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Open Day ESSAlcoitão: escola superior vai estar de portas abertas ao futuro

Depois de dois anos confinado ao digital devido à Covid-19, o Open Day da Escola Superior de Saúde de Alcoitão (ESSAlcoitão) retoma o formato presencial com duas sessões disponíveis. Nos dias 28 de abril e 2 de junho, a ESSAlcoitão vai estar de portas abertas para todos aqueles que quiserem saber mais sobre um estabelecimento de ensino superior, pioneiro em Portugal na formação de fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e terapeutas da fala.

O Open Day da ESSAlcoitão visa o contacto direto entre os docentes daquele estabelecimento e alunos da ESSAlcoitão com os estudantes do ensino secundário, que podem ser potenciais candidatos às três licenciaturas que compõem a oferta formativa da ESSAlcoitão: Fisioterapia, Terapia da Fala e Terapia Ocupacional. Durante o Open Day, pretende-se, de uma forma interativa e dinâmica, dar a conhecer os objetivos, as metodologias pedagógicas, as saídas profissionais dos cursos, bem como outras informações relevantes que contribuam para a tomada de decisão dos participantes.

Além de esclarecer todas as dúvidas dos interessados em ingressar na ESSAlcoitão, será também possível conhecer os corredores do estabelecimento de ensino superior instituído pela Misericórdia de Lisboa. Os interessados em participar no Open Day devem efetuar inscrição através do formulário disponível no site da ESSAlcoitão.

Terapia da Fala em debate

Num formato totalmente online, o II Congresso internacional da Sociedade Portuguesa de Terapia da Fala (SPTF) congregou dezenas de oradores nacionais e internacionais de diversas áreas da saúde que, durante cinco dias, debateram as principais áreas de atuação clínica da terapia da fala, desde as perturbações da comunicação, da linguagem, da voz, da fluência e da motricidade orofacial e deglutição, bem como a importância da transdisciplinaridade e o impacto das tecnologias da informação, na atuação dos terapeutas da fala.

Paula Correia, presidente da SPTF, considera que esta foi uma iniciativa que espelhou “um dos principais objetivos da Sociedade Portuguesa de Terapia da Fala, que é o de promover e divulgar ciência em terapia da fala”, fundamentando que “o programa científico que foi pensado para este congresso foi desafiante, mas pretendeu dar resposta a todos, tanto no modelo presencial como no modelo de teleprática”.

O primeiro dia de congresso ficou marcado por diversos workshops, destinados a promover alguns dos maiores desafios que os terapeutas da fala têm na sua prática clínica.

Já a conferência inaugural, no dia 23, ficou a cargo do antigo comissário europeu da Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, que discursou sobre o papel da inovação na melhoria dos serviços de saúde e educação em Portugal e como o avanço tecnológico pode e deve potenciar melhores profissionais.

Este dia ficou ainda marcado pela homenagem à terapeuta Suzete Carmona Rodrigues, antiga professora da Escola Superior de Saúde do Alcoitão (ESSAlcoitão), que foi distinguida pela SPTF devido ao seu empenho e dedicação no desenvolvimento da terapia da fala em Portugal.

“Uma homenagem justa a uma figura emblemática da terapia da fala nacional, que sempre lutou pela qualidade do ensino” desta profissão no nosso país, bem como “pelo reconhecimento académico e profissional dos terapeutas da fala, pautando a sua ação pelo humanismo, sentido de responsabilidade, sempre com grande determinação, mas com uma doçura contagiante”, referiu Margarida Grilo, coordenadora do Departamento de Terapia da Fala da ESSAlcoitão.

Opinião partilhada por Paula Correia: “esta distinção demonstra o contributo importante, extenso e fundamental que a Suzete Rodrigues teve para com a terapia da fala”, frisando que a mesma “está, por certo, na memória e no coração de centenas de terapeutas da fala”.

Seguiram-se três dias e meio de um intenso debate em torno das principais áreas de atuação clínica da terapia da fala, divulgando e atualizando conhecimentos, em formato de conferências, mesas redondas e comunicações livres.

Durante o evento foi ainda entregue o Prémio de Mérito Científico à professora Isabel Guimarães, docente da ESSAlcoitão e membro fundador da SPTF. Uma distinção que premeia atos que valorizam de forma assinalável a ciência em terapia da fala.

Paula Correia, que é uma das principais defensoras da constituição de uma ordem profissional para a classe, defendeu que este congresso veio demonstrar que “a terapia da fala está ótima e num processo de crescimento e valorização ímpar, onde os nossos profissionais devem assumir o seu papel nas equipas multidisciplinares onde estão”. “Os terapeutas da fala têm respondido a este apelo e têm vindo, num número bastante elevado, a adquirir o grau académico de Mestre e de Doutor”, concluiu.

Margarida Grilo acredita que a participação da escola neste evento foi “extremamente importante” na medida em que “a ESSAlcoitão, como instituição de ensino superior, fundadora da terapia da fala em Portugal, teria de associar-se e apoiar um evento de alcance internacional, diferenciação científica e profissional, no âmbito desta área da saúde”, frisando que “a ESSAlcoitão sempre destacou junto dos seus diplomados e dos seus parceiros a versatilidade da atuação do terapeuta da fala, divulgando e promovendo a profissão, junto de diferentes destinatários e por diferentes meios”.

De aluna a professora: o percurso de uma terapeuta da fala formada na ESSAlcoitão

A fala é o transporte de excelência na transmissão da cultura, das memórias e das vontades. Sem ela, somos meros espetadores visuais de tudo o que nos rodeia. É uma das melhores ferramentas que temos para conhecer o mundo e interagir com ele.

Foi esta ideia que fascinou Jaqueline Carmona a enveredar por um futuro na área, já depois de ter concluído uma licenciatura em Linguísticas, no final do milénio, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa.

Filha de pais portugueses, nasceu em terras germânicas, viveu alguns anos na Suíça e acabou por vir, mais tarde, com os pais para Portugal, para se estabelecerem no centro do país, na Figueira da Foz.

“Depois de concluir os meus estudos na Figueira, sabia que o meu futuro seria em Lisboa”, conta. E assim foi. No verão de 94, rumou à capital para ingressar no curso de Linguísticas.

“Foi uma mudança natural. Na altura que ingressei no curso (Linguísticas) era este o percurso que imaginava que iria seguir, mas o futuro prega-nos partidas”, comenta a atual professora de terapia da fala da ESSAlcoitão.

Foi durante a sua passagem pela Universidade Nova de Lisboa que Jaqueline viria a descobrir a sua atual paixão, a terapia da fala. Desde cedo que tomou gosto pela área que, na altura, era apenas “algo desconhecido e que poucas pessoas sabiam o que era”.

“Durante o curso de Linguística, uma das professoras que também dava aulas na Escola Superior de Saúde do Alcoitão falou-nos sobre a licenciatura em terapia da fala. A minha primeira reação foi: “O que é isso?”. Mas desde aí que o fascínio ficou”, revela.

Os dados estavam lançados para uma futura aposta. Nesse mesmo dia, Jaqueline falou aos pais na possibilidade de concorrer à licenciatura em Terapia da Fala, na Escola Superior de Saúde do Alcoitão. A resposta foi imediata e sem grande surpresa: “Mal falei aos meus pais que estava a pensar concorrer a Terapia da Fala, eles automaticamente disseram que não. Não por não acreditarem na área, mas queriam que eu terminasse primeiro o (curso) de Linguística”.

Assim foi. Depois de concluir o curso na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Jacqueline candidatou-se a uma das vagas ao bacharelato em Terapia da Fala, posteriormente reconhecido como licenciatura pós-Bolonha, na ESSAlcoitão, com uma amiga. “Inscrevemo-nos. Eu entrei e ela não. Foi muito aborrecido”, relembra.

Reportagem_ESSA

Terapia da fala: Uma carreira que nasceu de uma paixão inesperada

Jaqueline Carmona até pode não ter sonhado com uma carreira como terapeuta da fala desde tenra idade, mas a área acabou por conquistá-la definitivamente e construiu uma carreira reconhecida. Desde a formação de futuros terapeutas até ao aconselhamento que dá numa vertente clínica.

O encantamento pela profissão começou justamente quando chegou a Alcoitão e percebeu que a possibilidade de ensinar se juntava à de tentar dar “o devido reconhecimento que a Terapia da Fala devia ter”.

“Este curso não tem a visibilidade que deveria ter, mas é uma área muito nobre que vai da neonatologia até à velhice”, afirma a terapeuta de 46 anos.

Jaqueline entra na Terapia da Fala no ano letivo de 2000/2001. Durante o curso dedica-se à área da disfemia, comumente conhecida como gagueira ou gaguez, e no final da sua formação o convite que tanto ansiava chegou.

“Eu já sabia que era isto que queria fazer, era uma área que me enchia profissionalmente e logo depois de terminar a licenciatura sou convidada para lecionar Linguística Clínica na escola, em 2004”, recorda sorridente a professora.

Desde então, já são mais de 15 anos a formar futuros profissionais reconhecidos internacionalmente “como os melhores”, vários convites para colóquios e jornadas dedicadas ao tema da terapia da fala e uma colaboração no livro “Sentidos”, do autor Nuno Lobo Antunes. Uma obra que é, para muitos, uma das bíblias para pais e profissionais sobre as perturbações do desenvolvimento das crianças, como o autismo, a hiperatividade ou a dislexia.

Reportagem_ESSA

Terapia da Fala em Congresso Europeu

Decorreu no passado fim-de-semana o 10º Congresso Europeu de Terapia da Fala (CPLOL) da organização europeia da Terapia da Fala, onde profissionais de todo o mundo mostraram o estatuto da profissão e o seu distinto âmbito de competências especializadas. No Centro de Congressos de Cascais, a organização recebeu profissionais, parceiros e amigos para uma reunião de alta qualidade sobre a temática.

Os Terapeutas de fala qualificados empenham-se de uma forma profissional, contribuindo para uma melhor comunicação e saúde neste ambiente cada vez mais multicultural e multilíngue em que vivemos. Numa Europa submersa em grandes mudanças, à medida que cresce o número de profissionais bem treinados e qualificados, em Terapia da Fala também aumenta a consciência da sua relevância na sociedade.

Participaram, neste congresso vários conferencistas internacionais, de certa forma ligados a esta temática, tendo a Escola Superior de Saúde do Alcoitão (ESSA) sido um dos principais patrocinadores deste congresso.

A ESSA esteve presente no congresso com um stand próprio a divulgar toda a sua área de intervenção associada à terapia da Fala, tanto no âmbito das atividades académicas, cientificas, na comunidade que desenvolve, bem como da sua presença em iniciativas internacionais.

Estiveram presentes por parte da ESSA neste congresso e com intervenções específicas, Portuguesas especializadas na área Terapia da Fala ligadas à ESSA, como a Isabel Guimarães, Inês Rodrigues, Ana Cláudia Lopes, Jaqueline Carmona e Margarida Grilo.

Saiba mais sobre a ESSA em http://www.essa.pt/portal/

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