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Reabertura dos centros de dia: “Estava deserta para vir para cá”

A pandemia chegou e com ela trouxe o confinamento, o distanciamento físico, a crise económica e a incerteza no futuro. A população idosa foi das que mais sofreu com a separação física e o isolamento. Mais dependentes, com problemas de saúde e/ou mobilidade, muitos ficaram limitados à sua própria casa. Os planos foram adiados, mas os sonhos não. Conheça os três utentes da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa que todos os dias ansiavam em voltar ao seu centro de dia… para partilhar a vida!

Riqueza é ter com quem contar. É partilhar a vida!

Aurélia Ricardo, de 94 anos, foi uma mulher dos sete ofícios: serviu, limpou, trabalhou em casa de famílias e foi cozinheira. Quando era jovem, veio para Lisboa à procura de uma vida melhor, como era frequente na altura. Conquistou a vida a pulso e com um sorriso no rosto. Teve um casamento “feliz” com cerca de 50 anos. “Fui muito feliz. Vivíamos um para o outro. O amor era só para nós”.

Apesar de contar mais de nove décadas, a utente do Centro de Dia do Centro Comunitário do Bairro da Flamenga mantém um espírito jovem e uma atitude positiva invejável. Frequenta o Centro de Dia da Santa Casa há quatro anos. “Sentia-me só. O meu marido tinha morrido há pouco tempo. As pessoas falavam-me bem do centro e resolvi experimentar. Fez-me bem vir para cá. O convívio é bom, faz-nos bem. É uma terapia”, salienta.

Idosa a falar com outra idosa

A nonagenária expressa-se com facilidade, não escondendo o que sente. “O amor é cada vez mais raro. As amizades já não são o que eram. Por essa razão, respeito tanto aquilo que o centro de dia me proporciona”, observa.

Os centros de dia fecharam durante o confinamento, algo que deixou os idosos sem o seu habitual espaço de convívio, atividades e partilha. “Foi difícil estar sozinha, deixei de ter as minhas amigas, mas habituei-me, que remédio!”.

“As saudades eram mais do que muitas”. Foram muitos dias sem o convívio, as colegas e as atividades do equipamento da Santa Casa. Mas um dia, as portas de centro voltaram a abrir. “Estava deserta para vir para cá. É a minha segunda casa, sinto-me feliz aqui”, desabafa, entre sorrisos.

Arminda Pereira, 83 anos, também encontrou no centro de dia uma segunda casa, amigos e uma razão para continuar. “Precisava de apoio, não tinha ninguém para me ajudar. Os meus filhos estão no estrangeiro”, explica.

Deixou Angola após o 25 de Abril com o marido, dois filhos e a roupa no corpo. Nunca deixou de batalhar, mas a morte do marido e o facto de estar numa cadeira de rodas foram um duro golpe. Este espaço é quase tudo para Arminda. É onde passa o tempo, convive, joga, faz atividades e passeios. É o seu mundo!

Idosaa no centro de dia

Arminda não recebeu bem a notícia do encerramento dos centros de dia. “Foi tão mau. Eu chorei tanto. O confinamento foi horrível. Eu deixei de ter vida. Já viu o que é um idoso – sem poder andar -, estar fechado em casa?”, questiona. “A minha sorte foi o centro enviar uma funcionária todas as semanas para eu fazer um passeio higiénico”, recorda. “Recebi a notícia da reabertura com muita alegria. Este lugar é um céu aberto, uma segunda família”, confessa.

Após alguns problemas de saúde, Cezar Freire, 62 anos, começou a frequentar o Centro de Dia do Centro Comunitário do Bairro da Flamenga para estar mais ocupado. Tomava conta do café que está nas instalações do equipamento da Misericórdia de Lisboa. Sentia-se valorizado, promovia a sua autoestima e participava em várias atividades. “O café era a minha forma de estar ocupado, ajudava as funcionárias e sentia-me bem”, recorda.

idoso a fazer trabalhos manuais

Embora seja o mais novo, o ex-empregado de comércio é dos utentes mais antigos do equipamento da Santa Casa, e também não tem boas recordações do confinamento. “No princípio custou-me muito. Fiquei isolado”, revela. Como a maioria destes utentes vivem sozinhos, a vida deixou de ser partilhada e instalou-se a tristeza. “O que vou eu fazer um dia inteiro em casa?”, perguntava, sem ter a resposta.

Já em abril, os centros de dia da Misericórdia de Lisboa retomaram as atividades de apoio social, ainda que com limitações. Algo que deixou o lisboeta feliz. “Eu precisava de voltar a ver estas caras, mesmo com máscaras”, disse, sorridente.

Esmeralda Maria Correia Saragoça, 55 anos, diretora do Centro Social Comunitário do Bairro da Flamenga, sublinha que o confinamento teve um “impacto fortíssimo” na vida dos idosos e das instituições. “Foi complicado para nós”, admite, mas a resposta da Santa Casa ganhou nova dinâmica, valorizou-se e soube adaptar-se aos novos tempos.

Diretora C.C. Bairro da Flamenga

“Estes espaços são importantes, porque são locais de socialização e de relação, e isso é significativo para as pessoas. A relação é aquilo que dá sentido à vida. O encerramento forçou-nos a uma reorganização, fomos criativos, não deixámos de estar próximos e procurámos assegurar acompanhamento e apoio a todos os utentes”, explica.

Num tempo marcado por mudanças, Esmeralda sublinha que os utentes passaram “a valorizar e olhar o Centro de Dia de outra forma. Muito mais do que garantir as necessidades básicas do seu dia a dia, reconheceram uma «casa» que acolhe e se preocupa com todos os que «abriga»”, salienta.

Uma comunidade, uma casa

O Centro Comunitário do Bairro da Flamenga da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa é uma estrutura comunitária onde são desenvolvidos serviços e atividades que visam a prevenção de problemáticas sociais e a promoção de um projeto de desenvolvimento local.

O equipamento conta com as respostas sociais de Creche e Animação Socioeducativa (ASE). No apoio a idosos integra a resposta de Centro de dia /Espaço InterAge. Na área da Família e Comunidade, responde ao serviço de Apoio Comunitário a Indivíduos e Famílias em situação de Exclusão Social e Espaço de Inclusão Digital.

“Não Caia Nisso”: campanha alerta para a prevenção de quedas dos idosos

Pelo quinto ano consecutivo, a campanha “Não Caia Nisso” regressa para alertar e informar a população portuguesa para as causas das quedas nos idosos, os riscos de fratura, a necessidade de cuidados, assim como para a perda de autonomia e da qualidade de vida que, muitas vezes, podem levar à imobilidade total.

Segundo dados revelados pela SPOT, 75% da população portuguesa acima dos 65 anos tem mais probabilidades de cair e o osso mais afetado é o colo do fémur, seguido dos pulsos, costelas e coluna. Os indicadores revelam, ainda, que 30% dos idosos já caiu pelo menos uma vez, e 28% das mortes entre pessoas seniores deveram-se a quedas.

Carlos Evangelista, médico do Hospital Ortopédico de Sant’Ana (HOSA) e coordenador do Grupo de Estudo de Ortopedia Geriátrica (GEOGER) da SPOT, sublinha que a campanha “Não Caia Nisso” pretende ser uma chamada de atenção para os riscos que podem ser evitados e que ocorrem, geralmente, em casa. “Evitar uma queda significa prolongar a vida e a qualidade da mesma. Queremos chamar a atenção da sociedade, particularmente das pessoas de idade, sobre a problemática da queda e de todos os problemas que daí advêm”.

Prevenir ainda é o melhor remédio

O especialista alerta para a importância da prevenção, enumerando alguns comportamentos de forma a evitar este tipo de quedas: “ter uns tapetes que sejam antiaderentes e que protejam da queda, ter o telefone sempre por perto, ter luzes de presença noturnas para não andar no escuro e ter a preocupação sobre o que podemos comer ou não”, são alguns comportamentos aconselhados, não esquecendo “privilegiar uma melhor saúde. O exercício físico é fundamental para a pessoa manter o seu tónus muscular e o equilíbrio, tal como ter alguma atividade mental e interesse pela vida”.

O médico explica ainda que “a grande problemática das quedas está em primeiro lugar relacionada com as fraturas do colo do fémur. Estas fraturas podem condicionar a qualidade de vida de um indivíduo, caso não sejam bem orientadas ou não realizadas num curto espaço de tempo. Uma fratura, particularmente num sénior e ao nível do colo do fémur, deve exigir uma equipa multidisciplinar, cirurgiões e anestesistas bem treinados que permitam cirurgias minimamente invasivas, rápidas, associadas a uma recuperação integrada e apoiada.”

Carlos Evangelista termina, defendendo que “prevenir será sempre mais saudável e menos dispendioso para todos. Modificar as mentalidades de toda uma sociedade virada para atuar sobre a doença e não na sua prevenção, será o grande desafio das sociedades médicas”.

Há 117 anos na vanguarda da ortopedia

O Hospital Ortopédico de Sant’Ana, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, é uma referência na área da ortopedia em Portugal. Respondendo a uma preocupação com o envelhecimento da população, dispõe, desde 2010, da primeira unidade de ortopedia geriátrica nacional, assegurando a prestação de respostas de saúde únicas e de excelência.

Consulte mais recomendações, aqui.

Tertúlias da Longevidade: Santa Casa debate impacto da pandemia na área do envelhecimento

Organizada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, no âmbito do programa “Lisboa Cidade de Todas as Idades”, a primeira sessão das “Tertúlias da Longevidade” decorreu esta quarta-feira, 30 de junho, num formato online, e foi dedicada ao tema “Serviços e apoios em tempos de pandemia: o que temos de novo, o que aprendemos e como nos vamos adaptar”.

Na sessão inaugural abordou-se o impacto da pandemia Covid-19, com enfoque nos serviços e apoios na área do envelhecimento e na forma como as organizações se estão a preparar para o futuro. Nela participaram 18 oradores – entre técnicos da Santa Casa, investigadores, responsáveis locais e outros especialistas na área da longevidade e do envelhecimento.

O encontro foi dividido em quatro salas: uma principal e três secundárias. No final, foram apresentadas as ideias-chave discutidas nas referidas salas.

Na sua intervenção, Sérgio Cintra, administrador da Ação Social da Santa Casa, começou por destacar o “impacto nuclear da pandemia nas instituições”, considerando que o combate à Covid-19 “é o maior desafio da nossa geração”.

Com a apresentação de um estudo sobre o impacto da pandemia na instituição, o administrador deu conta da transformação dos serviços e da atuação dos colaboradores da Misericórdia de Lisboa para enfrentar a crise. “A instituição teve que se adaptar e reorganizar. Aprendemos a valorizar mais a partilha de responsabilidades entre serviços e parceiros. Foi um momento de aprendizagem. Depois da crise, o essencial ficou mais presente, o tempo tem agora outro valor”, finalizou.

Na mesma linha, a professora Júlia Cardoso, do Centro de Investigação da Universidade Lusíada, concluiu que a crise “ensinou-nos a valorizar o trabalho em equipa, as práticas de intervenção integrada, articulada e em rede”.

Já Maria de Lourdes Quaresma, especialista na área do envelhecimento, considerou que “a pandemia foi um desafio, afetando-nos a todos. A angústia da nossa finitude desencadeou um processo de entreajuda e de partilha na comunidade. Houve um fortalecimento do sentimento de pertença. É uma das grandes conquistas desta crise”. A especialista sublinhou, ainda, que a pandemia potenciou uma maior proximidade, valorização dos laços sociais, partilha de responsabilidade, reaproximação das famílias às instituições e uma maior utilização das novas tecnologias.

Mário Rui André, diretor da Unidade de Missão do programa “Lisboa, Cidade de Todas as Idades”, sublinhou que as “Tertúlias da Longevidade” são um espaço para “trocar ideias, experiências, debater, reforçar as relações entre organizações e para dar voz aos cidadãos”, pretendendo “ser um instrumento ao serviço da cidade”.

Nas três salas, os oradores destacaram a importância das novas tecnologias, a gestão de recursos e da reorganização, o reajuste e adaptação das respostas, a proximidade, a criatividade e do apoio da comunidade e da rede social.

Desafios na intervenção e no contexto de trabalho

A pandemia de Covid-19 impactou significativamente com tudo o que se estava a desenvolver no âmbito da abordagem aos desafios do envelhecimento na cidade de Lisboa. Tanto as respostas mais tradicionais, como aquelas que se vinham adaptando aos novos desafios da longevidade se viram confrontadas com o imperativo de terem de responder às exigências da crise pandémica, alterando práticas, reforçando serviços ou criando respostas alternativas que conseguissem corresponder às necessidades dos mais velhos em contexto de confinamento.

É neste contexto que surge a ideia da criação das “Tertúlias da Longevidade”, como representação de um espaço único e comum a todos os parceiros da cidade de Lisboa e demais interessados, onde os mesmos podem partilhar e refletir sobre aspetos relacionados com o envelhecimento e a longevidade. A iniciativa regressa em outubro, com previsão de se realizar mensalmente.

InterAções: construir novos modelos para um envelhecimento ativo e saudável

Organizada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, no âmbito do programa “Lisboa Cidade de Todas as Idades”, a 3ª edição do simpósio InterAções contou com 86 oradores – entre académicos, investigadores, decisores, empreendedores e outros especialistas na área da longevidade e do envelhecimento – que, ao longo de cinco meses, debateram os desafios que se colocam à promoção de uma sociedade para todas as idades.

As 18 sessões temáticas realizadas online permitiram que os participantes defendessem diferentes pontos de vista e apresentassem soluções (algumas sujeitas a abordagens intersectoriais, multidisciplinares e integradas) adaptadas à realidade dos territórios.

No total das sessões, a 3ª edição do InterAções chegou a mais de 1600 pessoas (incluindo participantes ativos e espetadores), provenientes de norte a sul do país, do Brasil e de vários países europeus.

Na última sessão do simpósio, que decorreu esta quarta-feira, 19 de maio, o debate centrou-se no Livro Verde Para o Envelhecimento e no impulso que este pretende dar ao aprofundamento da reflexão e discussão, tendo em conta a especificidade de cada Estado-membro da União Europeia.

A sessão contou com a participação de Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Petra Goran, da Secretaria Geral da Comissão Europeia, Alfonso Montero, European Social Network, Edmundo Martinho, provedor da Misericórdia de Lisboa, e Sérgio Cintra, administrador da Ação Social da instituição.

Na sessão de encerramento da terceira edição do Simpósio InterAções, Ana Mendes Godinho começou por elogiar a iniciativa da Santa Casa, defendendo que “o envelhecimento não é mais do que a nossa vida! E, por isso, é importante o envolvimento de todos na construção de uma estratégia de intervenção para a promoção da nossa vida, do envelhecimento ativo e saudável para todos nós”.

Já Edmundo Martinho destacou o debate e o envolvimento de todos como um instrumento valioso na procura de soluções para as questões do envelhecimento e da longevidade na sociedade. “Precisamos de refletir, mas precisamos, sobretudo, que as nossas práticas acompanhem as exigências destes tempos novos, assegurando que os processos do envelhecimento e da longevidade dos cidadãos se desenvolvem em harmonia com o respeito pleno e integral dos direitos humanos”.

Por outro lado, Sérgio Cintra fez um “balanço extremamente positivo” da iniciativa, sublinhando “o amplo debate, a aproximação e envolvimento de parceiros, com vista à melhoria das políticas, a alteração de modelos e das práticas que se têm revelado cada vez mais esgotadas e que pouco ou nada estão adequadas àquilo que as pessoas querem viver na sua velhice”.

3ª edição do InterAções: o balanço

Em entrevista, Mário Rui André, diretor da Unidade de Missão do programa “Lisboa, Cidade de Todas as Idades”, salienta os desafios que a longevidade coloca à sociedade atual, destaca a importância de reflexão sobre novos modelos de assistência na terceira idade e faz, ainda, um balanço “muito positivo” da iniciativa.

Quais são os grandes desafios de uma sociedade para todas as idades e que temas foram abordados na 3ª edição do InterAções?

Sob o grande chapéu do envelhecimento e longevidade, foram abordados vários temas ao longo das sessões, os quais evidenciaram a complexidade e o enorme potencial de atuação que toda a sociedade tem em mãos para fazer face a este fenómeno global. Desde os aspetos relacionados com as representações sociais da velhice e dos estereótipos idadistas, aos processos de transição para a reforma e necessária adequação das organizações a novos modelos de trabalho, passando pelos desafios associados ao envelhecimento na comunidade (aging in place) na era do digital, até à relação entre o social e a saúde.

A habitação e o espaço público são componentes fundamentais para a inclusão social e devem constituir-se, cada vez mais, como uma alavanca de dinâmicas facilitadoras da permanência da pessoa no seu meio natural de vida, bem como da transição do hospital para a comunidade, com impacto nas políticas relativas à continuidade dos cuidados.

De facto, a pandemia de Covid-19 veio evidenciar que a grande maioria das casas não estão adaptadas ao ciclo de vida. Urge, assim, olhar a habitação como o local onde as pessoas querem viver o maior tempo possível das suas vidas, nas diversas circunstâncias existenciais, onde possam manter laços de interação com o espaço público, os seus direitos de participação e cidadania e receber cuidados de qualidade.

A continuidade dos cuidados ajustados ao paradigma do envelhecimento na comunidade constitui-se como um outro grande desafio. E só é possível com uma gestão eficiente de recursos, tendo por base sistemas de informação integrados, organizações locais resilientes e capazes de realizar mudanças adaptadas às novas exigências, com profissionais qualificados e com uma maior integração e coordenação intersetorial dos níveis de prestação de cuidados sociais e de saúde.

Também o papel dos cuidadores informais na prestação e no planeamento de cuidados de qualidade em contexto domiciliário se revela fundamental, já que na Europa asseguram cerca de 60% dos cuidados prestados aos mais velhos em casa e contribuem, de forma muito significativa, para o controlo de custos dos sistemas de saúde.

A aproximação cada vez maior das pessoas ao contexto sociocomunitário onde vivem, um dos desígnios do aging in place, será tanto mais efetiva quanto maior for a capacidade de inovar, investir e adequar as respostas sociais de proximidade, para que estas se constituam como verdadeiros dinamizadores das relações intergeracionais, da participação e cidadania. Este é mais um desafio para a concretização de uma sociedade para todas as idades.

Que balanço faz desta 3ª edição?

O balanço final deste evento é muito positivo, já que permitiu não só identificar os principais desafios decorrentes do fenómeno da longevidade com que nos deparamos, como também trazer à discussão estratégias, opções e oportunidades de atuação.

O programa “Lisboa, Cidade de Todas as Idades” contribuiu, assim, para abrir um amplo debate, envolver e aproximar parceiros e impulsionar o aprofundamento da reflexão e discussão neste domínio, com vista à melhoria das políticas e da alteração dos modelos e práticas que se têm revelado cada vez mais esgotados e pouco ou nada adequados ao que as pessoas querem para viver a sua velhice.

É de salientar que do total de participantes no simpósio, 16% são colaboradores da Santa Casa, o que permitiu enriquecer os seus conhecimentos na área e potenciar as suas práticas profissionais. Assim, e a um nível interno, o debate que resultou destas sessões vem contribuir para a sustentação daquilo em que a instituição tem vindo a apostar, reforçando a necessidade de continuar a refletir e a adequar a intervenção às reais necessidades e expetativas das pessoas.

As sessões da 3ª edição do InterAções encontram-se disponíveis, para visualização, na página dedicada ao simpósio, aqui.

Valorizar os mais velhos e o seu papel na sociedade

A primeira sessão online do InteraAções aconteceu esta quarta-feira, 20 de janeiro, e foi subordinada ao tema “Cidades Amigas de Todas as Idades: uma perspetiva de ciclo de vida”. O evento visou proporcionar a partilha de conhecimentos e expetativas relativamente a questões relacionadas com a longevidade e a melhoria da qualidade de vida das pessoas mais velhas.

Organizado pela Unidade de Missão para o programa “Lisboa, Cidade de Todas as Idades” da Misericórdia de Lisboa, a edição de 2020 do InterAções contou com dois convidados internacionais: Alexandre Kalache, médico e gerontólogo, responsável pelo Centro Internacional de Longevidade Brasil, e Costanzo Ranci, professor catedrático de Sociologia Económica no Politécnico de Milão. A representar a Santa Casa, participaram nesta primeira sessão: Edmundo Martinho, provedor; Sérgio Cintra, administrador de Ação Social, e Maria da Luz Cabral, coordenadora do Grupo de Trabalho sobre Políticas Públicas na Longevidade. O evento foi moderado por Mário Rui André, responsável pela Unidade de Missão da instituição.

No início da sua intervenção, Edmundo Martinho, dirigiu-se a todos os decisores políticos, destacando que “a longevidade deve incorporar todos os domínios das políticas públicas. Este é um fenómeno que não pode ser pensado de forma fragmentada, é necessário uma união entre o poder político e a sociedade “.

Para o provedor, as pessoas têm o dever de se mobilizarem para “tornar as cidades amigas de todas as idades”, destacando que o envelhecimento é um processo que deve ser vivido de uma forma saudável e que “a idade não pode ser um fator de exclusão”.

Edmundo Martinho, salientou, ainda, que a pandemia provocada pelo novo coronavírus está a “expor as fragilidades” que a população mais velha atravessa diariamente, sendo, por isso, necessário encontrar “respostas integradas entre todos para encontrar soluções, de maneira a que ninguém fique para trás”.

Uma ideia igualmente defendida pelo responsável pelo Centro Internacional de Longevidade Brasil, Alexandre Kalache, que na sua intervenção frisou que “assistimos a uma revolução da longevidade. Os paradigmas são constantemente alterados. Vive-se cada vez mais”. É, por isso, muito importante que as cidades estejam preparadas para “a maratona que é a longevidade”. Uma preparação que deve acontecer desde muito cedo, na faixa dos 20 ou 30 anos, defende ainda o médico e gerontólogo.

Para Alexandre Kalache, a pandemia deve “ser um sinal de alarme” e todos os países devem “adotar planos que protejam as pessoas mais velhas e mais carenciadas”. “Nenhum país pode ser considerado civilizado se não proteger os mais frágeis”, concluiu o antigo diretor do Programa de Envelhecimento da Organização Mundial de Saúde.

Já Costanzo Ranci, professor no Politécnico de Milão, debruçou-se sobre o caso de Itália, referindo que o setor social no país não estava preparado para a catástrofe da Covid-19. Reforçou ser necessário um “forte investimento nas políticas sociais”, para que o cenário de março e abril de 2020 não se repita.

Por sua vez, Maria da Luz Cabral fez questão de salientar que só com a “participação das várias áreas setoriais” é possível elaborar uma estratégia nacional de longevidade com efeitos práticos. Analisando cenários futuros, a coordenadora do Grupo de Trabalho sobre Políticas Públicas na Longevidade da Santa Casa lembrou ainda a importância de garantir que a população se mantenha “ativa no processo de envelhecimento e cada vez mais independente, autónoma e saudável”.

A encerrar os trabalhos da primeira sessão do InterAções, Sérgio Cintra, frisou que “a longevidade é hoje encarada de uma maneira diferente”. O administrador da Ação Social concluiu que “é necessário garantir que as pessoas possam viver mais anos em qualidade, prolongando a sua autonomia e independência”.

Se não teve oportunidade de assistir à primeira sessão do InterAções, a mesma pode ser visualizada no vídeo em baixo.

Não perca a próxima sessão online, subordinada ao tema “Portugal Mais Velho: Desafios da Longevidade & Envelhecimento”, que decorre na próxima quarta-feira, 27 de janeiro, às 14h30.

InterAções: quais os desafios de uma sociedade para todas as idades?

Subordinado ao tema “Uma Sociedade para Todas as Idades”, o simpósio InterAções tem um novo formato. Este ano, o evento apresenta-se sob a forma de sessões temáticas, que decorrem via streaming. Apesar de não poder contar com a habitual presença de participantes, esta edição ganha em escala e número de temas abordados.

Organizado pela Unidade de Missão para o programa “Lisboa, Cidade de Todas as Idades” da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, o InterAções reúne, ao longo de 16 sessões temáticas, um conjunto de académicos, investigadores, decisores, empreendedores e outros especialistas na área da longevidade e do envelhecimento, com a finalidade de debater os desafios que se colocam à promoção de uma sociedade para todas as idades.

 

As sessões temáticas irão contar com reconhecidos especialistas nacionais e estrangeiros, que irão debater soluções para os desafios que se colocam perante a afirmação de uma sociedade para todas as idades, mais justa, coesa e solidária.

A sessão inaugural acontece já no próximo dia 20 de janeiro, às 14h30, e será subordinada ao tema “Cidades Amigas de Todas as Idades: uma perspetiva de ciclo de vida”. Neste fórum, será abordado o tema das cidades amigas das pessoas mais velhas, enquadrando o envelhecimento numa perspetiva de ciclo de vida.

A primeira das 16 sessões temáticas previstas contará com as participações de Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil; Constanzo Ranci, professor de Sociologia Económica do Politécnico de Milão; Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa; e Sérgio Cintra, administrador da Ação Social da Santa Casa, entre outros oradores.

Para saber mais sobre as sessões temáticas da edição de 2021 do InterAções, consulte a página dedicada ao evento, aqui.

Interações 2021

Desafios do envelhecimento. Grupo de Trabalho europeu quer encontrar soluções

Discutir políticas que contribuam para um envelhecimento ativo, partilha de experiências entre diferentes países e criação de sinergias que permitam desenvolver um trabalho mais adequado na área do envelhecimento. Estes são três dos principais objetivos do Grupo de Trabalho Permanente sobre o Envelhecimento, da Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa (UNECE, na sigla inglesa), que é presidido pelo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, desde 2017.

O Grupo de Trabalho sobre Envelhecimento da UNECE é uma organização intergovernamental, criada em 2008, que se reúne anualmente no mês de novembro, em Genebra, na Suíça. Na reunião deste ano, que decorreu nos dias 19 e 20, por videoconferência, destaque para a passagem a “Grupo Permanente” (Standing Working Group on Ageing, em inglês), uma alteração celebrada por todos os seus constituintes, que assumem agora um papel ainda mais preponderante e de maior responsabilidade na procura de soluções para um envelhecimento com qualidade.

Durante a reunião de trabalhos, conduzida por Edmundo Martinho, as partes envolvidas discutiram os resultados dos eventos relacionados com envelhecimento, que decorreram durante o ano 2020, e as novas iniciativas internacionais na área do envelhecimento tendo em vista a agenda 2030 da ONU, constituída por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O grupo foi ainda convidado a debater as oportunidades de lançamento e disseminação das diretrizes para o “envelhecimento predominante” durante a próxima presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, que acontece entre 1 de janeiro e 30 de junho de 2021.

Da reunião resultou ainda a decisão de que o Grupo de Trabalho Permanente sobre o envelhecimento atuará como comissão preparatória da próxima Conferência Ministerial da UNECE, agendada para maio de 2022, em Itália.

Recorde-se que, em 2017, Lisboa foi a cidade anfitriã da 4ª edição desta conferência, subordinada ao tema “Uma sociedade sustentável para todas as idades: realizando o potencial de uma vida mais longa”, que juntou investigadores e organizações não-governamentais de todo o mundo para propor estratégias de encorajamento ao envelhecimento ativo. Da conferência resultou a Declaração de Lisboa 2017, que inclui as linhas orientadoras de atuação dos Estados-membros da UNECE até 2022.

Edmundo-Martinho-reeleito-para-presidente-de-Grupo-de-Trabalho-europeu

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa acabaria por ser nomeado presidente do Grupo de Trabalho, em novembro desse ano, título que foi renovado em 2019.

UNECE: há 73 anos a promover a cooperação económica

A Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa (UNECE) foi criada em 1947. É uma entre cinco comissões regionais das Nações Unidas. As outras são: Comissão Económica para África, a Comissão Social e Económica para a Ásia e o Pacífico, a Comissão Económica para a América Latina e Caraíbas e a Comissão Económica e Social para a Ásia Ocidental.

O objetivo da UNECE passa por promover a cooperação económica entre os 56 Estados Membros -da Europa, América do Norte e Ásia- que a compõem. Todos os membros das Nações Unidas podem contribuir para o trabalho da UNECE.

Santa Casa volta a premiar trabalho com idosos

A Misericórdia de Lisboa anunciou, este sábado, 25 de julho, os vencedores da edição de 2020 dos Prémios Nunes Correa Verdades de Faria, que enaltecem o trabalho e investigação desenvolvido em três áreas: cuidado a idosos, progresso na medicina geriátrica e tratamento das doenças do coração deste público. O júri decidiu, ainda, atribuir, três menções honrosas.

A Irmã Ângela Fernández López foi distinguida na área A “Cuidado e Carinho Dispensados aos Idosos Desprotegidos”. Ligada ao Instituto das Franciscanas Missionárias de Maria, iniciou a sua missão, em 1974, no extinto bairro da Curraleira, em Lisboa, onde implementou um projeto, com as restantes entidades da freguesia, com os idosos mais carenciados do bairro, de maneira a sinalizar rapidamente os casos mais graves de carência económica e familiar. A distinção entregue este sábado traduz o reconhecimento público do mérito e da dedicação demonstrados ao longo da sua vida.

Na área B “Progresso da Medicina na sua Aplicação às Pessoas Idosas”, o premiado foi Carlos Alberto Almeida Valério, Mesário da Santa Casa da Misericórdia de Braga, especialista em Medicina Geral e Familiar. Participou na caracterização da sua comunidade, população do Centro de Saúde de Braga, em diversos programas de intervenção, com especial atenção às questões da saúde e do social envolvendo os mais necessitados, vulneráveis e de risco.

Vítor Manuel Machado Gil recebeu o prémio na área C “Progresso no Tratamento das Doenças do Coração”. Eleito Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia para o biénio 2019-2021, é ainda membro da direção do Instituto do Coração desde 2003 e coordenador do Departamento Cardiovascular do Hospital Lusíadas desde 2008. Na linha da investigação foi investigador principal de vários ensaios clínicos multicêntricos e participou em centenas de palestras científicas nacionais e internacionais, tendo sido galardoado com 8 prémios.

À semelhança das edições anteriores dos Prémios Nunes Correa Verdades de Faria, foram ainda atribuídas três menções honrosas, nomeadamente às áreas A e B.

Na área A “Cuidado e Carinho Dispensado aos Idosos Desprotegidos”, o júri distinguiu a Casa do Povo de Abrunheira pela qualidade do serviço que presta nas suas três Estruturas Residências Para Idosos, igualmente reconhecido pela equipa de Gerontopsiquiatria dos hospitais da Universidade de Coimbra como a melhor Instituição a trabalhar com a doença de Alzheimer e doenças equiparadas neste distrito. Também nesta área, o júri decidiu homenagear a Congregação das Irmãs Concepcionistas pelo serviço prestado aos mais desfavorecidos.

Por outro lado, na área B “Processo da Medicina na sua Aplicação às pessoas idosas” o júri reconheceu o trabalho realizado por Miguel Julião, doutorado em cuidados paliativos, que, desde 2006, tem-se dedicado a um percurso da investigação para que pessoas em sofrimento possam ver melhorada a sua condição geral de vida.

Sobre os Prémios Nunes Correa Verdades de Faria

Criados em 1987, estes galardões cumprem a vontade expressa em testamento por Enrique Mantero Belard, reconhecido como um dos últimos grandes beneméritos portugueses.

Enrique Mantero Belard morreu em 1974 e no seu testamento deixou à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa uma parte significativa dos seus bens, mediante a condição de esta instituição atribuir três prémios pecuniários anuais distintos destinados a galardoar os indivíduos que mais se tenham distinguido nos cuidados a idosos.

Este benemérito deixou também a residência Faria Mantero à Misericórdia de Lisboa, para ser utilizada como lar ou casa de repouso para pessoas idosas de mérito e necessitadas.

Os paradigmas do envelhecimento em debate

Realizou-se no Fórum Lisboa, esta quarta-feira, 20 de maio, a sessão de debate, subordinada ao tema “Cidadania no envelhecimento”. Uma iniciativa do Tribunal da Relação de Lisboa que contou com a participação do provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho.

O ciclo de debates foi organizado em três painéis versando temas como “Seguro de Vida”; “OS caminhos normativos da proteção do envelhecimento”; e “A proximidade: Solidariedade em ação”.

Na sessão de abertura Edmundo Martinho elogiou o Tribunal pela iniciativa, lembrando a importância de ações como esta para a partilha de conhecimentos e práticas dos atores sociais envolvidos na promoção do diálogo em torno das questões do envelhecimento ativo e inclusivo.

O provedor destacou ainda o contributo e as várias propostas que a Santa Casa tem vindo a desenvolver para tornar Lisboa uma cidade mais inclusiva e geradora de oportunidades para todos, como é exemplo a iniciativa conjunta com a autarquia local: “Lisboa – cidade de todas as idades”.

Realizar o potencial do envelhecimento ativo

A Declaração de Lisboa “Uma Sociedade sustentável para Todas as Idades: Realizar o potencial de viver mais tempo” sublinha o envelhecimento ativo como tema transversal na implementação da Agenda 2030 para Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

Realizou-se em Nova Iorque a 56ª sessão da Comissão de Desenvolvimento Social das Nações Unidas. Um dos pontos da agenda foram as conclusões da avaliação regional que saíram da Conferência da UNECE (Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa), que decorreu em setembro de 2017 e onde foi assinada a Declaração de Lisboa.

O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José António Vieira da Silva, defendeu perante os países-membros das Nações Unidas a Declaração de Lisboa. Na sua intervenção, o ministro defendeu que a Agenda 2030 para Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e o Plano de Ação de Madrid sobre o Envelhecimento (MIPAA) se complementam.

“A economia está a mudar rapidamente e novos riscos estão a surgir. São necessárias novas respostas, respostas que têm de ter em conta uma nova abordagem sobre o envelhecimento. É imperioso mudar a forma como olhamos para o envelhecimento, dissipando estereótipos e atitudes tanto na sociedade como nas empresas e nas organizações. O envelhecimento da população não pode ser visto como um fardo para a sociedade. Pelo contrário, temos de reconhecer o seu potencial para o crescimento da economia e para uma sociedade inclusiva. E este desafio está ainda longe de ser reconhecido e posto em prática”, afirmou o ministro.

A região da UNECE está a assistir ao envelhecimento da sua população mais cedo do que outras regiões, o que é encarado pelos países-membros como um desafio, bem como uma oportunidade. No ano passado, em Lisboa, os membros da UNECE reafirmaram o seu compromisso de realizar o potencial do envelhecimento ativo através da implementação do MIPAA, reforçando essa intenção com a assinatura da Declaração de Lisboa.

Da 56ª sessão da Comissão de Desenvolvimento Social das Nações Unidas saiu uma orientação para que os países-membros, designadamente através das suas comissões regionais, fortaleçam a implementação do MIPAA, usando esse plano como uma ferramenta para a inclusão das pessoas idosas e para alcançar os objetivos da Agenda 2030.

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, preside ao Grupo de Trabalho sobre envelhecimento da UNECE, que celebra o seu 10º aniversário em 2018. Este grupo é o organismo responsável por apoiar as recomendações da Comissão na região da UNECE.

O Grupo de Trabalho sobre Envelhecimento é uma organização intergovernamental, que visa contribuir para a implementação dos compromissos assumidos pelos Estados Membros, orientar o trabalho da UNECE no terreno na área do Envelhecimento, promover a cooperação internacional, partilha de experiências e discussão de políticas de Envelhecimento, consciencializar para as consequências do Envelhecimento na região da UNECE e criar sinergias dentro e fora da Comissão.

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde e cuidados de saúde ao domicílio

Unidades da rede nacional

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas