes, oficinas de estimulação cognitiva, passeios, salas de snoezelen e contacto com familiares. Trata-se de uma intervenção multidisciplinar, onde os diferentes saberes dialogam e se conectam de modo a enriquecer o serviço que é prestado.

A generalidade dos equipamentos e serviços da Santa Casa conta com o apoio de um ou mais psicólogos, que prestam apoio na área da saúde mental. A cultura organizacional da instituição é, para Susana Catarino, um fator muito importante neste apoio prestado aos utentes, pois está, “cada vez mais, focada nesta questão da saúde mental”.

“A doença não define uma pessoa. Temos de ter um olhar comum capaz de dignificar e de potenciar o melhor do ser humano. Isso faz com que, cada vez mais, possamos fazer com que as ERPI sejam lugares de vida e que não sejam vistas como o fim de alguma coisa”

Encontrar sentido na arte

A promoção da saúde mental nos equipamentos da Misericórdia de Lisboa verifica-se também nas diversas atividades que vão surgindo. É o caso do projeto “Oficinas do Eu” (dinamizado em alguns centros de dia da Santa Casa), onde a utilização da arte terapia em pessoas mais velhas tem permitido resultados muito positivos, nomeadamente ao nível da estabilização emocional.

No Centro de Dia e Residência Quinta das Flores, Carlos Manuel Peraltinha é o exemplo máximo de que a arte pode salvar. Susana Catarino recorda Carlos como “um senhor que aqui realizou um dos seus sonhos”. Trata-se de um utente que tinha o sonho de escrever um livro e conseguiu fazê-lo através do Centro Editorial da Santa Casa. O livro, que surgiu na altura da pandemia, é feito de poemas.

“Fiz algumas sessões de arte terapia com ele e, em conjunto, foram surgindo imagens que estão neste livro. Fui-me apercebendo, durante as consultas, que o facto de este senhor gostar muito de escrita, de ter um lado criativo apurado, ia permitir que ele se organizasse”, explica.

A escrita foi ganhando lugar. Carlos foi organizando as coisas de tal forma que chegou a dizer: “Doutora, gostava de colocar estes poemas em livro”. E assim foi. “Poesias: Primavera de Abril” é uma obra que demonstra que a criatividade e o dar espaço aos utentes para resgatarem as essências, mesmo numa altura de restrições impostas pela Covid-19, às vezes salva ou, pelo menos, potencia a saúde.

“Perante adversidades e barreiras existem coisas que podem salvar-nos. Temos aqui exemplos disso, de pessoas que encontraram na escrita, na música ou até na jardinagem sentidos existenciais”, frisa a psicóloga.

 

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde

Unidades da rede nacional

Unidades que integram a rede de cobertura de equipamentos da Santa Casa na cidade de Lisboa

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Locais únicos e diferenciados de épocas e tipologias muito variadas

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas

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