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Da escuridão à luz: histórias inspiradoras

Quem passa na Travessa Lázaro Leitão, ali mais para os lados da zona oriental de Lisboa, e se depara com o palacete rosa, agora pálido de esbatido pelo tempo, não imagina os milagres que ali acontecem todos os dias e as vidas que se mudam naquele lugar. É assim desde 1962.

Isabel Pargana, diretora do Centro de Reabilitação Nossa Senhora dos Anjos, descreve a génese do equipamento: “nasceu com o objetivo de assegurar a reabilitação de pessoas com cegueira ou baixa visão. Na altura, contou com o apoio de um crítico americano, que esteve durante 18 meses em Portugal, e que permitiu dar formação e organizar o funcionamento do centro”.

Atualmente, o CRNSA providencia duas grandes respostas: o programa de realização de adultos e o programa de estimulação sensorial na primeira infância. O primeiro abrange pessoas maiores de 16 anos, vindas de qualquer ponto do país, PALOP ou ilhas, e que, dependendo do sítio onde vivem, podem ser internos ou externos. O segundo concentra-se em crianças entre os 0 e os 6 anos que, por circunstâncias diversas, têm alguma limitação visual que decorre de outras comorbilidades, questões oncológicas, de síndrome ou neurológicas, mas que interferem com a capacidade visual e, de forma muito direta e muito impactante, no seu desenvolvimento global.

A superação

O tempo de reabilitação das pessoas que chegam ao Centro varia muito, pois depende do projeto de vida, das motivações e dos interesses de cada uma.

Isabel Pargana já assistiu a um pouco de tudo, mas relembra um dos casos que mais a marcaram nos últimos tempos: “uma senhora que foi admitida em setembro [de 2023]. No primeiro dia, entrou aqui com um chapéu que tapava a face até ao nariz e uns óculos escuros que não permitiam ver absolutamente nada. Assim que subiu a escadaria principal do edifício, sentou-se no banco da entrada e disse ‘eu vou desistir, eu não aguento’. O que sucedeu? Termina o seu programa de reabilitação agora no dia 30 de maio, vai começar uma formação profissional, iniciou um processo social de habitação e pediu o seu certificado de habilitações para fazer o RVCC (Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências). Ou seja, tomou conta da sua vida e transformou-se do ponto de vista físico. Nunca mais a vimos usar o chapéu, deixou de usar os óculos e passou a cuidar da sua imagem de uma forma absolutamente espetacular, porque a autoestima e a autoconfiança que foi ganhando ao longo deste percurso permitiram-lhe renascer”.

Isabel Pargana

Quem nunca pensou em desistir foi Nuno Ribeiro, 49 anos, ex-utente. Já tinha um glaucoma, quando uma cirurgia de implante de uma válvula malsucedida o levou ao CRNSA. Chegou a 20 de setembro de 2021 (com 46 anos) e ficou até fevereiro do ano seguinte.

“Nunca! Desde que aqui entrei que vinha muito focado. E era para sair [reabilitado], demorasse o tempo que demorasse. Não queria que os meus familiares e amigos olhassem para mim como um coitadinho, mas como alguém que conseguiu dar a volta e que faz a sua vida normal. Nunca pensei em desistir. Nunca essa palavra me passou pela cabeça”. Nuno Ribeiro é taxativo. E acrescenta: “É engraçado que quando passamos pelas coisas, há uma força cá dentro que se revela maior do que pensávamos e achávamos que tínhamos”.

“O meu objetivo era ficar o mais autónomo possível para voltar a trabalhar, fazer a minha vida normal, para as pessoas da minha família não estarem preocupadas comigo. Eu não queria ficar em casa, queria ser útil à sociedade e fazer aquilo que gosto, manter a cabeça ocupada. Eu só não via… De resto, tenho uma boa cabeça, penso bem, gosto de fazer contas, gosto de fazer o que faço. Tenho dois bracinhos e não queria depender de ninguém”, relembra Nuno.

Durante uns meses, o CRNSA foi a sua primeira casa, porque só ia àquela que passou a ser a sua segunda casa ao fim de semana. Não tendo sido um choque, foi um processo de habituação custoso, sobretudo por estar longe da mulher Susana, de quem nunca tinha estado afastado tanto tempo.

“Só queria que chegasse o fim de semana para estarmos juntos. Mas eu tinha de estar aqui para fazer as coisas bem, para que a Susana pudesse voltar a fazer a sua vida sem preocupações comigo, para que eu pudesse voltar a fazer as coisas que fazia, como ajudar a arrumar a casa e ir para o trabalho. No fundo, as coisas habituais que um casal normal faz”.

Reportagem CRNSA

A reabilitação do Nuno foi um processo que correu muito bem. Tão bem que, quando deixou o Centro, voltou para o mesmo sítio onde trabalhava – um banco, na área financeira – e foi integrado na mesma equipa em que estava antes.

“A integração foi muito boa, [os meus colegas] acolheram-me bem e viram-me como um deles desde o princípio. Nunca fui visto como um coitadinho. Coitadinho? Não! Viram-me, sim, como uma pessoa útil e sempre disponível para ajudar os colegas como estava antes”.

Depois da fase de internamento no CRNSA, e na grande parte das reabilitações, a última parte do processo já decorre numa perspetiva mais externa, ou seja, é preciso conhecer os trajetos a percorrer para se chegar a casa, os transportes a apanhar, as armadilhas e os obstáculos escondidos que podem dificultar o quotidiano dos pacientes.

“Não me desliguei da recuperação abruptamente, não foi um cortar repentino, mas sim progressivo, até para nós não apanharmos um grande choque. Tive de fazer essa recuperação no meu dia a dia, para depois voltar a fazer a vida que faço atualmente. Hoje em dia apanho o comboio tranquilo, apanho o autocarro nas horas de ponta. Às vezes é complicado entrar nos transportes, as pessoas vão lá no seu mundo a olhar para o ‘dia de ontem’, para os telemóveis, dão encontrões ou tropeçam aqui na minha parceira de trabalho”, explica o ex-utente do CRNSA entre risos: “é que agora nunca vou sozinho, ando sempre aqui com a minha bengalita”.

Venha conhecer o trabalho ímpar do Centro de Reabilitação Nossa Senhora dos Anjos no seu open day, no dia 27 de maio, a partir das 10h00.

“Natal dos Hospitais” voltou a Alcoitão para uma celebração única

Entre os muitos convidados estiveram o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e a provedora da Santa Casa, Ana Jorge, que, em entrevista, fez questão de salientar o trabalho desenvolvido pelo Centro de Alcoitão desde o início da sua existência enquanto referência no país na área da Medicina de Reabilitação.

“O hospital ortopédico e o Centro de Alcoitão foram o começo de tudo quanto é reabilitação no nosso país. Foi aqui que começou a primeira instituição dedicada a esta vertente e foi também aqui que se formaram os primeiros enfermeiros de reabilitação e os primeiros terapeutas da fisioterapia da fala e ocupacional. Esta área, juntamente com a área social, tem, neste momento, um manancial de capacidade que pode desenvolver, e tem desenvolvido já, as áreas da investigação para um maior conhecimento, fundamentalmente nas áreas das neurociências, neurodesenvolvimento e doenças neurodegenerativas”. Neste sentido, Ana Jorge anunciou uma novidade: “Temos uma escola que faz parte deste Centro e estamos a criar um outro centro académico e clínico dedicado também à investigação, numa parceria com a Universidade Nova de Lisboa, para podermos desenvolver ainda mais, quer o ensino, quer a área da formação”.

natal dos Hospitais 2023

A provedora elogiou ainda todo o trabalho desenvolvido pela Santa Casa e pelos seus profissionais dedicados, não só na área da saúde, mas na área social: “Temos, em todas as atividades que desenvolvemos, uma grande preocupação com a saúde física e com a saúde mental. A Misericórdia de Lisboa tem um conjunto vasto de equipas multiprofissionais e multidisciplinares que respondem, todos os dias, às necessidades de todos, dos mais novos aos mais velhos. Desenvolvemos um grande trabalho junto das pessoas mais idosas, algumas já com algumas dificuldades cognitivas, e também junto dos mais novos, nos centros de acolhimento. São populações distintas, que precisam de uma atenção muito especial”.

Por seu lado, o Presidente da República destacou algumas das áreas sociais que necessitam de mais atenção por parte de todos, nomeadamente as que englobam os sem-abrigo, os cuidadores informais, os cuidados paliativos e a educação das crianças. A saúde também não foi esquecida, sobretudo pelo facto de o “Natal dos Hospitais” ter como cenário o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão: “Os profissionais de saúde são heróis e heroínas no dia-a-dia na sua dedicação aos mais vulneráveis. O tempo que passam a dar-se aos outros é muito maior do que o que dão a si próprios”.

Natal dos Hospitais 2023

Marcelo Rebelo de Sousa recordou ainda os primeiros anos em que assistiu ao programa pela televisão: “Reuniam-se multidões para ver nas poucas televisões que existiam na altura, há 65 anos. Era O programa!”. E deixou um agradecimento: “O ‘Natal dos Hospitais’ é uma injeção de esperança para o futuro para todos os que estão doentes, que estão numa fase difícil da vida, e que precisam de alento para suportarem a dor, o sacrifício e o sofrimento. Por isso, muito obrigado!”.

Ao longo de todo o dia (das 9h00 às 20h00), foram vários os artistas que passaram pelo espetáculo, assim como figuras conhecidas da televisão, deixando mensagens de esperança e solidariedade.

O programa deu voz ainda a muitas histórias inspiradoras tanto dos profissionais de saúde como de pacientes. Foi o caso de Helena, uma menina se desloca apenas com a ajuda de uma cadeira de rodas, e que fez questão de mandar um ‘recado’ a todos quantos viam o programa: “Se nós, que estamos numa cadeira de rodas e que temos esta limitação, conseguimos lutar pelos nossos sonhos e ultrapassar as dificuldades, todos os outros também conseguem. Acreditem nos vossos sonhos e lutem por eles”.

O Natal dos Hospitais, uma iniciativa inicial do Diário de Notícias, existe desde 1944, sendo que esta foi a 65.ª edição a ser transmitida em direto pela RTP.

Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão faz 57 anos e apresenta a primeira parede de escalada adaptada em Portugal

Não é, porém, uma parede de escalada ‘normal’. É adaptada para que possa ser utilizada por doentes com patologias neurológicas, tanto em idade adulta como em idade pediátrica, num projeto original, inovador e ambicioso, com inúmeros benefícios para os utentes, e em que o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão será, mais uma vez, precursor no incentivo à prática de uma modalidade desportiva.

De acordo com vários artigos que têm sido publicados nos últimos anos, a escalada adaptada proporciona um ganho de força, de flexibilidade e de coordenação motora, mas também a elevação da autoestima e a promoção da inclusão social em doentes com patologias neurológicas, nomeadamente Ataxia, Lesões Vertebro-Medulares, Traumatismo Cranioencefálico, Esclerose Múltipla, sequelas de Acidente Cerebrovascular, e também por doentes amputados ou com patologia ortopédica.

Já nas crianças que apresentem um quadro de Paralisia Cerebral, as conclusões apontam para uma melhoria da força de preensão manual, do controle postural e da mobilidade funcional.

A literatura atual indica-nos que esta prática proporciona inúmeros benefícios, como o aumento da força, flexibilidade, resistência, estabilidade postural, equilíbrio e coordenação; melhoria da concentração, da memória e da comunicação; aumento da autoestima e controlo do medo; e favorecimento da sensação de bem-estar e de equilíbrio, incentivando novos relacionamentos, conexões e apoio de pares.

Esta experiência tem sido implementada noutros países como os Estados Unidos da América, Alemanha, Áustria e Reino Unido, que introduziram a escalada adaptada como uma terapia de reabilitação, adquirindo paredes artificiais para ginásios de fisioterapia tanto em hospitais como em clínicas de reabilitação.

Em Portugal, a realidade da escalada adaptada é ainda muito diferente da que se vive lá fora. Existem apenas algumas instituições, como o Clube de Escalada de Braga (CEB), a CERCI e a APPACDM (no norte do país), que desenvolvem já algumas atividades neste domínio. De salientar, por exemplo, a criação, em 2015, do Campeonato Nacional de Escalada Adaptada pelo CEB, com o apoio da Federação Portuguesa de Montanhismo e Escalada, que contou com uma excelente participação dos atletas nacionais, alguns com apuramento para o Campeonato do Mundo.

Neste contexto, o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, enquanto centro de reabilitação de referência nacional e pioneiro na prática do desporto adaptado, reúne as condições ideais para promover a prática da escalada adaptada pelos seus utentes e nada melhor do que a data do seu aniversário para dar o primeiro passo nesta ‘montanha’ inovadora. Até porque esta pode ser a força motivadora para que os utentes procurem restabelecer o contacto com o mundo que os rodeia, abandonando a inatividade e o sedentarismo e procurarem uma integração social, em que conjugam a prática desportiva com o convívio entre pares e a superação das suas limitações, servindo de exemplo e de inspiração para outras pessoas com patologia similar.

Como funciona?

A escalada em paredes artificiais é muito segura: os utentes irão escalar em top rope, ou seja, ficarão presos por uma corda colocada no topo da parede, sendo a segurança assegurada por pessoas experientes e habilitadas para o efeito. As equipas de apoio estarão sempre presentes, a trabalhar diretamente com os utentes.

Esta infraestrutura agora disponibilizada foi financiada pela Câmara Municipal de Cascais após uma candidatura conjunta por parte da Associação de Desportos de Aventura Desnível e da médica do CMRA, Filipa Dionísio.

A sua inauguração abriu as comemorações do 57.º aniversário do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão no dia 20 de abril, que contou ainda com a apresentação do projeto “Um programa de intervenção para crianças com transtorno do espectro do autismo: capacitação do cuidador e nível de satisfação”, com o  concerto “Música nos Hospitais” e com uma entrega de prémios relativa aos concursos “Rodas Paper” e “Master Chef Cake Design Alcoitão”.

Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, 55 anos depois

Sabia que a construção do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão foi financiada pelas receitas do emblemático jogo de apostas desportivas mútuas, o Totobola?

Inaugurada em 1966, a primeira unidade de resposta inovadora no país para situações de lesões medulares foi construída graças ao contributo dos apostadores do primeiro jogo de apostas desportivas (lançado em 1961). 55 anos depois, o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão continua a reinventar-se.

Além de tratamentos de reabilitação com recurso a ferramentas tecnológicas, como um exoesqueleto que ajuda os doentes a recuperar força muscular e postura, o CMRA disponibiliza treinos dentro de água e é local de realização de vários estudos de investigação.

Em pouco mais de meio século, assistiram-se a avanços na medicina, mas também ao surgimento de novas enfermidades. A maioria dos internamentos no CMRA continua a dever-se a doenças neurológicas (onde se incluem os AVC), seguindo-se lesões vertebro medulares.

Apesar da sua construção ter iniciado em 1956, por iniciativa do então provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, José Guilherme de Mello e Castro, só dez anos depois, o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão abriu as portas ao primeiro doente, começando então a funcionar em pleno.

Hoje, como há pouco mais de meio século, o CMRA prossegue o seu trabalho de excelência, reconhecido internacionalmente, na reabilitação de lesões vertebro-medulares e de sequelas das doenças neurológicas, estendendo a sua atuação também à área pediátrica.

Em entrevista, Maria de Jesus Rodrigues, administradora-delegada/diretora clínica do CMRA, fala-nos um pouco sobre o trabalho de excelência na reabilitação, levado a cabo pelo centro, bem como do impacto e desafios resultantes da pandemia de Covid-19.

– Que balanço faz de 55 anos de um trabalho reconhecido internacionalmente, sobretudo no campo das lesões vertebro-medulares e das sequelas das doenças neurológicas?

Desde 1966, o CMRA tem sido considerado um dos melhores e mais completos centros de reabilitação do mundo. A forma de trabalhar em equipa multiprofissional, com uma abordagem centrada no doente e família e a preocupação em prestar cuidados de excelência, baseados na melhor evidência científica têm sido fundamentais para o sucesso e credibilidade que nos são atribuídos desde a inauguração.
A forte presença nacional e internacional nos foros científicos da reabilitação neurológica tem sido o outro pilar da posição de destaque e reconhecimento que o CMRA ocupa e pretende continuar a consolidar, continuando a inovar e liderar nesta área de especialidade.

– Qual foi o impacto da pandemia de Covid-19 no funcionamento do centro?

A pandemia de Covid-19 trouxe desafios a que os profissionais do CMRA deram resposta rápida e eficaz, assegurando a continuidade da prestação de cuidados aos seus utentes, mas fazendo todos os ajustes logísticos e procedimentais para garantir a segurança de utentes e profissionais. Os resultados têm sido muito satisfatórios e mostram que apesar de ser uma instituição com 55 anos, continua viva, ágil e capaz de se adaptar às necessidades e contingências, de forma a não desamparar aqueles que são o objeto da sua existência, os doentes e seus familiares.

– Quais são os grandes desafios para o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão?

Os grandes desafios do CMRA para o futuro próximo passam por continuar a crescer em diferenciação e qualidade: na prestação de cuidados de medicina de reabilitação; na produção de investigação clínica e formação especializada continuada dos profissionais de reabilitação em Portugal e no Mundo; na liderança, pelo exemplo, nas vertentes conceptual e organizacional do trabalho em centro de reabilitação; no desenvolvimento tecnológico ao serviço da excelência de cuidados e na melhoria operacional em saúde.

A celebração em 2021

O aniversário é celebrado a 20 de abril – data em que deu entrada o primeiro utente no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão – embora, a inauguração tenha acontecido a 2 de julho.

Uma ação de experimentação de handbikes e uma atuação musical levada a cabo por animadores, são algumas das iniciativas que decorrem durante este dia.

Mesmo em tempos de pandemia, houve lugar a uma decoração festiva dos espaços e a mensagens especiais de vários utentes, que não quiseram deixar de aproveitar a data para agradecer aos seus “cuidadores”, como demonstra o seguinte vídeo.

Misericórdia de Penamacor – Fundo Rainha D. Leonor apoia obras no antigo hospital

Há um espaço novo ao serviço da comunidade, em Penamacor. As obras, já concluídas, permitiram recuperar um edifício histórico, transformando-o num equipamento multiusos. O Fundo Rainha D. Leonor apoiou a reabilitação com 300 mil euros.

Com a reabilitação do Hospital de Santo António, no centro histórico de Penamacor, a Misericórdia da localidade reúne, agora, num só espaço, várias valências para diferentes idades: centro de dia, atividades de tempos livres e atividades de jardim infantil. Além de promover a intergeracionalidade, dispõe ainda de espaços interiores e exteriores para o convívio e de um auditório para outras atividades culturais abertas à comunidade.

Fundo Rainha D. Leonor_Penamacor

Outra novidade desta reabilitação é a instalação de uma unidade de fisioterapia, aberta à comunidade.

Além das referidas mais-valias de inovação social, intergeracionalidade e envelhecimento ativo, o edifício histórico passa a estar em vias de ser classificado como ‘de interesse público’ pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR).

A Santa Casa de Penamacor tem uma experiência repetida de cuidado com o património histórico, como atenta a recuperação da igreja do Convento de Santo António e demais património móvel e integrado.

Fundo Rainha Dona Leonor (FRDL)

O Fundo Rainha D. Leonor foi criado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, em parceria com a União das Misericórdias Portuguesas, para apoiar os valores e as atividades das Misericórdias de todo o país, no princípio da autonomia

Inaugurada obra de reabilitação em S. Pedro do Sul

A concretização do projeto de reabilitação do equipamento, da Santa Casa da Misericórdia de S. Pedro do Sul, permite aumentar a capacidade da Casa da Quinta em mais 33 utentes. O Fundo Rainha Dona Leonor, da Misericórdia de Lisboa, apoiou a obra com 225.339,61 euros.

José António Vieira da Silva, ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, esteve na cerimónia de inauguração, que decorreu no dia 17 de junho. O ministro disse que se trata de uma “obra de melhoramento de uma das valências mais importantes da Santa Casa da Misericórdia de S. Pedro do Sul, parceira na política de consolidação da política social”. José António Vieira da Silva acrescentou que nesta cooperação “o todo é maior do que a soma das partes”, elogiou a lógica de “desenvolvimento com sustentabilidade” praticada por esta Misericórdia destacando ainda o trabalho do FRDL no apoio às Misericórdias, neste e noutros projetos.

A Santa Casa da Misericórdia de S. Pedro do Sul é a maior instituição de Solidariedade Social da Região de Lafões, empregando 160 profissionais. A candidatura ao Fundo Rainha D. Leonor destinava-se à adaptação da Estrutura Residencial para Pessoas Idosas, em funcionamento, para dar apoio a adultos com limitação mental crónica e fatores sociais graves.

Importância da Obra

A Misericórdia de S. Pedro do Sul pretende diminuir o encargo psicológico e social que a dependência comporta para os doentes e para as suas famílias através da criação de uma ala especializada de apoio e melhoria da qualidade de vida dos idosos e das pessoas portadoras de deficiência ou incapacidade permanente.

Na Região de Dão-Lafões regista-se um aumento significativo de utentes com problemas de saúde mental dada a população com maior longevidade. Em alguns casos a doença desenvolve-se no período da institucionalização. Noutros a doença foi a razão do internamento, devido à incapacidade, falta de meios e desconhecimento da família para lidar com a situação. A população está envelhecida, principalmente no sexo feminino, com um índice de envelhecimento que reflete 176 idosos por cada 100 jovens (dados do Anuário Estatístico da região Centro – 2013).

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde e cuidados de saúde ao domicílio

Unidades da rede nacional

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas