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Santa Casa vence Prémio Nacional de Reabilitação Urbana 2023

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa foi distinguida com o Prémio Nacional de Reabilitação Urbana 2023, na categoria Sustentabilidade, com o projeto da Residência Sénior Monsanto. O galardão foi atribuído ontem, dia 30 de maio, numa cerimónia que decorreu no Palácio Nacional da Ajuda e que assinalou a 11.ª edição do evento.

Ana Vitória Azevedo, vice-provedora da Santa Casa, subiu ao palco para receber o prémio e destacou o facto de esta distinção surgir numa altura especial para a instituição.

“A Santa Casa faz 525 anos e, portanto, este é um presente fantástico. Este edifício é uma benemerência. 90 por cento do património da Santa Casa resulta de benemerências, de alguém que nos deixa para fazer o bem aos outros. Neste caso foi a Nestlé”, recordou.

entrega do prémio nacional de reabilitação urbana

Crédito: Iberinmo Grupo

Situada em pleno Parque de Monsanto, a Residência Sénior Monsanto teve assinatura do arquiteto António Pedro Mendonça da Silva Gonçalves e começou a ser construída em 2018, aproveitando as instalações da antiga fábrica da Rajá, doadas à Misericórdia pela Nestlé Portugal. Conforme a necessidade de utilização, as novas instalações podem acolher uma Estrutura Residencial Assistida para Pessoas Idosas ou uma Unidade de Cuidados Especializados em Demências.

O edifício está equipado com quartos individuais e duplos, todos com casa de banho privativa e roupeiro, um centro de bem-estar e uma piscina adaptada para os utentes. Foi ainda dotado de um auditório exterior para pessoas com mobilidade reduzida, bem como de todas as infraestruturas de apoio necessárias: cozinha, lavandaria, copas de apoio por piso, áreas de atendimento, vestiários para funcionários e estacionamento exterior. A capacidade total é de cerca de 50 camas.

“Ser enfermeiro é uma filosofia de vida”

David Sabroso soube aos 5 anos de idade que queria ser enfermeiro ‘quando fosse grande’. “Não, não é um cliché. Quando tinha essa idade, passei por um problema de saúde grave e o hospital foi a minha segunda casa durante algum tempo. Comigo estiveram sempre os enfermeiros de serviço, algo que me marcou muito. Desde então que, para o meu futuro profissional, não me imaginei a fazer outra coisa”.

Já Ana Franco revela que só aos 24 anos é que tomou a decisão de tirar o curso de Enfermagem. “A minha mãe é enfermeira, mas eu nunca pensei enveredar por esse caminho. Andei muito pelas Artes (fiz o curso de dança no Conservatório), na Economia e Gestão, mas nunca ser enfermeira. Hoje, olho para trás e não me imagino a fazer mais nada”.

Ambos os profissionais estão na Santa Casa há mais de uma década – David conta com 12 anos e Ana vai já nos 19. “Nos primeiros quatro anos do meu percurso profissional, passei pelo serviço de Pneumologia no hospital Pulido Valente e pelos cuidados intensivos do hospital da Cruz Vermelha e de Santa Maria. Cheguei à Santa Casa em 2004 e integrei o Polo de Apoio Domiciliário, passando, mais tarde, para o projeto ADI – Apoio Domiciliário Integrado. Paralelamente, prestei apoio em lares de idosos, área pela qual me apaixonei e na qual fui ficando”, conta a enfermeira.

David, por seu turno, começou nos lares de idosos, no âmbito de um protocolo firmado, na altura, entre as Instituições Particulares de Solidariedade Social e a Misericórdia de Lisboa. Passou por outras unidades ao longo dos anos até chegar, em junho de 2020 (início da pandemia da covid-19), ao Polo de Cuidados de Saúde no Domicílio Oriental, onde se mantém.

O público sénior é, para Ana e David, aquele que mais gostam de cuidar. “É na geriatria que me sinto particularmente bem”, confessa Ana. “É uma população de que gosto muito e que deveria ser mais valorizada. São pessoas que têm outro tipo de exigências, porque vão ficando mais debilitadas, com morbilidades que vão aparecendo. Aliás, a grande maioria delas entra nos nossos lares sempre por motivos de saúde”.

E explica: “Felizmente, as pessoas vão ficando mais tempo em casa [antes de precisarem de recorrer às ERPI – Estruturas Residenciais Para Idosos], o que é um ótimo sinal, pois significa que têm condições – tanto do ponto de vista social como do da saúde – para continuarem nas suas residências. E, aqui, a Santa Casa desempenha um papel de crucial importância, uma vez que consegue providenciar apoio em várias vertentes para que tal aconteça. O combate à solidão, por exemplo, é feito com a ajuda de voluntários da instituição”.

Ana Franco insiste na desvalorização de que a população idosa é vítima: “Esquecemo-nos facilmente que estas pessoas já foram chefes de família, já dirigiram uma empresa, educaram os seus filhos… foram muito importantes para a sociedade e contribuíram muito durante as suas vidas. Agora, parece que são olhadas apenas como alguém a quem tem de se mudar a fralda ou empurrar a cadeira de rodas… E elas são muito mais que isso. Têm histórias riquíssimas para nos contar… Reitero: gosto dos mais velhos pelos contributos que nos dão e pelos contributos que nos deixam”.

David assina por baixo das palavras da colega. Para ele, este sentimento pelos mais velhos “é transversal a quase todos os enfermeiros. A experiência que têm na sua bagagem, que depois nos transmitem, enriquece-nos e motiva-nos para fazermos o nosso trabalho. Para mim, é muito gratificante trabalhar com estas pessoas, pois tento pôr-me um bocadinho no lugar delas. É algo, aliás, por que pauto o meu trabalho todos os dias: imaginar como é que gostaria de ser tratado daqui a uns anos”.

Ana Franco

Ana Franco

“Ser enfermeiro é uma forma de estar na vida”

Nos muitos anos de profissão que já levam, Ana e David viveram algumas ocasiões difíceis e o início da pandemia da covid-19 foi uma delas. Estiveram sempre a trabalhar, em contacto diário com pessoas infetadas, o que os fez recear por si e pelos seus em alguns momentos.

Mas as dificuldades sentem-se das mais variadas formas no dia-a-dia. A maior delas prende-se com o lado emocional que tem de ser gerido, apesar de “fazer parte do ofício”, como diz a enfermeira Ana. “Os nossos utentes são a nossa segunda família, estamos com eles todos os dias, lidamos com eles todos os dias, com os seus problemas, com a sua vida, com a sua família. E, apesar de ali estarmos enquanto profissionais, somos todos humanos e criamos laços com as pessoas. Sabemos que estão já numa fase final da sua vida mas, ainda assim, quando partem, é sempre doloroso e acaba por nos afetar”.

David concorda: “Alturas houve em que senti que muitos cidadãos não valorizavam o nosso trabalho, apenas quando necessitavam de nós. Mas, hoje – e a pandemia muito contribuiu para isso –, as circunstâncias são diferentes, parece que houve um ponto de viragem. Há um reconhecimento muito grande pelo nosso trabalho e pelo papel importantíssimo que desempenhamos na sociedade. Sinto-me muito valorizado pelas pessoas de quem cuido. Às vezes, nem precisam de comunicar verbalmente. Basta um toque e eu percebo o que me querem transmitir. E isso enche-me o coração”.

“Sinto-me sempre enfermeira”, diz Ana a rir. “Para mim, ser enfermeira é uma forma de estar na vida. Dou-lhe um exemplo: estou no ginásio a observar alguém a fazer exercício e a pensar que amanhã esse alguém vai estar cheio de dores de costas. Ou, outro exemplo: há dias fui jantar fora e assisti a uma jovem alcoolizada a precisar de assistência médica. Chamei o INEM e não saí do pé dela enquanto a ambulância não chegou”.

Histórias de e para a vida

Numa área que lida com a delicadeza da vida humana, é quase impossível não haver histórias marcantes, positivas e negativas, que estes profissionais da saúde transportam consigo. “Estaríamos aqui muitas horas só a contar histórias”, diz-nos David sem disfarçar o orgulho e o sorriso. “Mas, para mim, há um episódio que recordarei para sempre. Ocorreu quando trabalhava ainda na unidade de saúde do bairro do Armador. Estava quase a terminar o meu turno quando fui alertado por uns vizinhos relativamente a uma senhora que estava a sentir-se mal. Pensei que não seria nada de grave ou extraordinário, talvez uma má disposição. Mas quando chego à rua, deparo-me com uma senhora em paragem [cardiorrespiratória]. Acionei de imediato o INEM e fiz as manobras de reanimação durante vários minutos até chegar a ambulância que transportou, entretanto, a senhora para o hospital. E eu apenas pude ficar a desejar que tudo corresse pelo melhor. Não tive mais notícias sobre o sucedido até que, passados dois ou três meses, a tal senhora apareceu na unidade de saúde com o neto ao colo, para me agradecer ‘o facto de o poder ver crescer’… Isto porque lhe contaram que tinha sido eu a fazer as manobras de reanimação que a salvaram. Ela fez questão de ir ao meu encontro para agradecer o facto de ter sobrevivido… Nunca mais na vida esquecerei esta situação. Fui para casa de coração cheio. E ainda hoje, sempre que me vê, a senhora cumprimenta-me e agradece-me”, conta, emocionado.

Já Ana confessa-nos que as situações mais marcantes e relevantes da sua vida profissional, sobretudo com os idosos e nas ERPI, “têm mais que ver com o lado da saúde mental. Talvez venha daí a minha opção por me especializar nesta área. Comecei a perceber, em determinada altura, que este tipo de questões é transversal a qualquer serviço de saúde, não estão confinadas aos hospitais psiquiátricos, sendo também transversais a qualquer fase da vida”. E explica: “Tal fez com que eu começasse a trabalhar em mim própria a capacidade de lidar com pessoas ‘especialmente difíceis’ e com quem acabo por desenvolver uma relação de maior proximidade porque elas sabem que eu as entendo. É um trabalho de inteligência emocional que tenho vindo a desenvolver comigo própria para conseguir lidar com estas diferenças e de que muito me orgulho”. A enfermeira aproveita para deixar uma mensagem: “Trabalhar na área da saúde mental é muito desafiante e é preciso simplificar a questão e assumir a necessidade de procurar ajuda quando necessário. É preciso aligeirar e simplificar este assunto. Todos nós, em determinada altura da nossa vida, temos perturbações do foro mental ou uma crise de ansiedade, ou uma atitude mais depressiva”.

David Sabroso

David Sabroso

O orgulho de trabalhar na Santa Casa

Ana e David não comemoram, de forma particular, o dia dedicado ao Enfermeiro. O 12 de maio assinala uma efeméride importante [aniversário de Florence Nightingale, considerada a fundadora da enfermagem moderna], sem dúvida, mas, para eles, o dia do Enfermeiro é todos os dias. “É como o Dia da Mãe”, comparam.

Mas há algo que comemoram muitas vezes, até porque o sentem como privilégio: o facto de poderem desempenhar a sua missão numa instituição como a Misericórdia de Lisboa. “Trabalhar nesta Casa realiza-nos imensamente, no sentido em que conseguimos prestar cuidados aos utentes de uma forma holística. Sobretudo, por exemplo, no apoio domiciliário, o ato de irmos tratar de uma ferida a alguém não é, na maior parte das vezes, o mais importante. Mais importante que isso é perceber porque é que aquele alguém tem uma ferida: estará a alimentar-se bem? Estará bem posicionada? Talvez necessite de uma intervenção mais social, que passe por ter alguém que a ajude na alimentação ou nos seus cuidados de higiene. O nosso trabalho não se faz apenas com curativos ou injetáveis, com a preparação de terapêutica ou com a administração de fármacos.

É aqui que nós somos diferenciadores. Conseguimos ser enfermeiros de ligação na medida em que falamos com o [departamento de ação] social e alguém vai fazer a higiene da pessoa, tratar da alimentação ou limpar a casa; falamos com o voluntariado e alguém vai fazer companhia ao utente e acompanhá-lo nas consultas médicas; falamos com a polícia de proximidade e consegue-se um acompanhamento para o utente ir às compras ou levantar a reforma. E isto é que configura uma prestação de cuidados de forma completa, holística e abrangente, como aprendemos na faculdade. Seria, aliás, ingrato e frustrante se só pudéssemos ir a casa das pessoas ‘fazer o penso’. Por isso, trabalhar nesta instituição, que detém esta enorme infraestrutura em termos materiais e humanos, é um real privilégio e verdadeiramente gratificante”.

No Dia Internacional do Enfermeiro, a Santa Casa agradece a todas as Ana e a todos os David pela entrega, disponibilidade, resiliência e carinho que colocam na sua missão de cuidar dos que mais precisam.

Residências assistidas têm o melhor de dois mundos

Inauguradas em 2017, as residências assistidas de Carnide trouxeram uma nova vida às pessoas que nelas habitam. Ali, os residentes encontram a liberdade, a segurança, o companheirismo e o espírito de entreajuda que há muito não sentiam.

Leia o testemunho de alguns dos moradores desta valência da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa na reportagem do Correio da Manhã.

Escalada adaptada: dez metros até ao pico da autoestima

Escalada adaptada: dez metros até ao pico da autoestima

O Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão dá mais um passo na vanguarda da inovação e inaugura hoje, no dia em que celebra 57 anos, a primeira parede de escalada adaptada do país.

Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão faz 57 anos e apresenta a primeira parede de escalada adaptada em Portugal

Não é, porém, uma parede de escalada ‘normal’. É adaptada para que possa ser utilizada por doentes com patologias neurológicas, tanto em idade adulta como em idade pediátrica, num projeto original, inovador e ambicioso, com inúmeros benefícios para os utentes, e em que o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão será, mais uma vez, precursor no incentivo à prática de uma modalidade desportiva.

De acordo com vários artigos que têm sido publicados nos últimos anos, a escalada adaptada proporciona um ganho de força, de flexibilidade e de coordenação motora, mas também a elevação da autoestima e a promoção da inclusão social em doentes com patologias neurológicas, nomeadamente Ataxia, Lesões Vertebro-Medulares, Traumatismo Cranioencefálico, Esclerose Múltipla, sequelas de Acidente Cerebrovascular, e também por doentes amputados ou com patologia ortopédica.

Já nas crianças que apresentem um quadro de Paralisia Cerebral, as conclusões apontam para uma melhoria da força de preensão manual, do controle postural e da mobilidade funcional.

A literatura atual indica-nos que esta prática proporciona inúmeros benefícios, como o aumento da força, flexibilidade, resistência, estabilidade postural, equilíbrio e coordenação; melhoria da concentração, da memória e da comunicação; aumento da autoestima e controlo do medo; e favorecimento da sensação de bem-estar e de equilíbrio, incentivando novos relacionamentos, conexões e apoio de pares.

Esta experiência tem sido implementada noutros países como os Estados Unidos da América, Alemanha, Áustria e Reino Unido, que introduziram a escalada adaptada como uma terapia de reabilitação, adquirindo paredes artificiais para ginásios de fisioterapia tanto em hospitais como em clínicas de reabilitação.

Em Portugal, a realidade da escalada adaptada é ainda muito diferente da que se vive lá fora. Existem apenas algumas instituições, como o Clube de Escalada de Braga (CEB), a CERCI e a APPACDM (no norte do país), que desenvolvem já algumas atividades neste domínio. De salientar, por exemplo, a criação, em 2015, do Campeonato Nacional de Escalada Adaptada pelo CEB, com o apoio da Federação Portuguesa de Montanhismo e Escalada, que contou com uma excelente participação dos atletas nacionais, alguns com apuramento para o Campeonato do Mundo.

Neste contexto, o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, enquanto centro de reabilitação de referência nacional e pioneiro na prática do desporto adaptado, reúne as condições ideais para promover a prática da escalada adaptada pelos seus utentes e nada melhor do que a data do seu aniversário para dar o primeiro passo nesta ‘montanha’ inovadora. Até porque esta pode ser a força motivadora para que os utentes procurem restabelecer o contacto com o mundo que os rodeia, abandonando a inatividade e o sedentarismo e procurarem uma integração social, em que conjugam a prática desportiva com o convívio entre pares e a superação das suas limitações, servindo de exemplo e de inspiração para outras pessoas com patologia similar.

Como funciona?

A escalada em paredes artificiais é muito segura: os utentes irão escalar em top rope, ou seja, ficarão presos por uma corda colocada no topo da parede, sendo a segurança assegurada por pessoas experientes e habilitadas para o efeito. As equipas de apoio estarão sempre presentes, a trabalhar diretamente com os utentes.

Esta infraestrutura agora disponibilizada foi financiada pela Câmara Municipal de Cascais após uma candidatura conjunta por parte da Associação de Desportos de Aventura Desnível e da médica do CMRA, Filipa Dionísio.

A sua inauguração abriu as comemorações do 57.º aniversário do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão no dia 20 de abril, que contou ainda com a apresentação do projeto “Um programa de intervenção para crianças com transtorno do espectro do autismo: capacitação do cuidador e nível de satisfação”, com o  concerto “Música nos Hospitais” e com uma entrega de prémios relativa aos concursos “Rodas Paper” e “Master Chef Cake Design Alcoitão”.

Projeto para famílias de crianças com Perturbação do Espectro do Autismo premiado internacionalmente

No âmbito do COTEC-ESLA Collaboration for Impact Award (divulgado pela Associação Portuguesa de Terapeutas da Fala e Associação Portuguesa de Terapeutas Ocupacionais), as equipas de Terapia da Fala e Terapia Ocupacional do Serviço de Reabilitação Pediátrica e de Desenvolvimento do Centro de Medicina de Reabilitação do Alcoitão (CMRA) concorreu com um projeto que ficou apurado entre os 4 finalistas.

No dia 30 de março, a equipa composta pelas terapeutas Catarina Cavaco, Marina Moreira e Joana Lopes defendeu este trabalho numa apresentação internacional, tendo vencido por unanimidade. O projeto visa uma intervenção multidisciplinar, dirigida a famílias de crianças com Perturbação do Espectro do Autismo até aos 4 anos.

Falámos com a equipa responsável por este projeto:

Que projeto desenvolveram? 

O projeto submetido a concurso, baseia-se num programa de intervenção multidisciplinar do SRPD (Serviço de Reabilitação Pediátrica e de desenvolvimento), direcionado para famílias com crianças com Perturbação do Espetro do Autismo, até aos 4 anos. É uma abordagem centrada na funcionalidade e pretende capacitar os cuidadores, para que possam promover o desenvolvimento da criança nas áreas da comunicação, linguagem, planeamento motor, comportamento, autorregulação e o brincar nas rotinas do dia a dia.

Em que âmbito? 

Numa perspetiva de intervenção mais colaborativa, envolvendo a família, trazendo benefícios quer para os cuidadores, que se sentem mais capacitados, quer para as crianças que continuam a ser estimuladas em todos os contextos naturais, potencializando assim as oportunidades de desenvolvimento.

A que conclusões chegaram? 

Concluímos que de um modo geral as famílias sentem-se muito satisfeitas com o acompanhamento realizado, com uma maior consciência das oportunidades que podem criar para promover o desenvolvimento dos seus filhos, referindo um maior empoderamento com ferramentas/estratégias para fazer face aos desafios diários.

Verificou-se, ainda, que as crianças alteram o seu perfil, demonstrando uma evolução, de acordo com os objetivos terapêuticos definidos.

Para os serviços de saúde traduz-se numa mais valia, pois reduz o tempo de intervenção e os recursos humanos necessários. Ainda na perspetiva da equipa, contribuiu para um crescimento e valorização do trabalho cooperativo.

Qual foi a vossa maior motivação para concorrerem a este prémio?  

Quando as associações que nos representam APTF (Associação Portuguesa de Terapeutas da Fala) e APTO (Associação Portuguesa de Terapeutas Ocupacionais), divulgaram este concurso internacional, entendemos que preenchíamos os requisitos exigidos e que seria uma oportunidade de expor internacionalmente, um trabalho já de alguns anos, que se tem vindo a ajustar, consoante as necessidades das famílias e das crianças, e que continua a ser implementado numa perspetiva futura.

Quem são as integrantes do projeto e qual a área de trabalho dentro do CMRA? 

A Equipa do SRPD do CMRA, no regime ambulatório, está maioritariamente envolvida neste projeto multidisciplinar. O médico fisiatra é o responsável de caso e as crianças/famílias são acompanhadas em Terapia da fala, Terapia ocupacional, Psicologia, sendo também realizado um atendimento ao nível do Serviço Social (direcionado às famílias e à articulação com os agentes pedagógicos).

Em que consiste este prémio? 

Este prémio resulta de uma ligação conjunta entre as duas entidades máximas da Terapia da Fala e da Terapia Ocupacional a nível Europeu – ESLA e COTEC. É o primeiro prémio deste tipo a ser atribuído e destina-se a reconhecer o trabalho de parceria entre as duas vertentes Terapia da Fala e Terapia Ocupacional.

Tecnologia é poderosa aliada para desenvolver tratamentos médicos

Tecnologia é poderosa aliada para desenvolver tratamentos médicos

Os efeitos das novas tecnologias encontram-se patentes, de um modo transversal, na sociedade. No âmbito da saúde e da investigação científica, particularmente na neurociência, a via tecnológica vem significando progresso em diversos aspetos – com o que tal representa de benéfico em termos do aumento da esperança média de vida e do bem-estar geral. A estreita relação da medicina e da tecnologia marcou a reflexão do último “Conversas por Boas Causas”.

Santa Casa celebra protocolo de cooperação com a Egas Moniz School of Health and Science

Santa Casa celebra protocolo com a Egas Moniz School of Health & Science

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, através do serviço odontopediátrico SOL – Saúde Oral em Lisboa, e a Egas Moniz School of Health & Science juntaram-se num protocolo de colaboração com vista à promoção da investigação contínua conjunta, bem como a organização de formações, apresentação de projetos e apoio a doutoramentos.

Tânia Matos, diretora de Saúde da Santa Casa, explicou que o objetivo é alavancar novos conhecimentos.

“O protocolo com a Egas Moniz surgiu naturalmente. Temos todo o interesse em aprofundar a investigação científica e só conseguimos fazê-lo de forma rigorosa com estes parceiros e com a academia. Isto parte com este projeto do SOL, mas deve alargar-se às outras áreas da saúde”, referiu.

Por seu lado, André Brandão de Almeida, diretor clínico e coordenador do SOL, lembrou que este tem “uma carteira de pacientes alargada e diversa”.

“Já temos quase 15 mil inscritos e estes dados servirão para estudar com mais rigor e produzir conhecimento científico. Não só medir, mas procurar novas formas de atuar”, começou por dizer, abordando depois o parceiro escolhido.

“A Egas Moniz tem um centro de investigação muito dinâmico. Além disso, como tem muitas licenciaturas na área da saúde oral, interessa-lhes também colocar os seus formandos em estágios, por exemplo, numa área onde somos um centro de referência”, perspetivou.

Juntar dois mundos

Por fim, José João Mendes, presidente da Egas Moniz School of Health & Science, agradeceu “a oportunidade de ter a Santa Casa como parceiro, um parceiro de prestígio com mais de 500 anos de história”.

“O projeto SOL é superinovador em Portugal e, nessa perspetiva, tendo a casuística que tem, achamos que, da nossa parte, poderemos ser um excelente complemento à ação deste projeto. Eles têm os dados e nós a investigação. Juntamos os dois mundos”, concluiu.

Sorria, há SOL na Alameda

Sorria, há SOL na Alameda

A cidade de Lisboa tem, desde agosto de 2019, um serviço odontopediátrico gratuito para bebés, crianças e adolescentes. Chama-se SOL. Fomos conhecê-lo.

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde

Unidades da rede nacional

Unidades que integram a rede de cobertura de equipamentos da Santa Casa na cidade de Lisboa

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas