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Valor T: a agência que liga pessoas com deficiência ao mercado de trabalho

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa apresentou este sábado, 1 de maio, a Valor T, a agência de empregabilidade dedicada a pessoas com deficiência. A Valor T – o “T” traduz-se em talento e transformação – nasceu com o objetivo de ajudar, apoiar e suportar pessoas com deficiência na construção de carreiras profissionais estáveis e adequadas às capacidades de cada um, contribuindo para a transformação da vida destas pessoas através da empregabilidade, gerando parcerias, apoiando empresas e trabalhando em proximidade com todos aqueles que procuram a Valor T.

A promoção da empregabilidade das pessoas com deficiência será feita através da conceção e implementação de um processo de recrutamento próximo e partilhado, que potencie a capacitação e valorização das competências dos candidatos na resposta às necessidades efetivas das entidades empregadoras. Neste momento, a Valor T encontra-se já a trabalhar com algumas empresas nacionais como é o caso do El Corte Inglés, Grupo Jerónimo Martins, Santander Totta e Grupo Sonae.

O projeto de dimensão nacional foi criado em parceria com o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), com o Instituto Nacional para a Reabilitação (INR), com organizações não-governamentais com conhecimento da área, autarquias, universidades e empresas. A iniciativa conta ainda com o apoio de 56 associações e com o Alto Patrocínio da Presidência da República.

O provedor da Misericórdia de Lisboa referiu que esta é uma iniciativa que “encontra o seu combustível nas pessoas, nas entidades empregadoras e nas instituições”. Edmundo Martinho lembrou ainda que para a Valor T ter sucesso “é necessário o envolvimento de toda a comunidade”, até porque a inclusão “é uma tarefa de todos os cidadãos”, pela qual  “devemos empurrar todos no mesmo sentido”.

Ainda que à distância, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, participou na sessão de apresentação da nova agência de empregabilidade, saudando “mais uma iniciativa da Santa Casa”, que é um exemplo de como se pode dar passos concretos, avançar com medidas reais e  derrubar barreiras.

“Sobre a agência para a empregabilidade Valor T, podemos utilizar muitos adjetivos: é inovadora, é responsável, tem caráter inclusivo e mobilizador. Promove a participação e colaboração de toda a comunidade. É um projeto sustentável. Mas eu sublinharia, neste momento, precisamente quando assinalamos mais um Dia do Trabalhador, uma outra dimensão: a sua atualidade, a sua oportunidade”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa, lembrando que “mais do que uma plataforma digital que promove o encontro entre as competências dos portugueses com deficiência e as necessidades dos empregadores”, a Valor T é “uma oportunidade para afirmar o exemplo português no contexto internacional”.

As palavras do Presidente da República foram corroboradas pela Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, ao referir que hoje, em pleno Dia do Trabalhador, “estamos a quebrar muros em várias dimensões e a construir em conjunto uma sociedade mais inclusiva”. A representante do Governo deixou ainda o alerta que “este é o tempo em que todos temos de fazer parte desta sociedade coletiva, reconhecendo aquilo que cada um tem de melhor”.

É precisamente isso que a Valor T pretende: potenciar as qualidades dos trabalhadores, de modo a que sejam criadas carreiras de sucesso como a de Marta Canário que, esta tarde, conduziu a sessão de apresentação da Valor T. Aos 15 anos, ficou paraplégica devido a um acidente em casa, que fez com que passasse a deslocar-se numa cadeira de rodas. É assessora de imprensa da maior empresa tecnológica nacional, Novabase, há 23 anos. Quando foi à entrevista de emprego, a cadeira nunca foi tema. Como a própria refere, “teve a sorte de ter pela frente uma empresa que viu a cadeira da Marta, mas antes dela viu a Marta”.

Os cinco (principais) objetivos da Valor T

1) Contribuir para uma valorização das diferentes capacidades, competências e talentos, fazendo pontes com as entidades empregadoras, num compromisso comum para a mudança e igualdade de oportunidades para uma plena inclusão laboral e cívica;

2) Promover o recrutamento de pessoas com deficiência num contexto de proximidade e acompanhamento de candidatos e entidades empregadoras em todo o processo de candidatura, colocação e pós-colocação, visando uma efetiva e duradoura integração;

3) Criar e implementar a plataforma online, que agregará toda a informação referente à oferta e à procura, com o objetivo de apoiar a ligação entre as necessidades das entidades empregadoras e os talentos dos candidatos, num espaço agregador de participação e proximidade;

4) Organizar fóruns que se traduzam em espaços de encontro, debate, definição articulada de medidas e partilha de recursos para as concretizar, entre entidades empregadoras e organizações;

5) Incentivar a participação de todos na conceção de ações e projetos que promovam, incentivem e apoiem a (re)inserção profissional das pessoas com deficiência, através do foco nas capacidades diferenciadoras e no talento.

Da ativação ao acompanhamento pós-seleção. Como funciona a Valor T?

Os candidatos devem inscrever-se na plataforma Valor T, que agregará todo o conhecimento referente à oferta e à procura, disponibilizando ainda informação sobre as parcerias estabelecidas. Uma equipa multidisciplinar irá avaliar as capacidades dos candidatos para aproximá-los das empresas, num processo que procura potenciar competências. Vai ainda apoiar na definição de um perfil profissional que melhor evidencie os talentos de cada um.

Numa primeira fase, o processo é dividido em cinco etapas: ativação, avaliação, “match”, preparação/colocação e acompanhamento pós-colocação. Todos os procedimentos são acompanhados de perto por uma equipa técnica especializada da Valor T, que ajuda, por exemplo, a relacionar as características dos candidatos com as efetivas necessidades das empresas ou, já no momento da contratação, a estruturar um plano personalizado de preparação da colocação e integração no posto de trabalho.

As empresas devem inscrever-se na plataforma, dando nota das oportunidades de emprego que tem disponíveis. A entidade empregadora é acompanhada com um serviço gratuito de intermediação laboral para apoio na seleção dos melhores candidatos. A Valor T ajuda a identificar os candidatos para a necessidade concreta das empresas, a acompanhar e apoiar a adaptação do posto de trabalho e a partilhar procedimentos, caminhando lado a lado no processo de integração.

 

Projeto Radar recebe menção honrosa no Prémio Nacional de Sustentabilidade

O Projeto Radar, um plano de intervenção comunitária e de desenvolvimento local, que tem como principal objetivo identificar as necessidades, expetativas e oportunidades da população 65+ da cidade de Lisboa, recebeu uma menção honrosa na 1ª edição do Prémio Nacional de Sustentabilidade, na categoria “Bem-estar e Cidades Sustentáveis”. A distinção do Radar acontece devido ao importante papel deste projeto da Misericórdia de Lisboa na promoção do bem-estar da comunidade, tendo em conta o impacto positivo das metodologias utilizadas. A cerimónia de entrega dos prémios promovidos pelo Jornal de Negócios decorreu esta quinta-feira, numa sessão online.

Sérgio Cintra, administrador da Misericórdia de Lisboa, agradeceu o prémio atribuído pelo Jornal de Negócios e lembrou o contributo importante de todos aqueles que fazem parte do Radar. “Este projeto, acima de tudo, tenta corporizar as mudanças da sociedade moderna. Tentamos, através da rede social de Lisboa, fazer a evidência do mais importante: a base comunitária. O Projeto Radar tem muitos rostos, que são todos aqueles que são nossos agentes comunitários”.

O Projeto Radar foi criado em 2019 no âmbito do “Lisboa, Cidade de Todas as Idades”, programa que resulta de um protocolo de cooperação entre a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a Câmara Municipal de Lisboa, a Administração Regional de Saúde Lisboa e Vale do Tejo, a Polícia de Segurança Pública, o Instituto da Segurança Social, a Gebalis e as 24 juntas de freguesia da cidade de Lisboa. O objetivo do Radar passa por proceder ao levantamento e reconhecimento da população 65+ em situação de isolamento, identificando as suas necessidades, expetativas e oportunidades, de modo a melhorar os serviços sociais prestados a esta faixa populacional, através do desenvolvimento de mecanismos integrados e de parcerias sustentadas.

O júri da 1ª edição do Prémio Nacional de Sustentabilidade, na categoria “Bem-Estar e Cidades Sustentáveis”, foi constituído por Miguel Castro Neto (subdiretor da NOVA Information Management School), José Manuel Pedreirinho (ex-presidente da Ordem dos Arquitetos), Luísa Schmidt (socióloga e investigadora principal do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa), Miguel Eiras Antunes (líder mundial da prática de Smart City, Smart Nation e Local Government da Deloitte) e Paula Teles (CEO da Mobilidade.pt).

O Prémio Nacional de Sustentabilidade está inserido na iniciativa “Negócios Sustentabilidade 20/30”, promovida pelo Jornal de Negócios e pelo Grupo Cofina. A atribuição destes prémios é uma forma de reconhecer, inspirar, promover e divulgar o trabalho de empresas e organizações, de norte a sul do país, que se distingam em áreas relacionadas com a sustentabilidade.

Afetos, selfies e uma promessa: a visita de Marcelo à Quinta Alegre

Quando Marcelo Rebelo de Sousa entrou na Quinta Alegre, à sua espera já estavam utentes e auxiliares desta Estrutura Residencial para Idosos (ERPI), da Misericórdia de Lisboa. À medida que o Presidente da República avançava pelos corredores, a diretora da ERPI, Tânia Gomes, indicava os nomes dos utentes que se mostravam à varanda. Aqui, Marcelo, regressou aos afetos. O chefe de Estado deu uso à câmera fotográfica do seu telemóvel para, com selfie atrás de selfie, registar momentos que os cerca de 65 idosos que residem na Quinta Alegre jamais esquecerão.

“Feliz e santa Páscoa”, dizia Marcelo. As respostas aos votos do conhecido Presidente “dos afetos” eram comuns na gratidão: “Muito obrigado pela visita. Gosto muito de si, Presidente”. Para felicidade dos utentes, prometida ficou já uma nova visita à Quinta Alegre. Nos meandros da conversa com Francisca, que está perto de completar 101 anos de vida, Marcelo garante: “venho cá cantar-lhe os parabéns no dia 28 de junho. Fica marcado”.

Marcelo a tirar uma fotografia com uma utente

Em pouco mais de uma hora de visita, todos tiveram oportunidade para trocar impressões com o Presidente da República. “Dona Esmeraldina, diga-me lá: sente-se bem tratada aqui?”, perguntava o chefe de Estado. “Muito bem. Gosto muito de estar aqui”, afirma a utente. Marcelo Rebelo de Sousa não parecia espantado com as respostas dadas pelos residentes deste equipamento da Misericórdia de Lisboa, até porque, como o próprio referiu aos jornalistas presentes, “a Santa Casa é uma instituição de uma qualidade, devoção e sentido de serviço excecionais, num país envelhecido, que precisa de suporte social”.

Com “a vacinação nos lares praticamente completa”, a aparição de Marcelo Rebelo de Sousa nesta ERPI da Santa Casa foi também uma forma de mostrar a todos “que é possível visitar lares, sendo a Quinta Alegre bom exemplo disso”. E o sucesso em muito se deve “a todos os profissionais que aqui trabalham”, a quem dirigiu uma palavra especial, por terem “vivido um ano de forma ainda mais intensa e difícil do que muitos outros portugueses”.

A visita acontece numa altura em que o país se preparava para uma Páscoa diferente, inclusive o Presidente da República. “Vou ter a Páscoa mais monótona da minha vida. Os familiares estão longe e, muito provavelmente, vou ficar no Palácio de Belém, e aproveitar para preparar o discurso do 25 de abril”, revela.

Como integrar pessoas com deficiência no mercado de trabalho? Este “Toolkit” esclarece

Sobre um país que apresenta “números alarmantes” no que à integração de pessoas com deficiência no mercado de trabalho diz respeito”, Sérgio Cintra não tem dúvidas: “é determinante que as organizações definam estratégias na promoção da inclusão”. O administrador executivo da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa foi o responsável por inaugurar a sessão de apresentação do “Toolkit: “Como recrutar e integrar pessoas com deficiência”, que decorreu esta terça-feira, em formato online.

“Temos o dever de promover a igualdade de oportunidades, valorizar as competências e os talentos das pessoas com deficiência. É determinante que as organizações definam estratégias para a promoção da inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, mas também na sua manutenção”, considera Sérgio Cintra, realçando que este “Toolkit” surge como “forma de vencer estas barreiras e de ajudar as empresas a serem mais inclusivas”.

É isso mesmo que o “Toolkit”, a cargo do GRACE – Empresas Responsáveis, pretende ser: um instrumento capaz de inspirar e incentivar a construção de programas de emprego inclusivos e com resultados sustentáveis, disponibilizando aos gestores e colaboradores das empresas um conjunto de ferramentas necessárias para a integração de pessoas com deficiência nas suas fileiras.

O “Toolkit” junta o saber dos melhores guias internacionais e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, e espelha de forma prática a experiência acumulada de várias empresas associadas GRACE. É a partir deste conjunto de experiências que se constrói este “kit de ferramentas”, dividido em cinco eixos: assumir o compromisso estratégico; preparar a ação; recrutar e selecionar; acolher e integrar; desenvolver relações duráveis. As cinco etapas estão descritas no guia prático para gestores e colaboradores das empresas.

 “Temos muito trabalho pela frente”

Para Sérgio Cintra, existem alguns indicadores que devem ser alvo de reflexão. Se, por um lado, os dados identificam os avanços que “conseguimos realizar”, por outro mostram que ainda há muito por fazer, o que para o administrador executivo da Santa Casa “evidencia a vulnerabilidade estrutural neste conjunto de cidadãos no acesso ao emprego”.

Tal como adiantou durante a sessão online, com recurso a dados do Eurobarómetro, 58% dos portugueses considera que no nosso país é comum, ou muito frequente, a ocorrência de situações de discriminação com base na deficiência: 61% dos inquiridos acreditam que, em Portugal, ter uma deficiência pode desfavorecer os candidatos no acesso ao emprego, mesmo que tenham competências ou qualificações equivalentes ou superiores.

As pessoas com deficiência representam cerca de 15% da população mundial. Em Portugal, apesar de alguns sinais positivos e de algumas empresas já terem adotado boas práticas de inclusão, permanecem fatores que restringem o acesso das pessoas com deficiência ao mercado de trabalho.

O problema parece ter sido agravado devido à pandemia de Covid-19.  Segundo o Relatório “Pessoas com Deficiência em Portugal – Indicadores de Direitos Humanos 2020”, em junho de 2020 existiam 13.270 pessoas com deficiência inscritas como desempregadas no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), registando-se um aumento de 10% face aos dados globais de 2019 (12.027 inscritos).

A promoção do crescimento económico inclusivo e sustentável, o emprego pleno e produtivo e o trabalho digno para todos, são propósitos inscritos nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Até 2030, a Organização pretende alcançar o “emprego pleno e produtivo, trabalho decente para todas as mulheres e homens, inclusive para os jovens e as pessoas com deficiência, e remuneração igual para trabalho de igual valor”.

Acolhimento familiar. Uma missão para quem acolhe, uma nova vida para as crianças

Aos poucos, os “quadradinhos” foram preenchendo a tela. Cerca de 30 famílias de acolhimento disseram presente no “I Encontro de Famílias de Acolhimento da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa,” que, devido à Covid-19, aconteceu através de videoconferência. Como referiu a diretora da Unidade de Adoção, Apadrinhamento Civil e Acolhimento Familiar da Santa Casa, Isabel Pastor, a sessão ocorreu “quase como em todas as famílias portuguesas”, que, este ano, viram-se obrigadas a encurtar distâncias através da tecnologia.

Mas este grupo de famílias de acolhimento é por si só uma família. “O ambiente que aqui se vive, de partilha e compaixão, é um ambiente intimista”, acrescenta Isabel Pastor. Foi uma tarde longa, mas que passou num ápice. Nos vários quadradinhos viam-se rostos de felicidade, sorrisos e lágrimas de emoção. Aos poucos as famílias ganhavam à-vontade para partilharem as histórias vividas durante um processo nem sempre fácil. Ao mesmo tempo  que as colunas do computador emitiam os testemunhos de quem sente que faz a diferença na vida de alguém, no ecrã multiplicavam-se os sorrisos e o abanar de cabeça num gesto perfeito de quem se revê naquelas palavras.

A reunião serviu para a partilha de histórias, mas também para recolher sugestões que permitam à Santa Casa melhorar um serviço que arrancou em força, em novembro de 2019, e que manteve o ritmo mesmo durante a pandemia de Covid-19: desde março de 2020 foram acolhidas 21 crianças.

À reunião juntou-se a equipa de acolhimento da Santa Casa. É este grupo que, todos os dias, trabalha na proteção das crianças e jovens em perigo. Neste papel, a sua missão é uma só: permitir que as crianças em risco vejam o direito de crescer no seio de uma família salvaguardado. E, neste âmbito, é preciso não descurar as duas partes, porque através do acolhimento estas crianças podem ter um projeto de vida que até então estaria destinado à institucionalização.

Portugal é um país a duas velocidades no que ao acolhimento familiar diz respeito. Ainda que os dados apontem para um aumento do número de famílias disponíveis, Portugal é dos poucos países da Europa em que o acolhimento residencial (97%) continua a ser preferido em relação ao acolhimento familiar (3%). Em 2020, a Santa Casa registou 52 candidaturas, sendo que 20 famílias foram selecionadas e nove desistiram ou não foram selecionadas. As restantes 23 terminarão a avaliação em 2021.

2020 em revista. O ano em que trabalhar por boas causas fez ainda mais sentido

“Cuidar” e “ajudar” quem mais precisa são, provavelmente, as palavras que melhor definem o trabalho realizado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa ao longo do ano 2020. A pandemia de Covid-19 tudo condicionou e elevou as fragilidades de alguns setores de atividade.  O impacto da pandemia observa-se, por exemplo, no aumento do número de pessoas em situação vulnerável, o que levou mais cidadãos a recorrerem aos serviços da Misericórdia de Lisboa.

A Santa Casa esteve, desde o primeiro momento, na linha da frente a apoiar quem mais precisa. 2020 foi desafiante, mas a instituição elevou-se na resposta a esses desafios. Recorde aqui algumas ações levadas a cabo no ano em que trabalhar “Por Boas Causas” fez ainda mais sentido.

janeiro

O ano começa com o anúncio de mudanças no Euromilhões: nova imagem e mais milhões no jogo que cria excêntricos, todas as semanas. Para muitos, ganhar o Euromilhões é um sonho. Para outros, fazer da música carreira é o maior dos desejos. A Orquestra Geração, projeto que tem como objetivo combater o abandono e insucesso escolar através do ensino da música, pode ser o prelúdio de um sonho.

De Marvila chega um projeto em tudo idêntico, mas que explora outras capacidades. Na Cicloficina Crescente, os jovens aprendem como é que se muda um pneu ou afina a bicicleta. Mas é mais do que isso: é, acima de tudo, um espaço de partilha, de interação e de ajuda. É um espaço de solidariedade e de encontro.

O percurso até à realização pode, por vezes, ser feito de obstáculos. Todas as semanas, Tatiana e Maria percorrem um caminho difícil – mas cheio de esperança -, em direção ao Centro de Reabilitação de Nossa Senhora dos Anjos (CRNSA) para que as suas filhas aprendam a viver sem ver. É a história de quem “só precisa de um bocadinho de ajuda” para atingir grandes objetivos.

Um novo espaço cultural nasceu em Lisboa. Depois de quase 120 anos como revista de cultura, a Brotéria saiu do papel e mudou-se para o Bairro Alto. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, inaugurou o espaço que faz parte de polo cultural da Santa Casa.

fevereiro

A campanha “Séculos de Boas Causas”, através de um constante “saltitar” entre passado e presente, numa clara alusão a um futuro risonho, assinalou mais de cinco séculos de trabalho em prol dos mais necessitados. Uma pequena parte da história da Santa Casa cabe no livro “Pessoas & Causas – 48 histórias de vida”, cujo objetivo é dar rosto às causas da instituição.

E a resposta não pode parar. Não vai parar. A identificação das necessidades das pessoas, sobretudo dos idosos, deve-se grandemente ao trabalho realizado no âmbito do Projeto RADAR, que aumentou a responsabilidade e a capacidade de transformação da Santa Casa.

Transformar, inovar e dinamizar são objetivos da Casa do Impacto que, em fevereiro, alocou 500 mil euros para apoiar projetos de empreendedorismo social através do fundo +PLUS.

Quem também contou com o nosso apoio foram as populações dos municípios devastados pelos incêndios de outubro de 2017. O Fundo Recomeçar proporcionou a algumas dessas vítimas a possibilidade de recomeçarem de novo.

março

Março: o mês em que a pandemia de Covid-19 começou a condicionar a vida dos portugueses. Numa altura em que o país atravessa uma das maiores crises de saúde pública de que há memória, a Santa Casa mantém a sua ação no terreno em tempos difíceis.

Ficar em casa foi a melhor das soluções para tentar impedir o alastrar da pandemia. Ainda assim, a Santa Casa saiu à rua para cuidar de quem mais precisa.

cândida - udip tejo

abril

A missão de não deixar para trás quem mais precisa de nós, manteve-se. De refeições feitas à base de carinho e atenção, da proteção aos idosos, de sermos, muitas vezes, a única família dos nossos utentes e dos heróis que encontramos na Santa Casa, a resposta à pandemia exigiu o máximo empenho de todos os colaboradores da instituição.

Realidade virtual chega à Quinta Alegre para ajudar a resolver problemas reais

Teresa navega pelas ruas de Paris, enquanto Sofia está no cimo de um monte com vista privilegiada para as praias do Rio de Janeiro. Ao lado, António vai mexendo as mãos ao som de música clássica, numa sala de espetáculos na Finlândia. Mas como foram lá parar estes utentes da Quinta Alegre? E se tudo acontecer no mesmo espaço, sem que seja preciso sair da cadeira? Tudo isto é possível através de realidade virtual, que começa agora a ser utilizada na Estrutura Residencial para idosos da Quinta Alegre, da Misericórdia de Lisboa.

O projeto que está a ser desenvolvido pela Unidade de Transformação Digital, da Direção de Estudos e Planeamento Estratégico da Santa Casa (DIEPE) havia sido anunciado em setembro último. A ideia surge de um desafio colocado pelo provedor da instituição, Edmundo Martinho, que no seminário “Transição para o Digital na Santa Casa”, revelou que a Misericórdia de Lisboa estava a preparar um projeto com recurso à realidade virtual.

“Senhor António, tem de mexer a cabeça para os lados para poder ver o concerto todo, a sala toda. Isto é 360 [graus]”, sugere a terapeuta ocupacional, Marina Vazão, que, logo de seguida, dirige um alerta à utente Sofia Silva: “Convém sentar. Isto é tão real que às vezes pode dar a sensação de que estamos a cair”. E aconteceu: “Estava numas montanhas, em Itália, tão altas, tão altas que parecia que ia cair. Já viu como isto é formidável? Parece que estava mesmo lá e, afinal, foram estes óculos que me levaram até lá”, explica Sofia Silva.

Ao fundo da sala, Teresa, que há pouco via “ruas conhecidas de Paris”, exclama: “Estou a viajar sem gastar dinheiro! Estive na Torre Eiffel e em outros sítios de Paris que, em tempos, visitei. Vi pessoas a passearem junto ao rio”. Mas não só de passeios por cidades outrora visitadas – ou desconhecidas – se faz este projeto. Há todo um manancial de hipóteses que a realidade virtual permite e que a Santa Casa quer explorar, através de viagens no tempo que despertam memórias.

“Também vimos hipóteses de ter conteúdos direcionados, consoante o utente, e ir buscar memórias específicas daquela pessoa: sítio onde cresceu, onde casou ou onde os filhos cresceram”, revela a responsável pela Unidade de Transformação Digital da Santa Casa, Ilda Marcelino.

 

“Um dia inesquecível”. Jogadores do Benfica alegram Natal de crianças da Casa do Restelo

“Fazem ideia da surpresa que temos para vocês?”, atira o diretor da Casa do Restelo, João Freire, em jeito de desafio às crianças que vivem nesta unidade de acolhimento, a mais recente da Santa Casa. “Tem sido muito difícil manter o segredo. Eles perceberam que alguma coisa vai acontecer”, confessa.

Ainda que com muita dificuldade, a surpresa manteve-se em total secretismo até ao final da tarde, altura em que algo muito especial aconteceu. Sentadas no chão, cerca de dez crianças olham ansiosamente para a imagem projetada na parede, onde esperam pelo desvendar do mistério.

Eis que na tela surgem Everton e Samaris – em representação de toda a equipa de futebol profissional do Sport Lisboa e Benfica-, dois jogadores que, este ano, proporcionaram um Natal especial a estes jovens.

A inquietude que sentiam antes da conversa com os jogadores rapidamente dá lugar a momentos de euforia. Entre abraços e pulos de alegria, as perguntas e as confissões sucediam-se: “Não acredito no que estou a ver; Everton, sou teu fã; hoje é um dia inesquecível; Samaris, dás-me a tua camisola?”.

Everton e Samaris têm presentes para entregar. A julgar pela felicidade das crianças na hora de abrir as prendas, os “pais natais de serviço” parecem ter correspondido aos desejos destes miúdos. Mas o melhor presente acabaria por chegar minutos antes do adeus aos jogadores: uma camisola do Benfica assinada pelo plantel, onde nas costas se lê “Casa do Restelo”.

“Foi uma bonita surpresa, que os marcará para sempre. Receber as prendas “das mãos dos seus heróis” ganha toda uma nova dimensão e prova que é a dimensão humana que verdadeiramente nos traz alegria”, realça João Freire.

A tradição manteve-se, ainda que à distância. Desta vez, devido à Covid-19, a interação com os jogadores do clube da Luz foi restringida a uma videochamada, algo que, numa situação normal, não aconteceria. Em 2019, por exemplo, Carlos Vinícius e Nuno Tavares marcaram presença na Casa dos Plátanos, numa ação recheada de felicidade.

Apesar da pandemia, o protocolo entre a Fundação Benfica e a Misericórdia chegou a cerca de 100 crianças da cidade de Lisboa, durante o ano de 2020.

Utentes da Misericórdia de Lisboa recebem bolo-rei

Nos dias 21 e 22 de dezembro, algumas viaturas da instituição, decoradas com motivos natalícios, andaram pelas ruas de Lisboa a levar um pouco da magia de Natal a alguns utentes de Centros de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário da Santa Casa.

A entrega simbólica de um bolo rei foi apenas um mote para uma iniciativa pensada sobretudo para levar alguma companhia, alegria adicional e espírito natalício aos mais fragilizados que, este ano, devido à pandemia de covid-19, não poderão desfrutar de um Natal tradicional.

“Nesta época festiva queremos estar ao lado das pessoas, sobretudo das mais vulneráveis, para que se sintam acarinhadas e apoiadas, e levar uma mensagem de solidariedade e de esperança aos nossos utentes. Acreditamos que, aos poucos, alcançaremos novamente a normalidade”, afirmou o administrador de ação social da Misericórdia de Lisboa, Sérgio Cintra.

Por outro lado, num gesto de reconhecimento pelo trabalho realizado pelas equipas da instituição quem têm estado na linha da frente no combate ao vírus, Sérgio Cintra, frisou que “estes são os heróis que muitas das vezes não vemos, mas que fazem a diferença na vida destas pessoas”.

“Desde o primeiro dia que a Santa Casa tem centenas de anjos da guarda nas ruas da cidade, que deixaram de trabalhar nos centros de dia, mas que sempre estiveram ao lado de quem mais precisa. Todos os dias equipas inteiras da instituição saem para a rua, num momento de incerteza como este, para levar um sorriso à casa dos nossos utentes”, concluiu o administrador.

O Natal chegou ao Pousal e com ele veio o melhor dos presentes: o abraço

Os efeitos de Natal espalhados pela Obra Social do Pousal  denunciam o espírito que aqui se vive. Andar pelos corredores deste lar para pessoas com deficiência intelectual é ver utentes, enfermeiros, auxiliares e monitores vestidos a rigor. A música “All I Want For Christmas Is You”, de Mariah Carey, embala-nos até a uma das três salas preparadas para a festa de Natal.

Devido à Covid-19, este equipamento da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa viu-se obrigado a alterar a festa, que, normalmente, junta toda a gente no mesmo lugar. Dividir os utentes por diferentes espaços faz parte de um leque de procedimentos de prevenção instaurados pelo lar, de modo a garantir a segurança dos 123 colaboradores e 95 utentes que fazem parte desta casa.

“Optamos por uma festa itinerante, onde é a festa que vai ao encontro dos utentes, passando pelos diferentes salões. Dividir os utentes permite-nos, caso haja um surto, controlar esse mesmo surto”, explica a diretora da Obra Social do Pousal, Joana Lindim, acrescentando que, apesar de diferente, a festa tem-se revelado um sucesso: “Estou a ter um feedback incrível. Está toda a gente feliz”.

“Quem é que quer ser o ajudante da mãe natal?”, questiona a monitora Débora Aguilar, em jeito de convite aos utentes. Com a ajuda de Daniel Pereira, um jovem com trissomia 21, dividem as prendas compradas pelos colaboradores, de acordo com o gosto dos utentes: produtos de beleza, roupa, bijuteria, bloco de folhas e lápis para desenho.

Na parede, junto à árvore de Natal, um arco-íris acompanha a frase “estamos bem”.  “Bem” e felizes, a julgar pela alegria com que abrem os presentes e pelos sorrisos esboçados na hora de dançar ao som de músicas que celebram o Natal.

 

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde e cuidados de saúde ao domicílio

Unidades da rede nacional

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Polo de inovação social na área da economia social

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas