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“As Sereias Vivem no Espaço”: os problemas da adolescência subiram ao palco do Cinema S. Jorge

Quem sou eu? Que lugar ocupo no mundo? Estas foram as questões que serviram de inspiração para a peça “As Sereias Vivem no Espaço”, produto que resulta das vivências de 12 jovens que pertencem ao grupo terapêutico da unidade W+, da Misericórdia de Lisboa. No dia 22 de maio, o público que foi ao Festival Mental, no Cinema S. Jorge, viu dez jovens a usarem o teatro para dar voz e forma aos problemas da adolescência, a dizerem basta e a derrubarem as barreiras impostas pela sociedade. As personagens da peça definem-se pela forma como, ao longo do enredo, se soltam das caixas estereotipadas e carregadas de pressão em que vivem.

O Mental coloca a saúde mental em primeiro plano. Neste festival, fala-se claro e claramente sobre problemas. A plataforma escolhida é a cultura no seu sentido mais lato e as artes em particular, veículos extraordinários para o combate ao estigma, vergonha e falta de informação pública e geral.

E foi precisamente para informar e sensibilizar o público para as questões da adolescência que a W+ voltou a participar no Festival Mental. Sónia Santos, encenadora da peça e psicóloga da unidade W+, explica que tudo surge no seio do grupo terapêutico, através da partilha de sentimentos, de um debate sobre diferença, desigualdade de direitos e pressão social. “Com esta situação de pandemia, os adolescentes foram muito afetados com as questões da sua socialização, do seu novo lugar no mundo. ‘As Sereias Vivem no Espaço’ tem que ver com a desconstrução daquilo que é a identidade na adolescência, com a procura de novos lugares seguros e, sobretudo, com aquilo em que eles acreditam”, conta a encenadora.

Quando a cortina abre, um grupo de jovens surge inerte. “São dez sereias” que ainda não descobriram que o são. Rapidamente o palco do Cinema S. Jorge dá lugar a um recreio, onde correrias desenfreadas, saltos de alegria, brincadeiras de bate-mão e o jogo da macaca transportam o público para uma infância livre e feliz.

E, num ápice, a peça oscila, como o humor e a personalidade na adolescência, entre o quem sou eu e o quem os outros querem que eu seja. Aquilo que era um palco de alegria cheio de crianças felizes dá lugar a um clima de inércia, a um grupo resignado ao lugar que a sociedade construiu para eles. Dentro de uma caixa de estereótipos e preocupações, narram como é viver num espaço que foram forçados a ocupar. Esta caixa não lhes permite serem livres. Vivem à procura do corpo perfeito imposto pelas redes sociais, sofrem com o racismo embrulhado, com a homofobia ou com a pressão de chegar ao sucesso. No fundo, têm dificuldade em serem livres e autênticos.

“Sabias que as sereias moram no espaço? No espaço, as sereias são livres para serem quem quiserem”. Faby é a sereia que assume o papel de tirar todos, atores e público, da zona de conforto. “O meu papel é fazer com que as pessoas enxerguem que não têm que ser colocadas em nenhum lugar só porque a estereotipam. Esta sereia tem aqui uma missão super importante: tirar toda a gente da zona de conforto. É necessário ter consciência e consciencializar os outros à nossa volta. Todos estes temas têm de ser mais falados e mais aprofundados. No caso da adolescência faz com que estejamos mais preparados para enfrentar uma série de coisas no futuro”, explica.

“Na W+ posso ser eu, sem capa”

Faby, Arlete e João são alguns dos jovens que fazem parte do grupo terapêutico da W+. Arlete está nesta unidade da Misericórdia de Lisboa há cerca de cinco anos. Foi aqui que começou a “perceber que está tudo bem em estar mal”. Conheceu uma Arlete que não conhecia. Foi esta casa que lhe permitiu ser ela, “sem capas”. “A Arlete antes da W era uma jovem construída pela opinião dos outros, que se tentava encaixar naquilo que as pessoas achavam que ela era”, revela.

Para esta jovem de 23 anos, o espetáculo que apresentaram no Cinema S. Jorge é, no fundo, o espelho daquilo que é a W+: “um lugar seguro”.

João Aldeias, 18 anos, estudante de teatro, vai mais longe. Para o ator, este grupo que subiu ao palco do Festival Mental acaba por ser a voz de muitos adolescentes que vivem aprisionados nas opiniões dos outros.

“Aquilo que retratamos na peça são temas que me tocam a mim, aos meus colegas e à sociedade em geral. Estas peças fazem-nos mudar, fazem-nos sair da nossa zona de conforto. Ainda existem muitas barreiras para derrubar e o teatro pode ser um veículo para ajudar a destruir essas barreiras”, refere.

Os dez jovens que participaram no Festival Mental foram chegando de diferentes pontos: equipas de autonomia, casas de acolhimentos ou, como é o caso de João Aldeias, graças ao protocolo estabelecido com o Liceu Passos Manuel. Mas o objetivo da W+ não é fazer peças de teatro. O teatro resulta do trabalho desenvolvido pelo grupo terapêutico e do uso de técnicas psicodramáticas. A equipa da W+ que trabalha com estes jovens, com idades compreendidas entre 15 e 24 anos, desenhou uma resposta que foge ao caminho tradicional, onde o teatro é usado como mediador terapêutico para construir e desconstruir uma série de defesas psicológicas.

Dia Internacional do Enfermeiro: celebrar a vida

Num ano marcado pela pandemia, em que os profissionais de saúde estiveram na linha da frente do combate à Covid-19, o Dia Internacional do Enfermeiro – celebrado a 12 de maio – ganha um significado redobrado. Mais do que assinalar a efeméride, este dia é uma homenagem à coragem, sacrifício pessoal e espírito de resiliência destes profissionais, os verdadeiros heróis num cenário difícil e imprevisto para todos nós.

A saúde é uma das principais áreas de atuação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que, ao longo dos anos, tem vindo a constituir respostas em áreas como saúde mental, cuidados continuados e lares, saúde oral, saúde de proximidade e medicina de reabilitação, além de preparar os profissionais do futuro, através da Escola Superior de Saúde do Alcoitão.

Os enfermeiros da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa cuidam, diariamente, da saúde dos que mais precisam. Em tempo de pandemia, foram a esperança e o conforto dos que necessitaram de cuidados de saúde. A Misericórdia de Lisboa associa-se às comemorações do Dia Internacional do Enfermeiro, reforçando o compromisso de gratidão a todos os enfermeiros, especialmente aos que trabalham na instituição.

Não há palavras para expressar a gratidão que temos para aqueles que cuidam a tempo inteiro. A todos os enfermeiros que trabalham na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, obrigado!

A génese da efeméride

O Dia Internacional do Enfermeiro celebra-se a 12 de maio. Foi criado pelo Conselho Internacional dos Enfermeiros e a data escolhida remete para o aniversário de Florence Nightingale, considerada a fundadora da enfermagem moderna.

Florence Nightingale nasceu em Florença no dia 12 de maio de 1820. As visitas constantes que fazia com sua mãe a doentes foram decisivas na escolha de Florence pelo curso de enfermagem. Florence estudou, publicou estudos comparativos e foi convidada para superintendente de enfermeiras voluntárias na Guerra da Cimeira, em 1853. Nessa altura, as inovações trazidas por ela à enfermagem resultavam na diminuição de mortes de 42,2% para 2,2%. A sua dedicação rendeu-lhe a condecoração da Cruz Vermelha Real em 1883.

Projeto das Unidades de Retaguarda para idosos distinguido com Prémio de Mérito

A distinção atribuída às Unidades de Retaguarda para idosos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa foi recebida por Tiago Nascimento, enfermeiro da instituição, na cerimónia realizada esta segunda-feira, 10 de maio, a propósito do Dia nacional da Segurança Social (assinalado a 8 de maio).

O galardão é o reconhecimento do contributo prestado pela instituição na concretização dos valores da solidariedade social, em resposta à pandemia da Covid-19. Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa, marcou presença na cerimónia.

Os 14 profissionais homenageados representam diferentes áreas de resposta à pandemia da Covid-19 e, sobretudo, a importância do estado social e do sistema de proteção social.

Na sua intervenção, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, considerou que este é um gesto simbólico de reconhecimento de “todo o trabalho que, no último ano, fizeram ao serviço dos outros”.

A cerimónia, que ocorreu no âmbito da celebração do Dia nacional da Segurança Social, assinalado dois dias antes (a 8 de maio), pretendeu distinguir simbolicamente um conjunto de profissionais e de instituições parceiras.

Unidades de Retaguarda

As Unidades de Retaguarda para Idosos, criadas em março de 2020, para alojamento de pessoas em isolamento profilático e/ou em situação de infeção confirmada de SARS-CoV-2, são um projeto pioneiro da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa que teve como objetivo dar uma resposta emergente às necessidades colocadas pela pandemia, especialmente no que concerne às pessoas integradas em Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas da cidade de Lisboa. Trata-se de uma operação articulada entre a Câmara Municipal de Lisboa, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, o Instituto de Segurança Social, e a Administração Regional de Saúde Lisboa e Vale do Tejo.

Ao longo do último ano estiveram em funcionamento três Unidades de Retaguarda para Idosos em equipamentos da Misericórdia de Lisboa: no Centro de Desenvolvimento Comunitário da Charneca, no Hospital de Sant’Ana e no Centro de Dia de Santo Eugénio. No seu conjunto, permitiram cuidar de mais de 200 pessoas oriundas de mais de 20 instituições, com uma média de idades superior a 80 anos, e com um elevado grau de dependência.

Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, 55 anos depois

Sabia que a construção do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão foi financiada pelas receitas do emblemático jogo de apostas desportivas mútuas, o Totobola?

Inaugurada em 1966, a primeira unidade de resposta inovadora no país para situações de lesões medulares foi construída graças ao contributo dos apostadores do primeiro jogo de apostas desportivas (lançado em 1961). 55 anos depois, o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão continua a reinventar-se.

Além de tratamentos de reabilitação com recurso a ferramentas tecnológicas, como um exoesqueleto que ajuda os doentes a recuperar força muscular e postura, o CMRA disponibiliza treinos dentro de água e é local de realização de vários estudos de investigação.

Em pouco mais de meio século, assistiram-se a avanços na medicina, mas também ao surgimento de novas enfermidades. A maioria dos internamentos no CMRA continua a dever-se a doenças neurológicas (onde se incluem os AVC), seguindo-se lesões vertebro medulares.

Apesar da sua construção ter iniciado em 1956, por iniciativa do então provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, José Guilherme de Mello e Castro, só dez anos depois, o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão abriu as portas ao primeiro doente, começando então a funcionar em pleno.

Hoje, como há pouco mais de meio século, o CMRA prossegue o seu trabalho de excelência, reconhecido internacionalmente, na reabilitação de lesões vertebro-medulares e de sequelas das doenças neurológicas, estendendo a sua atuação também à área pediátrica.

Em entrevista, Maria de Jesus Rodrigues, administradora-delegada/diretora clínica do CMRA, fala-nos um pouco sobre o trabalho de excelência na reabilitação, levado a cabo pelo centro, bem como do impacto e desafios resultantes da pandemia de Covid-19.

– Que balanço faz de 55 anos de um trabalho reconhecido internacionalmente, sobretudo no campo das lesões vertebro-medulares e das sequelas das doenças neurológicas?

Desde 1966, o CMRA tem sido considerado um dos melhores e mais completos centros de reabilitação do mundo. A forma de trabalhar em equipa multiprofissional, com uma abordagem centrada no doente e família e a preocupação em prestar cuidados de excelência, baseados na melhor evidência científica têm sido fundamentais para o sucesso e credibilidade que nos são atribuídos desde a inauguração.
A forte presença nacional e internacional nos foros científicos da reabilitação neurológica tem sido o outro pilar da posição de destaque e reconhecimento que o CMRA ocupa e pretende continuar a consolidar, continuando a inovar e liderar nesta área de especialidade.

– Qual foi o impacto da pandemia de Covid-19 no funcionamento do centro?

A pandemia de Covid-19 trouxe desafios a que os profissionais do CMRA deram resposta rápida e eficaz, assegurando a continuidade da prestação de cuidados aos seus utentes, mas fazendo todos os ajustes logísticos e procedimentais para garantir a segurança de utentes e profissionais. Os resultados têm sido muito satisfatórios e mostram que apesar de ser uma instituição com 55 anos, continua viva, ágil e capaz de se adaptar às necessidades e contingências, de forma a não desamparar aqueles que são o objeto da sua existência, os doentes e seus familiares.

– Quais são os grandes desafios para o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão?

Os grandes desafios do CMRA para o futuro próximo passam por continuar a crescer em diferenciação e qualidade: na prestação de cuidados de medicina de reabilitação; na produção de investigação clínica e formação especializada continuada dos profissionais de reabilitação em Portugal e no Mundo; na liderança, pelo exemplo, nas vertentes conceptual e organizacional do trabalho em centro de reabilitação; no desenvolvimento tecnológico ao serviço da excelência de cuidados e na melhoria operacional em saúde.

A celebração em 2021

O aniversário é celebrado a 20 de abril – data em que deu entrada o primeiro utente no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão – embora, a inauguração tenha acontecido a 2 de julho.

Uma ação de experimentação de handbikes e uma atuação musical levada a cabo por animadores, são algumas das iniciativas que decorrem durante este dia.

Mesmo em tempos de pandemia, houve lugar a uma decoração festiva dos espaços e a mensagens especiais de vários utentes, que não quiseram deixar de aproveitar a data para agradecer aos seus “cuidadores”, como demonstra o seguinte vídeo.

COVID-19: mais de 1200 colaboradores da Santa Casa vacinados este fim de semana

Mais de 1200 trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa receberam, no passado fim de semana, a primeira dose da vacina contra a Covid-19. As ações decorreram em vários centros de vacinação criados para o efeito, em Lisboa.

O processo que se insere no plano de vacinação nacional, elaborado pela task force criada pelo Governo, permitiu que milhares de trabalhadores “prioritários”, fossem vacinados contra a Covid-19. Entre os colaboradores da instituição agora vacinados estão trabalhadores de equipamentos de 1º e 2º infância, do Serviço de Apoio Domiciliário e ainda do Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian.

Para Luís Afonso, coordenador do processo de vacinação na Misericórdia de Lisboa, esta etapa é “um marco importante”, para atingir a meta da “imunidade de grupo”, considerando que “só com atingimento deste objetivo é que poderemos diminuir o grau de transmissibilidade e infecciosidade da doença, e assim sairmos vitoriosos deste combate”.

Até ao início de abril, mais de 1500 colaboradores da Santa Casa já tinham sido vacinados, tendo 500 destes funcionários recebido as duas doses da vacina contra o vírus SARS-CoV2.

“A triagem foi feita no respeito integral das diferentes orientações da Direção Geral de Saúde (DGS), em que foram definidas as prioridades para os profissionais de saúde ou equiparados que estavam na prestação direta”, salienta Luís Afonso, concluindo que a Santa Casa está a cumprir “escrupulosamente” as orientações da DGS, nomeadamente os aspetos essenciais de “definição das populações-alvo prioritárias; das boas práticas de administração e da gestão das doses sobrantes”.

Concluída que está a primeira fase de vacinação nacional, quase metade do universo de colaboradores da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa já foram inoculados com a primeira dose da vacina, sendo que em alguns equipamentos da instituição, como no Hospital de Sant’Ana, na Unidade de Cuidados Continuados e Integrados de São Roque e na Unidade de Saúde Bairro Padre Cruz, os funcionários já se encontram imunizados.

Na área da ação social são também vários os equipamentos que já têm a totalidade dos seus funcionários vacinados, como a MITRA, a maioria da Estruturas Residenciais para Idosos, algumas Unidades de Apoio à Deficiência, como o Lar Branco Rodrigues, o Instituto Condessa de Rilvas e o Centro Residencial Arco-Íris e, ainda, o Centro de São José e a Residência Santa Rita de Cássia.

Numa altura em que o processo de vacinação nacional está a acelerar, e de acordo com a task force responsável pelo plano, é expetável que no decorrer do mês de abril seja possível vacinar 100 mil pessoas por dia.

Só no último fim de semana foram administradas 183 mil doses, elevando o total de vacinas contra a Covid-19, administradas em Portugal continental, para mais de 2,5 milhões. Deste total, cerca de 1,9 milhões correspondem a primeiras doses e mais de 650 mil a segundas doses da vacina.

Tecnologia e ciência ao serviço do coração

Tecnologia e ciência ao serviço do coração

No Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, há um centro especializado em doenças cardíacas que é sinónimo de inovação tecnológica e esperança, conceitos que em saúde andam cada vez mais de mãos dadas.

“É assim que se deve funcionar: a Saúde ligada ao acolhimento e ao Apoio Social”

Por ironia, no Dia Mundial da Saúde, um dos desafios foram as Escadinhas da Saúde, que ligam a Praça do Martim Moniz à Rua Marquês Ponte de Lima, na Mouraria, uma subida com 32 metros e um desnível de 13. Era o caminho mais curto desde a Unidade de Saúde Familiar (USF) da Baixa até ao Centro Social Polivalente de São Cristóvão e São Lourenço da Santa Casa, mas também o mais exigente. Para o Presidente, foi um passeio que uniu Saúde e Apoio Social.

Marcelo Rebelo de Sousa, acompanhado pelo provedor da Santa Casa, Edmundo Martinho, visitou o Centro Social Polivalente de São Cristóvão

Sentou-se à distância recomendada e lá foi perguntando a cada uma das senhoras: “Como está? Quantos anos tem? E a família? E o que fazia? Já foram vacinadas?” Como são tratadas?”. E as senhoras, com 80 e mais anos, foram respondendo a um Presidente interessado e conversador.

Marcelo Rebelo de Sousa, acompanhado pelo provedor da Santa Casa, Edmundo Martinho, visitou o Centro Social Polivalente de São Cristóvão

“Obra da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, novamente!”

Para resolver muitos dos problemas sociais, a USF da Baixa conta com o suporte do Centro Social Polivalente de São Cristóvão e São Lourenço. Fruto do “relacionamento muito íntimo com esta instituição que agora visitei”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, durante a visita. “Como sabem, esta semana, abriram os centros de dia – só podem abrir alguns, os que têm condições de segurança sanitária. Essas condições passam pela independência. É o caso deste centro”, salientou.

“Aqui, três das utentes habituais, já estavam vacinadas – portanto em condições de segurança – que a independência deste centro permite. Obra da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, novamente! E com uma ligação muito grande com a USF da Baixa, do outro lado do Martim Moniz, e é assim que se deve funcionar: a Saúde ligada ao acolhimento e ao Apoio Social”, finalizou o Presidente da República.

 

 

 

Como se combate a pobreza e a exclusão social?

Organizado pela Rede Europeia Anti-Pobreza Portugal (EAPN, na sigla em inglês), o encontro online realizou-se esta segunda-feira, 22 de março, e visou debater o plano de ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais e responder a questões como: De que forma é que o plano poderá reduzir a pobreza, a exclusão social e melhorar o acesso e a qualidade dos serviços públicos para todos? E qual a melhor forma de dar um papel e voz às pessoas que vivem em situação de pobreza?

O plano de ação, proposto pela Comissão Europeia no início de março, pretende retirar 15 milhões de cidadãos da pobreza e da exclusão social até 2030 e reduzir drasticamente o número de sem-abrigo na União Europeia (UE).

Portugal com mais de 2 milhões de pessoas a viver em situação de pobreza

Na abertura da conferência online, Edmundo Martinho, coordenador da Comissão da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza e provedor da Misericórdia de Lisboa, considerou que “o plano de ação surge num momento particularmente desafiante para todos nós”. A pandemia de Covid-19 veio “agravar” vários indicadores e a situação de alguns portugueses, sendo assim necessário ter um “plano ambicioso”.

Apelando a que a estratégia seja elaborada com o envolvimento da sociedade civil e num processo de “ampla participação e debate”, Edmundo Martinho destacou que “um sistema de proteção social eficaz e robusto é a melhor solução para responder e estarmos preparados para crises como a que vivemos”.

Para o responsável pela Comissão da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza, é “muito importante” que o plano reafirme a responsabilidade pública coletiva no domínio social, mas há “sem dúvida nenhuma uma responsabilidade dos Estados-membros” que, embora seja reafirmada, se mantém “no domínio da chamada soft-law”, ou seja, legislação não-vinculativa.

Edmundo Martinho defendeu ainda que “o combate à pobreza tem que ser um desígnio nacional. Não pode ser entendido apenas como uma responsabilidade do Estado ou dos organismos públicos”. E continuou: “Vivemos num momento de viragem. Este plano de ação é talvez a última oportunidade para dar passos significativos no combate à pobreza, na qualificação, na proteção e promoção de emprego, no suporte e apoio às crianças, nas questões da longevidade e nas alterações demográficas”.

Reforço do sistema social e proteção dos mais vulneráveis

Na sessão de encerramento da conferência, Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, observou que esta é uma luta contra um inimigo invisível, mas com um efeito devastador na sociedade. “O nosso objetivo é proteger as famílias, os trabalhadores e as empresas. É evidente que estamos todos a sofrer, mas de forma diferente, sendo que os mais vulneráveis são os afetados”, notou.

Na sua intervenção, Ana Mendes Godinho assumiu, ainda, “todo o empenho em investir na dimensão social da Europa e na implementação do plano de ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, como instrumento determinante para superar a crise económica em que vivemos e a crise social sem precedentes”.

Já durante a manhã, Mariana Vieira da Silva, ministra de Estado e da Presidência, sublinhou a necessidade de um Estado Social mais forte para todos, que possa retirar a população da pobreza, que possa assegurar à classe média as condições para a concretização dos seus projetos de vida”, frisando que para responder à dimensão social da crise, é necessária “uma resposta eficaz” na habitação, uma área que há muitos anos não tem uma “resposta integrada”.

O padre Jardim Moreira, presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza Portugal, abriu a conferência online destacando que “esta crise deixa claro que temos de cooperar em vez de competir. Será esta a via para uma Europa livre de pobreza”. “Temos, em toda a Europa, mais de 90 milhões de pessoas a viver em situação de pobreza e exclusão social e, em Portugal, mais de 2 milhões. Muito foi feito em matéria de investimento nas políticas sociais, mas continuamos a precisar de uma ação concertada que combata as causas estruturais da pobreza e as desigualdades, nunca conseguiremos mudar o paradigma que leva milhões de pessoas a viverem sem terem garantidos os seus direitos sociais”, explicou.

A conferência contou com a participação de vários responsáveis nacionais, europeus e de membros da organização. Dividido em duas partes, o encontro abordou o plano de ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais durante a manhã, já a tarde foi dedicada ao Rendimento Mínimo Adequado.

 

 

 

CMRA, um sinónimo de inovação e tecnologia

Criado em 1998, o Laboratório de Marcha do CMRA é um meio complementar de diagnóstico, que fornece informações indispensáveis para a tomada de decisões clínicas fundamentadas.

Recentemente, o laboratório foi alvo de obras de requalificação do espaço, bem como de melhorias e atualizações tecnológicas dos equipamentos existentes, permitindo a sua adequação às necessidades sentidas e aumentando assim, a qualidade do serviço prestado.

Com a implementação destas novas tecnologias, o Laboratório de Marcha do CMRA, através da utilização de diversos equipamentos e software diferenciados, analisa e regista de forma objetiva vários aspetos do movimento, implicados na execução da marcha e no controlo postural, impossíveis de observar apenas com o olhar.

Entre as suas valências, é ainda possível caraterizar os graus e tipos de défice, quantificar os desvios em relação à normalidade, comparar sujeitos, orientar decisões e avaliar os resultados de diferentes tipos de intervenção terapêutica.

Todos os exames efetuados são realizados, mediante solicitação médica, a adultos e crianças, com patologias nas áreas, da neurologia, do neuro-desenvolvimento, do músculo-esquelética e de amputações dos membros.

O CMRA foi inaugurado em 1966, com o duplo objetivo de reabilitar pessoas com incapacidade motora e formar pessoal especializado em Portugal. Atualmente é reconhecido mundialmente como uma das melhores instituições na área da medicina física de reabilitação.

Esforços unidos para apoiar a comunidade lusófona

Esforços unidos para apoiar a comunidade lusófona

Num ano especialmente complicado para toda a humanidade, por causa da pandemia de Covid-19, o Governo e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa prestam também apoio aos muitos portugueses espalhados pelo Mundo. O Brasil, que vive momentos particularmente difíceis no que toca à pandemia, foi um dos países contemplados no programa de solidariedade para com a comunidade lusófona.

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde

Unidades da rede nacional

Unidades que integram a rede de cobertura de equipamentos da Santa Casa na cidade de Lisboa

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Locais únicos e diferenciados de épocas e tipologias muito variadas

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas