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“A sorte bateu-me à porta”. Candidatos da Valor T participam na Rock in Rio Academy

O Rock in Rio é, por definição, um festival de música, mas, nos últimos anos, tornou-se em algo muito maior. Pode ouvir-se música, é certo, mas também aprender. Esta quarta-feira, 22 de junho, as colunas desligaram-se para dar tempo à Rock in Rio Academy. Neste evento, seis candidatos da Valor T – que, entretanto, já estão inseridos no mercado de trabalho – fizeram o acolhimento e a credenciação dos participantes da Academia do Rock in Rio.

A Cidade do Rock de Lisboa abriu novamente as portas para receber a 3ª edição do Rock in Rio Academy – uma ação de formação em gestão com base no modelo de negócio de uma das maiores marcas de experiência do mundo.

A Valor T, a agência de empregabilidade dedicada a pessoas com deficiência da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, convidou Maria, Miguel, Marcos, Ronica, Tiago e Cânia para participar no evento. Uns encaminhavam os participantes, outros asseguravam a credenciação. Sempre acompanhados pela equipa da Valor T. À medida que as tarefas foram distribuídas, o nervoso inicial passou rapidamente. Orgulhosos pela oportunidade, estes homens e mulheres desejavam intensamente mostrar o seu valor e capacidade de trabalho.

“Já tinha desistido de procurar”

Entre os seis elementos, está Maria Moreira, 36 anos, de Sintra. Inscreveu-se logo no início do lançamento da Valor T. “O processo levou algum tempo”, recorda. Mas hoje está “feliz e realizada”. “Como se sabe, é difícil para as pessoas com deficiência entrar no mercado de trabalho. Trabalhei nas limpezas, mas não era o que gostava de fazer”.

A candidata tem uma lesão no plexo braquial, afetando principalmente os movimentos e a sensibilidade do ombro e cotovelo. Movimentos como levantar e abrir o braço, e dobrar o cotovelo ficam difíceis ou impossíveis. Por esta razão, cada vez que procurava emprego, “as portas fechavam-se”, conta.

Quando Maria recebeu um telefonema da Valor T, não esperava que do outro lado da linha fosse anunciada a oportunidade que tanto queria. Hoje é operadora ajudante de loja no El Corte Inglés. “Estou feliz. Já tinha desistido de procurar e, quando menos esperava, a sorte bateu-me à porta”, lembra, sorridente. “Vim apenas pela experiência, nem foi pelo bilhete que nos oferecem. Normalmente, apenas escolhem os modelos e perfeitos para fazerem parte destes eventos. Hoje é o meu dia”, rematou.

“É uma oportunidade para socializar”

Também Tiago Ferreira, 26 anos, de Santa Iria da Azoia, encontrou na agência de empregabilidade para pessoas com deficiência, da Misericórdia de Lisboa, um porto de abrigo. A história repete-se. “As pessoas com deficiência têm uma dificuldade acrescida em entrar no mercado de trabalho”, sublinha.

O jovem candidatou-se em 2021. Atualmente está a trabalhar como auxiliar de jardinagem no Pingo Doce. “Senão fosse a Valor T, não teria conseguido entrar no mercado de trabalho. Há um estigma enorme em relação às pessoas com deficiência”, nota.

Tiago sofre de uma doença crónica que o impede de absorver cálcio, estando medicado para o efeito. Sobre a iniciativa desta quarta-feira, o jovem jardineiro acredita que “é uma oportunidade para socializar, conhecer novas pessoas e perder um pouco da timidez” que tem.

“Faço o que gosto”

Já Marcos Rosa, 39 anos, de Porto Alegre (Brasil), há quatro anos em Portugal, encontrou a agência Valor T através do Google. Fez entrevista em janeiro e depois começou a receber várias propostas de trabalho ao seu perfil. Em abril, começou a trabalhar na Zara. “Comecei como part-time, o salário é bom em comparação com outros que já vi, e, agora, vou ter um horário completo. Faço o que gosto, trabalho com pessoas, com público, com vendas. Era exatamente o que eu procurava”, diz, satisfeito.

O brasileiro está a recuperar de cancro e à espera de transplante de médula. Enquanto recupera, confessa estar “feliz” por sentir-se útil de novo. Para finalizar, Marco conta que é a primeira vez que irá participar no Rock in Rio. “Eu estou a realizar um sonho”, diz, sorridente.

 

Da linguagem gestual à reparação de cadeiras de rodas, o Rock in Rio é mais inclusivo com o apoio da Santa Casa

O Rock in Rio está de regresso a Lisboa. Na edição de 2022, a Santa Casa volta a associar-se ao festival de música, possibilitando que o evento seja acessível a pessoas com deficiência visual, deficiência auditiva e mobilidade reduzida.

O apoio oficial da Misericórdia de Lisboa ao Rock in Rio permite que o recinto do festival esteja dotado de plataformas para pessoas com mobilidade reduzida (no Palco Mundo e no Galp Music Valley), bem como de wc adaptados, oficinas para eventuais reparos nas cadeiras de rodas e sinalética em todo o recinto. A Santa Casa vai ainda ter no terreno uma equipa pronta para dar resposta as necessidades dos públicos especiais.

Nos dias 18, 19, 25 e 26 de junho, dezenas de artistas vão subir aos palcos do Rock in Rio Lisboa, mas, em 2022, as grandes estrelas são os intérpretes de linguagem gestual da Hands Voice, que, aos pares, vão acompanhar do início ao fim todas as atuações do festival. O uso de interpretação em linguagem gestual no Rock in Rio é algo nunca antes feito em festivais de música em Portugal, mas possível devido ao apoio da Santa Casa ao festival de música.

“No ano em que se assiste ao regresso em pleno dos festivais de música, a Santa Casa ajudará na modernização e melhoria das acessibilidades, através do desenvolvimento de acessos e áreas de mobilidade reduzida. Teremos também no local técnicos a garantir o apoio a pessoas com este tipo de dificuldades. Este ano, pela primeira vez num festival de música em Portugal, teremos ainda concertos com interpretação em Língua Gestual Portuguesa, o que representa mais um passo para garantir que se proporcionem cada vez mais espetáculos acessíveis e inclusivos, alcançando todos os públicos que frequentam estes eventos musicais”, explica a diretora de Comunicação e Marketing da Santa Casa, Maria João Matos.

A parceria entre a Misericórdia de Lisboa e o Rock in Rio tem como objetivo proporcionar uma experiência única para todos os públicos, possibilitando que ninguém fique de fora da festa da música, onde a inclusão é prioridade.

O apoio à cultura é outro objetivo desta parceira, uma vez que essa é uma missão assumida pela Misericórdia de Lisboa, que tem-se aliado de forma consistente a eventos culturais. O compromisso da Santa Casa com a cultura traduz-se, por exemplo, no apoio à produção de espetáculos de música, literatura ou cinema.

“Um dos pilares da Santa Casa é a promoção do acesso à Cultura para todas as pessoas. A presença neste ou noutros festivais insere-se numa estratégia mais ampla que tem por base essa premissa e, nuns casos através da criação de melhores condições de acessibilidade para todas as pessoas, noutros apoiando festivais e outras iniciativas culturais menos mediáticas em comparação com o Rock in Rio. Ou seja, sim: sentimos que a nossa presença é importante e faz todo o sentido”, refere Maria João Matos.

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