logotipo da santa casa da misericórdia de lisboa

Santa Casa associa-se ao projeto europeu KORALE para combater o isolamento social

O KORALE é um projeto colaborativo europeu lançado este ano com o objetivo de promover políticas públicas de combate e prevenção da solidão e do isolamento social em seis territórios da Europa.

Liderado pela Fundação Adinberri, o projeto foi pensado a quatro anos e aposta no lema “Por uma comunidade de práticas e conhecimentos de prevenção e combate à solidão através das políticas públicas”. O foco está em enfrentar as situações de solidão e isolamento social de jovens e idosos na Europa através da partilha de boas práticas e abordagens multidisciplinares.

Além da Adinberri Foundation, do País Basco (Espanha), o consórcio integra entidades como a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e a Câmara Municipal de Lisboa (Portugal), Social City Vienna (Áustria) e DEFACTUM (Dinamarca), bem como os municípios de Fingal (Irlanda)e Aalst (Bélgica). Juntos, estes seis territórios vão trabalhar para trazer este tema para a ordem do dia, através de uma abordagem transversal aos vários patamares políticos, dos municipais aos regionais, com estratégias que combatam o isolamento e promovam a coesão social.

O primeiro evento vai decorrer de 19 a 21 de junho em Donostia – San Sebastián e marca o arranque de uma jornada transformadora do projeto KORALE, que assenta em três objetivos-chave:

  • Identificar e partilhar boas práticas: prevenir e combater a solidão, seja ao nível individual, familiar ou na comunidade, com atuações a curto-prazo.
  • Aprender com estratégias interventivas bem-sucedidas: implementar essas estratégias na vida das pessoas desde cedo, no sentido de reduzir, mais tarde, a incidência da solidão, com foco numa abordagem a longo prazo.
  • Identificar fatores-chave de transformação: lançar boas práticas para atingir políticas de maior impacto e integrá-las noutros setores como a saúde, a educação e a habitação.

Após três anos de trabalho, nos quais o projeto vai contar com seis eventos de partilha de conhecimentos, visitas de estudo, workshops e seminários, será publicado um conjunto de estratégias e boas práticas que serão valiosas para as entidades que operam nesta área por toda a Europa. As reuniões de trabalho vão passar pelos seis territórios, sendo que a primeira será no País Basco, seguindo-se Áustria, Portugal, Irlanda, Bélgica e Dinamarca.

O KORALE é um projeto Interreg Europe, co-financiado pela União Europeia.

o papel da santa casa

A solidão e o isolamento social têm sido temas estruturantes na atuação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa nos últimos anos e várias têm sido as iniciativas de atuação nesta área. Um dos exemplos de destaque é o ‘Programa Lisboa, Cidade COM VIDA Para Todas as Idades’, um plano estratégico e integrado para a cidade, que nasceu da vontade de melhorar a qualidade de vida e o bem-estar da população 65+ e de transformar a cidade num espaço de vida ativa, autónoma e de participação plena.

Com base numa governação Integrada e de compromisso dos vários parceiros envolvidos, além da Santa Casa – Câmara Municipal de Lisboa, Instituto de Segurança Social, Administração Regional de Saúde Lisboa e Vale do Tejo, Polícia de Segurança Pública e a Nova Medical School da Faculdade de Ciência Médicas da Universidade Nova de Lisboa – e da própria comunidade, este programa está estruturado em três eixos de atuação: Planeamento, Monitorização e Avaliação; Intervenção, Formação e Experimentação; e Participação, Atendimento e Comunicação. Estes eixos agregam várias medidas com vista à promoção da autonomia e à prestação de cuidados qualificados à população 65+.

O objetivo passa por garantir espaços de cidadania, autonomia e autodeterminação, investindo em respostas e projetos adequados às diferentes necessidades e expetativas da população 65+ residente na cidade de Lisboa. Esta estratégia vem reforçar a participação social e comunitária, as redes de solidariedade e de parceria, a promoção de apoios sociais personalizados, integrados e flexíveis, contribuindo para a visão de uma cidade mais justa, coesa e inclusiva para todas as idades.

Saiba mais sobre o projeto KORALE no site oficial.

Logo do projeto KORALE

Fundo Rainha D. Leonor Apoia Restauro da Igreja da Misericórdia em Constância

A recém-requalificada Igreja da Misericórdia de Constância foi inaugurada esta segunda-feira (17), na sequência de um projeto de restauro e conservação apoiado pelo Fundo Rainha D. Leonor com o valor de 154.418,63 euros. A cerimónia contou com a presença de Ângela Guerra, vogal da Misericórdia de Lisboa responsável pelo FRDL, do provedor da SCM de Constância, António Paulo Teixeira, de Inez Dentinho, membro do Conselho de Gestão do Fundo, do presidente da Câmara de Constância, Sérgio Oliveira, do bispo de Portalegre/Castelo Branco, Antonino Dias, e de representantes da União das Misericórdias Portuguesas.

Na ocasião foi enaltecida pelos presentes aquela que é a missão do FRDL de apoiar as Misericórdias portuguesas em causas sociais prioritárias e inovadoras, contribuindo para a coesão social e territorial do país, louvando-se ainda a contribuição feita em concreto para a recuperação deste imóvel, classificado de Interesse Público e construído entre 1640 e 1650.

FRDL Constância

A degradação do edifício deveu-se sobretudo às consequências das cheias do rio Tejo ao longo dos séculos, tendo necessitado, por isso, de uma intervenção urgente, especialmente na cobertura e nas talhas dos retábulos.

No livro publicado pelo FRDL sobre a obra, destaca-se a singularidade do retábulo do altar-mor. “Pode ser desconcertante entrar na Igreja da Misericórdia de Constância e esbarrar com o riquíssimo retábulo do altar-mor em talha por dourar”, lê-se no texto. Este retábulo, que apresenta uma enorme ambição arquitetónica e artística nunca completamente realizada, mantém-se fiel à sua história, sem vestígios de ouro, exceto nas torres do brasão real e na coroa”.

Bruno Assis, responsável pela obra de recuperação, explica que o restauro do retábulo foi um trabalho de descoberta contínua, exigindo muita medição e transposição. “Creio tratar-se de um trabalho indo-português porque tem muita informação, anjos com tranças, macacos com corpo de pássaros, muitos elementos que escapavam ao Reino”, detalha. A madeira de cânfora utilizada sugere que os materiais foram trazidos da Índia, refletindo a importância comercial de Constância e Abrantes nos séculos passados.

As cheias frequentes do Tejo danificaram repetidamente a Igreja da Misericórdia, o que exigiu um trabalho minucioso de reorganização e limpeza das peças do retábulo, descrito como um “puzzle”. Segundo Assis, o objetivo foi manter o aspeto primitivo e inacabado da talha, sem tentar concluir o que nunca foi terminado. “Não somos artistas. Não podemos concluir o que nunca foi acabado. Não seria correto”, afirma.

O projeto de restauro incluiu a recuperação das seis pinturas alusivas aos Passos e a consolidação e tratamento da talha do altar-mor, feita de madeiras exóticas. O retábulo – que nunca chegou a ser dourado, possivelmente devido à falta de verba na época – assim permanecerá, em respeito pelo seu percurso histórico.

Embora a Santa Casa da Misericórdia de Constância tivesse planos para substituir o pavimento da Sacristia, o FRDL sugeriu a manutenção do mesmo com reparos pontuais, preservando assim a autenticidade do imóvel.

Este restauro não apenas preserva a integridade histórica da Igreja da Misericórdia, mas também realça a sua beleza única e a resiliência através dos tempos. Como disse a paisagista Brenda Colvin: “é bela a paisagem que está certa”.

A Igreja da Misericórdia, com a sua história rica e inacabada, é um testemunho duradouro da herança cultural de Constância.

Santa Casa proporcionou cultura e diversão na Feira do Livro

Foram 19 dias recheados de atividades para todas as idades. O stand da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa na Feira do Livro acolheu várias centenas de visitantes que participaram em cerca de 50 eventos relacionados com diversas áreas.

Logo no primeiro dia, e já após a visita do provedor Paulo Sousa, decorreu um momento musical com o Concerto Coral Stella Vitae, um dos mais antigos coros amadores de vozes iguais masculinas em Portugal. Presente ao longo de toda a feira esteve também a atividade lúdico-didática “Dominó da Liberdade”, em torno da Revolução dos Cravos, proporcionando momentos divertidos e de aprendizagem. Divertido foi, igualmente, o workshop criativo com massa de modelar para construir o Santo António e o seu altar, numa iniciativa com a Obra Social do Pousal.

Entre apresentações e conversas sobre outras obras, destaque para o catálogo da exposição “não-relíquias? relíquias? quase-relíquias? o doutor Sousa Martins, o padre Cruz, a madre Andaluz”, apresentado por António Camões Gouveia, professor universitário e coordenador do projeto. No sempre prioritário plano da inclusão, não faltou no stand da Santa Casa um atelier de braille, bem como uma experiência sensorial sobre o livro “A vida extraordinária de São Roque”, dinamizada pela equipa técnica do Centro de Reabilitação Nossa Senhora dos Anjos. Já o Núcleo de Intervenção Precoce da Misericórdia de Lisboa promoveu um programa de estimulação sensorial na 1.ª infância, com uma atividade de expressão dramática sobre a edição infantil “O papagaio de papel, três estrelinhas”.

Na saúde, uma das iniciativas contou com a colaboração da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, que levou a cabo um questionário sobre a diabetes e fatores de risco. Já a Orquestra Percussiva Saúde W+, grupo terapêutico da SCML que potencia competências relacionais e expressivas através da música, mostrou os seus dotes sonoros. Houve ainda lugar para uma aula aberta de Biodanza, um tipo de dança com fins terapêuticos, bem como para a apresentação de cadernos técnicos da área da saúde, entre os quais o Caderno Técnico 17 – Saúde Oral em idade pediátrica, que contou com a presença de André Brandão de Almeida, administrador da Santa Casa com o pelouro da Direção de Saúde e um dos autores da obra.

Refira-se, ainda, a presença do projeto RADAR, que promoveu um Café Radar com o tema “O livro da minha vida…”. O voluntariado da Santa Casa também esteve presente na Feira do Livro, com atividades no âmbito do livro “Voluntariado na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa”, com direito a exercício físico, um conto infantil e uma sessão de poesia, para além dos testemunhos de voluntários ali presentes.

Veja algumas das melhores imagens do evento:

Marcha da Santa Casa é única!

Não sabemos bem como descrever esta noite. Será um misto de emoção e ternura que partilhamos ao acompanhar esta marcha? Ou será, acima de tudo, um privilégio imenso presenciar, vivenciar, acompanhar, abraçar e estar perto de alguns dos protagonistas que tornam este evento tão especial?

Na verdade, é tudo isto.

Ao longo de dois meses de ensaios matinais intensos (estamos a falar de várias horas!), pessoas de todas as idades, dos 20 até aos quase 90 anos, reuniram-se diariamente para dar o melhor de si. Mulheres e homens, jovens e idosos, todos com um propósito comum: celebrar a Missão, a Cultura e a História da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e levá-la a descer a Avenida, no Dia de Santo António.

Apesar de intensos, os ensaios foram, antes do mais, momentos de camaradagem e apoio mútuo. Paulo Jesus, coreógrafo que os acompanha há sete anos, é uma figura central neste processo. Os seus ‘gritos’, ‘palavras’ e ‘aconchegos’ são mais do que simples instruções. São a força motriz que mantém todos os participantes unidos e motivados. O respeito e a admiração que ele inspira são palpáveis, e a sua paixão pelo que faz é contagiante e evidente.

A marcha da Santa Casa não é apenas uma apresentação, é uma expressão de identidade e um tributo à história da Misericórdia de Lisboa. Cada passo e cada movimento coreografado contam uma história e homenageiam uma tradição secular, lembrando cada Boa Causa da Instituição fundada há quase 526 anos pela Rainha D. Leonor. Ver estas pessoas, de diferentes gerações, unidas pelo amor à dança, à cultura, à Boa Causa, faz desta uma experiência única.

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa desempenha, há séculos, uma função fulcral na cidade e este é um motivo mais do que suficiente para dar “vivas” à Marcha da Santa Casa!

Os destaques da programação da Santa Casa na reta final da Feira do Livro

A Feira do Livro de Lisboa entra na reta final, mas ainda há muitas atividades para descobrir no stand da Santa Casa até ao próximo domingo. Desde concertos a contos infantis, descubra alguns dos destaques proporcionados pela programação da Misericórdia de Lisboa neste evento emblemático da cidade.

Para começar, e ainda esta tarde, o stand da Santa Casa vai pôr todos os visitantes a mexer. A partir das 16 horas vai decorrer a atividade de exercício físico “Mexa-se pela sua saúde”, uma parceria com o ginásio GO FIT de Alvalade, a Unidade de Missão Santa Casa Lisboa, Cidade de Todas as Idades e Projeto RADAR – Falar, Escutar, Cuidar, entidades que visam melhorar a qualidade de vida e o bem-estar da população 65+ e transformar a cidade num espaço de vida ativa, autónoma e de participação plena.

Já para o feriado municipal de amanhã, 13 de junho, a Santa Casa convida os visitantes a participarem na atividade lúdico-didática “Dominó da Liberdade”, a partir das 11h30, uma iniciativa estimulante que trabalha a linguagem, a concentração, a atenção e a interação.

Na sexta-feira, 14 de junho, às 16 horas, haverá lugar ao “Dá-me Música”, um projeto que nasceu na URISO (Unidade de Reabilitação e Integração Socio-Ocupacional) do Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian, um equipamento da Misericórdia de Lisboa com meio século de existência.

Dedicada aos mais novos, a Hora do Conto regressa no sábado, 15 de junho, a partir das 15 horas, com a apresentação do livro “Queres vir brincar?”, de Alexandra Cardoso, técnica no Centro Acolhimento Infantil de Campolide da Misericórdia de Lisboa.

Já no último dia da Feira do Livro de Lisboa pode aproveitar o já célebre Jogo da Glória, das 11 às 13 horas, num formato gigante que gira em torno da história do livro “A vida extraordinária de São Roque”.

Consulte a programação completa aqui.

Projeto Geracante: o que a distância separa, a música une

À semelhança do que aconteceu no ano passado, o Geracante voltou a fazer-se ouvir em Lisboa. O primeiro concerto aconteceu na passada sexta-feira, 7 de junho, na Igreja de São Roque, e contou com a presença da vice-provedora da Santa Casa, Rita Prates. Mais uma vez, a Orquestra Geração Santa Casa e o Grupo Coral Infantil da Porta Nova celebraram o cante alentejano, considerado Património Cultural Imaterial da Humanidade desde 2014, numa sintonia perfeita.

Já na manhã de sábado, a Orquestra Geração Benfica, do Agrupamento de Escolas Arquiteto Ribeiro Telles, e a Orquestra Geração Gil Vicente, do Agrupamento de Escolas Gil Vicente, juntaram as suas vozes à Orquestra Geração Santa Casa e ao Grupo Coral Infantil da Porta Nova, para um segundo concerto no Panteão Nacional, terminando desta maneira a “tournée” por Lisboa.

António Santinha, diretor da Unidade de Apoio à Autonomização da Santa Casa e um dos mentores deste projeto, explica a sua importância: “Tratam-se de crianças da mesma idade com vivências muito diferentes, umas provenientes de um contexto mais rural, de uma cidade interior do baixo Alentejo e que gozam de uma liberdade e autonomia própria das cidades mais pequenas, e outras provenientes de um contexto citadino urbano, mas também com características bairristas.”

E se numa primeira impressão esta poderá parecer, para muitos, uma combinação improvável, António Santinha garante que traz muitos benefícios às crianças envolvidas: “Para além dos eventos musicais nas ações do Geracante, estão contempladas atividades de caráter cultural, lúdico e desportivo, permitindo uma vivência muito diferente das rotinas do dia a dia, começando por viajar e ficar fora de casa, ser autónomo nas suas rotinas e estar com os seus colegas e amigos, num contexto diferente do escolar, contribuindo para o seu enriquecimento pessoal.”

Para além de Lisboa, o projeto Geracante irá também passar pelo Alentejo. No próximo fim de semana, 22 de junho, às 18 horas, é a vez da cidade alentejana de Moura acolher estes pequenos, grandes músicos, unindo, uma vez mais, duas realidades bem distintas através da música.

A comitiva com mais de 100 músicos ruma assim até à Igreja do Carmo, em Moura, para a última apresentação desta edição do Geracante.

Refira-se que a iniciativa, que surgiu no ano passado pelas mãos do ensaiador do grupo, José Mira, e de António Santinha, pretende, acima de tudo, unir as vozes mourenses aos instrumentos dos jovens lisboetas da Orquestra Geração, num projeto que resulta da parceria entre a Orquestra Geração Santa Casa/Orquestra Geração Sistema Portugal e o Grupo Coral Infantil da Escola da Porta Nova, com o apoio da Câmara Municipal de Moura e do agrupamento de escolas do concelho.

Unidas pela fotografia: uma história de voluntariado ao domicílio na Santa Casa

Passam poucos minutos das 14 horas quando Ana toca à campainha. Afasta-se da porta e olha para cima, lá para o alto do quinto e último andar do velho prédio. Sabe que quem a aguarda gosta de confirmar pela janela quem lá vem. A porta é finalmente destrancada e Ana empenha-se na difícil missão de subir cinco andares de escadas, mas por uma boa causa: é voluntária da Santa Casa e prepara-se para mais um dia a fazer companhia a Adriana.

Esta última, já com 82 anos, abre a porta do pequeno apartamento e recebe Ana nos braços, com um sorriso que diz tudo: “Gosto muito da companhia da Ana! E não o digo por ela estar aqui ao lado, faz de conta que não está cá”.

Embora já tenha feito outros trabalhos de voluntariado, Ana, estudante já no final do curso de medicina, está na sua primeira experiência de voluntariado ao domicílio. Por sua vez, Adriana também acolhe um voluntário no seu lar pela primeira vez. Conhecem-se desde janeiro e a empatia foi imediata.

“É uma senhora muito animada, gosta muito de falar e acolheu-me bem. Eu vinha um pouco de pé atrás, porque estou a entrar no espaço dela. Até setembro, a Adriana tinha atividades no exterior, mas depois teve problemas de saúde e ficou mais por casa”, refere Ana.

A voluntária é, de resto, a única alternativa para que Adriana ainda saia de casa. Juntas, enfrentam os cinco andares de escadas e há pouco tempo foram passear até ao Jardim da Estrela, zona onde Adriana morou.

A idade faz-se sentir mas, apesar destes passeios serem cada vez mais raros, Adriana descobriu uma nova forma de ‘viajar’ através… da própria Ana, como explica a voluntária: “Ultimamente tenho feito algumas viagens e ela gosta muito de saber mais sobre isso. Faz-me perguntas e vou-lhe mostrando fotografias”.

A fotografia é, de resto, uma paixão comum às duas e esse foi um dado tido em conta no processo de recrutamento, no qual Ana indicou ser essa uma das suas áreas de interesse. Ora, Adriana trabalhou quase metade da sua vida em fotografia. Foi só juntar as peças.

“Gostava muito de poder viajar, coisa que não consegui fazer porque tinha de trabalhar para criar três filhos. Trabalhei em fotografia durante 35 anos e havia pouca gente que fizesse o trabalho que eu fazia. Não só retocava as chapas, como fazia o trabalho em papel”, recorda.

Por seu lado, Ana não esconde o fascínio por tudo o que aprende nas conversas com a sua amiga mais velha: “A dona Adriana fala-me do processo da fotografia de antigamente, de coisas que eu só vejo em filmes e que agora conheço melhor”.

Processo rápido e experiência enriquecedora

Ana está com Adriana uma hora por semana, no resultado de uma inscrição à qual os serviços da Santa Casa rapidamente deram resposta. Desde então, as duas têm desfrutado ao máximo da companhia uma da outra.

“Enviei um email à Santa Casa e responderam-me logo. Entrevistaram-me na semana seguinte, houve aquelas sessões de formação e foi um processo muito rápido. O voluntariado ‘enriquece’ a pessoa que o recebe, mas também o voluntário. Eu passo muito do meu tempo a estudar e estar aqui com a dona Adriana é um momento em que estou só aqui, sem pensar noutras coisas. É muito bom e abriu-me horizontes”, explica a voluntária.

E nem mesmo o facto de estar num curso exigente a afastou deste projeto: “Uma hora por semana é um compromisso que fiz comigo e com a senhora Adriana. Ninguém está o dia todo a estudar. Quando passo uma hora a ver um filme ou a ouvir um podcast, se calhar não tiro grande coisa daquilo, mas quando estou uma hora com a senhora Adriana aqui em casa, aprendo coisas, converso e acabo por sair mais relaxada. É uma experiência enriquecedora. É essa a mensagem que quero passar”.

A Santa Casa promove o voluntariado em diversas áreas, sempre com o mesmo objetivo: melhorar o bem-estar e a qualidade de vida de quem mais precisa. Se quiser fazer como a Ana e disponibilizar o seu tempo para ser voluntário na Misericórdia de Lisboa, pode saber mais e inscrever-se aqui.

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Uma viagem aos segredos do Arquivo Histórico da Santa Casa

Um legado para o presente e para o futuro. Celebra-se no próximo domingo, dia 9 de junho, o Dia Internacional dos Arquivos e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem, no seu Arquivo Histórico, um exemplo de preservação da história da instituição, da cidade e até mesmo do país.

“O tesouro da nossa história guarda-se em arquivo. A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa comemora 526 anos, com a missão sempre segura de cumprir as 14 obras de Misericórdia que a Rainha Dona Leonor propôs. São as pessoas mais carenciadas e desprotegidas que estão sempre no coração da Misericórdia. São séculos de solidariedade e humanismo, que têm o seu legado preservado no Arquivo Histórico da Santa Casa. Toda a documentação está conservada e guarda-se esta ‘memória’ do passado para deixar a marca para o futuro. Nas comemorações do Dia Internacional dos Arquivos, a 9 de junho, a Santa Casa realça o papel fundamental dos arquivos, na salvaguarda das Boas Causas, ao longo dos séculos da SCML”, realça Francisco d’Orey Manoel, diretor do Arquivo Histórico.

É através dos inúmeros testemunhos presentes no Arquivo Histórico da Santa Casa, sob os mais variados formatos, que podemos conhecer, por exemplo, a estrutura orgânica da instituição, as suas funções e as atividades da Misericórdia de Lisboa ao longo do seu percurso, que conta já com mais de cinco séculos de história.

É trabalho do Arquivo, e das pessoas que nele colaboram, reunir, organizar, descrever, conservar, divulgar e disponibilizar o acervo documental da Santa Casa e da sua biblioteca histórica.

A documentação está devidamente acondicionada em cerca de seis quilómetros lineares de prateleiras e é constituída, sobretudo, por documentos em suporte de papel, pergaminho, fotografias e registos sonoros. Devido ao grande terramoto de 1755, e ao violento incêndio que se seguiu, a Misericórdia de Lisboa viu destruído grande parte do seu património e documentação, conservando-se assim no Arquivo, sobretudo, documentos de meados do século XVIII até aos dias de hoje.

Entre os exemplares historicamente ricos do Arquivo da Santa Casa encontram-se, por exemplo, os “sinais” das crianças expostas na roda de Lisboa ou o Compromisso da própria instituição.

Toda esta documentação carece da maior atenção no seu tratamento e conservação, num trabalho, por norma, invisível ao público, mas sobre o qual pode agora ficar a conhecer um pouco mais através de uma viagem aos segredos do Arquivo Histórico da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Veja o vídeo:

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Até domingo, Santa Casa oferece uma programação recheada na Feira do Livro

O clima pode refrescar nos próximos dias, mas a programação da Santa Casa na Feira do Livro de Lisboa não arrefece. Há atividades para todos os gostos e idades no stand da Misericórdia de Lisboa, situado logo à entrada do recinto, a partir do Marquês de Pombal.

Ainda hoje, quarta-feira, a partir das 17h30, haverá um momento musical com a Orquestra Percussiva Saúde W+, grupo terapêutico da SCML que potencia competências relacionais e expressivas através da música.

Na programação para amanhã, quinta-feira, destaca-se a apresentação do catálogo da exposição “Não-relíquias? Relíquias? Quase-relíquias? O doutor Sousa Martins, o padre Cruz, a madre Andaluz”, por António Camões Gouveia, professor universitário e coordenador do projeto, e Teresa Morna, diretora do Museu de São Roque. Será às 18 horas.

Na sexta-feira, dia 7, os mais pequenos terão uma atividade dedicada às 15 horas: trata-se da Hora do Conto, com “A grande surpresa da Nini”, para crianças dos três aos seis anos. A história desenrola-se à volta da abelha Mena, que ensina à formiga Nini como funciona uma colmeia e quais as tarefas das abelhas. No mesmo dia, às 18 horas, acontece a apresentação do Caderno Técnico 17, sobre saúde oral em idade pediátrica.

Para sábado, dia 8, a diversão está garantida no stand da Santa Casa com a atividade lúdico-didática “Dominó da Liberdade”, a partir das 11h30. O objetivo é trabalhar a linguagem, a concentração, a atenção e a interação dos participantes.

Já no domingo, dia 9, pode aproveitar o facto de ser véspera de feriado para ficar na Feira até mais tarde e apreciar a música do Grupo 3D, num concerto com um repertório de originais e covers de músicas pop rock, nacional e internacional. A partir das 21h30.

Consulte a programação completa aqui.

Alegria sem limites no Centro de Reabilitação e Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian

Foi na manhã da passada segunda-feira que o Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian transformou-se num verdadeiro palco de alegria e inclusão, para a XIII edição dos jogos adaptados. O evento, que aproveitou a celebração do Dia da Criança, reuniu quase uma centena de pessoas, que proporcionou momentos de pura felicidade e fez esquecer, ainda que por breves instantes, as limitações que cada um enfrenta.

Jacinta Figueiredo, terapeuta da instituição, explica como surgiu a ideia deste acontecimento, sem o qual já ninguém passa: “Ao longo dos anos, tornou-se evidente a necessidade de criar um ambiente onde estas crianças e as suas famílias se sentissem parte de um todo, um lugar onde pudessem ser elas mesmas sem o olhar julgador do mundo exterior. Aqui, no centro, elas encontram um refúgio onde todos são iguais e onde cada sorriso e cada conquista são celebrados como um triunfo coletivo”.

As atividades deste dia “são cuidadosamente planeadas para incluir todos, independentemente das suas limitações. Temos a piscina, as pinturas faciais, a experimentação de gelados – tendo em conta que há algumas crianças que têm seletividade alimentar e este espaço permite que experimentem sabores diferentes -, um insuflável e o splash – um improviso imaginado por nós para que as crianças consigam sentir a sensação de deslizar na água. A música adaptada também está presente”, descreve Jacinta.

A complementar estas atividades, e em parceria com a GNR, estiveram duas terapias praticadas com animais: a cinoterapia e a hipoterapia. A primeira desenvolve-se com cães já em fim de carreira, mas perfeitamente aptos e treinados para interagir com as crianças, como nos detalha o primeiro sargento Pedro Figueiredo: “Esta interação ajuda-as a desenvolver habilidades motoras e de comunicação. Crianças com dificuldades de tato aprendem a pentear, a alimentar e a passear os cães, ou também a exercitar a fala de maneira natural e divertida, através do uso de comandos vocais, dando ordens, por exemplo”.

Já a hipoterapia consiste em passeios a cavalo por parte das crianças com dificuldades motoras. “Os cavalos têm um passo que é o que mais se assemelha à marcha humana. Por esse motivo, proporcionam um estímulo das competências motoras, cognitivas e sensoriais das crianças, proporcionando um complemento essencial à intervenção terapêutica”, explica o agente da GNR João Paço.

Essas atividades beneficiam não apenas as crianças, mas inspiram jovens estudantes que se voluntariam a proporcionar uma manhã diferente a todos os que se deslocam ao Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian. Ou um professor-cantor-compositor, também voluntário, que fez as delícias dos participantes nos jogos adaptados com a sua voz, simpatia e boa disposição.

O Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian acolhe crianças de várias nacionalidades e, desde abril, já atendeu mais de 600 utentes. A sua missão é clara: oferecer um espaço onde todos se sintam acolhidos, capazes e, acima de tudo, felizes. E neste dia especial, essa missão foi cumprida com excelência, deixando uma marca de amor e inclusão nos corações de todos os presentes. Uma inclusão que pode ser alcançada com gestos simples e atividades adaptadas, numa simplicidade que é uma lição valiosa para todos nós.

Este equipamento, gerido pela Santa Casa, dedica-se totalmente a pessoas com paralisia cerebral e a situações neuromotoras afins, sendo composto por duas respostas: de habilitação, reabilitação, desenvolvimento e prevenção do agravamento das situações clínicas, direcionados especialmente a crianças e jovens; e de reabilitação e inclusão de pessoas maiores de 18 anos, através do seu Centro de Atividades Ocupacionais.

Jogos Adaptados - Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde

Unidades da rede nacional

Unidades que integram a rede de cobertura de equipamentos da Santa Casa na cidade de Lisboa

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Locais únicos e diferenciados de épocas e tipologias muito variadas

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Locais únicos e diferenciados de épocas e tipologias muito variadas

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas