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RADAR convidado do VII Congresso Internacional Sobre Envelhecimento

Numa iniciativa organizada e levada a cabo pela Associação Nacional de Gerontologia Social, em colaboração com a APOIARTE – Casa do Artista, a Universidade Rey Juan Carlos e a Associação Internacional de Universidades da Terceira Idade (AIUTA), o projeto RADAR foi convidado a participar neste encontro, com o objetivo de partilhar modelos de “boas práticas”.

O encontro, que decorreu entre os dias 13 e 17 de maio, teve como tema “Envelhecer com Arte ou a Arte de Envelhecer“, e a presença do RADAR esteve integrada no painel “Ética no Envelhecimento”, moderado pelo professor doutor Cristóvão Margarido. Durante esse painel, Hugo Gaspar, diretor de núcleo da Unidade de Missão da Santa Casa, fez uma apresentação intitulada “Projeto RADAR: Abordagens colaborativas ao isolamento social e solidão não desejada”, na qual este projeto foi explicado e mostrado numa abordagem socioecológica, incidindo em três níveis: na colaboração interorganizacional, na rede de radares comunitários e no envolvimento e participação dos cidadãos.

Para cada uma destas vertentes foram apresentados em detalhe todos os resultados obtidos e exemplificada a multiplicidade de atividades que o projeto desenvolve, destacando sempre os parceiros com que trabalha diariamente. Hugo Gaspar salientou, aliás, este facto: “o RADAR é apresentado desde a primeira hora como uma parceria colaborativa. Trabalhamos diariamente para que esta seja uma realidade. O Projeto Radar não é apenas da Santa Casa, mas de todos os parceiros que dele fazem parte. É, acima de tudo, da cidade de Lisboa”.

Novo provedor da Santa Casa tomou posse

Paulo Alexandre Duarte de Sousa tomou hoje posse como novo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, frisando que aceitou o convite “com orgulho, mas também com sentido de responsabilidade. Orgulho porque a Santa Casa é uma instituição de inestimável utilidade pública, porque a sua missão é trazer bem-estar às pessoas, a começar pelos mais desprotegidos. Sentido de responsabilidade porque, estando ciente dos graves desafios que a instituição enfrenta hoje, irei enfrentá-los honrando sempre o seu legado histórico”, referiu à preenchida plateia da Sala de Extrações.

Paulo Alexandre Duarte de Sousa prometeu “dedicação aos trabalhadores e às equipas da Santa Casa”, bem como “às múltiplas atividades da instituição”, recordando as “Obras da Misericórdia e o seu Compromisso”.

Numa cerimónia em que esteve igualmente presente o primeiro-ministro Luís Montenegro, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, descreveu o novo provedor como “um gestor de vasta e reconhecida experiência profissional, mas também com provas dadas na área social”.

“O desafio maior é garantir que a Santa Casa continua a dar a melhor resposta assistencial, sobretudo aos mais desprotegidos e desfavorecidos”, assegurou a ministra, referindo que, em breve, será anunciada a composição da restante Mesa e deixando uma “mensagem de confiança a todos os que constroem diariamente a Santa Casa”.

Ministra Maria Rosário Palma Ramalho, primeiro ministro Luís Montenegro e o novo provedor

Com 56 anos, o novo provedor da instituição é licenciado em Gestão de Empresas pelo ISEG e pós-graduado em Gestão Bancária e em Estratégias de Exportação. Conta com uma vasta experiência em cargos de administração, como a presidência da Comissão Executiva do Banco Comercial e de Investimentos, S.A., a Direção Central de Financiamento Imobiliário da Caixa Geral de Depósitos e a presidência do Conselho de Administração da Wolfpart, SGPS.

Na área social, Paulo Alexandre Duarte de Sousa foi vice-presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, fazendo parte da Direção do Núcleo da Costa do Estoril durante dois mandatos. Tem também experiência em matérias relacionadas com o setor imobiliário, tendo sido responsável pela criação do Mercado Social de Arrendamento. O agora provedor da Misericórdia de Lisboa foi, ainda, o responsável do consórcio composto pelo Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana e pelo Grupo Caixa Geral de Depósitos para gestão de um Fundo de Desenvolvimento Urbano, no âmbito da Iniciativa Comunitária JESSICA, vocacionada para a Reabilitação e Regeneração Urbanas.

Teatro terapêutico da Unidade W+ voltou a mostrar-se no Festival MENTAL

O Festival MENTAL, que este ano celebra a sua 8.ª edição, contou novamente com a participação do grupo de teatro terapêutico da Unidade W+, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que atuou no Cinema São Jorge na passada sexta-feira, dia 17.

O grupo de jovens levou ao festival, que é dedicado à saúde mental e conjuga cinema, artes e informação, a peça “Ur.gente.mente”, com encenação e textos de Catarina Luz, Maria Corrêa e Sónia Santos, e representação de Dwayne Monteiro, Eduardo Naita, Elizandro Rafael, Inês Rodrigues, Lara Pereira, Leandra Santos, Maria Carvalho da Mariana Jerónimo, Rodrigo Real, Zuzimo Morato e Didu Sebastião.

“A peça “Ur.gente.mente” pretende ser uma reflexão sobre as questões das liberdades identitárias e a saúde mental na adolescência, tendo em conta a era digital. Nesta peça participaram 16 jovens, com uma média de idade de 17 anos, integrados no Teatro Terapêutico e no Orquestra Percussão Saúde da Unidade W+”, explicou Sónia Santos, direta da Unidade W+.

A Santa Casa esteve igualmente representada no Festival MENTAL através de uma exposição de várias peças de pintura, cerâmica e fotografia da autoria de nove utentes da Obra Social do Pousal.

“Os mediadores artísticos são uma mais-valia, pois abrangem uma forma de comunicar para além do uso da palavra, reforçando, simultaneamente, um papel integrador entre pares e na sociedade. Participar no Festival MENTAL permite uma visibilidade imperativa na desestigmatização nas questões da saúde mental, bem como uma intervenção psicoterapêutica com resultados comprovados”, concluiu Sónia Santos.

Exposição de obras de utentes da Obra Social do Pousal no festival Mental

A cuidar da saúde mental desde 2003

Um dos pilares nos quais a Santa Casa aposta é a saúde mental, através da sua unidade dedicada ao tema, a W+, que recorre a respostas inovadoras feitas à medida das necessidades de cada utente, seja criança, adolescente ou adulto, acompanhando assim as diferentes fases da vida.

Esta resposta da Misericórdia de Lisboa presta, assim, apoio psicológico e psicoterapêutico a pessoas em situação de risco e vulnerabilidade psicológica, em ambulatório ou na comunidade, apostando na prevenção de comportamentos de risco e na promoção de estilos de vida saudáveis dos seus principais públicos-alvo. Para este efeito, a unidade W+ mistura metodologias formais, como consultas assistenciais, e dinâmicas e mediadores artísticos, no sentido de atrair mais utentes nesta área delicada.

Três anos a caminhar de mãos dadas

O dia do terceiro aniversário do Centro Intergeracional Ferreira Borges (CIFB) começou bem cedo com a colaboração da Irmandade de S. Roque, que celebrou a eucaristia com adoração a Maria perante dezenas de utentes, familiares e pessoas da comunidade, que celebraram o momento com grande emoção.

O programa da tarde iniciou-se na sala do 1.º andar do Centro, onde os presentes assistiram a uma demonstração de “Danças Sociais”; aulas que habitualmente ocorrem às quintas-feiras no CIFB e que são dinamizadas pelo professor João, do Ginásio Club de Portugal.

Após a demonstração das danças, o Grupo Teatro Tom Maior, dinamizado e ensaiado pela atriz Maria Lalande, representou um poema de Jorge de Sena, “Qual é a Cor da Liberdade?”.

Depois das apresentações efetuadas pelos utentes, seguiu-se um desafio lançado a todos os presentes por Isabel Araújo, diretora do CIFB, que os convidou a darem o seu testemunho sobre a sua experiência, pessoal ou coletiva, do impacto que o Centro tem nas suas vidas e na comunidade. O tom de informalidade e a relação de proximidade entre os utentes e os parceiros presentes, são o reflexo do que diariamente se vive e constrói neste projeto comum de valorização de aprendizagens ao longo da vida. 

Simultaneamente, foi inaugurada a exposição “3 anos de memórias CIFB” , que apresenta uma coletânea de memórias através de fotografias, trabalhos manuais e exposições colaborativas, que destacam alguns dos momentos de uma caminhada que tem sido construída em conjunto com vários parceiros, como a Junta de Freguesia de Campo de Ourique (JFCO), a PSP, a Casa Fernando Pessoa, a Associação Cultural Embuscada, a 55 +, a Associação Cabelos Brancos, o Colégio dos Salesianos, a Ajuda de Mãe, a atriz Maria Lalande, o CampoVivo, entre muitos outros.

As festividades continuaram pelo bairro de Campo de Ourique numa atividade aberta a toda a comunidade, a “Caminhada Cultural por Campo de Ourique”, que contou com o apoio da JFCO, do projeto RADAR e da PSP. Esta iniciativa revelou-se um sucesso, a avaliar pelos sorrisos nos rostos dos 40 participantes.

A caminhada terminou de regresso ao CIFB, onde os esperava um pequeno “banquete” preparado por alguns utentes que habitualmente dinamizam o atelier de culinária do Centro, o “Cantinho dos Sabores”.

O Centro Intergeracional Ferreira Borges (CIFB) foi inaugurado a 14 de maio de 2021, contemplando a reinstalação da Residência Assistida Carlos da Maia e do Centro de Dia Santo Condestável.

Foram criadas as condições para implementar o que é preconizado pelo Modelo InterAge, considerando, também, as premissas contidas no Programa “Lisboa, Cidade de Todas as Idades”, nomeadamente no eixo estratégico da Vida Autónoma.

O objetivo, plenamente atingido, era oferecer uma resposta pioneira e diferenciadora, efetivando-se como uma alternativa abrangente e multifacetada aos vários segmentos da população do território.  

Da escuridão à luz: histórias inspiradoras

Quem passa na Travessa Lázaro Leitão, ali mais para os lados da zona oriental de Lisboa, e se depara com o palacete rosa, agora pálido de esbatido pelo tempo, não imagina os milagres que ali acontecem todos os dias e as vidas que se mudam naquele lugar. É assim desde 1962.

Isabel Pargana, diretora do Centro de Reabilitação Nossa Senhora dos Anjos, descreve a génese do equipamento: “nasceu com o objetivo de assegurar a reabilitação de pessoas com cegueira ou baixa visão. Na altura, contou com o apoio de um crítico americano, que esteve durante 18 meses em Portugal, e que permitiu dar formação e organizar o funcionamento do centro”.

Atualmente, o CRNSA providencia duas grandes respostas: o programa de realização de adultos e o programa de estimulação sensorial na primeira infância. O primeiro abrange pessoas maiores de 16 anos, vindas de qualquer ponto do país, PALOP ou ilhas, e que, dependendo do sítio onde vivem, podem ser internos ou externos. O segundo concentra-se em crianças entre os 0 e os 6 anos que, por circunstâncias diversas, têm alguma limitação visual que decorre de outras comorbilidades, questões oncológicas, de síndrome ou neurológicas, mas que interferem com a capacidade visual e, de forma muito direta e muito impactante, no seu desenvolvimento global.

A superação

O tempo de reabilitação das pessoas que chegam ao Centro varia muito, pois depende do projeto de vida, das motivações e dos interesses de cada uma.

Isabel Pargana já assistiu a um pouco de tudo, mas relembra um dos casos que mais a marcaram nos últimos tempos: “uma senhora que foi admitida em setembro [de 2023]. No primeiro dia, entrou aqui com um chapéu que tapava a face até ao nariz e uns óculos escuros que não permitiam ver absolutamente nada. Assim que subiu a escadaria principal do edifício, sentou-se no banco da entrada e disse ‘eu vou desistir, eu não aguento’. O que sucedeu? Termina o seu programa de reabilitação agora no dia 30 de maio, vai começar uma formação profissional, iniciou um processo social de habitação e pediu o seu certificado de habilitações para fazer o RVCC (Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências). Ou seja, tomou conta da sua vida e transformou-se do ponto de vista físico. Nunca mais a vimos usar o chapéu, deixou de usar os óculos e passou a cuidar da sua imagem de uma forma absolutamente espetacular, porque a autoestima e a autoconfiança que foi ganhando ao longo deste percurso permitiram-lhe renascer”.

Isabel Pargana

Quem nunca pensou em desistir foi Nuno Ribeiro, 49 anos, ex-utente. Já tinha um glaucoma, quando uma cirurgia de implante de uma válvula malsucedida o levou ao CRNSA. Chegou a 20 de setembro de 2021 (com 46 anos) e ficou até fevereiro do ano seguinte.

“Nunca! Desde que aqui entrei que vinha muito focado. E era para sair [reabilitado], demorasse o tempo que demorasse. Não queria que os meus familiares e amigos olhassem para mim como um coitadinho, mas como alguém que conseguiu dar a volta e que faz a sua vida normal. Nunca pensei em desistir. Nunca essa palavra me passou pela cabeça”. Nuno Ribeiro é taxativo. E acrescenta: “É engraçado que quando passamos pelas coisas, há uma força cá dentro que se revela maior do que pensávamos e achávamos que tínhamos”.

“O meu objetivo era ficar o mais autónomo possível para voltar a trabalhar, fazer a minha vida normal, para as pessoas da minha família não estarem preocupadas comigo. Eu não queria ficar em casa, queria ser útil à sociedade e fazer aquilo que gosto, manter a cabeça ocupada. Eu só não via… De resto, tenho uma boa cabeça, penso bem, gosto de fazer contas, gosto de fazer o que faço. Tenho dois bracinhos e não queria depender de ninguém”, relembra Nuno.

Durante uns meses, o CRNSA foi a sua primeira casa, porque só ia àquela que passou a ser a sua segunda casa ao fim de semana. Não tendo sido um choque, foi um processo de habituação custoso, sobretudo por estar longe da mulher Susana, de quem nunca tinha estado afastado tanto tempo.

“Só queria que chegasse o fim de semana para estarmos juntos. Mas eu tinha de estar aqui para fazer as coisas bem, para que a Susana pudesse voltar a fazer a sua vida sem preocupações comigo, para que eu pudesse voltar a fazer as coisas que fazia, como ajudar a arrumar a casa e ir para o trabalho. No fundo, as coisas habituais que um casal normal faz”.

Reportagem CRNSA

A reabilitação do Nuno foi um processo que correu muito bem. Tão bem que, quando deixou o Centro, voltou para o mesmo sítio onde trabalhava – um banco, na área financeira – e foi integrado na mesma equipa em que estava antes.

“A integração foi muito boa, [os meus colegas] acolheram-me bem e viram-me como um deles desde o princípio. Nunca fui visto como um coitadinho. Coitadinho? Não! Viram-me, sim, como uma pessoa útil e sempre disponível para ajudar os colegas como estava antes”.

Depois da fase de internamento no CRNSA, e na grande parte das reabilitações, a última parte do processo já decorre numa perspetiva mais externa, ou seja, é preciso conhecer os trajetos a percorrer para se chegar a casa, os transportes a apanhar, as armadilhas e os obstáculos escondidos que podem dificultar o quotidiano dos pacientes.

“Não me desliguei da recuperação abruptamente, não foi um cortar repentino, mas sim progressivo, até para nós não apanharmos um grande choque. Tive de fazer essa recuperação no meu dia a dia, para depois voltar a fazer a vida que faço atualmente. Hoje em dia apanho o comboio tranquilo, apanho o autocarro nas horas de ponta. Às vezes é complicado entrar nos transportes, as pessoas vão lá no seu mundo a olhar para o ‘dia de ontem’, para os telemóveis, dão encontrões ou tropeçam aqui na minha parceira de trabalho”, explica o ex-utente do CRNSA entre risos: “é que agora nunca vou sozinho, ando sempre aqui com a minha bengalita”.

Venha conhecer o trabalho ímpar do Centro de Reabilitação Nossa Senhora dos Anjos no seu open day, no dia 27 de maio, a partir das 10h00.

Open Conventos regressa a Lisboa com 36 conventos de portas abertas

Organizado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa, Quo Vadis – Turismo do Patriarcado e Instituto de História de Arte da Universidade Nova de Lisboa, o Open Conventos abre as portas de um conjunto de antigos espaços conventuais emblemáticos de Lisboa, com o objetivo de dar a conhecer locais de grande importância para a História, Arquitetura e Urbanismo da cidade.

 “A PAUSA e o SILÊNCIO” é o tema de reflexão escolhido para este ano. Uma conversa aberta e a exibição de um filme no dia 23 de maio introduzem a questão da organização do tempo e da importância da contemplação e da fruição. Que modelo de sociedade queremos no século XXI? O que podemos aprender com as comunidades que habitavam e habitam conventos e mosteiros numa época marcada pela aceleração e acumulação?

Esta conversa, moderada por Teresa Nicolau, diretora da Cultura da Santa Casa, acontece no centro cultural Brotéria, às 17h00, com a escritora Ana Margarida Carvalho, a maestrina adjunta Inês Tavares Lopes do Coro Gulbenkian, o P. João Norton SJ da Brotéria e a Irmã Anatália das Monjas de Belém (Zoom). Às 20h30, no Convento de São Pedro de Alcântara, é exibido o documentário “O Grande Silêncio”, de Philip Groning.

Nos dias 24 e 25 de maio, há muito para ver, desvendar e usufruir nos conventos que integram esta terceira edição, com uma programação cultural variada e dirigida a toda a população.

Todo o programa, os itinerários e a informação histórica e cultural sobre cada convento estão disponíveis aqui.

open conventos 2024

Dia Internacional do Enfermeiro assinalado com seminário sobre os cuidados domiciliários

O Dia Internacional do Enfermeiro, comemorado a 12 de maio, data do aniversário de Florence Nightingale, considerada a fundadora da enfermagem moderna, foi assinalado na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa com o seminário “Cuidar em Casa, uma resposta de proximidade pela voz dos enfermeiros”, na Sala de Extrações.

A propósito do tema definido este ano pelo Conselho Internacional de Enfermeiros, “Os nossos enfermeiros, o nosso futuro – o poder económico dos cuidados”, foram debatidas as questões relacionadas com o adiamento da institucionalização do doente e os benefícios que tal traz para “o próprio, para a sociedade e, também, na parte financeira”, segundo Manuela Marques, enfermeira diretora da Direção de Saúde da Misericórdia de Lisboa.

Manuela Marques lembra que essa institucionalização “desenraíza a pessoa, com prejuízos psicológicos e isolamento em relação à família”, acarretando igualmente custos ao Estado, pelo que “os cuidados em casa são uma área a explorar e a melhorar”.

Enfermeira diretora Manuela Marques

“Existe um grupo de trabalho na Santa Casa, com a Ação Social e a Saúde, que está a estudar a forma de melhorar a integração entre estas duas áreas. O nosso apoio domiciliário de saúde está concentrado em dois polos: oriental e ocidental. Nas freguesias há um núcleo com médico e enfermeiro, que também pode ter nutricionista, e que faz a ponte com a Ação Social”, explica.

Segundo a enfermeira diretora, a interligação entre as duas áreas já é feita, mas não atuam propriamente como uma equipa única e é aí que há trabalho a fazer, até porque, recorda, “a Organização Mundial de Saúde diz que a integração dos cuidados contribui não só para melhorar a qualidade dos cuidados, mas também a relação custo-efetividade dos mesmos”.

Assim, na primeira metade do seminário foi feita uma caracterização dos cerca de 1700 utentes que o serviço cobre na cidade de Lisboa com cuidados médicos, de enfermagem, nutrição e outros, abordando as suas faixas etárias, patologias, tipos de cuidados prestados (curativos e preventivos) e ainda o ensino aos cuidadores.

Já na segunda parte do seminário realizou-se uma mesa redonda sobre “O papel do enfermeiro especialista na equipa multidisciplinar, em contexto domiciliário”, visando as áreas de reabilitação, saúde mental e cuidados paliativos, as três onde os profissionais da Santa Casa atuam diariamente em casa dos utentes.

Sala cheia no seminário sobre cuidados de saúde em casa

Centros intergeracionais de portas abertas à cidade

Esta agenda sociocultural maio/junho é reveladora de toda a riqueza das atividades que são desenvolvidas nos centros intergeracionais da Santa Casa. É um veículo de divulgação e de abertura dos equipamentos à cidade, em que a diversidade das atividades propostas age como o motor para sair de casa e estar num espaço seguro e de convívio, proporcionando memórias inesquecíveis.

Este programa, desenvolvido nos centros de dia e noutros equipamentos da Misericórdia de Lisboa, assenta na filosofia de que todas as pessoas, novos e velhos, dispõem de múltiplos recursos para partilhar, fomentando a sabedoria e a troca de conhecimentos.

Em face desta premissa, os encontros intergeracionais abrem as portas aos vizinhos, ao bairro, aos parceiros e à comunidade em geral, enriquecendo as relações e combatendo estereótipos relativamente à idade.

Programa completo

Mitra acolhe exposição “ATELIER” de Pedro Cabrita Reis

São 50 anos de trabalho representados em mais de 1500 obras. O artista plástico Pedro Cabrita Reis vai mostrar a sua arte ao público na exposição “ATELIER”, que estará patente na Mitra a partir do próximo domingo, dia 19 de maio. O espaço cedido pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, situado em Marvila, vai assim albergar uma retrospetiva inédita da carreira do conceituado artista, a qual necessitava de um espaço de grandes dimensões face à diversidade de obras a expor.

No total serão oito pavilhões de exposição, numa área de cerca de 3000 metros quadrados, ocupados por obras de pintura, desenho, gravura, escultura e fotografia, a maior parte nunca antes expostas ao público e outras que fazem a sua estreia em solo nacional.

Apesar da extensa preparação que envolve uma exposição deste calibre, Pedro Cabrita Reis admite que a mostra nunca está totalmente pronta.

“Comecei a trabalhar aqui a 18 de março e, ao longo deste mês, eu e a minha equipa já mudámos coisas e durante este processo já criei, por exemplo, cerca de 20 novas obras, que também serão expostas”, refere o artista.

Artista Pedro Cabrita Reis na exposição ATELIER na Mitra

Este é, assim, mais um grande evento que a Mitra acolhe. O espaço onde decorre a exposição remonta ao século XVI e, atualmente, é composto por dois edifícios: o antigo Asilo de Mendicidade, que foi alvo de uma intervenção de restauro e preservação por parte da Santa Casa; e o palácio barroco do 1.º Patriarca de Lisboa, que hoje pertence à Câmara Municipal de Lisboa.

A exposição “ATELIER”, de entrada livre, vai decorrer entre 19 de maio e 28 de julho, e pode ser visitada de quinta-feira a domingo, entre as 14h00 e as 18h00.

Open Day do CRNSA quer mostrar o quotidiano de um deficiente visual

O Centro de Reabilitação Nossa Senhora dos Anjos, que promove a reabilitação de pessoas com cegueira ou baixa visão, vai celebrar 62 anos de existência no próximo dia 27 de maio.

Nos últimos tempos, o Centro tem-se dedicado a promover ações de sensibilização e de informação, tanto internas como externas, no sentido de “contribuir para uma sociedade mais inclusiva”. A descrição é de Isabel Pargana, diretora do equipamento que, neste contexto, decidiu, com a sua equipa, promover o Open Day do CRNSA no dia do seu aniversário.

“A intenção é permitir às pessoas da comunidade e às pessoas do mundo académico e do mundo empresarial, virem passar o dia connosco, conhecer-nos e ter a oportunidade de perceber o que é o dia a dia das pessoas com deficiência visual, contribuindo, dessa forma, para uma sociedade onde esta diversidade deve ser considerada e deve ser respeitada no seu todo”.

Assim, no dia 27 de maio, entre as 10h00 e as 17h00, pode dirigir-se ao Centro de Reabilitação Nossa Senhora dos Anjos, na Travessa Recolhimento Lázaro Leitão 19, em Lisboa, e passar um dia, no mínimo, diferente. Poderá conhecer a história do centro e do edifício, vivenciar o dia a ida da pessoa com deficiência visual através de atividades práticas, explorar perceções e curiosidades sobre a deficiência visual, de forma lúdica e pedagógica, conversar com utentes e profissionais, partilhando experiências e, claro, conhecer o trabalho de reabilitação promovido no Centro.

O CRNSA dispõe, atualmente, de duas grandes respostas: a primeira, centrada no programa de realização para pessoas maiores de 16 anos, vindas de qualquer ponto do país, PALOP e ilhas; e a segunda, que consiste num programa de estimulação sensorial na primeira infância para crianças dos 0 ao 6 anos que, por circunstâncias diversas, têm alguma limitação visual. 

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde e cuidados de saúde ao domicílio

Unidades da rede nacional

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas