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“Em nome do futuro”, a Santa Casa quer ajudar os jovens a encontrarem soluções

O provedor da Misericórdia de Lisboa defendeu a necessidade de apoiar os jovens a encontrarem respostas positivas para as questões que enfrentam. Durante a conferência “Em Nome do Futuro: Os Desafios da Juventude”, que decorreu esta quinta-feira, no Centro Cultural de Belém, Edmundo Martinho lembrou que os jovens portugueses veem-se obrigados a lidar com um conjunto de contrariedades, que têm de ser resolvidas.

“Gostávamos muito de ser contribuintes ativos no sentido de podermos apoiar, nos vários domínios, os jovens nas questões que enfrentam, ajudando-os a encontrar soluções, de modo a poderem ter percursos bem-sucedidos”, destaca o provedor da Misericórdia de Lisboa.

Durante a manhã desta quinta-feira realizaram-se debates sobre os desafios que a juventude enfrenta em áreas como economia e políticas públicas, de modo a perceber que medidas já foram aplicadas e que outras soluções podem ser encontradas para garantir um futuro mais promissor para os jovens. Santa Casa e Renascença comungam da ambição de que desta conferência pode resultar um conjunto de reflexões sobre os principais desafios da juventude, uma vez que promove o debate entre decisores políticos, universidades e empresas.

“É preciso encontrar condições para os jovens, condições mais justas, que lhes permitam encontrar no país motivos para ficar. É preciso ambição. Esta associação entre a Santa Casa e a Renascença é uma parceria criativa, que é potenciadora de mudança”, considera Luís Ramos Pinheiro, administrador do Grupo Renascença.

Esta ligação entre as duas instituições é mais do que uma parceria. É uma sintonia que permite olhar com clarividência para os problemas da juventude. Prova disso é também o Prémio de Jornalismo Jovem, que pretende destacar jornalistas até aos 35 anos que apresentem trabalhos relevantes sobre problemas, desafios e oportunidades das novas gerações.

“Em Nome do Futuro. Os Desafios da Juventude” foi também o ponto de partida para a Jornada Mundial da Juventude, que decorrerá em 2023, em Lisboa. O evento religioso, que tem no centro da sua preocupação o presente e o futuro dos jovens, decorre num ano particularmente especial para a Santa Casa. Em 2023, a Misericórdia de Lisboa celebra o seu 525º aniversário, uma existência marcada pela sua “capacidade de se reinventar e de se antecipar aos desafios”.

“São estes 525 anos que têm vindo a demonstrar que a Santa Casa, ao longo do tempo, tem tido capacidade para se adaptar, de estar próxima da sociedade portuguesa”, realça Edmundo Martinho.

Conferência “Desafios de um novo normal”: O que esperar no mundo do trabalho do futuro?

No dia em que o Governo apresenta aos parceiros sociais o Livro Verde sobre o Futuro do Trabalho, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa reuniu um conjunto de intervenientes com diferentes visões sobre o futuro, mas consensuais na necessidade de uma profunda reflexão sobre o futuro do trabalho, seja à distância ou num formato híbrido, com a premissa de que dificilmente se regressará atrás.

“Demos um salto de 10 anos em poucas semanas devido à pandemia. E as grandes transformações foram no contexto de trabalho”, afirmou Gabriel Coimbra, vice-presidente da IDC Portugal, considerando que estes “novos tempos” constituem “a oportunidade de fazer um reset” e “fazer melhor do que até agora”.

Como se deve olhar para o futuro e definir os caminhos que se avizinham? O que deve mudar? Qual o modelo de funcionamento e relacionamento com a sociedade? Estas são apenas algumas das questões que se colocaram em cima da mesa, para as quais Gabriel Coimbra apontou alguns caminhos, como a empatia, devendo as instituições não viver focadas no lucro, mas igualmente em valores como a sustentabilidade da organização, a robotização dos processos e a agilidade funcional, o que significa instituições com “lideranças fortes, ágeis, com uma estratégia e que não trabalhem em silos, mas em equipas”.

Para Clara Cardoso, do C-Lab, existe a certeza de que “não vamos voltar à casa de partida”, explicando que as pessoas desejam ter a “propriedade do tempo”, uma flexibilidade nas suas decisões e ainda admitem adotar formas alternativas de vida.

“Quando questionadas quanto ao futuro do trabalho, verifica-se que as pessoas querem trabalhar em modelos híbridos e que apenas 17% querem regressar ao modelo anterior”, revelou Clara Cardoso, apontados o apoio aos filhos, a melhor gestão das tarefas domésticas, as reuniões online ou as pausas de acordo com o próprio ritmo como alguns dos “ganhos” do teletrabalho.

O modelo híbrido foi igualmente defendido por Luís João, da Microsoft, que considerou que este novo paradigma de trabalho “será inevitável”. “Quando é que irá acontecer e de que forma dependerá da capacidade de inovação tecnológica de cada organização”, considerou, destacando a necessidade de se “voltar atrás nas noções de espaço e tempo” no que respeita ao trabalho de equipa, a importância das lideranças pensarem no que as pessoas precisam para trabalhar e o esboço de um novo conceito de espaço de trabalho que, no futuro e em muitos casos, poderá passar pelo local de residência.

Mais crítico quanto ao modelo de trabalho à distância, Manuel Carvalho da Silva, do CoLABOR, preferiu incidir a sua intervenção na proteção social do trabalhador, na necessidade de se “refletir no bem comum e no coletivo”, aconselhando ainda cautela na regulamentação deste novo modelo laboral.

“O tempo que temos vivido é de exceções, emergências e unilateralidade. Não é, por si só, alicerce seguro para definir o futuro”, alertou. Afinal, sublinhou Carvalho da Silva, “mesmo com máquinas inteligentes, as intermediações e as relações são entre seres humanos”.

Na abertura da conferência, Edmundo Martinho, provedor da Misericórdia de Lisboa já tinha questionando os oradores convidados sobre as consequências do trabalho remoto numa instituição como a Santa Casa, em que parte da atuação assenta na “proximidade”.

“Quais os benefícios do teletrabalho para a atividade da Santa Casa? Como compatibilizamos a necessidade de estarmos presentes nos territórios e na comunidade com estas novas formas de trabalho?”, foram algumas das questões que Edmundo Martinho colocou, frisando que muito do trabalho da instituição não é compatível com funções à distância, como é o caso da assistência social, prestação de cuidados de saúde ou distribuição de alimentos.

O provedor declarou, ainda, existirem “alguns défices na Santa Casa”, nomeadamente relacionados com os instrumentos de apoio à gestão, “essenciais para assegurar a eficácia do nosso trabalho”.

Já no final da sua intervenção, Edmundo Martinho salientou que seja qual for o futuro, a prioridade terá sempre de ser “a continuidade da produtividade e o reforço do trabalho prestado”.

Assista à conferência na integra, aqui.

Transição para o digital: apostar na tecnologia sem esquecer a tradição da Santa Casa

O mito foi quebrado logo no primeiro painel do seminário “Transição Para o Digital na Santa Casa”, que decorreu esta quinta-feira, na Sala de Extrações da Santa Casa: as máquinas não vêm substituir os humanos nos respetivos postos de trabalho. A garantia de que “as pessoas não correm o risco de ficar para trás” e serem substituídas pela tecnologia foi dada pela secretária de Estado da Inovação e da Modernização Administrativa, Maria de Fátima Fonseca. E prosseguiu: “é necessário investir nas pessoas, na capacitação institucional, utilizar de forma estratégica e inteligente a tecnologia e reforçar o contacto em proximidade”.

Para o provedor da Santa Casa, Edmundo Martinho, o digital tem que ter a capacidade de ajudar a Misericórdia de Lisboa “a conhecer os fenómenos, no momento da partida, mas ajudar também a conhecê-los à medida que vão sofrendo alterações, para que ninguém fique para trás”.

Maria de Fátima Fonseca acompanhada por Edmundo Martinho e jornalista do Dinheiro Vivo

“A transição digital pode apresentar alguns riscos, nomeadamente no que diz respeito ao acesso a informação, aos serviços. A iliteracia digital continua presente, e nós temos que ser capazes de combinar deste ponto de vista”, destaca Edmundo Martinho. O provedor começou por referir que a Santa Casa “tem sabido acompanhar tudo aquilo que são evoluções no domínio tecnológico, mas que também tem sabido manter e preservar o seu património e as suas tradições”.

Mas, afinal, como pode o digital contribuir para uma melhor atuação da Santa Casa?

A tecnologia como suporte à saúde

As diferentes áreas de intervenção da Santa Casa colocam desafios muito distintos. Edmundo Martinho destacou a área da saúde, setor onde quer, “cada vez mais, introduzir mecanismos de acompanhamento e monitorização”. Para isso conta recorrer a novas tecnologias e soluções digitais avançadas que “permitam chegar a mais pessoas, chegar a mais pessoas em melhores condições e de forma mais permanente”. Mas frisa: “nada disto dispensa a presença dos cuidadores, dos técnicos, das pessoas que acompanham e cuidam destas pessoas”.

“A importância do digital está em duas dimensões: no suporte a este trabalho, com o acompanhamento em tempo real, com assistência à distância e suporte permanente a todas as pessoas; produção e tratamento de informação que vamos recebendo, para que possamos perceber os passos que damos, em que direção vão, que impacto estão a ter”, realça o provedor, sem dúvidas de que “é isso que nos permite melhorar”.

Mas o que podemos esperar da área da saúde da Santa Casa num futuro próximo? A ambição é transformar completamente o apoio domiciliário, fazendo sair das fronteiras tradicionais dos cuidados de higiene e alimentação. Edmundo Martinho pretende introduzir, por exemplo, “alguns mecanismos de reabilitação no domicílio, instrumentos essenciais para monitorizar o grau de reabilitação, conquistas e erros que se vão fazendo”.

O provedor da Santa Casa destacou o “bom exemplo” dado pela Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, na criação do Sistema de Gestão de Tarefas e Atividades (GTA), que possibilita a programação e monitorização de tarefas e atividades dos profissionais de saúde da instituição. Através de uma aplicação para smartphone os profissionais conseguem fazer uma melhor gestão da informação.

“O petróleo do século XXI”

Como é que todo este movimento em direção à digitalização impacta expressões de base mais territorial, como é o caso dos Jogos Santa Casa? Para compreender o que deve e pode fazer para se adaptar a esta realidade, a Santa Casa criou um domínio de trabalho para que seja possível fazer-se uma leitura antecipada dos fenómenos, o que permite à instituição perceber o que pode ser feito para se adaptar a esta realidade.

“Nós temos cinco mil mediadores no país ligados em rede, permanentemente. Sabemos a cada momento o que se passa em cada um daqueles terminais. Há aqui uma dimensão tecnológica fortíssima e que temos de ser capazes de aprofundar”, explica Edmundo Martinho.

Vasco Jesus é um dos profissionais que integra o grupo de trabalho da NOVA IMS, que colabora com o departamento de Jogos da Santa Casa no desenvolvimento de uma ferramenta que permite analisar a rede de mediadores existente e identificar áreas geográficas que podem vir a ser servidas por terminais Jogos Santa Casa.

Vasco Jesus fala sobre a importância dos dados

“É importante que a rede continue funcional para que produza as receitas necessárias para a Santa Casa prosseguir a sua missão, mas que simultaneamente faça uma gestão do risco que está associado à sua expansão. A ferramenta permite que as decisões sejam tomadas com mais fundamento”, destaca Vasco Jesus, acrescentando que o grande desafio “era compreender como é que a rede existe e quais as características associadas”.

É aqui que Vasco Jesus coloca todos a pensar sobre o “petróleo do Século XXI”: os dados. Que importância têm e o que podemos fazer com eles? Para o professor convidado da NOVA IMS, os dados podem tornar-se “numa coisa extraordinária por causa do engenho humano. Os dados, por si só, não têm valor. São as pessoas que conseguem criar valor. Os dados estão presentes, mas aquilo que conseguimos fazer com os dados é que cria valor. É isso que é relevante para as organizações”.

Digital: oportunidade ou necessidade?

Para a secretária de Estado da Inovação e da Modernização Administrativa, Maria de Fátima Fonseca, qualquer processo de transformação digital “não significa deitar tecnologia sobre as organizações tal como elas existem”. Para Maria de Fátima Fonseca a transição para o digital tem que estar assente em cinco eixos fundamentais: “compreender as oportunidades da tecnologia, os limites, até onde queremos ir, compreender como é que a tecnologia casa com os processos organizacionais e como é que nos permite cumprir melhor as nossas missões”.

Nos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) as missões são cumpridas à distância. O presidente da SPMS, Luís Goes Pinheiro, acredita que “é fundamental tirar partido das poucas boas coisas que a pandemia nos trouxe” e a aproveitar o digital para “apostar muito” no teletrabalho, na teleconsulta e na telemonitorização. “Tudo o que poder ser feito à distância, é para ser feita à distância”, frisa.

Quatro homens num painel sobre transição para o digital

Através do exemplo da Xbox Adaptive Controller –hub construído pela Microsoft para auxiliar jogadores com mobilidade reduzida- Eduardo Antunes trouxe outra questão: a inclusão digital. “A transformação digital centra-se nas pessoas”, destaca.

Pensar em como atuar é o que a Santa Casa está a fazer com a realidade virtual. Em curso está uma experiência que deve ser lançada até final de 2020. Numa fase inicial, o projeto será lançado numa  “dimensão mais lúdica”, mas, dependendo do sucesso do ensaio, poderá evoluir para uma dimensão de estimulação cognitiva.

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde e cuidados de saúde ao domicílio

Unidades da rede nacional

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Polo de inovação social na área da economia social

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas