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No ano passado, os jogos sociais do Estado (Jogos Santa Casa) mantiveram a trajetória de crescimento dos últimos anos, atingindo vendas brutas de 3.360 milhões de euros, o que representa um crescimento de 8,5%. Desse montante, foram devolvidos à sociedade 3.265 milhões de euros, mais 245 milhões de euros face ao montante devolvido em 2018, o que equivale a 97,2% do total de vendas brutas.
O retorno à sociedade reflete-se principalmente nos prémios atribuídos aos apostadores, que, este ano, alcançou o maior valor de sempre (2.017 milhões de euros); no Imposto do Selo (186 milhões de euros); nas renumerações pagas pelos apostadores aos mediadores dos jogos sociais do Estado (255 milhões de euros) e na distribuição de receitas pelos beneficiários sociais (764 milhões de euros).
No ano de 2019, 784 milhões de euros decorrentes das receitas dos jogos sociais destinaram-se ao financiamento de Boas Causas, mais 34 milhões de euros do que o registado em 2018, refletindo assim um acréscimo de 4,5%.
No que diz respeito aos rendimentos globais da atividade dos Jogos Santa Casa, em 2019, estes atingiram os 880 milhões de euros. Este crescimento resulta do sucesso de uma estratégia de posicionamento que, fruto das melhorias da oferta e da experiência de jogo nos pontos de venda e da modernização dos meios de realização de apostas, tem vindo a permitir consolidar a base de apostadores. As vendas subiram em todas as categorias de jogos, sendo que a Lotaria Instantânea (Raspadinha) se manteve como o jogo mais vendido. O Placard, passou a representar 18,9% do total de vendas, contribuindo para um maior equilíbrio da estrutura de vendas dos jogos sociais do Estado.
O ano de 2019 registou um aumento das receitas correntes, tendo as mesmas sido de 268,4 milhões de euros em 2019, mais 14,8 milhões de euros (+5,8%) do que em 2018, justificado, sobretudo, pelos resultados dos jogos sociais (226,1 milhões de euros), que representam 84,2% do total da receita corrente.
Já o volume de despesas correntes foi de 240,3 milhões de euros, o que representa um acréscimo de 6,7% relativamente ao ano anterior.
A distribuição da despesa mantém um perfil semelhante aos anos anteriores, com a ação social e a saúde a representarem cerca de 77% do total de despesa corrente.
Na ação social, verificou-se que a despesa corrente ascendeu a 127,3 milhões de euros, o que representa um acréscimo de 3,2% face ao período homólogo.
Na saúde a despesa corrente ascendeu a 57 milhões de euros, representando um acréscimo de 3,3 milhões. As receitas provenientes da área da saúde registaram um aumento de 5,5% relativamente ao ano anterior.
No que diz respeito ao investimento global, a Santa Casa atingiu os 44,3 milhões de euros em 2019, o que representa uma variação de 17,4 milhões de euros relativamente ao ano anterior. Destacam-se investimentos em património imobiliário no valor de 11,1 milhões de euros, nomeadamente com a aquisição de imóveis no valor de 5,2 milhões de euros e com obras em diversos imóveis de rendimento e de atividade, no valor de 5,9 milhões de euros.
Nas áreas da ação social e saúde o valor do investimento atingiu o montante de 21,9 milhões de euros, destacando-se os investimentos na Unidade de Missão – Unidade de Cuidados Integrados Rainha D. Leonor e na Unidade de Cuidados Continuados Integrados S. Roque, na Nestlé – Monsanto Residencial Sénior, na Requalificação da MITRA – Polo de Inovação Social, no Projeto “Ferreira Borges” e no Serviço Odontopediátrico de Lisboa.
Um novo ciclo, novos desafios
A atual situação de crise que se vive no mundo, devida à pandemia afetou todos os setores e na Santa Casa esta realidade não foi exceção. As receitas das vendas dos Jogos Sociais sofreram uma quebra muito significativa face ao período homólogo (na ordem dos 40%) e, paralelamente a este fator e dada a natureza social da Instituição, verificou-se um aumento substancial e não planeado da despesa, em cerca de 30%, devido às inúmeras solicitações, no sentido de dar resposta às necessidades sociais consequentes da Covid-19.
Consulte o Relatório de Gestão e Contas de 2019 da Santa Casa e o Relatório e Contas dos Jogos Santa Casa, aqui.
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) apresentou esta sexta-feira, 11 de maio, o Relatório de Gestão e Contas 2017 e o Relatório e Contas do Departamento de Jogos 2017.
Edmundo Martinho, provedor da SCML, deu conta que “os resultados apresentados permitem acentuar a relação que a Santa Casa deve ter com a cidade e o país”. O provedor fez questão de sublinhar 3 aspetos no ano de 2017: “o apoio à investigação científica, uma área absolutamente crítica, a criação do Fundo Recomeçar, que contou com o empenho dos portugueses e o acentuar do trabalho com a União das Misericórdias apoiando a reabilitação de obras sociais e de património cultural e religioso das misericórdias de todo o país”.
Numa altura em que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) celebra 520 anos, as contas apresentadas relativas a 2017 demonstram uma solidez financeira como nunca teve em nenhum período da sua longa História: um ativo de mais de 807 milhões de euros no ano passado, representando um acréscimo de 8,7% face a 2016; capital próprio na ordem dos 725 milhões, mais 7,4% do que em 2016; e disponibilidades financeiras acima dos 215 milhões de euros.
No que diz respeito aos resultados, a Santa Casa duplicou o seu resultado líquido, passando de 21,1 milhões de euros, em 2016, para 42,4 milhões, em 2017, apesar do forte investimento efetuado no ano passado, representando um valor acima dos 63 milhões de euros.
Do lado da receita corrente, regista-se o aumento das verbas provenientes dos Jogos Sociais, que continuam a ser a maior fonte de financiamento das obras e missão da Santa Casa. É importante sublinhar que a SCML é umas das muitas entidades beneficiárias dos Jogos Sociais, recebendo em 2017 quase 221 milhões de euros, um acréscimo de 10% face a 2016. Os rendimentos provenientes dos Jogos Sociais representaram, deste modo, 84% das receitas correntes da SCML, que no exercício de 2017 ascenderam no total a 261,8 milhões de euros, um aumento de mais de 10,4% em relação ao ano anterior.
Ainda do lado da receita, importa sublinhar que se mantém a consolidação da estratégia de diversificação de outras fontes de financiamento da Misericórdia de Lisboa, que não os Jogos Sociais. A rentabilização do património, através da sua valorização pelo cálculo do justo valor e arrendamento, representou em 2017 quase 30 milhões de euros em receitas.
Do lado da despesa corrente, mantém-se a tendência de controlo dos anos anteriores, não obstante um aumento de 5,7% face a 2016, explicado, em parte, com o acréscimo, em cerca de 12,4%, dos subsídios, bolsas e apoios financeiros, situando-se em 30,8 milhões de euros, em 2017. Registou-se ainda o aumento de 6,6% em gastos com pessoal, justificado com vários fatores, entre os quais: processo ordinário de progressão de colaboradores com efeitos a abril de 2017 e enquadramento do novo acordo de empresa com efeitos a junho de 2017; atualização do ordenado mínimo para 570 euros (a partir de outubro de 2016) para os colaboradores com CIT; reclassificações e aumento do número de colaboradores. No entanto, é importante frisar que ainda no âmbito da despesa corrente se verificou uma estabilização na rubrica de compras e serviços externos. No total, a despesa corrente da Santa Casa no ano passado foi de 211 milhões de euros, com a Ação Social a representar quase 55% desse valor e a Saúde cerca de 25%, as áreas “core” da Misericórdia de Lisboa.
Investimento na Ação Social e Saúde reforçado
Em 2017, o investimento atingiu os 63,3 milhões de euros o que representa uma variação de 32,8 milhões de euros relativamente ao período homólogo (107%). Para além dos investimentos em instrumentos financeiros, são de destacar os investimentos na Saúde, com a construção da nova unidade no Hospital de Sant’Ana, e na Ação Social, com o projeto CARE, no âmbito do paradigma que a Santa Casa está a implementar ao nível da intervenção no acolhimento residencial junto da jovens e crianças, e com o programa InterAge, tendo em vista a requalificação de vários Centros de Dia em Lisboa.
Também no Património, foi reforçado o investimento na valorização do edificado da Santa Casa, através da sua reabilitação e conservação, assim como o desenvolvimento de novos projetos imobiliários. Destacam-se ainda as iniciativas no âmbito da investigação científica, com a atribuição de bolsas e prémios. No âmbito da Cultura, efetuou-se a aquisição da Coleção de Arte Asiática de Francisco Capelo, uma componente importante da oferta cultural que a Misericórdia está a desenvolver na zona do Bairro Alto, em Lisboa.
Nunca na sua História, os Jogos Santa Casa distribuíram tanto pela sociedade
Os Jogos Santa Casa obtiveram em 2017 os melhores resultados de sempre. As vendas brutas dos Jogos Sociais ultrapassaram, pela primeira vez na sua História, os 3 mil milhões de euros. No ano passado, o Departamento de Jogos da SCML registou um recorde nas vendas brutas, com um acréscimo de 9,1% face a 2016, atingindo o valor de 3.028 milhões de euros. O resultado líquido dos jogos situou-se nos 729 milhões de euros (face aos 675,5 milhões de 2016) e, consequentemente, os resultados distribuídos pelos beneficiários sociais – 72,24% para entidades do Estado e 27,76% para a SCML – foram os mais elevados de sempre, atingindo os 718 milhões de euros.
Edmundo Martinho sublinhou a gestão do Departamento de Jogos Santa Casa e “a forma responsável como entende o seu papel”. Prova desse trabalho são, na opinião do provedor, as recentes certificações em Jogo Responsável, atribuídas pelas associações internacionais do setor ao Departamento de Jogos: “mostra que estamos a fazer o nosso papel, com respeito pela integridade dos jogos e, sobretudo, respeito pelas famílias, assegurando a rentabilização da operação, sem perder de vista que o mais importante é manter o equilíbrio do orçamento das famílias”, concluiu.
Ainda no âmbito do financiamento direto às Boas Causas, acresce o montante entregue ao Estado sob a forma de imposto do selo gerado pelos diferentes jogos neste último ano, que atingiu 186 milhões de euros, tendo registado um crescimento de 1,6% face a 2016. O montante total de retorno à sociedade gerado pelos Jogos Sociais no último ano foi de 2.947 milhões de euros, representando 97,3% das receitas obtidas com a venda de Jogo. Este valor representa um acréscimo de 257 milhões de euros em relação a 2016.
Na análise às vendas brutas por jogo, conclui-se que a Lotaria Instantânea, o Placard e o M1lhão contribuíram com 2.091 milhões de euros para o total das vendas brutas.
Consulte aqui o Relatório de Gestão e Contas da Santa Casa do ano de 2017, e aqui o Relatório e Contas do Departamento de Jogos Santa Casa, do ano de 2017.