logotipo da santa casa da misericórdia de lisboa

GreenCity4Aging destacou o papel das cidades verdes na integração social e combate ao idadismo

O encontro, que reuniu investigadores, especialistas em mobilidade e representantes institucionais, serviu para refletir sobre a criação de cidades mais verdes, inclusivas e amigas das pessoas mais velhas.

A sessão de abertura contou com as intervenções do provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Paulo Sousa, da vice-reitora do Iscte, Helena Carreiras, da representante do ISTAR – Centro de Investigação em Ciências da Informação, Tecnologias e Arquitetura do Iscte, Catarina Ferreira da Silva, da diretora do CIS-Iscte (Centro de Investigação e Intervenção Social), Margarida Vaz Garrido, e da coordenadora do projeto GreenCity4Aging, Sibila Marques.

Na sua intervenção, o provedor começou por salientar o valor simbólico da colaboração com o Iscte, lembrando que “para uma instituição com mais de cinco séculos de história, [como a Santa Casa] este tipo de iniciativas é uma fonte de renovação, pois traz novas ideias, novas perspetivas e um novo impulso para a forma como atuamos e concebemos soluções ao serviço das comunidades. É igualmente uma honra integrar um projeto financiado pela FCT [Fundação para a Ciência e Tecnologia], que posiciona a Santa Casa no campo da investigação científica, numa área de enorme importância como é a longevidade e a criação de cidades sustentáveis.”

Paulo Sousa destacou ainda que o projeto GreenCity4Aging “constitui uma ferramenta valiosa para enfrentar os desafios do envelhecimento populacional e das transformações urbanas”, acrescentando que “os dados e resultados produzidos são um contributo essencial para decisões estratégicas em matéria de mobilidade, infraestruturas e serviços de proximidade para os cidadãos seniores.”

Já Helena Carreiras sublinhou que o GreenCity4aging “é de grande importância estratégica” para a instituição, destacando o alinhamento com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis).

A vice-reitora destacou que as cidades verdes não são um luxo, mas “infraestruturas de saúde pública essenciais para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos”, e concluiu apelando à defesa dos valores de “inclusão, igualdade e diversidade”, pilares que, segundo referiu, “projetos como este ajudam a proteger.”

Participantes na conferência GreenCity4Aging no Iscte
Participantes na conferência GreenCity4Aging no Iscte
painel de abertura, composto por quatro pessoas, da conferência GreenCity4Aging
Da esquerda para a direita, Margarida Vaz Garrido, Helena Carreiras, Paulo Sousa e Catarina Ferreira da Silva. De pé, Sibila Marques

Mesas-redondas e resultados do projeto

Durante a manhã, realizaram-se duas mesas-redondas. A primeira, “Growing Older, Living Greener: A Gerontological Perspective”, contou com intervenções de Moritz Hess (Hochschule Niederrhein), Teresa Marat-Mendes (Iscte) e Ana Louro (IGOT), moderada por Sibila Marques, professora auxiliar no Iscte e investigadora principal do projeto.

A segunda, sob o tema “New Forms of Mobility: Cycling Infrastructure & Behaviour Change”, integrou contribuições de Willem Snel (Mott MacDonald), Bruno Maia (EMEL), Rosa Félix (IST) e André Samora-Arvela (Iscte).

Na parte da tarde, Sibila Marques apresentou uma síntese dos resultados do projeto e Filomena Gerardo, da Santa Casa, explicou o processo de envolvimento dos participantes.

Seguiu-se a mesa-redonda “Equidade em Movimento: Participação Pública e Cidades Amigas das Pessoas Idosas”, com participações de Pedro Homem Gouveia (Polis Network), Pedro Navel (Câmara Municipal de Lisboa), Mário Alves (Estrada Viva) e Elisabete Arsénio (LNEC), moderada por Sara Eloy, co-investigadora principal do projeto.

O GreenCity4Aging encerrou o seu ciclo de atividades com uma reflexão alargada sobre o papel das cidades verdes como catalisadoras de inclusão, mobilidade sustentável e envelhecimento ativo, um desafio que, como se sublinhou no workshop, exige cooperação contínua entre ciência, políticas públicas e instituições sociais.

Promovido pela Santa Casa e financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), o GreenCity4Aging é um projeto que cruza ciência, urbanismo e envelhecimento ativo, procurando soluções sustentáveis para melhorar a qualidade de vida das populações mais velhas nas cidades.

Projeto GreenCity4Aging estuda impacto das “ruas verdes” na vida das pessoas idosas

A apresentação pública do projeto decorreu na passada segunda-feira, 21 de julho, na Sala de Extrações da Santa Casa, e contou com a presença da vice-provedora Rita Prates, que destacou a importância da colaboração entre as duas instituições: “Este é um projeto essencial para tornar Lisboa numa cidade mais amiga das pessoas mais velhas”, afirmou, felicitando todos os envolvidos.

Com financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o GreenCity4Aging propõe-se a estudar o impacto das chamadas “ruas verdes” — espaços urbanos que integram vegetação, reutilização de água e infraestruturas para mobilidade ativa, como ciclovias e trilhos pedonais — na vida das pessoas idosas. O objetivo é perceber de que forma estas soluções urbanas podem promover estilos de vida mais ativos e combater o isolamento social.

A investigação, que teve início em 2023 e decorre até março de 2026, está a ser conduzida por uma equipa multidisciplinar coordenada por Sibila Marques, psicóloga e professora auxiliar no ISCTE, e Sara Eloy, co-investigadora principal. Do lado da SCML, participam Filomena Gerardo, José Castro e Cunha e Sofia Esteves, da Unidade Técnica de Apoio.

A SCML tem tido um papel central na implementação do estudo, nomeadamente através do envolvimento de mais de 200 utentes idosos nas fases experimentais. Cada participante foi testado individualmente, em sessões de cerca de 20 minutos, num ambiente de Realidade Virtual (RV) previamente validado pelo Comité de Ética do ISCTE.

“A colaboração da Santa Casa neste projeto tem sido fantástica. Não só neste, mas em todos. É essencial que a investigação esteja em contacto com a sociedade civil. Sem esta ligação, os resultados não teriam o mesmo impacto”, sublinhou Sara Eloy, destacando o papel da SCML como ponte entre a academia e a comunidade.

A coordenadora do projeto, Sibila Marques, reforça essa visão e espera que os resultados tenham impacto direto no planeamento urbano: “Queremos que as pessoas adotem formas de mobilidade mais ativa, como andar ou andar de bicicleta, mas que as cidades sejam desenhadas de forma correta. Por exemplo, que as ciclovias não estejam em cima dos passeios, mas onde devem estar, para que pedestres e ciclistas possam coexistir em segurança.”

A escolha dos bairros urbanos para a fase de observação — Alvalade e Areeiro — teve como critério a existência de ciclovias e um elevado índice de envelhecimento. “Procurámos freguesias onde já existissem estas novas formas de mobilidade. Queremos ouvir as pessoas mais velhas sobre o que pensam destas mudanças e como devem ser desenhadas as novas ruas”, explicou a coordenadora.

O estudo desenvolve-se em três fases: observação direta em bairros urbanos, realização de grupos focais e inquéritos com residentes idosos, e um estudo experimental com Realidade Virtual, onde os participantes são expostos a quatro cenários urbanos simulados, com recolha de dados fisiológicos e comportamentais, como movimentos, postura e batimentos cardíacos.

“Este é mais um projeto que teve uma resposta fantástica dos colegas no terreno e dos participantes”, afirmou Filomena Gerardo, coordenadora de projetos nacionais e internacionais da SCML. “Temos vindo a participar em projetos nacionais e internacionais nos últimos 15 anos, o que tem dado grande prestígio à Santa Casa. Já colaborámos com o ISCTE em três projetos e construímos uma rede com 72 parceiros de mais de 17 nacionalidades.”

Além dos efeitos físicos e sociais das ruas verdes, o GreenCity4Aging pretende também investigar como o ambiente urbano pode influenciar a perceção de idadismo. Estudos anteriores indicam que o sentimento de pertença à vizinhança pode mitigar o impacto da discriminação etária, com implicações diretas na saúde e bem-estar das pessoas idosas.

Combinando psicologia, arquitetura, sociologia e tecnologia, o projeto promete gerar conhecimento relevante para o desenvolvimento de cidades mais inclusivas, sustentáveis e amigas das pessoas idosas, alinhadas com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde.

A conferência final do GreenCity4Aging decorrerá a 24 de outubro de 2025 no ISCTE.

Reproduzir vídeo

Centro de Dia dos Anjos recebe voluntários do ISCTE

Nesta quarta-feira, 9 de abril, o Centro de Dia dos Anjos da Santa Casa, que presta assistência a 87 utentes, recebeu uma atividade voluntária especial organizada pela Associação de Estudantes do ISCTE (AEISCTE), do Instituto Universitário de Lisboa, e da Unidade de Promoção do Voluntariado.

A iniciativa, chamada “Easter for the Elderly”, foi concebida pela AEISCTE, que desafiou o Centro a proporcionar uma tarde diferente aos seus utentes, onde houve espaço e tempo para várias atividades recreativas – desde pinturas de vitrais a jogos e quizzes, e até um jogo de mini-golfe com o Sr. J., de 101 anos, a direcionar as bolas aos buracos, de forma certeira, com a sua bengala a improvisar um taco de golfe.

Maria Goucha Silva, estudante do ISCTE, voluntária e responsável pela comunicação do projeto, explicou como surgiu a iniciativa: “A ideia do voluntariado vai muito ao encontro dos valores da nossa associação de estudantes, e nada melhor do que esta altura da Páscoa para podermos juntar uma atividade de solidariedade com alunos que gostam de o fazer. Escolhemos o Centro de Dia dos Anjos por podermos ter atividades mais dinâmicas e expandir o carinho e o afeto para além dos lares de idosos.”

Os voluntários, além de levarem os materiais necessários para as atividades recreativas, mais um pequeno lanche para todos, organizam, mais tarde, uma mostra ao público com os trabalhos desenvolvidos pelos utentes.

A exposição estará patente, a partir das 11h30 desta sexta-feira (11), no ISCTE, para quem quiser visitá-la ou, quem sabe, inspirar e sensibilizar mais estudantes (e não só) a proporcionar, voluntariamente, mais tardes destas em mais centros de dia.

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde

Unidades da rede nacional

Unidades que integram a rede de cobertura de equipamentos da Santa Casa na cidade de Lisboa

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Locais únicos e diferenciados de épocas e tipologias muito variadas

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Locais únicos e diferenciados de épocas e tipologias muito variadas

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas