Em parceria com o Museu de Santo António – EGEAC e a Unidade de Animação Socioeducativa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), esta exposição promete deslumbrar visitantes de todas as idades.
De 19 de julho a 16 de agosto, das 9h30 às 17h30, o Espaço Santa Casa tem as portas abertas para apresentar os maravilhosos Tronos de Santo António. Este ano, 41 equipamentos da SCML participaram entusiasticamente neste desafio anual, mostrando um trabalho de criatividade e devoção.
Os visitantes poderão admirar tronos elaborados e adornados com uma mistura de inovação e tradição, refletindo a rica herança cultural de Lisboa. A exposição não só mantém viva a tradição dos tronos, mas também celebra a criatividade e o espírito comunitário de todos os participantes.
Não perca a oportunidade de vivenciar a devoção e a arte dos Tronos de Santo António. Visite a exposição e deixe-se envolver pela magia e pela história que cada trono conta.
Foi na última sexta-feira que a exposição “E Depois de Abril” foi inaugurada no Espaço Santa Casa, numa iniciativa conjunta da Câmara Municipal da capital e da Misericórdia de Lisboa.
Através de uma combinação de elementos visuais, entre fotografias, mobiliário, cartazes alusivos à data e testemunhos escritos de quem viveu a revolução in loco, a exposição recua no tempo para transportar os visitantes de volta àquele momento crucial da história.
Luna Marques, diretora da Unidade de Animação Socioeducativa, explica como se desenrolou todo este processo: “Foi o Arquivo Municipal que nos desafiou para este projeto há dez meses, com o objetivo de se fazer uma homenagem ao 25 de abril, utilizando fotografias do arquivo. Mas procurava algo diferente. Reunimo-nos, então, compartilhámos ideias e decidimos que queríamos envolver as pessoas, especialmente os nossos utentes. Contactámos diversos equipamentos, perguntámos se as pessoas gostariam de falar sobre o que viveram antes do 25 de abril e recebemos uma resposta entusiástica de 60 interessados”.
Um dos pontos altos da exposição é, portanto, a seção dedicada às histórias pessoais. Testemunhos de pessoas que viveram a revolução, oferecendo uma visão íntima e humana dos acontecimentos. Estas histórias destacam a diversidade de experiências e perspetivas, sobretudo dos cidadãos comuns que se viram subitamente livres para expressar as suas opiniões e aspirações.
“Vamos ter ainda outra dimensão destas histórias, numa modalidade tão utilizada agora, que é o podcast. Serão dez histórias contadas na primeira pessoa, por alguns dos nossos utentes, que relembram o que estavam a fazer na quinta-feira de 25 de abril de há 50 anos, o que lhes trouxe esta data e de que forma as suas vidas mudaram desde então. Imagine, por exemplo, que sem o 25 de abril talvez não existissem hoje animadores socioculturais”, complementa Luna Marques. “E está para breve podermos ouvir esses momentos. Estamos já na fase final de edição deste podcast”, finaliza.
“E Depois de Abril?” pode ser vista até 21 de junho, no Espaço Santa Casa, todos os dias entre as 09h30 e as 17h30. A entrada é gratuita.
Já cheira a verão em Lisboa. As festas estão de regresso. Reina a boa disposição pelos bairros da cidade. Na tarde deste domingo, 5 de junho, o corrupio era bem visível no Espaço Santa Casa. Os 50 marchantes da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa preparam-se para atuar logo à noite, no pavilhão Altice Arena.
Os protagonistas provaram os figurinos, vestiram-se e maquiaram-se. Os últimos preparativos correm a bom ritmo, e a coreografia está alinhada ao milímetro, sob o olhar atento do ensaiador Paulo Jesus. Com alegria e entusiasmo redobrados, os marchantes da Santa Casa estão sedentos de regressar às atuações. É a 12 de junho, véspera do Dia de Santo António, que a Avenida da Liberdade se vai encher de milhares de pessoas e de muita cor e alegria. Mas para já, o desafio é no Altice.
“Santa Casa abraça a vida” é o mote da marcha
A marcha da Santa Casa é diferente. Não é de um bairro. É de Lisboa. É de todos. Maioritariamente composta por utentes e funcionários da instituição, a marcha da Santa Casa tem 25 pares efetivos, dois pares suplentes, o porta-estandarte, dois mascotes e dois padrinhos.
Às 50 pessoas que atuaram no Altice Arena juntaram-se, ainda, o ator Ricardo Carriço e a apresentadora Maria Botelho Moniz, padrinhos da marcha da Misericórdia de Lisboa. Esta iniciativa garante a participação de todas as pessoas, independentemente da sua idade, condição social ou de saúde, nas festas da cidade. A marcha da Santa Casa desfiliou pela inclusão, pela diversidade, por toda a cidade e pelo combate à discriminação. E que bonita foi a festa!
Os testemunhos
Maria José Aleixo, 83 anos, utente do Centro de Dia de São Boaventura, é veterana nestas andanças. “Tinha saudades desta animação, de voltar a vestir o figurino, de dançar e cantar”, diz a porta-estandarte da marcha da Misericórdia de Lisboa. “A pandemia ia matando-me”, lamenta. A octogenária não sofre de ansiedade por cada vez que atua. Está habituada a estas coisas. “Eu entro à vontade. Tenho jeito para isto. Faço teatro e cinema”, confessa.
“Isto dá-me vida, dá-me energia. Vou cá andar, enquanto sentir-me com capacidade. Esta marcha é muito querida. É uma marcha Santa, porque faz bem a muita gente”, remata.
Já Maria Luísa Branco, 72 anos, aluna da Academia do Espaço Santa Casa, é a primeira vez que participa na marcha da Santa Casa. Enquanto é maquiada, Maria confessa “algum nervosismo”, mas está bastante “empolgada” com a sua estreia nas marchas populares. “Convidaram-me para vir para as marchas. Foi a melhor coisa que fiz. estou muito satisfeita, gosto muito”, admite. Sabe de cor a letra da música que vai cantar no pavilhão Alice Arena. De forma improvisada começa a cantar.
Na hora de ensaiar ou de atuar, não há dores nem angústias, não se pensa em mais nada. É o caso de Elisabete Cotrim, 69 anos, participante desde 2017. “A marcha dá-me muita alegria, muito ânimo”, enaltecendo o espírito de camaradagem do grupo. “Gosto muito de estar aqui e quero continuar enquanto puder. Elisabete confessa que sente alguma ansiedade em voltar à Avenida da Liberdade, o seu palco de eleição. “Eu sempre conheci esta tradição, todos os anos assistia às marchas, ao longe. E, pela primeira vez, com 65 anos participei nestas festas. Hoje tenho 69 anos e nunca pensei que com esta idade pudesse ter estas experiências”, finalizou.
Já Maria Manuel Loureiro, 55 anos, aluna da Academia Espaço Santa Casa, diz a brincar que veio “substituir” a mãe na marcha da Santa Casa. Elogiando o espírito da iniciativa, Manuela descobriu outra forma de fazer amigos. Está bastante empolgada com a estreia e confessa estar ansiosa com a descida da Avenida da Liberdade. “Ensaiámos todos os dias. Foi muito giro. Estamos todos muito ansiosos pelas festas de Lisboa”.