logotipo da santa casa da misericórdia de lisboa

Obras de ampliação da UCC da SCM de Aguiar da Beira foram inauguradas

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa doou, através do Fundo Rainha Dona Leonor, mais de 105 mil euros para aumentar em 12 camas a Unidade de Cuidados Continuados da Misericórdia de Aguiar da Beira.

As obras de ampliação foram inauguradas por Ângela Guerra, administradora da SCML com o pelouro do Fundo Rainha Dona Leonor, e António Gandra D´Almeida, Diretor Executivo do SNS. Na cerimónia participaram também Virgílio da Cunha, presidente da Câmara Municipal de Aguiar da Beira e Augusto Fernando Andrade, Provedor da Santa Casa da Misericórdia local.

Esta unidade recebe utentes em longa duração: seis meses. No entanto, há casos de pessoas que precisam de mais tempo de reabilitação.

As Unidades de Cuidados Continuados da Rede Nacional prestam cuidados a utentes referenciados pelo SNS em curta duração, (um mês), média duração, (três meses) e longa duração (mais de seis meses).

A obra agora inaugurada foi realizada no antigo hospital da Misericórdia, um edifício de meados do século XX, simbólico para a comunidade de Aguiar da Beira. Esta intervenção teve um especial cuidado de não afetar a traça original do edifício, tendo sido escolhidos materiais da região, nomeadamente granito amarelo, para a construção.

Inauguradas obras de reabilitação do Convento dos Cardaes

Foram ontem, 17 de julho, inauguradas as obras de reabilitação parcial do Convento dos Cardaes, em Lisboa, onde está sediada a Associação Nossa Senhora Consoladora dos Aflitos. A Santa Casa financiou a obra com cerca de 1,4 milhões de euros, ao abrigo do protocolo assinado com a Associação em 2018.

Na cerimónia de inauguração esteve presente Clara Marques Mendes, secretária de Estado da Ação Social e da Inclusão, bem como Ângela Guerra, administradora da Santa Casa com o Departamento de Ação Social e Saúde, que esteve em representação do provedor Paulo Sousa.

A Associação Nossa Senhora Consoladora dos Aflitos é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, dirigida pela Irmã Ana Maria Vieira, cuja fundação remonta ao Séc. XIX. Acolhe mulheres cegas ou com necessidades especiais e é baseada numa comunidade de Irmãs Dominicanas que cuida, a tempo inteiro de 35 pessoas, com o auxílio de técnicas, auxiliares e voluntárias externas.

As obras agora inauguradas no Convento dos Cardaes tiveram como objetivo salvaguardar um elemento único do património material português e prolongar a função assistencial que se desenvolve neste edifício, bem como preservar a área museológica e o tesouro que lhe pertence e, ainda, assegurar condignamente a prática do culto.

O Convento foi fundado por D. Luísa Távora, em 1681, para as religiosas Carmelitas Descalças, ainda que as obras só tenham terminado em 1703. Obedece à arquitetura do Séc. XVII, com um exterior robusto e austero, mas o seu interior alberga diversos tesouros decorativos. O edifício ocupa uma área total de 5 mil metros quadrados.

O apoio financeiro da Santa Casa neste projeto totalizou 1.405.804,60€ e assentou naquele que é um dos seus fins estatutários: a melhoria do bem-estar geral das pessoas, designadamente dos mais vulneráveis. O protocolo assinado entre as duas entidades estabeleceu ainda que a Misericórdia de Lisboa possa encaminhar utentes para a Associação Nossa Senhora Consoladora dos Aflitos, consoante as vagas existentes, bem como, dispor de 16 vagas no Centro de Atividades Ocupacionais. 

Ministra visitou Unidade de Atendimento à Pessoa em Situação de Sem Abrigo

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social visitou esta quinta-feira, 18 de julho, a Unidade de Atendimento à Pessoa em Situação de Sem Abrigo (UAPSA), valência da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa que funciona no Cais do Gás.

Maria do Rosário Palma Ramalho, que foi recebida por Paulo Sousa, provedor da instituição, Rita Prates, vice-provedora, e Ângela Guerra e Luís Carvalho e Rego, vogais da Mesa, conheceu as instalações numa visita guiada por Alexandra Castro, diretora da Direção de Intervenção com Públicos Vulneráveis, e Marisa Melo coordenadora da UAPSA.

A comitiva conheceu a equipa multidisciplinar, composta por 18 pessoas, e visitou também as salas de trabalho partilhadas pelos parceiros do Núcleo de Planeamento e Intervenção com a Pessoa Sem-Abrigo (NPISA), igualmente ali sediado, cujo trabalho resulta de um acordo de parceria assinado em 2015 entre a Santa Casa, Câmara Municipal de Lisboa, Instituto de Segurança Social e um conjunto de 38 entidades com intervenção na área das pessoas em situação de sem abrigo.

Só em 2023, a UAPSA realizou cerca de 15.500 atendimentos, correspondentes a quase 3.900 pessoas diferentes, abrindo ainda 1.035 novos processos de acompanhamento. Já no final do 1.º semestre de 2024 registou-se um aumento de 28% de novos processos abertos face ao período homólogo.

Maria do Rosário Palma Ramalho sublinhou que a UAPSA é “uma unidade de referência” e explicou que “o Governo está apostado em rever a estratégia das pessoas sem abrigo para alinhar com alguma mudança que existe nesta população”, acrescentando que “esta tem de ser uma resposta de proximidade”.

Por seu lado, Paulo Sousa realçou o trabalho desta unidade e salientou a importância da resposta aos problemas sociais como sendo parte integrante da própria missão da Santa Casa.

“Hoje todos tivemos a oportunidade de ver uma unidade que funciona em pleno, que atende, em média, mais de 100 pessoas por dia e que tem um conjunto de respostas estruturadas. Felizmente temos uma rede de parceiros que nos apoia e, acima de tudo, nesta área todos não somos de mais para o problema que temos pela frente. As nossas equipas estão aqui todos os dias a dar o seu melhor, num trabalho difícil, com dimensão e relevante para a sociedade. Continuamos a honrar a matriz e a missão da Santa Casa”, finalizou o provedor.

Unidas pela fotografia

Espaço ComVida promove sessões de partilha para cuidadores informais

Realizou-se no passado dia 8 de julho o primeiro encontro das sessões de partilha para cuidadores informais, promovidas pelo Espaço ComVida, da Santa Casa, e o Instituto São João de Deus. Trata-se de um ciclo formativo de sete sessões que tem como objetivo apoiar os cuidadores informais na prestação de cuidados aos seus familiares com demência e ensiná-los a gerir o seu próprio bem-estar, sendo conduzido por técnicos especializados de ambas as instituições. Estamos a falar de sessões gratuitas, que visam fornecer suporte prático e emocional aos cuidadores e reduzir a iliteracia na área da demência, através da partilha de experiências e dúvidas entre pares. Ou seja, espera-se que os cuidadores possam ouvir, aprender e aconselhar-se uns aos outros.

Foi por reconhecer que existem fragilidades no apoio e acompanhamento das pessoas com demência e seus cuidadores na comunidade, que o Espaço ComVida do Centro Social Polivalente do Bairro das Furnas convidou o Instituto São João de Deus para formar uma parceria. “Juntos, delineámos um conjunto de ações para melhorar a qualidade de vida desta população e entre elas destaca-se o ciclo de sessões de partilha para cuidadores formais e informais, que visa fortalecer a segurança e a competência dos cuidadores, permitindo-lhes prestar melhores cuidados aos seus familiares”, explicou Ana Nascimento, diretora daquela unidade da Santa Casa. “Portugal está entre os quatro países da OCDE com maior prevalência de demência, o que sublinha a necessidade crescente de respostas específicas para apoiar tanto as pessoas com demência, como os seus cuidadores. Capacitar as equipas de cuidados como agentes de mudança é essencial para enfrentar este desafio crescente”, reforçou.

Estas sessões de partilha para cuidadores informais continuam até março do próximo ano e Ana Nascimento não tem dúvidas quanto à sua pertinência: “Esta iniciativa representa um passo importante na valorização e capacitação dos cuidadores, essenciais para a melhoria da qualidade de vida das pessoas com demência em Portugal”.

O Espaço ComVida é um projeto-piloto da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) direcionado a pessoas com demência, que tem como foco manter as suas competências cognitivas e promover a sua autonomia através de atividades que promovam a sua interação social e o contacto contínuo com a comunidade. Ana Nascimento salientou que “a prestação de cuidados especializados é a base deste projeto, que utiliza uma abordagem centrada na pessoa com demência, reconhecendo e envolvendo todas as áreas de vida dos indivíduos, empregando metodologias não farmacológicas para garantir flexibilidade e fazendo ajustamentos às necessidades e preferências de cada pessoa e cuidador/família”.

Projeto KORALE: Parceiros do ‘Lisboa Cidade Com Vida para Todas as Idades’ reunidos

Os parceiros do Programa Lisboa Cidade Com Vida para Todas as Idades reuniram-se no passado dia 4 de julho com o objetivo de iniciarem as dinâmicas KORALE para identificação de boas práticas no concelho de Lisboa, que visem quebrar o ciclo do isolamento social e da solidão não desejada.

Este processo de identificação passará por desenvolver um conjunto de dinâmicas que vão envolver os stakeholders e convidar projetos que estão a acontecer em Lisboa e que tenham na sua essência a ativação, envolvimento e participação dos cidadãos da cidade em situação de vulnerabilidade e isolamento.

Este é o primeiro desafio do projeto KORALE que levará à identificação de 24 boas práticas europeias, sob as quais serão depurados os fatores de sucesso que permitirão desenvolver novos projetos ou melhorar aqueles já existentes, enformando também o desenho de políticas públicas nesta área de promoção da coesão social.

Assim, se tem em mãos um projeto/programa que visa o combate à solidão e ao isolamento social, esteja atento, pois certamente estará no RADAR para que possa vir a ser convidado para apresentar o que está a fazer. As duas melhores boas práticas – submetidas a um júri KORALE – serão convidadas a participar no próximo encontro da equipa KORALE, que irá decorrer em Viena, na Áustria.

A iniciativa KORALE visa abordar a solidão indesejada entre as populações jovens e idosas em toda a Europa. Um dos principais objetivos é promover a dinâmica colaborativa entre stakeholders na abordagem a esta problemática nas seis cidades/regiões envolvidas: San Sebastian (Espanha), Viena (Áustria), Fingal (Irlanda), Aalst (Bélgica), Central Denmark Region (Dinamarca) e Lisboa (Portugal).

Saiba mais no site do projeto KORALE.

RADAR apresentado no 1.º encontro do projeto KORALE em San Sebastián

O evento inaugural do projeto KORALE, que arrancou na terça-feira e terminou hoje em Donostia-San Sebastián, no País Basco (Espanha), deu início a uma jornada transformadora pelas cidades participantes, dedicada a abordar a solidão e o isolamento social, bem como identificar boas práticas que permitam melhorar as políticas públicas nestas áreas.

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa esteve representada por Mário Rui André, coordenador do ‘Programa Lisboa, Cidade COM VIDA Para Todas as Idades’, e apresentou o Projeto RADAR enquanto Instrumento Cidade Colaborativo na identificação de pessoas em situação de isolamento e solidão não desejada, através do envolvimento das comunidades locais, dos Radares Comunitários e de uma cidadania ativa e participativa.

Este primeiro encontro do projeto KORALE foi, também, uma oportunidade de conhecer experiências inovadoras desenvolvidas pelos stakeholders das outras cidades participantes.

Recorde-se que este evento foi o primeiro de vários que se seguirão, no sentido de contribuir para a construção de comunidades mais conectadas e resilientes com os parceiros do projeto: Social City Wien, Santa Casa da Misericórdia de Lisboa/Câmara Municipal de Lisboa, Conselho do Condado de Fingal, DEFACTUM/Central Denmark EU Office & Stad Aalst.

Mário Rui André no primeiro evento do projeto KORALE

Santa Casa associa-se ao projeto europeu KORALE para combater o isolamento social

O KORALE é um projeto colaborativo europeu lançado este ano com o objetivo de promover políticas públicas de combate e prevenção da solidão e do isolamento social em seis territórios da Europa.

Liderado pela Fundação Adinberri, o projeto foi pensado a quatro anos e aposta no lema “Por uma comunidade de práticas e conhecimentos de prevenção e combate à solidão através das políticas públicas”. O foco está em enfrentar as situações de solidão e isolamento social de jovens e idosos na Europa através da partilha de boas práticas e abordagens multidisciplinares.

Além da Adinberri Foundation, do País Basco (Espanha), o consórcio integra entidades como a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e a Câmara Municipal de Lisboa (Portugal), Social City Vienna (Áustria) e DEFACTUM (Dinamarca), bem como os municípios de Fingal (Irlanda)e Aalst (Bélgica). Juntos, estes seis territórios vão trabalhar para trazer este tema para a ordem do dia, através de uma abordagem transversal aos vários patamares políticos, dos municipais aos regionais, com estratégias que combatam o isolamento e promovam a coesão social.

O primeiro evento vai decorrer de 19 a 21 de junho em Donostia – San Sebastián e marca o arranque de uma jornada transformadora do projeto KORALE, que assenta em três objetivos-chave:

  • Identificar e partilhar boas práticas: prevenir e combater a solidão, seja ao nível individual, familiar ou na comunidade, com atuações a curto-prazo.
  • Aprender com estratégias interventivas bem-sucedidas: implementar essas estratégias na vida das pessoas desde cedo, no sentido de reduzir, mais tarde, a incidência da solidão, com foco numa abordagem a longo prazo.
  • Identificar fatores-chave de transformação: lançar boas práticas para atingir políticas de maior impacto e integrá-las noutros setores como a saúde, a educação e a habitação.

Após três anos de trabalho, nos quais o projeto vai contar com seis eventos de partilha de conhecimentos, visitas de estudo, workshops e seminários, será publicado um conjunto de estratégias e boas práticas que serão valiosas para as entidades que operam nesta área por toda a Europa. As reuniões de trabalho vão passar pelos seis territórios, sendo que a primeira será no País Basco, seguindo-se Áustria, Portugal, Irlanda, Bélgica e Dinamarca.

O KORALE é um projeto Interreg Europe, co-financiado pela União Europeia.

o papel da santa casa

A solidão e o isolamento social têm sido temas estruturantes na atuação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa nos últimos anos e várias têm sido as iniciativas de atuação nesta área. Um dos exemplos de destaque é o ‘Programa Lisboa, Cidade COM VIDA Para Todas as Idades’, um plano estratégico e integrado para a cidade, que nasceu da vontade de melhorar a qualidade de vida e o bem-estar da população 65+ e de transformar a cidade num espaço de vida ativa, autónoma e de participação plena.

Com base numa governação Integrada e de compromisso dos vários parceiros envolvidos, além da Santa Casa – Câmara Municipal de Lisboa, Instituto de Segurança Social, Administração Regional de Saúde Lisboa e Vale do Tejo, Polícia de Segurança Pública e a Nova Medical School da Faculdade de Ciência Médicas da Universidade Nova de Lisboa – e da própria comunidade, este programa está estruturado em três eixos de atuação: Planeamento, Monitorização e Avaliação; Intervenção, Formação e Experimentação; e Participação, Atendimento e Comunicação. Estes eixos agregam várias medidas com vista à promoção da autonomia e à prestação de cuidados qualificados à população 65+.

O objetivo passa por garantir espaços de cidadania, autonomia e autodeterminação, investindo em respostas e projetos adequados às diferentes necessidades e expetativas da população 65+ residente na cidade de Lisboa. Esta estratégia vem reforçar a participação social e comunitária, as redes de solidariedade e de parceria, a promoção de apoios sociais personalizados, integrados e flexíveis, contribuindo para a visão de uma cidade mais justa, coesa e inclusiva para todas as idades.

Saiba mais sobre o projeto KORALE no site oficial.

Logo do projeto KORALE

Unidas pela fotografia: uma história de voluntariado ao domicílio na Santa Casa

Passam poucos minutos das 14 horas quando Ana toca à campainha. Afasta-se da porta e olha para cima, lá para o alto do quinto e último andar do velho prédio. Sabe que quem a aguarda gosta de confirmar pela janela quem lá vem. A porta é finalmente destrancada e Ana empenha-se na difícil missão de subir cinco andares de escadas, mas por uma boa causa: é voluntária da Santa Casa e prepara-se para mais um dia a fazer companhia a Adriana.

Esta última, já com 82 anos, abre a porta do pequeno apartamento e recebe Ana nos braços, com um sorriso que diz tudo: “Gosto muito da companhia da Ana! E não o digo por ela estar aqui ao lado, faz de conta que não está cá”.

Embora já tenha feito outros trabalhos de voluntariado, Ana, estudante já no final do curso de medicina, está na sua primeira experiência de voluntariado ao domicílio. Por sua vez, Adriana também acolhe um voluntário no seu lar pela primeira vez. Conhecem-se desde janeiro e a empatia foi imediata.

“É uma senhora muito animada, gosta muito de falar e acolheu-me bem. Eu vinha um pouco de pé atrás, porque estou a entrar no espaço dela. Até setembro, a Adriana tinha atividades no exterior, mas depois teve problemas de saúde e ficou mais por casa”, refere Ana.

A voluntária é, de resto, a única alternativa para que Adriana ainda saia de casa. Juntas, enfrentam os cinco andares de escadas e há pouco tempo foram passear até ao Jardim da Estrela, zona onde Adriana morou.

A idade faz-se sentir mas, apesar destes passeios serem cada vez mais raros, Adriana descobriu uma nova forma de ‘viajar’ através… da própria Ana, como explica a voluntária: “Ultimamente tenho feito algumas viagens e ela gosta muito de saber mais sobre isso. Faz-me perguntas e vou-lhe mostrando fotografias”.

A fotografia é, de resto, uma paixão comum às duas e esse foi um dado tido em conta no processo de recrutamento, no qual Ana indicou ser essa uma das suas áreas de interesse. Ora, Adriana trabalhou quase metade da sua vida em fotografia. Foi só juntar as peças.

“Gostava muito de poder viajar, coisa que não consegui fazer porque tinha de trabalhar para criar três filhos. Trabalhei em fotografia durante 35 anos e havia pouca gente que fizesse o trabalho que eu fazia. Não só retocava as chapas, como fazia o trabalho em papel”, recorda.

Por seu lado, Ana não esconde o fascínio por tudo o que aprende nas conversas com a sua amiga mais velha: “A dona Adriana fala-me do processo da fotografia de antigamente, de coisas que eu só vejo em filmes e que agora conheço melhor”.

Processo rápido e experiência enriquecedora

Ana está com Adriana uma hora por semana, no resultado de uma inscrição à qual os serviços da Santa Casa rapidamente deram resposta. Desde então, as duas têm desfrutado ao máximo da companhia uma da outra.

“Enviei um email à Santa Casa e responderam-me logo. Entrevistaram-me na semana seguinte, houve aquelas sessões de formação e foi um processo muito rápido. O voluntariado ‘enriquece’ a pessoa que o recebe, mas também o voluntário. Eu passo muito do meu tempo a estudar e estar aqui com a dona Adriana é um momento em que estou só aqui, sem pensar noutras coisas. É muito bom e abriu-me horizontes”, explica a voluntária.

E nem mesmo o facto de estar num curso exigente a afastou deste projeto: “Uma hora por semana é um compromisso que fiz comigo e com a senhora Adriana. Ninguém está o dia todo a estudar. Quando passo uma hora a ver um filme ou a ouvir um podcast, se calhar não tiro grande coisa daquilo, mas quando estou uma hora com a senhora Adriana aqui em casa, aprendo coisas, converso e acabo por sair mais relaxada. É uma experiência enriquecedora. É essa a mensagem que quero passar”.

A Santa Casa promove o voluntariado em diversas áreas, sempre com o mesmo objetivo: melhorar o bem-estar e a qualidade de vida de quem mais precisa. Se quiser fazer como a Ana e disponibilizar o seu tempo para ser voluntário na Misericórdia de Lisboa, pode saber mais e inscrever-se aqui.

Play Video about Voluntária Ana posa ao lado da utente Adriana

Alegria sem limites no Centro de Reabilitação e Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian

Foi na manhã da passada segunda-feira que o Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian transformou-se num verdadeiro palco de alegria e inclusão, para a XIII edição dos jogos adaptados. O evento, que aproveitou a celebração do Dia da Criança, reuniu quase uma centena de pessoas, que proporcionou momentos de pura felicidade e fez esquecer, ainda que por breves instantes, as limitações que cada um enfrenta.

Jacinta Figueiredo, terapeuta da instituição, explica como surgiu a ideia deste acontecimento, sem o qual já ninguém passa: “Ao longo dos anos, tornou-se evidente a necessidade de criar um ambiente onde estas crianças e as suas famílias se sentissem parte de um todo, um lugar onde pudessem ser elas mesmas sem o olhar julgador do mundo exterior. Aqui, no centro, elas encontram um refúgio onde todos são iguais e onde cada sorriso e cada conquista são celebrados como um triunfo coletivo”.

As atividades deste dia “são cuidadosamente planeadas para incluir todos, independentemente das suas limitações. Temos a piscina, as pinturas faciais, a experimentação de gelados – tendo em conta que há algumas crianças que têm seletividade alimentar e este espaço permite que experimentem sabores diferentes -, um insuflável e o splash – um improviso imaginado por nós para que as crianças consigam sentir a sensação de deslizar na água. A música adaptada também está presente”, descreve Jacinta.

A complementar estas atividades, e em parceria com a GNR, estiveram duas terapias praticadas com animais: a cinoterapia e a hipoterapia. A primeira desenvolve-se com cães já em fim de carreira, mas perfeitamente aptos e treinados para interagir com as crianças, como nos detalha o primeiro sargento Pedro Figueiredo: “Esta interação ajuda-as a desenvolver habilidades motoras e de comunicação. Crianças com dificuldades de tato aprendem a pentear, a alimentar e a passear os cães, ou também a exercitar a fala de maneira natural e divertida, através do uso de comandos vocais, dando ordens, por exemplo”.

Já a hipoterapia consiste em passeios a cavalo por parte das crianças com dificuldades motoras. “Os cavalos têm um passo que é o que mais se assemelha à marcha humana. Por esse motivo, proporcionam um estímulo das competências motoras, cognitivas e sensoriais das crianças, proporcionando um complemento essencial à intervenção terapêutica”, explica o agente da GNR João Paço.

Essas atividades beneficiam não apenas as crianças, mas inspiram jovens estudantes que se voluntariam a proporcionar uma manhã diferente a todos os que se deslocam ao Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian. Ou um professor-cantor-compositor, também voluntário, que fez as delícias dos participantes nos jogos adaptados com a sua voz, simpatia e boa disposição.

O Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian acolhe crianças de várias nacionalidades e, desde abril, já atendeu mais de 600 utentes. A sua missão é clara: oferecer um espaço onde todos se sintam acolhidos, capazes e, acima de tudo, felizes. E neste dia especial, essa missão foi cumprida com excelência, deixando uma marca de amor e inclusão nos corações de todos os presentes. Uma inclusão que pode ser alcançada com gestos simples e atividades adaptadas, numa simplicidade que é uma lição valiosa para todos nós.

Este equipamento, gerido pela Santa Casa, dedica-se totalmente a pessoas com paralisia cerebral e a situações neuromotoras afins, sendo composto por duas respostas: de habilitação, reabilitação, desenvolvimento e prevenção do agravamento das situações clínicas, direcionados especialmente a crianças e jovens; e de reabilitação e inclusão de pessoas maiores de 18 anos, através do seu Centro de Atividades Ocupacionais.

Jogos Adaptados - Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde e cuidados de saúde ao domicílio

Unidades da rede nacional

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Polo de inovação social na área da economia social

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas