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Santa Casa e Associação das Orquestras Sinfónicas Juvenis reforçam parceria

Nos últimos seis anos, este projeto fez da música uma área essencial para o quotidiano de dezenas de crianças e jovens da Santa Casa. Nos próximos três, pretende criar novas oportunidades de aprendizagem a mais crianças e jovens, assim como prosseguir o desenvolvimento de uma orquestra da instituição utilizando a metodologia já experimentada.

Presente na ocasião, a provedora da Misericórdia de Lisboa, Ana Jorge, ressalvou a importância deste protocolo: “Acredito profundamente neste projeto da Orquestra Geração. Trabalhar com jovens e, através da música, poder dar-lhes mais sentido à vida e ajudá-los a crescer como pessoas e artistas é, de facto, muito importante”.

Já Helena Lima da Silva, presidente da Direção da Associação das Orquestras Sinfónicas Juvenis, referiu que esta é “uma forma diferente de fazer música” fazendo questão de agradecer a confiança que a Santa Casa tem demonstrado no projeto. “Este já será o 3.º triénio de colaboração e para nós é uma honra dar continuidade a este projeto que continuamos a ver florescer”, sublinhou.

Livro “Tocando Vidas” evidencia trabalho da Orquestra Geração

A arte como forma de inclusão. Foi este o mote para a apresentação do livro “Tocando Vidas: Inclusão social através da prática musical na Orquestra Geração Sistema Portugal”, de Paula Freire, que decorreu ontem na Sala de Extrações da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

A obra resultou da tese de mestrado da autora em Estética e Estudos Artísticos na NOVA FCSH e Paula Freire dissecou-a resumidamente à plateia.

“O livro “Tocando Vidas” é composto por uma primeira parte onde faço um pequeno historial do projeto Sistema, que nasce na Venezuela, e da forma como se estende para os outros países. Portugal foi o primeiro país da Europa a adotá-lo e neste momento há uma rede europeia. Depois faço uma pequena história de como se iniciou o projeto em Portugal. E depois tenho o meu trabalho de campo”, começou por referir.

A autora sublinhou a “influência que a música tem no desenvolvimento” destas crianças e jovens, acrescentando que “o facto de estarem em orquestra dá-lhes uma dimensão sobretudo das áreas sociais, da socialização, do trabalhar em equipa”.

Alargar fronteiras

Já antes Sérgio Cintra, administrador da Ação Social da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, tinha dado as boas-vindas aos convidados, expressando que “há momentos em que as nossas palavras não mostram o sorriso que temos no coração”.

“Agradeço à autora a oportunidade de fazer algo que a determinado momento achávamos que era impossível. Temos o dever de ajudar todas as crianças a alargar as fronteiras dos seus bairros, as fronteiras dos seus sonhos”, afirmou.

Apresentação do livro Tocando Vidas

Quem também marcou presença na apresentação do livro foi o Ministro da Educação, João Costa, que se mostrou muito satisfeito com o resultado deste trabalho.

“Felicitar a Paula Freire por fazer deste projeto maravilhoso um objeto de estudo, porque as boas experiências não podem apenas ser vividas, mas também têm de ser estudadas para podermos ter a evidência científica que nos permite replicar e levar mais longe. O nome do livro não podia ser mais acertado, “Tocando vidas”, com a ambiguidade de tocar um instrumento e este toque fundamental nas vidas”, comentou.

Reforçando o papel da arte no percurso escolar dos jovens, o governante reiterou que “na Orquestra Geração vemos a grande evidência da arte como fator de inclusão, que é um objetivo fundamental” e garantiu que “se a escola não for inclusiva, não tem qualidade”.

“A arte tem esta possibilidade de criar alternativas. Afinal não estamos condenados à tristeza e ao insucesso. Por vezes a arte é a primeira experiência de sucesso, é a primeira vez que sentimos ‘eu sou capaz’. Quis estar aqui hoje para celebrar o livro, mas sobretudo a história tão bonita da Orquestra Geração”, terminou o Ministro da Educação.

Muitos elogios

Pelo mesmo diapasão alinhou Maria do Rosário Pereira, em representação da Leya, classificando o livro “Tocando Vidas” como “um testemunho vivo do que tem sido o impacto da Orquestra Geração para tantas crianças e jovens deste país”.

Já para Paula Gomes Ribeiro, orientadora da tese de Paula Freire, ficou patente por parte da autora a “devoção a este projeto, o modo generoso como partilhou progressivamente com os seus públicos, as pessoas a quem se destinava o seu livro”, num “texto generoso, que envolve o leitor e lhe permite incluir-se na trajetória da própria Paula Freire”.

Por fim, Helena Lima, presidente da Orquestra Geração, quis “agradecer à Santa Casa pela forma como tem acreditado no projeto”, abordando o “sentido de comunidade que se tem desenvolvido na Orquestra Geração”.

“A Paula ter entrado também nesse espírito ajudou a que isso pudesse ser tornado público”, concluiu.

Integrante da Orquestra Geração SCML

A sessão na Sala de Extrações terminou com atuação da Orquestra Geração, com muitos familiares dos jovens músicos na plateia.

Recorde-se que o projeto Orquestra Geração foi criado em 2007 e tem como objetivo primordial promover a inclusão social das crianças e jovens de bairros sociais e economicamente mais desfavorecidos e problemáticos, atuando em diversos concelhos e reunindo mais de 2.000 crianças e jovens em torno da música.

Orquestra Geração. “Adoro tocar. Foi amor à primeira vista”

São jovens talentosos e estão na Orquestra Geração da Santa Casa. Muitos sonhavam um dia tocar numa orquestra. Outros nem sabiam que a música um dia iria fazer parte das suas vidas. Hoje, estão rendidos. A orquestra faz parte do seu dia a dia. Amanda, Ávyla e Alan são três dos vários jovens que integram a Orquestra Geração Santa Casa. São irmãos e partilham a mesma paixão: a música.

No passado sábado, 25 de junho, cerca de 40 jovens e crianças tocaram e encantaram no concerto final do ano letivo. Se o nervosismo dominou os momentos que antecederam o espetáculo, a alegria e o orgulho dominaram os rostos de crianças, pais e responsáveis da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa após a atuação.

Os testemunhos

“A música é terapia, é paixão e um estimulante para a vida em todas as suas dimensões”, dizem os três. Amanda Semonnetti, 18 anos, é a primogénita. “A orquestra aproximou-nos enquanto família. Mas nem sempre é fácil conciliar o papel de irmã mais velha e a música”, confessa, entre sorrisos.

“Eu adoro tocar. Foi amor à primeira vista. Faz-me feliz e sentir bem comigo”, sublinha. “Quero continuar a fazer parte da orquestra, sem ser algo profissional, pela alegria que me dá”. Sobre a Orquestra Geração Santa Casa, Amanda não tem dúvidas: “é um projeto muito importante, pois a música une-nos e acrescenta valor a vida de cada um”.

O mais novo chama-se Alan, tem 14 anos, e toca violino. Também está no projeto desde o início. “A música completa-me. Fico tranquilo e focado. É bom para mim tocar. Esta experiência abre-me novos horizontes e tenho oportunidade para conhecer outras pessoas”, remata.

Por outro lado, Ávyla Semonetti, a irmã do meio, com 16 anos, confessa que sente “algum nervosismo no início dos espetáculos. Mas depois de começar a tocar, os nervos dão lugar à alegria”, frisa.

Ávyla destaca a alegria de tocar e o propósito do projeto da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. “Fazer parte da orquestra é especial. Estamos os três juntos a fazer o que mais gostamos. Este projeto ajuda-me a sair de casa, tira-me da rotina e posso conhecer outras pessoas”, finaliza.

Transformar vidas

Com o poder de transformar vidas, a música assume um papel de extremo relevo na vida destes jovens. Na Orquestra Geração Santa Casa encontraram uma vocação adormecida, mas, acima de tudo, um abrigo seguro e um propósito que os une.

António Santinha, diretor da Unidade de Apoio à Autonomização da Santa Casa, sublinha que “o projeto geração, com quatro anos de experiência, prova que é possível colher frutos do investimento realizado. Neste momento, contamos com cerca de 40 músicos, divididos por três níveis, e dois grupos de instrumentos: sopros e cordas”.

“O empenho deste grupo de músicos enche-nos o coração de orgulho”, destaca, com emoção, sublinhando os “benefícios do envolvimento dos pais neste projeto”. O responsável nota que “o projeto nunca parou, mesmo em contexto de pandemia”, explicando que “as crianças e professores mantiveram contacto através das plataformas digitais”.

“Os dias das apresentações são de facto mágicos, tanto para crianças como para as famílias. Nestes dias, todos se sentem muito especiais e alvo de grande atenção, o que é absolutamente transformador”. Para terminar, António Santinha fez questão de lembrar o importante trabalho dos professores e staff, que ao longo do ano, contribuem para o sucesso e impacto do projeto”, finalizou.

A Orquestra Geração da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa é um projeto com o objetivo de constituir uma orquestra juvenil na instituição. Para o efeito, foi criado um protocolo de colaboração com o Projeto Orquestra Geração Sistema Portugal. A essência do projeto é o trabalho social. A Orquestra Geração Santa Casa não é um conservatório, não é uma escola de música, é um trabalho social que através da música, da prática de orquestra de conjunto, faz um trabalho de grupo, um trabalho social.

Orquestra Geração Concerto final de ano letivo

Unidos pela música

Tudo corria bem, até ao último mês de março, em que o mundo se viu “a braços”, com uma pandemia devastadora, provocada pelo novo coronavírus. Os ensaios semanais que criavam uma rotina feliz a todos os integrantes da Orquestra Geração Santa Casa foram cancelados. As atuações presenciais adiadas e o grande concerto de final de ano letivo saltaram para uma nova forma de comunicar, o digital. O mundo mudou e a Orquestra Geração também.

“Foi tudo muito rápido. Parece que de um dia para o outro, tivemos de nos adaptar a uma nova realidade. Passámos a fazer tudo através de um ecrã”, relata Amanda, uma das principais, contrabaixo da orquestra.

A escola que antes era um espaço de lazer e de aprendizagem deu lugar ao vazio, mas, no sentido inverso, as casas destes jovens que durante o dia estavam entregues aos raios de luz, que trespassavam as janelas, são agora grandiosas salas de músicas, onde os acordes de violoncelos, contrabaixos, violinos e outros instrumentos, alegram serões e trazem a esperança a prédios inteiros.

“Não estava habituado a ensaiar em casa. Foi engraçado porque os meus pais só tinham tido a oportunidade de me ver a tocar ao vivo e nunca tinham assistido aos ensaios e desde que viemos para casa que eles [pais] e os vizinhos têm ouvido os meus ensaios e gostam muito”, conta Alan, um dos três irmãos de contrabaixista Amanda, frisando que “o mais difícil ainda foi conciliar a escola com os ensaios, mas como somos três irmãos e todos tocamos na orquestra, conseguimos ajudar-nos mutuamente”.

Sentindo que a escola não poderia ficar para trás e que muitos dos integrantes da Orquestra Geração Santa Casa não tinham meios digitais para acompanhar nem as aulas nem os ensaios, a Misericórdia de Lisboa decidiu atribuir tablets a 23 jovens músicos com acesso à internet, para que pudessem continuar a sua aprendizagem musical e escolar.

A rotina destes jovens, agora, é outra, mas nem a pandemia evitou que o tão desejado concerto de final de ano da Orquestra Geração se realizasse. Foi no passado dia 12 de julho, que os jovens músicos, de instrumentos em punho se fizeram sentir, um pouco por toda a cidade, no aconchego das suas casas.

“O início do concerto foi complicado. Não acertava com as notas, os tempos de entrada estavam péssimos, mas nós somos a Orquestra Geração e sempre conseguimos atuar. Desta vez não foi diferente”, afirmou sorridente o pequeno Omar, de apenas 12, que juntamente como seu irmão Mustaphá, de 7 anos, são os benjamins da orquestra.

Depois de uma vida marcada por vários episódios difíceis que forçaram o abandono da sua terra natal, Cabo Verde, em busca de uma vida melhor em Portugal, estes irmãos e jovens músicos conseguiram encontrar na Orquestra Geração Santa Casa uma família, amigos, paz e motivação para prosperarem tanto nos estudos como na música.

“Eles, desde que entraram para a orquestra, não se perdem no que não interessa. Sabem que esta é uma oportunidade de terem um rumo na vida e depois do que já passaram estão gratos pela Santa Casa e a Orquestra Geração lhes darem esta oportunidade”, conta Eliana, mãe de Omar e Mustaphá.

Com o poder de transformar vidas, a música assume um papel de extremo relevo na vida destes jovens. Na Orquestra Geração Santa Casa encontraram uma vocação adormecida, mas acima de tudo, um grupo de pessoas que se preocupa, porque verdadeiramente o que os une a todos é a música.

Orquestra Geração, um projeto social aberto a todos

O projeto Orquestra Geração nasceu em 1975, na Venezuela, com o intuito de recruta jovens músicos em bairros e lugares onde é mais difícil chegar a arte.

Há mais de 38 anos integra nos seus agrupamentos (mais de 200 orquestras juvenis locais) crianças e jovens provenientes de bairros problemáticos, com problemas de insucesso e abandono escolar, e com dificuldades de integração social. Orquestra Geração já foi, por duas vezes, considerado um dos melhores projetos de intervenção social da União Europeia.

A primeira Orquestra Geração em Portugal surge em 2007/2008, na Escola Básica Miguel Torga, no bairro Casal da Boba, na Amadora, e é no ano de 2017 que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa decide abraçar este projeto artístico e de inclusão social, constituindo a Orquestra Geração Santa Casa destinada a crianças e jovens a cargo da instituição.

Para o efeito foi criado um protocolo de colaboração com o Projeto Orquestra Geração Sistema Portugal, que tem como essência o trabalho social realizado através da música, nomeadamente da prática de orquestra de conjunto.

O sucesso tem sido evidente. A Orquestra Geração Santa Casa, ao longo dos anos, já teve a oportunidade de atuar em sítios marcantes para a história de Lisboa, como a Igreja de São Roque e algumas salas de espetáculos, como a mítica casa de ópera da cidade, o Teatro São Carlos.

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