“Da noite para a luz” é uma visão renovada dos painéis de São Roque, que levaram a artista Sara Maia “a criar histórias à volta de obras absolutamente incríveis”. A exposição temporária, inaugurada que estará patente simultaneamente no Museu de São Roque e na Galeria Cisterna entre os dias 19 de maio e 30 de julho, toma como ponto de partida as pinturas da vida e lenda de São Roque.
Em torno da devoção lisboeta por um santo francês, que morreu em Itália, mas que, por toda a Europa ganhou fama de ser protetor contra pestes, a artista desenvolve uma visão delirante e imaginativa sobre a história de São Roque. O título da exposição, “Da Noite Para a Luz”, nasce da certeza de que a capacidade humana é capaz de ultrapassar todos os obstáculos. A artista pretende fazer uma alusão à beleza da noite, mas que, por vezes, “não permite que os nossos olhos vejam um percurso que só pode ser para a clareza e para o conhecimento”.
Além do universo simbólico que Sara Maia incute em toda a sua arte, “Da Noite Para a Luz” também se traduz num duplo desafio: “Esta exposição é à volta de outras imagens que já existiam, ou seja, os magníficos painéis de São Roque, o que por si é uma enorme honra, mas também uma enorme responsabilidade. Obrigou-me de alguma forma a estudar e a olhar muito para estes painéis e perceber as suas estruturas e histórias”, explica.
Informações sobre a exposição “Da Noite Para a Luz”, de Sara Maia
Entrada gratuita na Galeria Cisterna
Entrada gratuita no Museu de São Roque para portadores do cartão de entrada na Galeria Cisterna (Rua António Maria Cardoso 27, Lisboa)
Horários
Museu de São Roque – terça-feira a domingo, das 10h às 19h (última entrada às 18h30).
Galeria Cisterna – terça-feira a sábado, das 14h30 às 19h
Ao contrário dos anos anteriores, este ano não haverá concertos presenciais. A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa decidiu que a 32ª edição da Temporada Música em São Roque decorreria apenas com recurso a transmissão online devido às restrições que são necessárias observar tendo em conta a pandemia. Os concertos serão gratuitos e vão poder ser acompanhados, em direto, no site da Temporada – (tmsr.scml.pt/) – e na RTP Play (rtp.pt/play/palco/).
O programa deste ano contraria as vicissitudes do contexto atual e mostra um meio musical ativo e empenhado em recuperar com vigor. Serão apresentadas três estreias absolutas de obras de compositores portugueses vivos – César Viana, Vasco Negreiros, Miguel Resende Bastos (Prémio Musa 2020) e 11 estreias modernas de obras esquecidas de compositores portugueses, recuperadas para o nosso tempo.
Neste período de exceção em que somos confrontados com desafios sem igual e em que os sinais de esperança e persistência ganham redobrada importância, a Temporada Música em São Roque reafirma a sua posição, junto do público e dos músicos.
Os concertos
Decorrem entre 16 de outubro e 14 de novembro, na Igreja e Museu de São Roque e no Convento de São Pedro de Alcântara, e contam com a participação do Coro Gulbenkian, Orquestra Barroca Casa da Música, O Bando de Surunyo, AVRES SERVA, Ludovice Ensemble, Ensemble MPMP, Duo David Costa e Pedro Ferro, Americantiga Ensemble, Pedro Caldeira Cabral e Ducan Fox e Officium Ensemble.
Ao longo dos dez concertos que constituem esta edição, será possível escutar a cítara portuguesa, com Pedro Caldeira Cabral e Duncan Fox e instrumentos tradicionais indianos e japoneses, numa viagem com o Ludovice Ensemble, da Europa ao Oriente, incluindo música barroca, contemporânea e tradicional asiática.
Haverá ainda lugar à descoberta de uma versão, feita em Portugal, do Requiem de Mozart, recuperado pelo Americantiga Ensemble e um outro Requiem, o de Manuel Mendes, redescoberto pelo Officium Ensemble.
Igualmente esquecidas e finalmente recuperadas são as obras de música sacra portuguesa dos séculos XVIII e XIX que o agrupamento AVRES SERVA inclui no seu programa, bem como a Missa a quatro vozes e piano de Francisco de Sá Noronha apresentada num concerto pelo Ensemble MPMP.
A 32ª edição da Temporada Música em São Roque inclui ainda um concerto para duo, por David Costa (oboé) e Pedro Ferro (piano), inteiramente dedicado a compositores portugueses vivos – Anne Victorino d’Almeida, Nuno Côrte-Real, Sérgio Azevedo e Alfredo Teixeira – e outro, em que O Bando de Surunyo se propõe apresentar “Cantos do fogo e do gelo”, um percurso por alguns dos mais importantes géneros musicais cultivados em Itália e na Península Ibérica nos séculos XVI e XVII, com particular destaque para obras nas quais a mulher é a protagonista, incorporando diferentes facetas da condição humana: resiliência, empatia, sabedoria, compaixão, ternura e fé.
Sessões de Apreciação Musical: Ouvidos para a Música
Pelo terceiro ano consecutivo, a Temporada Música em São Roque propõe um ciclo de cinco encontros de apreciação musical conduzidos por Martim Sousa Tavares, desta vez em formato de minissérie para ver online, com uma seleção de temas e repertórios em estreito diálogo com o tempo e o mundo que habitamos.
Num contexto de pandemia em que muitos jovens talentos perderam oportunidades, este ciclo conta ainda com a participação de 13 promissores e consagrados solistas nacionais, servindo de plataforma para assinalar o mérito individual de cada um.