logotipo da santa casa da misericórdia de lisboa

Na bola da final da Taça da Liga estavam os sonhos das crianças do CMRA

Além do confronto entre Sporting CP e SL Benfica, as atenções da final da Allianz Cup 2021-2022 também estiveram voltadas para a bola de jogo. No esférico necessário para os craques das duas equipas brilharem no relvado, estavam desenhados os sonhos das crianças ao cuidado do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão (CMRA), que aproveitaram cada espaço branco da bola para ilustrarem as suas relações com o futebol. A bola única resulta de uma iniciativa da Fundação do Futebol e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que deram um toque especial à final da Taça da Liga.

desenhos de crianças do CMRA na bola da final da taça da liga

O objetivo é transmitir uma mensagem de esperança para estas crianças e jovens, que, diariamente, enfrentam grandes desafios nos seus tratamentos de reabilitação. Luís Estrela, coordenador da Fundação do Futebol, vê esta iniciativa como uma forma de colocar as crianças e jovens do CMRA no epicentro do jogo de futebol, ao mesmo tempo que demonstra que “o futebol é muito mais que 90 minutos”, pois o espaço mediático que o futebol ocupa “dá-lhe a responsabilidade de intervenção na sociedade”.

Mas a participação especial dos utentes ao cuidado do CMRA na Taça da Liga não ficou por aqui. Adeptos especiais puderam dar um apoio especial às equipas finalistas da Allianz Cup 2021-22. À chegada ao Estádio Municipal de Leiria, nos dois jogos da final four e na grande final, os jogadores do Sporting CP, SL Benfica, CD Santa Clara e Boavista FC procederam à interação, através de videowall, com utentes do CMRA e do Centro de Capacitação D. Carlos I, equipamento sob a alçada da Misericórdia de Lisboa.

Ruben Amorim cumprimenta utentes do CMRA

Veja o vídeo

Créditos vídeo: Twoplay

“Eu Sou Digital”. O programa que liga os utentes da Santa Casa às possibilidades da internet

Esta tarde, a Casa do Impacto revelou ser o espaço ideal para receber uma ação que, também ela, quer criar impacto. A sessão de capacitação desenvolvida no âmbito do programa “Eu Sou Digital” juntou seniores e jovens da Área Metropolitana de Lisboa, que, juntos, iniciaram a aventura de navegar na internet. O projeto, sob a alçada da Secretaria de Estado da Economia e da Transição Digital, foi lançado em julho de 2021, com o objetivo de promover a literacia digital e capacitar adultos infoexcluídos. A Santa Casa é uma das entidades parceiras do programa, permitindo que alguns seniores da instituição possam usufruir das mais-valias que a internet oferece.

Aos 81 anos, Maria Emília começa a dar os primeiros passos no mundo online. Ou melhor, os primeiros cliques. Pesquisar a previsão da meteorologia para amanhã ou os horários dos comboios estão a revelar-se um desafio. A tarefa fica mais simples com a ajuda de Pedro Barbosa, um jovem de 22 anos que integra o grupo de voluntários do programa “Eu Sou Digital”.

Além de Maria Emília, mais 13 seniores da Misericórdia de Lisboa estiveram acompanhados de 14 jovens que os ajudaram a conectarem-se com o mundo através da internet. Pedro Barbosa é licenciado em Gestão do Desporto, mas há muito que ansiava integrar um projeto como este. A vontade surge depois de ter ajudado o avô a trabalhar com a internet, de modo a que pudesse estabelecer contacto com a família que mora do outro lado do Atlântico. Hoje, para o avô de Pedro, comunicar com familiares que moram no Brasil ficou mais fácil, pois tudo está à distância de um clique.

Jovem e sénior mexem no tablet

Para Maria dos Anjos, tudo naquele tablet faz-lhe confusão. Sobretudo as teclas, pois “julgava que o teclado estaria organizado conforme o abecedário”. Hoje, deixou de lado as costuras artesanais para dedicar-se aos dispositivos tecnológicos. Aos 81 anos está pronta para aprender. Quer ligar-se, sempre que quiser, à família que tem em Tondela, a sua terra Natal. A mentora Marta Mateus quer fazer isso mesmo: “permitir que Maria dos Anjos possa estar em contacto com os familiares, que muitas vezes estão longe”. Mas, mais do que ensinar, Marta espera crescer. Neste programa que aproxima jovens e seniores, a mentora de 34 anos vê uma oportunidade para partilhar momentos com estes seniores, ouvir as histórias e, acima de tudo, “aprender com eles”.

Nuno Gramacho, coordenador operacional do programa a nível nacional, vê no “Eu Sou Digital” uma forma de tirar os seniores de uma situação de isolamento e de exclusão: “hoje em dia, quem não souber mexer na internet, não consegue acompanhar o que se passa no mundo. A partir do momento em que fazemos ver a importância que a internet tem, sobretudo no aspeto da comunicação, possibilitamos que estas pessoas estejam menos isoladas, pois podem estar permanentemente em contacto com outras pessoas”, explica.

A importância do programa é também destacada pelo provedor da Misericórdia de Lisboa. Edmundo Martinho, além de frisar “a honra” que é para a Santa Casa estar associada ao programa “Eu Sou Digital”, lembrou o “grau de exigência” que este projeto acarreta, uma vez que, para alguns destes utentes, “significa entrar num mundo novo”. Hoje, “num mundo cada vez mais digital”, Edmundo Martinho não tem dúvidas que a internet pode permitir a todos um “contacto mais eficaz e mais próximo”, bem como o “acesso a informação”.

O programa “Eu Sou Digital” é totalmente gratuito e compõe-se, sobretudo, da vontade de uma rede de voluntários com 1300 membros, que ajuda idosos de todo o país a ligarem-se à internet. O objetivo do projeto passa pela criação de 1500 centros de aprendizagem por todo o país, permitindo que o projeto chegue a 1 milhão de pessoas até ao final de 2023. Para fazer parte deste projeto basta um requisito: vontade de aprender. E um pensamento: o saber não ocupa lugar.

Santa Casa assina acordo de colaboração no âmbito do Programa Sempre Acompanhados

No passado dia 21 de janeiro, foi realizada a apresentação pública do Programa Sempre Acompanhados, uma parceria entre a Fundação “la Caixa”, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML). Na sessão de lançamento, realizada em Lisboa, estiveram presentes a vereadora de Direitos Humanos e Sociais da CML, Dra. Laurinda Alves, o administrador da área da Ação Social e Empreendedorismo da SCML, Dr. Sérgio Cintra, e do diretor do Programa da Fundação “la Caixa”, Dr. David Velasco.

Criado em 2013, este Programa destina-se a promover relações de apoio e de bem-estar entre as pessoas mais idosas, através de uma intervenção que as capacite, melhor o seu envolvimento na comunidade e sensibilize os cidadãos em geral para prevenir e mitigar as diferentes situações de solidão não desejada. O Programa já está a funcionar em 12 municípios espanhóis, através do estabelecimento de acordos de colaboração entre a Fundação ”la Caixa” e as diferentes câmaras municipais, e tem a participação de entidades sociais locais que executam os seus objetivos no território, contando já com uma rede de mais de 200 entidades sociais associadas, e tendo prestado apoio a mais de 550 pessoas. Face ao sucesso dos resultados obtidos, a Fundação “la Caixa” tem agora a intenção de disseminar o programa no município de Lisboa.

A operacionalização do mesmo assenta num “acordo de colaboração” entre a Fundação “la Caixa”, o Município de Lisboa e a SCML, instituições-chave facilitadoras para o trabalho a desenvolver na cidade, neste âmbito. O Programa será consubstanciado através do lançamento de um Concurso destinado às entidades sociais locais com forte presença no município,e  que possam implementar o projeto, numa fase piloto, nas freguesias de Alvalade e Olivais, o qual, depois de avaliado poderá ser disseminado pelas restantes freguesias da Cidade.

O acompanhamento deste Programa, por parte da SCML, será da responsabilidade da Unidade Missão Lisboa Cidade de Todas as Idades, articulando o seu desenvolvimento com o trabalho que está a ser desenvolvido pelo Projeto RADAR.

Pode assistir à cerimónia de apresentação pública do projeto aqui: https://www.youtube.com/watch?v=0H_-2RWFeHw

Conheça melhor o Programa e saiba como concorrer aqui: https://fundacaolacaixa.pt/pt/sempre-acompanhados-concurso

Para qualquer questão acerca do Programa ou do Concurso, poderá enviar um email para seniores@fundacaolacaixa.org

Cibersegurança. Campanha recorre à sabedoria popular para alertar utentes e colaboradores da Santa Casa

Criada em parceria com o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS), a campanha é destinada aos utentes mais idosos (mas também aos colaboradores), assentando na utilização dos mais conhecidos e antigos provérbios populares para transmitir vários cuidados que os utilizadores da Internet deverão adotar no seu dia a dia.

A importância de se alterar as passwords com frequência, não partilhar dados pessoais online ou desconfiar sempre dos pedidos de dinheiro efetuados através das redes sociais são alguns dos ensinamentos transmitidos, com recurso à sabedoria popular.

 

2021 em revista. Entre o confinamento, a esperança e as Boas Causas da Santa Casa

O ano de que nos despedimos iniciou-se mais auspicioso do que qualquer outro. A vacinação contra a Covid-19 permitia ter esperança no regresso a uma vida “normal”. Num ano novamente marcado pela pandemia de Covid-19, a instituição soube adaptar-se a esta “nova realidade” para dar resposta aos desafios sociais mais urgentes, ao ajudar e cuidar de quem mais precisa.

2021 trouxe vários desafios e muitas mudanças. E dizer que 2021 foi um ano agitado seria, a par do que aconteceu o ano passado, um mero eufemismo. A pandemia não desapareceu. O seu impacto observa-se, por exemplo, no aumento do número de pessoas em situação vulnerável, o que levou mais cidadãos a recorrerem aos serviços da Misericórdia de Lisboa.

Foi um ano extremamente difícil para todos, onde palavras como solidariedade, superação, coragem, dedicação e empenho ganharam ainda mais sentido. Enquanto o país se fechava para tentar travar a propagação do vírus SARS-CoV-2, a Santa Casa esteve, desde o primeiro momento, na linha da frente a garantir o apoio a quem mais precisa. Recorde aqui algumas ações levadas a cabo pela Misericórdia de Lisboa.

Janeiro

O ano começa com uma notícia de esperança. Os utentes e os colaboradores do Lar da Mitra – Polo de Inovação Social, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Era o início da vacinação nos lares da Santa Casa. Inicialmente foram abrangidos cerca de 800 utentes e funcionários dos lares da instituição. Profissionais e internados em unidades de cuidados continuados e noutros equipamentos de saúde também foram incluídos no plano de vacinação.

Já arrancou a vacinação nos lares da Misericórdia de Lisboa

Fevereiro

Durante o confinamento, o Centro de Acolhimento Infantil Victor Manoel (CAI), também conhecido por Vítor Manuel, abriu portas para filhos e dependentes de trabalhadores que asseguraram serviços essenciais para a comunidade, tendo sido uma das sete creches que estiveram abertas no concelho de Lisboa.

CAI Victor Manoel

Ainda em fevereiro, surge-nos um retrato da saúde mental. A pandemia chegou e com ela trouxe o confinamento, o distanciamento físico, o medo da infeção, a crise económica e a incerteza. Os planos foram suspensos e os hábitos reajustados. O segundo confinamento agravou a ansiedade e o stress, mas Arlete, Rodrigo e Carla encontraram na Unidade W +, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, um porto de abrigo.

Março

Na semana em que se assinalou o Dia Internacional da Mulher, a Santa Casa apresentou duas entrevistas com mulheres que atuam em diferentes áreas da Santa Casa e que nos falaram das dificuldades de outras mulheres. Ana Sofia Branco, assistente social e coordenadora da Equipa de Acolhimento dos Requerentes de Asilo e Recolocados, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, foi a segunda convidada.

Num campo oposto, a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, visitou a Misericórdia de Lisboa para assinar um protocolo de cooperação que permitiu a entrada em funcionamento de uma casa de autonomia em Lisboa, destinada a acolher jovens provenientes de centros educativos com medidas de supervisão intensiva.

Abril

No início de abril, o Presidente da República proporcionou uma tarde diferente ao levar afetos (ainda que confinados) aos utentes e trabalhadores da Quinta Alegre. Numa altura em que a vacinação nos lares estava quase completa, a presença de Marcelo Rebelo de Sousa nesta ERPI da Santa Casa foi também uma forma de mostrar a todos “que é possível visitar lares, sendo a Quinta Alegre bom exemplo disso”.

Maio

“Transformar” foi uma das palavras mais usadas pela Santa Casa em 2021. A Misericórdia de Lisboa apresentou, a 1 de maio, a Valor T, a agência de empregabilidade dedicada a pessoas com deficiência. A Valor T – o “T” traduz-se em talento e transformação – nasceu com o objetivo de ajudar, apoiar e suportar pessoas com deficiência na construção de carreiras profissionais estáveis e adequadas às capacidades de cada um, contribuindo para a transformação da vida destas pessoas.

Rapaz em cadeira de rodas com um papel com T

Maio fica também marcado pela distinção que o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social deu à Santa Casa pelo projeto das Unidades de Retaguarda para idosos, criadas em março de 2020 e pela inauguração do Centro Intergeracional Ferreira Borges, na freguesia de Campo de Ourique, com o objetivo de alterar o paradigma da longevidade na cidade, promovendo um envelhecimento ativo, saudável e inclusivo.

Junho

Já no verão, os Estados-membros deram, em Lisboa, “um passo gigante” no combate à situação de sem-abrigo. O contributo de instituições como a Santa Casa foi fundamental para a Europa alcançar os objetivos traçados. Aumentar o diálogo sobre a exclusão social e garantir progressos concretos nos Estados-membros na luta contra a situação de sem-abrigo são alguns dos objetivos da nova Plataforma Europeia de Combate à Situação de Sem-Abrigo.

Sala da Conferência de Alto Nível

Julho

A Misericórdia de Lisboa celebrou 523 anos a 2 de julho. Tal como em 2020, esta data voltou a ser celebrada num formato totalmente digital. As festividades realizaram-se com a tradicional celebração eucarística, presidida pelo cardeal patriarca de Lisboa, acompanhada de um coro e de uma ação de graças, numa transmissão streaming, em direto da Igreja de São Roque.

Agosto

Já em pleno verão, o SOL – Saúde Oral em Lisboa celebrou dois anos a cuidar dos sorrisos dos mais jovens. Em 2019, a Santa Casa inaugurava o SOL – Saúde Oral em Lisboa, uma unidade de medicina dentária para crianças e jovens até aos 18 anos residentes ou a estudar no concelho. Abriu com objetivos muito claros: melhorar os índices de saúde oral da cidade e tornar-se num centro de referência. Os cuidados prestados são isentos de pagamento, independentemente da condição social ou económica dos pacientes.

Setembro

2 de setembro foi um dia histórico para o ciclismo e para as mulheres. A primeira Volta a Portugal feminina em bicicleta arrancou do Marquês de Pombal, em Lisboa, e contou com o apoio dos Jogos Santa Casa. Era uma pretensão do ciclismo feminino há muito tempo. A Volta inaugural chegou em 2021, com um percurso total de 259,3 quilómetros, divididos por quatro etapas, quase um século depois da primeira edição masculina ajudar a cimentar a popularidade de uma das modalidades mais acarinhadas no país.

1ª Volta a Portugal Feminina

Um passo enorme. A Santa Casa disponibilizou 91 camas para a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. O contrato-programa, que prevê a disponibilização das camas, foi assinado a 15 de setembro, entre a Misericórdia de Lisboa, a ARS Lisboa e Vale do Tejo e o Instituto da Segurança Social. As 91 camas pertencem à nova Unidade de Cuidados Continuados Integrados Rainha Dona Leonor (UCCI RDL), antigo Hospital Militar da Estrela, em Lisboa. A unidade da Santa Casa está a receber os utentes de forma faseada.

Assinatura contrato SCML, ARS e ISS

Parece que foi ontem, mas o Totobola fez 60 anos. Em 1961 nasceu o jogo que colocou um país inteiro a cantar “Totobola 1×2”. Seis décadas depois, com algumas mudanças pelo percurso, continua fiel à sua missão: apoiar boas causas. Na celebração do seu 60º aniversário, o primeiro jogo de apostas desportivas mútuas em Portugal anunciou algumas alterações, que entraram em vigor no concurso normal nº 39/2021. O jogo social passa a atribuir melhores prémios, possibilitando uma valorização do «Super 14», nos ciclos de jackpot. Apesar das mudanças, continua a manter-se tudo tão simples como 1×2.

Outubro

Cultura em tempo de pandemia. Organizada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a 33ª Temporada Música em São Roque (TMSR) decorreu num formato misto, com transmissão online e presença de público. De 15 de outubro a 12 de novembro, Lisboa foi palco de dez concertos ímpares e imperdíveis. A edição, que contou novamente com o maestro Filipe Carvalheiro como diretor artístico, incluiu algumas das orquestras e coros mais conceituados do panorama da música clássica portuguesa.

Ainda em outubro, a Casa do Impacto celebrou o terceiro aniversário na Lisboa Social Mitra. Para celebrar mais um ano de atividade a fazer a diferença, a impulsionar o empreendedorismo português e a encontrar novas soluções, a Casa do Impacto organizou um evento dedicado à importância da inovação e do empreendedorismo de impacto na resposta aos desafios no país, como a crise climática, as desigualdades, o desemprego e a saúde.

Novembro

100 obras concluídas. É um número impressionante e que merece ser destacado. O apoio do Fundo Rainha D. Leonor chegou às 100 obras concluídas. Desde o seu nascimento, foram atribuídos mais de 23 milhões de euros às misericórdias portuguesas. 140 instituições e 143 projetos apoiados. São estes os números do apoio que o Fundo Rainha D. Leonor já prestou às misericórdias portuguesas.

Falar em Santa Casa é falar em família. Por essa razão, fica a sugestão para assistir ao vídeo “Para Sempre Família”. Orlando e Cristina começaram, em 2018, a missão de devolver a infância a crianças em risco. Cedo perceberam que este dom de fazer a diferença foi o melhor que a vida lhes deu, foi “uma bênção”. São pais, amigos e protetores. São cúmplices nesta tarefa de tornar melhor a vida de alguém. Que amor é este que une crianças e famílias de acolhimento para sempre?

2021 também foi um ano de esperança. Mais do que números, a reportagem “Nunca é tarde para pedir ajuda e recomeçar a vida. Uma história feita de esperança” conta a história de Esperança (nome fictício), natural de Marrocos. Há cerca de 11 anos apaixonou-se por um português e com ele veio para Portugal. Num tom emotivo, explicou como um conto de fadas se tornou num pesadelo, e como se reergueu com o auxílio da Casa de Apoio Maria Lamas, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Esperança - Casa Apoio Maria Lamas

Dezembro

Maria, Alexandre e Alfredo percorrem um caminho para “ser o tempo” que os outros precisam. São voluntários em três respostas da Misericórdia de Lisboa, seja em atividades presencias ou à distância, mas sempre com a mesma entrega, empenho e afeto. Dão o que têm, sem esperar nada em troca. Um sorriso basta para os fazer felizes. Acima de tudo, querem partilhar, ajudar e fazer parte de um todo que se preocupa com o outro. São os voluntários da Misericórdia de Lisboa.

Quase a fechar o ano, a Santa Casa voltou a distinguir projetos que abrem novos caminhos nas neurociências. Desde 2013, a Misericórdia de Lisboa já investiu quatro milhões de euros em investigação, através dos Prémios Santa Casa Neurociências e do Prémio João Lobo Antunes, contribuindo de forma significativa para a investigação médica e científica de excelência nesta área.

Prémios SC Neurociências e Prémio João Lobo Antunes 2021

Santa Casa leva a magia do Natal de norte a sul do país

Um dia inesquecível no Wonderland Lisboa

À chegada ao Parque Eduardo VII, em Lisboa, 13 jovens da Aldeia de Santa Isabel (ASI) deparam-se com a magia do Natal que paira no ar graças a mais uma edição do Wonderland Lisboa. Para lá das perguntas sobre o evento e das selfies à entrada do espaço, os olhares focam-se na roda gigante, que está logo ali, imponente, na entrada do mercado de Natal instalado em pleno coração da cidade.

Cedo começam os palpites sobre as sensações que se devem sentir ao andar na principal atração do evento apoiado pela Santa Casa. Umas mais recetivas, outras mais ansiosas, todas embarcam na aventura de verLisboa do topo. Por instantes, o nome daquela roda poderia ser “felicidade”, a julgar pelos sorrisos de alegria e emoção, por vezes pautados por breves frases: “É espetacular, fantástico. Isto é mesmo muito bonito”, ouve-se.

“Para muitas pessoas estar aqui no Wonderland é normal, mas para elas é uma experiência de vida que vai ficar marcada para sempre. Este dia tem muita importância, porque é o reconhecimento do trabalho delas. Elas sabem que, se estão aqui, é porque merecem. Este é um prémio que lhes estamos a dar, é um miminho. Estamos a proporcionar-lhes novas experiências e a dizer-lhes que o horizonte é muito maior do que aquele que elas estão habituadas”, explica a assistente social da ASI, Maria Cristina Leitão.

Natal dos Hospitais. Apesar da distância, “os nossos corações estão em Alcoitão”

Há tradições que nunca mudam e o “Natal dos Hospitais” é uma delas, programa emblemático que teve hoje, 16 de dezembro, mais uma emissão. São já 63 anos a proporcionar momentos de alegria a utentes internados em hospitais de todo o país. Desde há muito que o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão (CMRA) tem sido o palco do Natal dos Hospitais, mas, em 2021, devido aos constrangimentos associados à Covid-19, a festa teve de ser feita à distância através dos estúdios da RTP no Porto e em Lisboa.

O provedor da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, foi um dos muitos convidados que marcaram presença nesta emissão, aproveitando a entrevista concedida para abordar as desigualdades sociais agravadas pela pandemia de Covid-19. Nas palavras do provedor da Santa Casa, “a pandemia tornou a necessidade de erradicar a pobreza ainda mais premente”, salientando que essa “tem de ser a ambição” da Misericórdia de Lisboa.

“Sentimos todos os dias, na Santa Casa, que há muito para fazer e isso é um estímulo permanente. A Misericórdia de Lisboa é uma instituição que está no coração das pessoas. Aquilo que queremos é, cada vez mais, fazer um melhor trabalho e chegar a mais pessoas que precisam de nós. Esse tem de ser o nosso compromisso”, constata Edmundo Martinho.

Foi esse compromisso que a Santa Casa tem com a sociedade que a RTP mostrou ao longo da emissão do Natal dos Hospitais. No CMRA, por exemplo, uma equipa multidisciplinar consegue, diariamente, levar um pouco mais de alegria às vidas de muitas crianças e jovens. Como referiu a administradora e diretora clínica do CMRA, Maria de Jesus Rodrigues, todos os profissionais da casa são “especiais e inexcedíveis”, pois “dedicam-se às crianças em pleno, a cada uma em especial, de acordo com as suas necessidades”, sobretudo nesta quadra natalícia em que muitas crianças e jovens internados não vão poder estar com as respetivas famílias. É no CMRA que muitas crianças passam períodos difíceis das suas vidas, na esperança de poderem regressar a uma vida plena. Enquanto isso não acontece, o centro transformou-se numa segunda casa cheia de carinho, amor e dedicação para dar aos utentes.

Neste espaço de excelência do Natal dos Hospitais reina a esperança de que 2022 será melhor que 2021, e que a festa voltará à “sua” casa. Este ano, como referiu a apresentadora Tânia Ribas de Oliveira, “apesar de não estarmos fisicamente, os nossos corações estão em Alcoitão”.

Santa Casa e PSP reforçam parceria no âmbito do projeto Radar

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e a Polícia de Segurança Pública assinaram, esta segunda-feira, 13 de dezembro, um protocolo que reforça o compromisso das duas instituições no apoio, identificação e acompanhamento da população com mais de 65 anos, na cidade de Lisboa. Durante a cerimónia, foram ainda entregues aos agentes daquela força de segurança que integram o Modelo Integrado de Policiamento de Proximidade (MIPP), 42 tablets que irão permitir uma maior eficiência no trabalho desenvolvido.

O protocolo, assinado pelo administrador da ação social da Misericórdia de Lisboa, Sérgio Cintra e pelo comandante do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, Paulo Pereira, visa melhorar a dinâmica, abrangência e sustentabilidade do projeto, reforçando a colaboração entre as instituições, com a finalidade de potenciar um maior envolvimento dos agentes MIPP na apropriação e utilização da plataforma Radar.

Para Sérgio Cintra, esta parceria com a PSP é “essencial para o sucesso do Radar”, reconhecendo que “as pessoas que necessitam de apoio sentem-se mais confortáveis quando é dado pelos ‘anjos’ vestidos de azul”. O administrador apontou ainda que os tempos complexos que a sociedade atravessa, devido à pandemia de Covid-19, “colocaram várias fragilidades a esta população, que anteriormente não se colocavam, com destaque para as questões da saúde mental”.

Sérgio Cintra defendeu também que o projeto só alcança o seu verdadeiro potencial “porque é trabalhado numa ótica de partilha de experiências e saberes, entre as várias instituições que integram o Radar”, frisando que a instituição que representa “tudo fará para apoiar e disponibilizar todos os meios que consiga para o sucesso”.

No final da sua intervenção, o administrador reforçou que “em breve voltaremos a ultrapassar os 30.000 idosos identificados e inseridos na plataforma”, concluindo que “no rescaldo da pandemia terá de ser feito um diagnóstico social atualizado às circunstâncias de cada um dos territórios da cidade”.

“É com grande satisfação que recebemos mais uma ferramenta importantíssima para prosseguirmos um projeto extremamente relevante na cidade de Lisboa”, afirmou o superintendente Paulo Pereira, durante a cerimónia, admitindo que a PSP “pode e deve ser um parceiro estratégico para o Radar”, relembrando algum dos programas que a PSP já tem para apoiar esta população, como é o caso do “Apoio 65 – Idosos em Segurança”.

Para Paulo Pereira, a intervenção da PSP neste processo é complementar a “todo o trabalho desenvolvido por todos os parceiros”, reforçando que “as ações de todos devem ter, como fim único, uma melhoria considerável nas condições de vida desta população”.

O Radar é um projeto pioneiro em Lisboa, liderado pela Santa Casa, que tem como objetivo identificar a população com mais de 65 anos, em situação de isolamento na cidade. Conta com o apoio da PSP, da Câmara Municipal de Lisboa e da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, entre outros, e está integrado no programa “Lisboa, Cidade de Todas as Idades”.

Valor T: a plataforma da Santa Casa que está a transformar o mercado de trabalho

Em maio, enquanto João Antunes folheava o jornal Correio da Manhã, escrito a letras capitais estava a oportunidade de uma vida: a Misericórdia de Lisboa anunciava a criação da Valor T. Ao ler aquele artigo, o jovem natural de Lisboa percebeu que a Santa Casa tinha acabado de criar um canal de oportunidades para que pessoas com deficiência pudessem ingressar no mercado de trabalho. “Conheci a Valor T através de um artigo publicado num jornal. Após ter lido a notícia fui à procura do site da Valor T e fiz a inscrição na plataforma”, refere.

A Valor T nasceu em plena pandemia, com o desemprego a crescer e as distâncias a aumentarem. Trata-se de um projeto com uma abordagem que não se fixa na deficiência, mas antes na pessoa, no seu talento e determinação. Para João Antunes “a criação da Valor T foi uma lufada de ar fresco” para pessoas que, tal como ele, estão em “circunstâncias complicadas”. Para este engenheiro multimédia, de 36 anos, a distrofia muscular progressiva rara provocou-lhe limitações físicas, mas também poucas expetativas de emprego. A sua, já vasta, experiência profissional permite-lhe afirmar que há uma certa marginalização por parte das entidades empregadoras, que o próprio já sentiu na pele.

“O empregador pensa logo que não temos o perfil de uma pessoa normal. Cheguei a apresentar-me numa entrevista e a pessoa disse que me dizia qualquer coisa, mas nunca mais recebi feedback dessa empresa. Submeti o currículo e fui aceite. Quando fui chamado para a entrevista é que ocorreram alguns problemas. Na altura tive receio porque já sabia que existia esse preconceito no mercado de trabalho”, revela.

Mas a Valor T quer mudar o paradigma. Este projeto da Misericórdia de Lisboa pretende unir os seus parceiros e as empresas num desafio transformador da sociedade e do mercado de trabalho. O principal objetivo é que diferença não seja um problema no acesso a oportunidades. Foi a esse trabalho “muito exigente” que a diretora da Valor T, Vanda Nunes, e restante equipa, se dedicaram nos últimos sete meses.

Vanda Nunes, diretora da Valor T

O sucesso da agência de empregabilidade para pessoas com deficiência cresce, dia após dia, mas só é possível graças ao apoio da Rede Colaborativa T, que agrega várias áreas da Santa Casa. Desde logo a Direção de Sistemas e Tecnologias de Informação (DISTI), que traduziu a metodologia da Valor T em plataforma, e que permite a qualquer pessoa do país efetuar o registo no site. Foi devido ao trabalho desenvolvido por esta direção que o primeiro desafio foi superado: garantir a acessibilidade da plataforma. “Este não é um trabalho só nosso. É da DISTI, mas também dos colegas da área da ação social e da saúde que foram colaborando connosco na definição da metodologia”, explica Vanda Nunes.

Sete meses a potenciar talentos

A Valor T nasceu no passado dia 1 de maio, fruto de vários meses de trabalho interno de conceção do projeto. É um processo que resulta do contributo de parceiros como o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), Instituto Nacional para a Reabilitação (INR), federações, associações e empresas. Ao longo dos sete meses de atividade, a equipa da Valor T dedicou-se à análise pormenorizada de todos os registos feitos na plataforma. Como lembra Vanda Nunes, “cada pessoa é uma pessoa, cada caso é um caso”, o que implica um trabalho à medida de cada um. Foram dias a fio a conhecer os candidatos, contabilizando já cerca de 700 entrevistas realizadas.

Logo nos meses de maio e junho, centenas de candidatos bateram à porta do projeto. João Antunes é um dos cerca de 1000 candidatos de vários locais de Portugal que já efetuaram a sua inscrição na plataforma Valor T. Cumpriu todas as fases do processo de recrutamento: registo; fase de ativação (onde o candidato se descreve e revela as suas preferências); fase de avaliação (candidato recebe um contacto telefónico da Valor T para agendamento de uma entrevista); entrevista com psicólogo; perfil do candidato divulgado na plataforma; eventual match entre o candidato e uma empresa.

E o tão desejado match aconteceu. Em janeiro de 2022, graças à Valor T, João vai iniciar uma nova aventura profissional numa consultora tecnológica, a Bee Engineering. Para trás ficam quase 11 anos de serviço numa empresa portuguesa de conteúdos digitais, que fechou portas em outubro.

Mercado de trabalho mais solidário

As empresas têm vindo a dizer “presente” à Valor T. Cerca de 120 entidades empregadoras de todo o país já efetuaram também o seu registo na plataforma. A equipa da Valor T está empenhada em ajudar as empresas a contribuírem para um mercado de trabalho mais solidário, no qual todos podem vir a ter a oportunidade de conseguir um trabalho digno.

“Estamos a tentar perceber em que fase é que as empresas estão. Precisamos de perceber quais são, ao que vêm, se já iniciaram este processo de contratação de pessoas com deficiência ou se nos procuram precisamente para começarem esse percurso. A diferença é imensa. Temos empresas que já têm experiência nesta área, mas outras que não, e, por isso, vêm até nós para iniciarem esse caminho”, realça Vanda Nunes, lembrando que, neste momento, a Valor T “está a trabalhar de forma próxima com as empresas, de modo a preparar o ano de 2022”.

Durante o mês de novembro, a Valor T apresentou a empresas mais de 20 perfis para diferentes áreas de trabalho. Agora, começaram a ser feitos os primeiros pedidos para entrevistar algumas das pessoas que lhes foram dadas a conhecer. É neste último ponto, de ligação entre candidato e empregador, que culmina o trabalho da Valor T. É quebrar barreiras no acesso ao mercado de trabalho, mobilizando as empresas para um país solidário, mais coeso e, por isso, melhor.

“Esta bata tem poderes”

Todos os dias, no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão (CMRA), jogam-se partidas muito difíceis. São batalhas muitas vezes desiguais. Mas em cada desafio que os utentes enfrentam, há sempre um elemento extra pronto para ajudar. Tal como no futebol, aqui também há o “12º jogador”. No CMRA, esse papel é assumido por uma equipa multidisciplinar que, todos os dias, ajuda a promover a máxima funcionalidade dos utentes e a potenciar as capacidades de cada indivíduo para que possam voltar à vida normal, à escola e até aos estádios.

Para alguns dos 13 utentes em idade pediátrica internados neste equipamento da Santa Casa, todos os dias são marcados por pequenas conquistas. A força extraordinária necessária pode ser extraída de vários elementos e, não raras vezes, esse elemento capaz de fazer a diferença pode estar em pequenos nadas. Porque não substituir as aborrecidas batas verdes hospitalares por poderosas camisolas de jogadores de futebol, para que seja possível potenciar um espírito vencedor nas crianças internadas?

Durante o mês de novembro, a Santa Casa, em parceria com a Fundação do Futebol – Liga Portugal e a Fundação do Gil, promoveu o projeto “Esta Bata Tem Poderes”, onde converteu camisolas de jogadores das 34 Sociedades Desportivas da Liga Portugal BWIN e Liga Portugal SABSEG em poderosas batas hospitalares. Para a diretora do Serviço de Pediatria do CMRA, Isabel Batalha, esta iniciativa “é muito importantes para as crianças e jovens que estão a viver um período crítico nas suas vidas”, até porque muitos deles “têm como referência jogadores de futebol”.

O objetivo é que os jovens utentes encontrem nestas novas batas uma energia que lhes permita fazer frente ao maior rival da vida deles: a reabilitação. É vestir a camisola do Everton Cebolinha para fintar as adversidades; ser duro como o Luís Neto para aguentar os adversários; ter a visão de jogo do Silvestre Varela para gerir os problemas; ou ser o Ricardo Quaresma para quando tudo isto passar podermos olhar para trás e ver que foi um percurso de conquistas, que só está acessível aos melhores do mundo.

Luís Neto - Esta Bata Tem Poderes

O pontapé de saída desta iniciativa foi dado no CMRA, com o jogador do Sporting CP, Luís Neto, a proporcionar um momento de alegria, recheado de força e ânimo às crianças e jovens hospitalizados neste equipamento da Misericórdia de Lisboa. O internacional português mostrou-se muito feliz por fazer parte desta iniciativa e “por ter podido trazer alguma felicidade a estes jovens que enfrentam dias difíceis”. No regresso a casa, o futebolista parte com a certeza de que, no CMRA, os “utentes estão bem entregues”, mas também que o futebol, independentemente da cor futebolística, consegue fazer a diferença.

Neste tipo de missões não existem rivalidades futebolísticas. O projeto “Esta Bata Tem Poderes” foi abraçado por todos os clubes da primeira e segunda ligas, que estão unidos nesta missão solidária. De norte a sul do país, foram vários os jogadores que proporcionaram momentos felizes a várias crianças internadas: Everton (SL Benfica) visitou o Hospital de Santa Maria, Ricardo Quaresma (Vitória SC) e Silvestre Varela (FC Porto) viajaram até ao CMIN (Centro Materno ou Infantil no Porto). Ricardo Quaresma proporcionou um dia diferente a crianças que “estão frágeis e hospitalizadas”. Para o jogador do Vitória SC, o melhor deste projeto “foi ver um sorriso em cada uma das crianças”.

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