A iniciativa, que decorreu num formato totalmente online, devido à pandemia de Covid-19, encontra-se inserida na comemoração do primeiro centenário do nascimento de Anna Jean Ayres, terapeuta ocupacional americana, considerada como a pioneira da teoria da Integração Sensorial.
Durante dois dias, a ESSA juntou terapeutas ocupacionais, pedopsiquiatras, educadores e professores, que debateram causas e métodos de intervenção das perturbações sensoriais que podem provocar comportamentos e impulsos descontrolados nas crianças e interferir no seu desenvolvimento global.
Na conferência plenária “O futuro das perturbações regulatórias”, que deu início a estas jornadas, o pedopsiquiatra Pedro Caldeira da Silva salientou que “o processo de tratamento de uma criança com problemas regulatórios deve ser sempre feito em harmonia com a família”. É essencial que “os procedimentos sejam enquadrados a cada criança e não generalizados, porque cada criança têm a sua própria necessidade”, reforçou.
Para o diretor de pedopsiquiatria do Hospital D. Estefânia, a grande maioria dos diagnósticos que os especialistas fazem “estão errados”, considerando que “a melhor ferramenta para um diagnóstico o mais fiável possível é a prática clínica”.
“A questão da validade dos diagnósticos nas perturbações regulatórios do processamento sensorial é bastante complexa, porque muitas das vezes os profissionais têm de perceber se o problema é mesmo uma perturbação ou se é apenas um conjunto de sintomas”, frisou ainda Pedro Caldeira da Silva.
Apresentar e debater resultados de projetos de investigação na área de integração sensorial, incrementar a divulgação dos trabalhos realizados no âmbito do mestrado em Terapia Ocupacional da ESSA, o processamento sensorial e severidade do autismo e o processamento sensorial e a participação ocupacional em pessoas cegas adultas, foram algumas das questões que preencheram o programa das II Jornadas de Integração Sensorial.
Atividades que se tornam cada vez mais complexas – com movimentos, texturas, sons, cores e até sabores diferentes, adaptadas a cada caso – são ferramentas para estimular sensorialmente as crianças, tendo em vista colmatar lacunas na sua aprendizagem, comportamento e desenvolvimento motor, social e emocional. A Integração Sensorial é, assim, usada na prática da Terapia Ocupacional e aplicada em Pediatria e em Educação na Infância, nomeadamente, para desenvolver respostas adaptadas dos indivíduos às solicitações do meio ambiente.
Se não teve oportunidade de assistir às II Jornadas de Integração Sensorial da ESSA, pode fazê-lo através dos seguintes links de vídeo:
II Jornadas de Integração Sensorial da ESSA | Sessão do dia 20/nov/2020
II Jornadas de Integração Sensorial da ESSA | Sessão do dia 21/nov/2020