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“Natal dos Hospitais” voltou a Alcoitão para uma celebração única

Entre os muitos convidados estiveram o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e a provedora da Santa Casa, Ana Jorge, que, em entrevista, fez questão de salientar o trabalho desenvolvido pelo Centro de Alcoitão desde o início da sua existência enquanto referência no país na área da Medicina de Reabilitação.

“O hospital ortopédico e o Centro de Alcoitão foram o começo de tudo quanto é reabilitação no nosso país. Foi aqui que começou a primeira instituição dedicada a esta vertente e foi também aqui que se formaram os primeiros enfermeiros de reabilitação e os primeiros terapeutas da fisioterapia da fala e ocupacional. Esta área, juntamente com a área social, tem, neste momento, um manancial de capacidade que pode desenvolver, e tem desenvolvido já, as áreas da investigação para um maior conhecimento, fundamentalmente nas áreas das neurociências, neurodesenvolvimento e doenças neurodegenerativas”. Neste sentido, Ana Jorge anunciou uma novidade: “Temos uma escola que faz parte deste Centro e estamos a criar um outro centro académico e clínico dedicado também à investigação, numa parceria com a Universidade Nova de Lisboa, para podermos desenvolver ainda mais, quer o ensino, quer a área da formação”.

natal dos Hospitais 2023

A provedora elogiou ainda todo o trabalho desenvolvido pela Santa Casa e pelos seus profissionais dedicados, não só na área da saúde, mas na área social: “Temos, em todas as atividades que desenvolvemos, uma grande preocupação com a saúde física e com a saúde mental. A Misericórdia de Lisboa tem um conjunto vasto de equipas multiprofissionais e multidisciplinares que respondem, todos os dias, às necessidades de todos, dos mais novos aos mais velhos. Desenvolvemos um grande trabalho junto das pessoas mais idosas, algumas já com algumas dificuldades cognitivas, e também junto dos mais novos, nos centros de acolhimento. São populações distintas, que precisam de uma atenção muito especial”.

Por seu lado, o Presidente da República destacou algumas das áreas sociais que necessitam de mais atenção por parte de todos, nomeadamente as que englobam os sem-abrigo, os cuidadores informais, os cuidados paliativos e a educação das crianças. A saúde também não foi esquecida, sobretudo pelo facto de o “Natal dos Hospitais” ter como cenário o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão: “Os profissionais de saúde são heróis e heroínas no dia-a-dia na sua dedicação aos mais vulneráveis. O tempo que passam a dar-se aos outros é muito maior do que o que dão a si próprios”.

Natal dos Hospitais 2023

Marcelo Rebelo de Sousa recordou ainda os primeiros anos em que assistiu ao programa pela televisão: “Reuniam-se multidões para ver nas poucas televisões que existiam na altura, há 65 anos. Era O programa!”. E deixou um agradecimento: “O ‘Natal dos Hospitais’ é uma injeção de esperança para o futuro para todos os que estão doentes, que estão numa fase difícil da vida, e que precisam de alento para suportarem a dor, o sacrifício e o sofrimento. Por isso, muito obrigado!”.

Ao longo de todo o dia (das 9h00 às 20h00), foram vários os artistas que passaram pelo espetáculo, assim como figuras conhecidas da televisão, deixando mensagens de esperança e solidariedade.

O programa deu voz ainda a muitas histórias inspiradoras tanto dos profissionais de saúde como de pacientes. Foi o caso de Helena, uma menina se desloca apenas com a ajuda de uma cadeira de rodas, e que fez questão de mandar um ‘recado’ a todos quantos viam o programa: “Se nós, que estamos numa cadeira de rodas e que temos esta limitação, conseguimos lutar pelos nossos sonhos e ultrapassar as dificuldades, todos os outros também conseguem. Acreditem nos vossos sonhos e lutem por eles”.

O Natal dos Hospitais, uma iniciativa inicial do Diário de Notícias, existe desde 1944, sendo que esta foi a 65.ª edição a ser transmitida em direto pela RTP.

Centro de Medicina e Reabilitação de Alcoitão

O processo sobre a construção do Centro de Medicina de Reabilitação do Alcoitão assenta numa investigação profunda sobre o que de melhor se fazia na altura pelo mundo fora. José Guilherme de Melo e Castro, subsecretário de Estado da Assistência Social em 1955, pôs em marcha um conjunto de ações e procedimentos – desde logo envolvendo a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa –, que passaram por visitas a Inglaterra e a Nova Iorque, para melhor conhecer as políticas de saúde e, em especial, dos centros de reabilitação, além dos mais reputados médicos da especialidade.

Dois acontecimentos levaram à evolução para a concretização desta infraestrutura: em julho de 1956, são publicados os estatutos da Liga Portuguesa dos Deficientes Motores; e em 1957, Melo e Castro é nomeado provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, cargo que lhe permitiu concretizar o projeto do ‘seu’ centro sob a iniciativa desta instituição, e que inaugura a 2 de julho de 1966, na presença do Presidente da República da altura, Almirante Américo Tomás.

Sendo uma obra pioneira, desde a génese, o seu nascimento requer que se encontrem respostas para que a tornem possível. E é durante este processo que surge a ideia da criação do Totobola, uma inovação que nasce, mais uma vez, pela cabeça e mão de Melo e Castro e da Santa Casa, cujas receitas se destinaram a financiar a obra e funcionamento do CMRA e da sua escola de terapeutas, bem como de outros estabelecimentos da área da ação social, saúde e desporto, por todo o país.

Assim, em 1961, foram criadas, por decreto-lei, as Apostas Mútuas Desportivas, designadas por Totobola. A sua administração e exploração competiam à Misericórdia de Lisboa e o respetivo rendimento líquido foi consignado expressamente, e em partes iguais, ao fomento da educação física e atividades na modalidade de reabilitação de diminuídos físicos.

As primeiras notícias do Centro de Reabilitação de Alcoitão

Nas suas viagens pelo mundo à procura dos melhores exemplos na área da medicina de reabilitação, Melo e Castro conhece Howard A. Rusk, um médico da especialidade, de Nova Iorque, que será mentor de Santana Carlos, futuro diretor do Centro de Alcoitão. O encontro entre Rusk e Carlos viria a revelar-se decisivo para a tomada de decisão de construir um centro de raiz. O médico americano aplicou com enorme sucesso este modelo enquanto médico militar na II Guerra Mundial, com a universidade de Nova Iorque a disponibilizar-lhe algumas alas nos hospitais de Bellevue e Goldwater, para se dedicar à reabilitação de civis. Entre outras ações, promoveu campanhas publicitárias e de informação pública, destacando-se a sua colaboração semanal com o New York Times.

Corria o verão de 1958, quando Howard Rusk, aquando de uma viagem pela Europa, chega a Portugal, facto que correu logo pelos jornais portugueses na altura. As notícias davam conta de que a sua chegada tinha como objetivo “apreciar e estudar, com as entidades responsáveis, os planos do Centro de Reabilitação de Diminuídos Físicos, o primeiro a ser instalado no nosso país, cuja construção […] ainda se iniciará no decurso do ano corrente, em Alcoitão, no concelho de Cascais”. Ou ainda: “custará 25 mil contos um Centro de Reabilitação de Diminuídos Físicos a construir por iniciativa da Misericórdia de Lisboa”.

 

A arquitetura

O projeto de arquitetura do Centro de Medicina e Reabilitação de Alcoitão ficou a cargo de Sebastião Formosinho Sanchez. A obra do autor inseria-se, nos anos de 1950 e 1960, numa linha de continuidade do Modernismo – um movimento de ideias visto sob a perspetiva de que a tecnologia e o design ajudariam a mudar uma sociedade cheia de desigualdades e a recuperar da I Guerra Mundial.

Para Formosinho Sanchez, o Centro de Alcoitão foi a sua maior obra na qual quis projetar um ambiente acolhedor, propício à cura, um ambiente de “quase casa”, tentando encontrar uma nova linguagem para os edifícios hospitalares que resistisse à ideia de “frio e de branco” dos hospitais. O edifício desenvolve-se em estreita relação entre a paisagem natural e o espírito do lugar, uma zona com forte influência do oceano e da serra de Sintra, com os jardins e parque envolventes a constituírem um exemplo de projeto de arquitetura paisagista do Modernismo.

 

CMRA Espaço Interior

História recente

Durante 40 anos, o Centro de Medicina de Alcoitão foi único no país. E apostou, logo no início da sua existência, na educação de profissionais da área da reabilitação, com a integração, em 1966, da Escola de Reabilitação de Alcoitão (ERA), convertida, mais tarde, na Escola Superior de Saúde do Alcoitão (ESSA), um estabelecimento privado de ensino superior politécnico e o primeiro, em Portugal, com cursos de Fisioterapia, de Terapia Ocupacional e de Terapia da Fala.

Hoje, com mais de meio século de existência, continua a prover serviços pioneiros e exclusivos, apostando na tecnologia inovadora e na melhoria das condições de acolhimento dos utentes. 

Um dos equipamentos mais extraordinários do Centro de Alcoitão é o exosqueleto. Foi adquirido em 2016 e é único em Portugal. Trata-se de um dispositivo robótico que consiste num fato biónico ajustável ao utilizador, tendo várias áreas de aplicação. Na área da saúde é utilizado em reabilitação, permitindo que pessoas com alterações neuromusculares dos membros inferiores possam realizar a posição de pé e treino de marcha, conferindo-lhes maior mobilidade, autoconfiança, força, flexibilidade e resistência. A sua utilização como meio de intervenção terapêutica proporciona um aumento da funcionalidade e da independência da pessoa, indo ao encontro dos principais objetivos da reabilitação. As suas características são, assim, imprescindíveis e essenciais na reabilitação da população que acede ao Centro.

Em 2021, requalificou o seu Laboratório de Marcha, o único equipamento de análise do movimento a nível nacional, atualmente, dedicado à atividade clínica. Em que consiste? Num meio complementar de diagnóstico, que fornece informações indispensáveis para a tomada de decisões clínicas fundamentadas.

Já este ano, por ocasião das comemorações do seu 57.º aniversário, o Centro inaugurou a ‘parede de escalada’, uma infraestrutura adaptada para utilização por parte de doentes com patologias neurológicas, tanto em idade adulta como em idade pediátrica, num projeto original, inovador e ambicioso, com inúmeros benefícios para os utentes, e de incentivo à prática de uma modalidade desportiva. 

Atualmente, o Centro de Medicina e Reabilitação de Alcoitão dispõe de 150 camas para internamento, organizadas em três serviços, de acordo com o grupo etário e regime de prestação dos cuidados. Conta também com as unidades de residências assistidas, destinadas a utentes com incapacidade motora.

Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão faz 57 anos e apresenta a primeira parede de escalada adaptada em Portugal

Não é, porém, uma parede de escalada ‘normal’. É adaptada para que possa ser utilizada por doentes com patologias neurológicas, tanto em idade adulta como em idade pediátrica, num projeto original, inovador e ambicioso, com inúmeros benefícios para os utentes, e em que o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão será, mais uma vez, precursor no incentivo à prática de uma modalidade desportiva.

De acordo com vários artigos que têm sido publicados nos últimos anos, a escalada adaptada proporciona um ganho de força, de flexibilidade e de coordenação motora, mas também a elevação da autoestima e a promoção da inclusão social em doentes com patologias neurológicas, nomeadamente Ataxia, Lesões Vertebro-Medulares, Traumatismo Cranioencefálico, Esclerose Múltipla, sequelas de Acidente Cerebrovascular, e também por doentes amputados ou com patologia ortopédica.

Já nas crianças que apresentem um quadro de Paralisia Cerebral, as conclusões apontam para uma melhoria da força de preensão manual, do controle postural e da mobilidade funcional.

A literatura atual indica-nos que esta prática proporciona inúmeros benefícios, como o aumento da força, flexibilidade, resistência, estabilidade postural, equilíbrio e coordenação; melhoria da concentração, da memória e da comunicação; aumento da autoestima e controlo do medo; e favorecimento da sensação de bem-estar e de equilíbrio, incentivando novos relacionamentos, conexões e apoio de pares.

Esta experiência tem sido implementada noutros países como os Estados Unidos da América, Alemanha, Áustria e Reino Unido, que introduziram a escalada adaptada como uma terapia de reabilitação, adquirindo paredes artificiais para ginásios de fisioterapia tanto em hospitais como em clínicas de reabilitação.

Em Portugal, a realidade da escalada adaptada é ainda muito diferente da que se vive lá fora. Existem apenas algumas instituições, como o Clube de Escalada de Braga (CEB), a CERCI e a APPACDM (no norte do país), que desenvolvem já algumas atividades neste domínio. De salientar, por exemplo, a criação, em 2015, do Campeonato Nacional de Escalada Adaptada pelo CEB, com o apoio da Federação Portuguesa de Montanhismo e Escalada, que contou com uma excelente participação dos atletas nacionais, alguns com apuramento para o Campeonato do Mundo.

Neste contexto, o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, enquanto centro de reabilitação de referência nacional e pioneiro na prática do desporto adaptado, reúne as condições ideais para promover a prática da escalada adaptada pelos seus utentes e nada melhor do que a data do seu aniversário para dar o primeiro passo nesta ‘montanha’ inovadora. Até porque esta pode ser a força motivadora para que os utentes procurem restabelecer o contacto com o mundo que os rodeia, abandonando a inatividade e o sedentarismo e procurarem uma integração social, em que conjugam a prática desportiva com o convívio entre pares e a superação das suas limitações, servindo de exemplo e de inspiração para outras pessoas com patologia similar.

Como funciona?

A escalada em paredes artificiais é muito segura: os utentes irão escalar em top rope, ou seja, ficarão presos por uma corda colocada no topo da parede, sendo a segurança assegurada por pessoas experientes e habilitadas para o efeito. As equipas de apoio estarão sempre presentes, a trabalhar diretamente com os utentes.

Esta infraestrutura agora disponibilizada foi financiada pela Câmara Municipal de Cascais após uma candidatura conjunta por parte da Associação de Desportos de Aventura Desnível e da médica do CMRA, Filipa Dionísio.

A sua inauguração abriu as comemorações do 57.º aniversário do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão no dia 20 de abril, que contou ainda com a apresentação do projeto “Um programa de intervenção para crianças com transtorno do espectro do autismo: capacitação do cuidador e nível de satisfação”, com o  concerto “Música nos Hospitais” e com uma entrega de prémios relativa aos concursos “Rodas Paper” e “Master Chef Cake Design Alcoitão”.

Projeto para famílias de crianças com Perturbação do Espectro do Autismo premiado internacionalmente

No âmbito do COTEC-ESLA Collaboration for Impact Award (divulgado pela Associação Portuguesa de Terapeutas da Fala e Associação Portuguesa de Terapeutas Ocupacionais), as equipas de Terapia da Fala e Terapia Ocupacional do Serviço de Reabilitação Pediátrica e de Desenvolvimento do Centro de Medicina de Reabilitação do Alcoitão (CMRA) concorreu com um projeto que ficou apurado entre os 4 finalistas.

No dia 30 de março, a equipa composta pelas terapeutas Catarina Cavaco, Marina Moreira e Joana Lopes defendeu este trabalho numa apresentação internacional, tendo vencido por unanimidade. O projeto visa uma intervenção multidisciplinar, dirigida a famílias de crianças com Perturbação do Espectro do Autismo até aos 4 anos.

Falámos com a equipa responsável por este projeto:

Que projeto desenvolveram? 

O projeto submetido a concurso, baseia-se num programa de intervenção multidisciplinar do SRPD (Serviço de Reabilitação Pediátrica e de desenvolvimento), direcionado para famílias com crianças com Perturbação do Espetro do Autismo, até aos 4 anos. É uma abordagem centrada na funcionalidade e pretende capacitar os cuidadores, para que possam promover o desenvolvimento da criança nas áreas da comunicação, linguagem, planeamento motor, comportamento, autorregulação e o brincar nas rotinas do dia a dia.

Em que âmbito? 

Numa perspetiva de intervenção mais colaborativa, envolvendo a família, trazendo benefícios quer para os cuidadores, que se sentem mais capacitados, quer para as crianças que continuam a ser estimuladas em todos os contextos naturais, potencializando assim as oportunidades de desenvolvimento.

A que conclusões chegaram? 

Concluímos que de um modo geral as famílias sentem-se muito satisfeitas com o acompanhamento realizado, com uma maior consciência das oportunidades que podem criar para promover o desenvolvimento dos seus filhos, referindo um maior empoderamento com ferramentas/estratégias para fazer face aos desafios diários.

Verificou-se, ainda, que as crianças alteram o seu perfil, demonstrando uma evolução, de acordo com os objetivos terapêuticos definidos.

Para os serviços de saúde traduz-se numa mais valia, pois reduz o tempo de intervenção e os recursos humanos necessários. Ainda na perspetiva da equipa, contribuiu para um crescimento e valorização do trabalho cooperativo.

Qual foi a vossa maior motivação para concorrerem a este prémio?  

Quando as associações que nos representam APTF (Associação Portuguesa de Terapeutas da Fala) e APTO (Associação Portuguesa de Terapeutas Ocupacionais), divulgaram este concurso internacional, entendemos que preenchíamos os requisitos exigidos e que seria uma oportunidade de expor internacionalmente, um trabalho já de alguns anos, que se tem vindo a ajustar, consoante as necessidades das famílias e das crianças, e que continua a ser implementado numa perspetiva futura.

Quem são as integrantes do projeto e qual a área de trabalho dentro do CMRA? 

A Equipa do SRPD do CMRA, no regime ambulatório, está maioritariamente envolvida neste projeto multidisciplinar. O médico fisiatra é o responsável de caso e as crianças/famílias são acompanhadas em Terapia da fala, Terapia ocupacional, Psicologia, sendo também realizado um atendimento ao nível do Serviço Social (direcionado às famílias e à articulação com os agentes pedagógicos).

Em que consiste este prémio? 

Este prémio resulta de uma ligação conjunta entre as duas entidades máximas da Terapia da Fala e da Terapia Ocupacional a nível Europeu – ESLA e COTEC. É o primeiro prémio deste tipo a ser atribuído e destina-se a reconhecer o trabalho de parceria entre as duas vertentes Terapia da Fala e Terapia Ocupacional.

A casa que o Totobola construiu há mais de meio século

Inaugurada em 1966, a primeira unidade de resposta inovadora no país para situações de lesões medulares foi construída graças ao contributo dos apostadores do primeiro jogo de apostas desportivas (lançado em 1961). 56 anos depois, o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão (CMRA) continua a reinventar-se.

Apesar da sua construção ter iniciado em 1956, por iniciativa do então provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, José Guilherme de Mello e Castro, só dez anos depois, este equipamento abriu as portas ao primeiro doente, começando então a funcionar em pleno.

O CMRA foi pensado por Mello e Castro e criado por decreto em 1961, construído com as receitas do Totobola, jogo explorado e administrado pela Santa Casa, através do seu Departamento de Jogos, e cujas receitas eram então repartidas a meio: 50 por cento para construção, manutenção e organização do centro e 50 por cento distribuído por entidades incentivadoras do desporto e da educação física. Ao longo dos anos, essa repartição sofreu alterações.

Além de tratamentos de reabilitação com recurso a ferramentas tecnológicas, como um exoesqueleto que ajuda os doentes a recuperar força muscular e postura, o CMRA disponibiliza treinos dentro de água e é local de realização de vários estudos de investigação.

Em pouco mais de meio século, assistiram-se a avanços na medicina, mas também ao surgimento de novas enfermidades. A maioria dos internamentos nesta unidade continua a dever-se a doenças neurológicas (onde se incluem os AVC), seguindo-se lesões vertebro-medulares.

Atualidade e desafios

Hoje, como há pouco mais de meio século, o CMRA prossegue o seu trabalho de excelência, reconhecido internacionalmente, na reabilitação de lesões vertebro-medulares e de sequelas das doenças neurológicas, estendendo a sua atuação também à área pediátrica. O centro quer continuar a crescer em diferenciação e qualidade.

A celebração em 2022

O aniversário do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão é celebrado a 20 de abril – data em que deu entrada o primeiro utente do centro – embora, a inauguração tenha acontecido a 2 de julho.

CMRA - 56º Aniversário

No âmbito da celebração do 56º aniversário, foi apresentada uma newsletter de investigação e no campo das novas tecnologias, o CMRA deu a conhecer a telereabilitação, um programa recentemente lançado que permite que todos tenham acesso simples e rápido a cuidados de saúde. Mais à frente, debateu-se os “Desafios da Reabilitação Pediátrica em Cabo Verde”, um contributo da equipa Além-Fronteiras.

Para finalizar a celebração do dia 20, realizou-se um concerto da Orquestra Metropolitana de Lisboa no auditório do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, o segundo de um ciclo de concertos planeados para diversos equipamentos da Misericórdia de Lisboa.

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde e cuidados de saúde ao domicílio

Unidades da rede nacional

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas