logotipo da santa casa da misericórdia de lisboa

“Cuidados de Longa Duração” é o tema que encerra o primeiro ciclo da iniciativa “Debates Santa Casa”

A Sala de Extrações da Lotaria Nacional acolheu esta sexta-feira, 11 de novembro, o terceiro encontro do ciclo de debates promovidos pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. A sessão foi subordinada ao tema “Cuidados de Longa Duração” e contou com a participação de Lisa Warth, chefe da Unidade de População da UNECE (Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa), e Bruno Barata, conselheiro técnico na Representação Permanente de Portugal na União Europeia. Edmundo Martinho, provedor da instituição, moderou a iniciativa.

Através da promoção dos “Debates Santa Casa” a Misericórdia de Lisboa pretende assegurar a fundamentação e a validação de saberes e experiências da instituição numa perspetiva de alcance da melhoria contínua nos serviços prestados à comunidade.

De acordo com Maria da Luz Cabral, coordenadora do Grupo de Trabalho sobre Políticas Públicas na Longevidade da Misericórdia de Lisboa, este primeiro ciclo de conversas “constituiu um momento privilegiado de ampla capacitação de questões emergentes que impactam os distintos domínios da intervenção da Santa Casa e são transversais à sociedade”, frisando que os temas discutidos “têm merecido especial atenção da instituição” e que estes “consubstanciaram a visão de futuro para as respostas da Misericórdia de Lisboa aos desafios da Longevidade e do Envelhecimento e às necessidades de apoio na dependência”.

Ao longo dos últimos meses foram realizadas mais duas sessões, igualmente abrangidas pelos temas da Longevidade e Cuidados de Longa Duração, tendo a primeira tido lugar no dia 13 de maio, subordinada ao tema: “Integração dos cuidados – Social e Saúde”. Esta contou com a participação do antigo ministro do Trabalho e da Solidariedade, Paulo Pedroso, e do ex-ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

Já o segundo encontro aconteceu a 8 de julho, e foi dedicado à “Revolução da Longevidade”. Nele participaram o médico e gerontólogo Alexandre Kalache e o fundador e presidente honorário da Rede Iberoamericana de Animação Sociocultural, Victor Ventosa.

“O tema da Longevidade é mobilizador e urge que esteja cada vez mais presente no debate público”, alerta a coordenadora. Salienta ainda que é necessária “uma integração sistemática das questões em torno desta matéria no âmbito das Políticas Públicas, de forma a que sejam desenvolvidos programas, medidas e serviços que correspondam às expetativas e respeitem a vontade dos destinatários”.

Para Maria da Luz Cabral, a “conquista da Longevidade convoca toda a sociedade para a mudança que já está a acontecer”, sendo que “a Santa Casa já tem uma forte presença funcional no domínio do Envelhecimento e da Longevidade e constitui-se como um grande laboratório prático de resposta à complexidade dos fenómenos, desenvolvendo em contínuo novas iniciativas e projetos”.

Entre as várias medidas que a Misericórdia de Lisboa tem promovido neste âmbito, a coordenadora do Grupo de Trabalho sobre Políticas Públicas na Longevidade da instituição destaca alguns exemplos a serem seguidos: o projeto “Beleza não tem Idade”, o Programa Lisboa, Cidade de Todas as Idades e o Projeto RADAR, a Marcha Popular Santa Casa, as equipas de apoio a idosos, a saúde de proximidade a teleassistência e as residências assistidas.

Para o futuro, e inserido no quadro estratégico 2022-2025, a Santa Casa já assumiu como prioridades, no âmbito da longevidade e do envelhecimento ativo, várias medidas, entre elas: contribuir para um envelhecimento com autonomia e na comunidade; qualificar e diversificar o âmbito e os serviços de apoio na dependência; organizar a área da saúde, promovendo a integração e eficiência das respostas; adequar os recursos humanos às necessidades da missão da instituição, assegurando dimensão global e individual.

Um dos aspetos mais consensual entre os palestrantes, ao longo do primeiro ciclo de debates, foi o da questão da pirâmide demográfica que Portugal atravessa nas últimas décadas, em que cada vez se vive mais e nesse decurso é preciso encarar e responder aos desafios de resposta à promoção de uma maior qualidade do envelhecimento.

Neste ponto, Maria da Luz Cabral salienta que “é necessário perceber que isto é um ganho civilizacional”. No entanto, alerta que o aumento da esperança média de vida em Portugal “não tem sido acompanhado pelo aumento do número de anos vividos com saúde e bem-estar”.

“Viver mais e com qualidade impõe uma estratégia transversal às Políticas Públicas [da Longevidade], uma intervenção a jusante e a montante, e desde logo a integração dos cuidados, com forte aposta nos cuidados primários de prevenção e na literacia em saúde, que deve ser iniciada na infância, motivando a estilos de vida saudável. Sendo uma tendência mundial, importa trazer para a ordem do discurso a sensibilização e consciencialização desta realidade para que todos contribuam para uma sociedade de e para todas as idades, baseada na solidariedade e no compromisso intergeracional, na manutenção e conceção de espaços flexíveis e adaptáveis ao ciclo de vida e à diversidade da condição”, aponta ainda.

Sobre o balanço da iniciativa, Maria da Luz Cabral salienta que o ciclo “cumpriu os seus objetivos de incentivar e dinamizar um diálogo essencial e urgente sobre as questões da longevidade”, mas assegura que “ainda existe muito trabalho a ser feito, para assegurar a dignidade e o bem-estar da pessoa, de maneira, a promover a sua autonomia e autodeterminação”.

Programa Lisboa Cidade de Todas as Idades: agora ainda mais perto da população sénior

Continuando o seu objetivo de apoiar, ajudar e identificar a população mais velha de Lisboa, o programa Lisboa Cidade de Todas as Idades, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, conta agora com mais um “aliado” nesta missão.

A mais recente unidade móvel utilizada pelas equipas do projeto RADAR pretende ser um equipamento de proximidade e de apoio aos parceiros e radares comunitários que compõem o projeto. Se por um lado permite uma maior rapidez e comodidade na atuação diária destas equipas junto dos idosos das várias freguesias de Lisboa, por outro lado facilita o desenvolvimento de um trabalho integrado e em rede.

Mário Rui André, coordenador da Unidade de Missão Santa Casa, considera que, para o RADAR, “será um importante meio de promoção da relação entre os mediadores de proximidade e os radares comunitários, pois serão estes que acabarão por ser envolvidos nas atividades de prevenção e promoção da saúde que venham a realizar-se na unidade móvel”. Frisa ainda que este equipamento “facilitará o trabalho de rua que está a ser desenvolvido pelos mediadores de proximidade no sentido em que para além de promover a aproximação aos radares comunitários, também facilitará a sua aproximação às pessoas 65+, informando-as e sensibilizando-as sobre a importância de aderirem ao projeto”.

Sendo uma resposta itinerante, a unidade móvel do programa Lisboa Cidade de Todas as Idades é, simultaneamente, um espaço de proximidade com a população de Lisboa e um meio de promoção de maior interação entre os vários parceiros do programa e as comunidades locais. Com este novo veículo de difusão da missão do programa, as equipas do RADAR preveem realizar várias iniciativas conjuntas que podem ir desde ações de rua até à presença em eventos, feiras sociais ou de saúde, ou noutros contextos enquadrados no âmbito do programa.

Unidade Móvel RADAR

Para o coordenador da Unidade de Missão é importante reconhecer que esta nova valência “não é um fim em si, mas um meio facilitador da atividade dos mediadores de proximidade junto dos radares comunitários e da população”, salvaguardando que “as ações de prevenção e promoção da saúde a desenvolver na unidade móvel são muito abrangentes, dependendo do radar comunitário que for envolvido”.

Exemplo disso são as ações de sensibilização e rastreios de saúde que decorreram nos dias 4 e 6 de outubro, na freguesia das Avenidas Novas, e no dia 18 de outubro, na Junta de Freguesia de Carnide, onde a unidade móvel foi palco de rastreios cardiovasculares gratuitos à população sénior de Avenidas Novas e rastreios à diabetes tipo 2, no caso da população da freguesia de Carnide. A primeira ação foi promovida em conjunto com o radar comunitário do mês de outubro, a Farmácia Prates e Mota. A segunda foi dinamizada em parceria com a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal.

Até final do mês de outubro, a unidade móvel do programa Lisboa Cidade de Todas as Idades vai estar no dia 19, no Inatel, na freguesia de Alvalade, para promover uma caminhada inserida, ainda, nas celebrações do mês do idoso. Já na sexta-feira, dia 21, vai estar estacionada na rua do Alvito, na freguesia de Alcântara, com a finalidade de realizar rastreios da tensão arterial, glicemia e colesterol, juntamente com a Farmácia Calvário, radar comunitário.

Saúde mental. O trabalho das ERPI e Centros de Dia da Santa Casa junto das pessoas idosas

“A pandemia veio fazer com que as pessoas percebessem que a nossa saúde não é só física”. A frase é da psicóloga clínica e da saúde do Centro de Dia e Residência Quinta das Flores, Susana Catarino, para quem é impossível falar em saúde sem falar em saúde mental. No caso de Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI) da Santa Casa como o Centro de Dia e Residência Quinta das Flores, a expressão “mente sã em corpo são” ganha especial importância. As pessoas mais velhas necessitam que esta, “que é a casa delas”, tenha um olhar que proporcione esse cuidado, “de modo a potenciar o que de melhor elas têm”, explica Susana Catarino.

Apesar da pandemia ter trazido o tema da saúde mental para a opinião pública, a verdade é que na Santa Casa a preocupação com esta temática é antiga. Exemplo disso é a aposta em equipas multidisciplinares onde a psicologia está presente. No âmbito do trabalho de equipa (permanente e de apoio) realizado, são planeadas atividades dinamizadas por vários elementos da equipa, que têm como principais objetivos a ocupação, a promoção do bem-estar e a prevenção do declínio cognitivo. No caso do psicólogo, este pode ainda prestar um apoio mais individualizado face a uma necessidade de estabilização, quer ao utente, quer ao seu agregado familiar.

O Centro de Dia e Residência Quinta das Flores é o reflexo de tantos outros equipamentos da Misericórdia de Lisboa. Aqui, a promoção da saúde mental faz-se de atividades diárias com os utentes, oficinas de estimulação cognitiva, passeios, salas de snoezelen e contacto com familiares. Trata-se de uma intervenção multidisciplinar, onde os diferentes saberes dialogam e se conectam de modo a enriquecer o serviço que é prestado.

A generalidade dos equipamentos e serviços da Santa Casa conta com o apoio de um ou mais psicólogos, que prestam apoio na área da saúde mental. A cultura organizacional da instituição é, para Susana Catarino, um fator muito importante neste apoio prestado aos utentes, pois está, “cada vez mais, focada nesta questão da saúde mental”.

“A doença não define uma pessoa. Temos de ter um olhar comum capaz de dignificar e de potenciar o melhor do ser humano. Isso faz com que, cada vez mais, possamos fazer com que as ERPI sejam lugares de vida e que não sejam vistas como o fim de alguma coisa”

Encontrar sentido na arte

A promoção da saúde mental nos equipamentos da Misericórdia de Lisboa verifica-se também nas diversas atividades que vão surgindo. É o caso do projeto “Oficinas do Eu” (dinamizado em alguns centros de dia da Santa Casa), onde a utilização da arte terapia em pessoas mais velhas tem permitido resultados muito positivos, nomeadamente ao nível da estabilização emocional.

No Centro de Dia e Residência Quinta das Flores, Carlos Manuel Peraltinha é o exemplo máximo de que a arte pode salvar. Susana Catarino recorda Carlos como “um senhor que aqui realizou um dos seus sonhos”. Trata-se de um utente que tinha o sonho de escrever um livro e conseguiu fazê-lo através do Centro Editorial da Santa Casa. O livro, que surgiu na altura da pandemia, é feito de poemas.

“Fiz algumas sessões de arte terapia com ele e, em conjunto, foram surgindo imagens que estão neste livro. Fui-me apercebendo, durante as consultas, que o facto de este senhor gostar muito de escrita, de ter um lado criativo apurado, ia permitir que ele se organizasse”, explica.

A escrita foi ganhando lugar. Carlos foi organizando as coisas de tal forma que chegou a dizer: “Doutora, gostava de colocar estes poemas em livro”. E assim foi. “Poesias: Primavera de Abril” é uma obra que demonstra que a criatividade e o dar espaço aos utentes para resgatarem as essências, mesmo numa altura de restrições impostas pela Covid-19, às vezes salva ou, pelo menos, potencia a saúde.

“Perante adversidades e barreiras existem coisas que podem salvar-nos. Temos aqui exemplos disso, de pessoas que encontraram na escrita, na música ou até na jardinagem sentidos existenciais”, frisa a psicóloga.

 

Utentes da Santa Casa provaram na ModaLisboa que a “Beleza Não Tem Idade”

Ana Maria Colaço olha para o relógio. Faltam cerca de três horas para esta utente da Santa Casa subir ao palco do “Beleza Não Tem Idade”, que, este ano, está inserido na 59ª edição da ModaLisboa. A semana de moda na capital começou da melhor forma: 23 utentes da Misericórdia de Lisboa vestiram a pele de manequins, com o objetivo de desconstruírem representações sociais, estereótipos e discriminação associados ao envelhecimento.

Quem esteve na inauguração da Lisboa Fashion Week 2022 viu utentes da Misericórdia de Lisboa e figuras públicas a celebrarem a sinergia entre gerações. E que melhor local existe para o fazer do que a Lisboa Social Mitra, uma resposta integrada e aberta à sociedade que assenta em valores de relevo como a solidariedade, diversidade e inclusão. O polo de inovação na área da economia social da Santa Casa, apresentado em 2021, é este ano também a casa da ModaLisboa Oasis, que decorre entre os dias 6 e 9 de outubro.

“Beleza Não Tem Idade” é um projeto da Misericórdia de Lisboa que, desde 2015, materializa o trabalho desenvolvido pela instituição no combate à discriminação em relação às pessoas mais velhas. É a materialização de um esforço contínuo de promoção da intergeracionalidade focado nas pessoas. Através da moda, procura-se mudar mentalidades e criar tendências, contribuindo para uma sociedade mais justa, equitativa e coesa.

Conheça aqui as declarações de alguns utentes da Santa Casa que foram à ModaLisboa mostrar que a beleza não tem idade.

Ana Maria Colaço, 68 anos, Espaço Santa Casa (vestida por By Santana Pires)

“Não estou nada nervosa. Estou bem-disposta. A primeira vez que participei no ‘Beleza Não Tem Idade’ foi em 2015. Fui vestida pelo Filipe Faísca. Estava linda! Uma das fotos que tirei nesse dia, na Estação de Santa Apolónia, está no livro Beleza Não Tem Idade. O Pedro Crispim é maravilhoso. Ensina-nos muita coisa e, mais importante, é muito simpático e divertido. O ambiente aqui é espetacular.

Estou no Espaço Santa Casa, uma vez por semana, onde faço as minhas atividades de pintura e costura. Adoro estar lá”.

 

Especialistas apresentam plano hospitalar a pensar nos mais velhos

O trabalho de investigação apresentado no dia 1 de outubro, a propósito do Dia Internacional do Idoso, na Sala de Extrações da Santa Casa, pretende ser um guia para todos os profissionais que lidam diariamente com idosos (como médicos, enfermeiros, terapeutas, nutricionistas entre outras classes profissionais) e, simultaneamente, funcionar como um plano de alerta para a importância de adaptar os hospitais adequadamente a esta população, tendo em conta o aumento da esperança média de vida.

Reforçando a importância da formação em geriatria, esta obra reúne ferramentas para a abordagem do cuidado às pessoas mais velhas, quer internado, quer residente noutras instituições, como na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e nas Estruturas Residenciais para Idosos.

No livro é também identificado o papel dos vários profissionais de saúde no trabalho em equipa multidisciplinar, que inclui também a família, os cuidadores informais e os voluntários, na abordagem dos múltiplos fatores de risco.

São, ainda, apresentados vários protocolos práticos de atuação, destacando a articulação com os cuidados de saúde primários e sugerindo medidas de organização do meio e da arquitetura hospitalar, com vista à prestação de cuidados otimizados e com qualidade.

 

Tertúlia Café RADAR. O lugar onde a população sénior pode conviver e partilhar experiências

Catarina Fernandes e Inês Gonçalves, mediadoras do Projeto RADAR, vão preparando o cenário de mais uma edição da Tertúlia Café RADAR, uma iniciativa que tem como objetivo convidar a população sénior a sair de casa. A sessão de julho decorreu na Associação de Amigos e Idosos (AAI), na freguesia do Parque das Nações. A AAI é um Radar Comunitário fundamental, já que é um ponto de encontro para os fregueses do bairro.

O facto de esta dinâmica ocorrer num estabelecimento que se constitui como Radar Comunitário significa uma mais-valia, já que estreita relações e promove bairros mais solidários, comunicativos e atentos à população +65 em situação de risco de isolamento e de solidão não desejada.

Henrique foi o primeiro a chegar. Enquanto a sessão não começa, vai contando histórias do alto dos seus 87 anos. Ao longe vê Helena, a vizinha com quem “já não falava há muito tempo”. A Tertúlia Café RADAR também é isso: um lugar de reencontros. Pela tarde fora, Helena e Henrique vão recuperando memórias da juventude e enaltecendo a pertinência da desta iniciativa para “aproximar os vizinhos”. Hoje, o tema da Tertúlia Café RADAR é mesmo esse: as relações de vizinhança.

Em cada Tertúlia Café RADAR o objetivo passa por colocar os seniores a discutirem temas que sejam do interesse dos fregueses. Na primeira sessão, que decorreu em maio, na Pastelaria Zurique, na freguesia do Areeiro, durante quase duas horas as mediadoras do Projeto RADAR e os seniores convidados contaram histórias que aludiam ao tema “Onde é que estava no 25 de abril?”. Ao longo da conversa surgiram debates sobre várias temáticas como os valores da liberdade e humanidade, o impacto da descolonização no país e o regresso dos retornados, e o direito ao voto universal para as mulheres conseguido nas primeiras eleições pós-25 de abril.

A Tertúlia Café RADAR é uma iniciativa organizada em parceria com as juntas de freguesia, parceiro fundamental de atuação na cidade de Lisboa. A próxima tertúlia está agendada para o início de setembro, na freguesia de Benfica.

Idosos conversam com equipa do Projeto RADAR

“Eu Sou Digital”. O programa que liga os utentes da Santa Casa às possibilidades da internet

Esta tarde, a Casa do Impacto revelou ser o espaço ideal para receber uma ação que, também ela, quer criar impacto. A sessão de capacitação desenvolvida no âmbito do programa “Eu Sou Digital” juntou seniores e jovens da Área Metropolitana de Lisboa, que, juntos, iniciaram a aventura de navegar na internet. O projeto, sob a alçada da Secretaria de Estado da Economia e da Transição Digital, foi lançado em julho de 2021, com o objetivo de promover a literacia digital e capacitar adultos infoexcluídos. A Santa Casa é uma das entidades parceiras do programa, permitindo que alguns seniores da instituição possam usufruir das mais-valias que a internet oferece.

Aos 81 anos, Maria Emília começa a dar os primeiros passos no mundo online. Ou melhor, os primeiros cliques. Pesquisar a previsão da meteorologia para amanhã ou os horários dos comboios estão a revelar-se um desafio. A tarefa fica mais simples com a ajuda de Pedro Barbosa, um jovem de 22 anos que integra o grupo de voluntários do programa “Eu Sou Digital”.

Além de Maria Emília, mais 13 seniores da Misericórdia de Lisboa estiveram acompanhados de 14 jovens que os ajudaram a conectarem-se com o mundo através da internet. Pedro Barbosa é licenciado em Gestão do Desporto, mas há muito que ansiava integrar um projeto como este. A vontade surge depois de ter ajudado o avô a trabalhar com a internet, de modo a que pudesse estabelecer contacto com a família que mora do outro lado do Atlântico. Hoje, para o avô de Pedro, comunicar com familiares que moram no Brasil ficou mais fácil, pois tudo está à distância de um clique.

Jovem e sénior mexem no tablet

Para Maria dos Anjos, tudo naquele tablet faz-lhe confusão. Sobretudo as teclas, pois “julgava que o teclado estaria organizado conforme o abecedário”. Hoje, deixou de lado as costuras artesanais para dedicar-se aos dispositivos tecnológicos. Aos 81 anos está pronta para aprender. Quer ligar-se, sempre que quiser, à família que tem em Tondela, a sua terra Natal. A mentora Marta Mateus quer fazer isso mesmo: “permitir que Maria dos Anjos possa estar em contacto com os familiares, que muitas vezes estão longe”. Mas, mais do que ensinar, Marta espera crescer. Neste programa que aproxima jovens e seniores, a mentora de 34 anos vê uma oportunidade para partilhar momentos com estes seniores, ouvir as histórias e, acima de tudo, “aprender com eles”.

Nuno Gramacho, coordenador operacional do programa a nível nacional, vê no “Eu Sou Digital” uma forma de tirar os seniores de uma situação de isolamento e de exclusão: “hoje em dia, quem não souber mexer na internet, não consegue acompanhar o que se passa no mundo. A partir do momento em que fazemos ver a importância que a internet tem, sobretudo no aspeto da comunicação, possibilitamos que estas pessoas estejam menos isoladas, pois podem estar permanentemente em contacto com outras pessoas”, explica.

A importância do programa é também destacada pelo provedor da Misericórdia de Lisboa. Edmundo Martinho, além de frisar “a honra” que é para a Santa Casa estar associada ao programa “Eu Sou Digital”, lembrou o “grau de exigência” que este projeto acarreta, uma vez que, para alguns destes utentes, “significa entrar num mundo novo”. Hoje, “num mundo cada vez mais digital”, Edmundo Martinho não tem dúvidas que a internet pode permitir a todos um “contacto mais eficaz e mais próximo”, bem como o “acesso a informação”.

O programa “Eu Sou Digital” é totalmente gratuito e compõe-se, sobretudo, da vontade de uma rede de voluntários com 1300 membros, que ajuda idosos de todo o país a ligarem-se à internet. O objetivo do projeto passa pela criação de 1500 centros de aprendizagem por todo o país, permitindo que o projeto chegue a 1 milhão de pessoas até ao final de 2023. Para fazer parte deste projeto basta um requisito: vontade de aprender. E um pensamento: o saber não ocupa lugar.

Santa Casa assina acordo de colaboração no âmbito do Programa Sempre Acompanhados

No passado dia 21 de janeiro, foi realizada a apresentação pública do Programa Sempre Acompanhados, uma parceria entre a Fundação “la Caixa”, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML). Na sessão de lançamento, realizada em Lisboa, estiveram presentes a vereadora de Direitos Humanos e Sociais da CML, Dra. Laurinda Alves, o administrador da área da Ação Social e Empreendedorismo da SCML, Dr. Sérgio Cintra, e do diretor do Programa da Fundação “la Caixa”, Dr. David Velasco.

Criado em 2013, este Programa destina-se a promover relações de apoio e de bem-estar entre as pessoas mais idosas, através de uma intervenção que as capacite, melhor o seu envolvimento na comunidade e sensibilize os cidadãos em geral para prevenir e mitigar as diferentes situações de solidão não desejada. O Programa já está a funcionar em 12 municípios espanhóis, através do estabelecimento de acordos de colaboração entre a Fundação ”la Caixa” e as diferentes câmaras municipais, e tem a participação de entidades sociais locais que executam os seus objetivos no território, contando já com uma rede de mais de 200 entidades sociais associadas, e tendo prestado apoio a mais de 550 pessoas. Face ao sucesso dos resultados obtidos, a Fundação “la Caixa” tem agora a intenção de disseminar o programa no município de Lisboa.

A operacionalização do mesmo assenta num “acordo de colaboração” entre a Fundação “la Caixa”, o Município de Lisboa e a SCML, instituições-chave facilitadoras para o trabalho a desenvolver na cidade, neste âmbito. O Programa será consubstanciado através do lançamento de um Concurso destinado às entidades sociais locais com forte presença no município,e  que possam implementar o projeto, numa fase piloto, nas freguesias de Alvalade e Olivais, o qual, depois de avaliado poderá ser disseminado pelas restantes freguesias da Cidade.

O acompanhamento deste Programa, por parte da SCML, será da responsabilidade da Unidade Missão Lisboa Cidade de Todas as Idades, articulando o seu desenvolvimento com o trabalho que está a ser desenvolvido pelo Projeto RADAR.

Pode assistir à cerimónia de apresentação pública do projeto aqui: https://www.youtube.com/watch?v=0H_-2RWFeHw

Conheça melhor o Programa e saiba como concorrer aqui: https://fundacaolacaixa.pt/pt/sempre-acompanhados-concurso

Para qualquer questão acerca do Programa ou do Concurso, poderá enviar um email para seniores@fundacaolacaixa.org

Cibersegurança. Campanha recorre à sabedoria popular para alertar utentes e colaboradores da Santa Casa

Criada em parceria com o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS), a campanha é destinada aos utentes mais idosos (mas também aos colaboradores), assentando na utilização dos mais conhecidos e antigos provérbios populares para transmitir vários cuidados que os utilizadores da Internet deverão adotar no seu dia a dia.

A importância de se alterar as passwords com frequência, não partilhar dados pessoais online ou desconfiar sempre dos pedidos de dinheiro efetuados através das redes sociais são alguns dos ensinamentos transmitidos, com recurso à sabedoria popular.

 

Prémios Nunes Correa Verdades de Faria: estão abertas as candidaturas

Estão abertas as candidaturas para os Prémios Nunes Correa Verdades de Faria promovidos pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Os interessados podem, até ao dia 15 de março de 2022, concorrer a estes prémios, que pretendem galardoar pessoas de qualquer nacionalidade que, em Portugal, tenham contribuído pelo seu esforço, trabalho ou estudos para cada uma das seguintes áreas: 1) cuidado e carinho dispensado aos idosos desprotegidos; 2) progresso da medicina na sua aplicação às pessoas idosas; 3) progresso no tratamento das doenças do coração.

O valor de cada prémio é de 12 mil e 500 euros. Para consultar o regulamento dos prémios e contactar a Unidade técnica de Atendimento e Relações Públicas da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa para mais informações sobre a apresentação de candidaturas, aceda à página do nosso site dedicada a estes prémios.

As candidaturas aos Prémios Nunes Correa Verdades de Faria serão apreciadas por um júri composto por personalidades de reconhecido mérito no âmbito da área social e da saúde, presidido pelo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Em 1974, Enrique Mantero Belard deixou à Misericórdia de Lisboa uma parte significativa dos seus bens com a obrigação de atribuição de três prémios pecuniários anuais. Nascido em 1903, Enrique Mantero Belard é reconhecido como um dos últimos grandes beneméritos portugueses. Foi casado com D. Gertrudes Eduarda Verdades de Faria, mulher particularmente atenta aos artistas, idosos e desprotegidos.

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde e cuidados de saúde ao domicílio

Unidades da rede nacional

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Polo de inovação social na área da economia social

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas