logotipo da santa casa da misericórdia de lisboa

Projeto Tiralô leva seniores do Centro das Furnas à praia

Vanessa Carvalho, animadora sociocultural do Centro Social Polivalente do Bairro das Furnas da Santa Casa, orientava cada passo com cuidado e carinho. “Cuidado, agarra-te só ao corrimão, Quina. Agarra-te aqui ao corrimão, deste lado. Olha que a passarela tem areia”, alertava, enquanto ajudava uma das utentes a chegar em segurança até à areia.

As aventureiras desta tarde são D. Quina, D. Ana Cristina, D. Georgete e D. Alda, acompanhadas por Rosa, auxiliar, e Célia, monitora. O mar está bravo, bandeira amarela hasteada, mas isso não impede que o Tiralô deslize pela areia, oferecendo à D. Alda, com os seus admiráveis 93 anos, a sensação de liberdade que só o verão pode dar. “Ela traz fato de banho e tudo”, comenta Vanessa, a rir.

Mas o que é, afinal, o Tiralô? “É uma espécie de triciclo que funciona quer na areia, quer na água. Na água, flutua e a pessoa que tem pouca mobilidade consegue permanecer em cima dele sem perder o pé”, explica Vanessa. E porque é importante? “Porque, sendo simples, é inovador e poderoso. Permite que pessoas com mobilidade reduzida possam desfrutar da praia, da areia e da água.”

 

Cabe à D. Alda fazer as honras de estreia do triciclo, com humor: “Quer coisa mais fina do que esta?”, brinca, enquanto é ajudada por Rafael e Carolina, os ‘marezinhas’, os jovens voluntários formados para apoiar utentes com mobilidade reduzida. Apesar do entusiasmo, confessava que não queria enfrentar o mar, endiabrado naquele dia de bandeira amarela. O respeito pelo oceano mantinha-a na segurança da beira da praia.

“Sabe muito bem vir aqui. Tão bom”, diz a D. Ana Cristina, enquanto molha os pés na água fria. Já a D. Georgete confessa: “Em determinada altura dei os meus fatos de banho todos, a achar que não voltaria a usá-los. Afinal, agora faziam-me falta. Mas eu arranjei uma ‘vestimenta’ para vir.”

Vanessa explica que esta vinda à praia é sempre feita com um grupo de utentes mais reduzido, três ou quatro pessoas, “para que consigamos dar apoio a toda a gente. É uma atividade que implica maior atenção, mas é também uma das mais gratificantes.” Esta não é a primeira vez que o grupo visita a praia. A iniciativa acontece sempre que as condições climáticas permitem, e já se tornou um momento esperado por muitas utentes.

A água do mar estava fria, mas bastou molhar os pés para que o prazer da experiência fosse sentido. Afinal, para aquelas mulheres, o conforto das espreguiçadeiras, o estar novamente na praia, sentir a areia e ouvir o barulho das ondas foi mais do que suficiente: foi um pedaço de liberdade.

Doze tesouros para descobrir: A Capela de São João Batista revela-se no Museu de São Roque

É já no próximo dia 3, quarta-feira, que vai poder fazer uma visita guiada por algumas das peças que compõem a capela de São João Batista no Museu de São Roque. A primeira é o Pálio, construída em Roma para a capela a partir de instruções enviadas de Lisboa.

Surgido na Idade Média, destinava-se a cobrir (e proteger) a mesa de altar onde se celebrava a Eucaristia. A obra apresenta uma decoração de carácter eminentemente simbólico, como se reconhece pela presença da pomba do Espírito Santo ao centro de um resplendor rodeado por nuvens, na parte interna da cobertura, do mesmo modo que evidencia uma grande afinidade com o universo têxtil.

Imagem de Palio baldaquino
Pálio, peça da Idade Média, cuja função era cobrir e proteger a mesa de altar onde se celebrava a Eucaristia.

Em outubro, a peça destacada será o tapete. Com uma composição marcada por emolduramentos arquitetónicos e uma decoração vegetalista exuberante, o tapete da Capela de São João Batista é uma obra única, criada exclusivamente para as cerimónias solenes da Igreja de São Roque. Folhas de acanto, rosas, cravos e tulipas ganham vida numa tapeçaria de seda e fios metálicos, cuja execução exigiu um ano inteiro. A sua fragilidade e beleza tornam esta peça um verdadeiro tesouro têxtil.

O mês de novembro destaca dois objetos litúrgicos profundamente simbólicos:

  • O Turíbulo, composto por um recipiente em forma de vaso para as brasas, uma tampa em torre com orifícios e um manípulo, apresenta uma estrutura arquitetónica com colunas toscanas e entablamento circular. A tampa é decorada com conchas, folhas de acanto e cabeças de anjo, em tudo idênticas às do manípulo. Na Alta Idade Média, o gesto de incensar assumiu um valor espiritual profundo: o corpo do turíbulo representava o corpo de Cristo, as quatro correntes simbolizavam as virtudes cardeais, o fogo remetia ao Espírito Santo e o fumo perfumado às preces dos fiéis elevando-se ao trono de Deus.
  • A Naveta, do latim naviculla (pequena nave), é o recipiente do incenso que acompanha o turíbulo. A peça, concebida por Leandro Gagliardi, apresenta a forma de um galeão e ostenta as armas portuguesas, unindo funcionalidade e simbolismo num design requintado.

A encerrar o ano, dezembro trará a coleção das rendas de bilro (ou rendas barrocas), de grande valor artístico e histórico. Estas peças delicadas, testemunho raro da excelência têxtil barroca europeia ao serviço da arte sacra, foram produzidas com minúcia e delicadeza e utilizadas na ornamentação litúrgica da capela, refletindo o cuidado estético e simbólico dedicado ao culto. A sua execução revela o encontro das mestrias das escolas flamengas e italianas, elevando o trabalho têxtil a uma expressão de espiritualidade e beleza.

Cada visita guiada é uma oportunidade para mergulhar na história, na arte e na espiritualidade que moldaram este património singular. A mostra mensal convida todos (curiosos, estudiosos e amantes da cultura) a redescobrir a Capela de São João Batista com outro olhar.

Para mais informações ou marcações, pode contactar o Museu de São Roque através do +351 213 235 449 ou pelo e-mail museusaoroque@scml.pt

Benemerências: Uma prova de confiança ou uma forma de agradecimento?

Contrariamente ao que sucede na generalidade dos locais de trabalho onde a palavra “benemérito” raramente é pronunciada, na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa o vocábulo é corriqueiro e repetitivo. A situação é fácil de explicar: 94% do património imobiliário da instituição resulta de benemerências, pelo que os conceitos de herança, legados ou donativos estão sempre presentes. Assim era no passado e assim permanece na atualidade:

“O património imobiliário da Santa Casa é fruto, sobretudo, de doações e heranças de beneméritos que, ao longo dos séculos, deixaram e deixam os seus bens para serem colocados ao serviço dos outros. Acreditam que a Santa Casa é uma instituição com carácter perpétuo, que lhes merece toda a credibilidade e confiança. E esta confiança comporta uma responsabilidade maior: a de valorizar e rentabilizar este legado, respeitando as intenções de todos aqueles que nos entregaram os seus bens”, explica Carla Antas de Almeida, diretora da Unidade de Benemerências do Departamento de Gestão Imobiliária e Património.

As palavras da responsável traduzem-se em números, os quais não deixam margem para dúvidas sobre a credibilidade e o valor da marca Santa Cada junto da população. Em 2023 e 2024 contabilizaram-se 10 Benemerências (conceito que engloba também heranças e legados) e 570 donativos, financeiros e em espécies. Neste último grupo, o dos donativos, chegam à Misericórdia de Lisboa bens tão distintos como imóveis, ativos mobiliários ou recheios de habitações. Quantificar o valor das benemerências representa uma tarefa complexa, quase impossível. Certo é que, só nos últimos anos, a instituição recebeu “três heranças avaliadas em cerca de um milhão e meio de euros”, segundo Carla Antas de Almeida, destacando a antiga fábrica da Nestlé, doada em 2014, como umas das mais valiosas da atualidade.

A “Fábrica da Rajá”

Durante várias décadas, a instalação era conhecida somente como a “fábrica da Rajá”. Desses tempos restam vagas memórias, com poucos a recordarem o edifício de grandes dimensões, em pleno Parque Florestal de Monsanto, que albergou uma das principais empresas de gelados de Portugal. Seguiu-se o abandono, com o local a apresentar as marcas do tempo. No ano passado, naquela mesma localização geográfica “nasceu” o mais recente equipamento da Misericórdia de Lisboa: a Residência Raquel Ribeiro, inaugurada em setembro de 2024 e destinada ao acolhimento temporário de pessoas com mobilidade condicionada que necessitam de cuidados de reabilitação e estabilização do estado de saúde.

O local chegou à posse da Santa Casa da mesma forma que a generalidade dos mais emblemáticos edifícios da instituição: através de uma benemerência. E à semelhança do que sucede com outros edifícios, a doação foi convertida num equipamento destinado a prosseguir a Missão da Santa Casa. Um sinal de que o reconhecimento pelo trabalho que é realizado pela instituição constitui um dos motivos pelos quais os cidadãos continuam a deixar o seu legado à Misericórdia de Lisboa.

imagem de uma fábrica vista de cima
A antiga "Fábrica da Rajá" antes da intervenção realizada pela Santa Casa
Obras realizadas e uma "nova roupagem": o conhecido e antigo edifício deu lugar ao mais recente equipamento social da Misericórdia de Lisboa
Obras realizadas e uma "nova roupagem": o conhecido e antigo edifício deu lugar ao mais recente equipamento social da Misericórdia de Lisboa

O perfil dos beneméritos

Definir o perfil dos beneméritos do século XXI afigura-se uma tarefa tão difícil como explicar os motivos que levaram os primeiros notáveis a ceder o seu património, há alguns séculos atrás. Segundo reza a História, muitos disponibilizavam os seus proventos ao serviço da sociedade como forma de agradecimento ou de retribuição pela riqueza conquistada. Outros, procuravam simplesmente comprar o perdão dos seus pecados através das benemerências.  Vários séculos passaram e hoje os motivos que estão na génese das benemerências são bem diferentes:

“Tanto temos o benemérito com um património vastíssimo, como temos aquele com um pequeno património e que, por não ter filhos ou por qualquer outra razão, decide deixar os seus bens a uma instituição à qual reconhece credibilidade. Temos também outra parte que nos procura e manifesta vontade de deixar os seus bens como forma de agradecimento por todo o apoio que receberam desta Santa Casa em momentos difíceis das suas vidas”, explica Carla Antas de Almeida, o “rosto” da Unidade de Benemerências da Santa Casa desde 2014, ano em que assumiu a direção daquele serviço e onde se mantém desde então.

Seja por agradecimento para com a instituição que os apoiou, seja pelo reconhecimento relativamente ao trabalho desenvolvido pela Santa Casa, a verdade é que a maior parte dos beneméritos procura a instituição ainda em vida. Pedem conselhos, desejam que alguém se preocupe consigo e quando transpõem as portas da Misericórdia de Lisboa “sentem-se bem recebidos”.

“É a solidão que leva muitos beneméritos a procurarem a Santa Casa. Para muitos nasce aqui uma nova família e, face à ausência de uma rede de suporte familiar, querem assegurar condições de apoio durante a idade mais avançada. São, na sua maioria, viúvos, mais do sexo feminino do que masculino e, por estarem sós, pretendem deixar esses bens à Misericórdia de Lisboa”, relata a responsável pela Unidade de Benemerências.

Nesta unidade, quem lá trabalha é periodicamente confrontado com algumas surpresas inesperadas, como o contacto de advogados ou testamenteiros que comunicam o testamento de beneméritos falecidos iniciando-se, assim, um longo e burocrático processo.

“Primeiro, apuramos o respetivo acervo hereditário e, após uma análise minuciosa do mesmo, remetemos para posterior aceitação ou repúdio da Mesa da Misericórdia”, começa por explicar Carla Antas de Almeida. Afinal, tal como em qualquer contexto familiar, a Santa Casa não herda apenas património ou quantias financeiras, mas também encargos, pelo que as situações têm de ser avaliadas. Após a aceitação, inicia-se a execução da herança propriamente dita, muitas vezes acompanhada de últimas vontades que têm se ser escrupulosamente cumpridas.

jazigos
Nas benemerências incluem-se heranças e legados - que são herdadas pela Santa Casa após o falecimento do benemérito -, assim como doações, quando o bem é dado em vida. Os bens são, muitas vezes, acompanhados por solicitações, como a realização de missas perpétuas em memória dos beneméritos ou a conservação dos cerca de 1.300 jazigos que estão a cargo da Misericórdia de Lisboa. Todas essas solicitações ou imposições são rigorosamente cumpridas pela instituição.

Legados financeiros ou imobiliários, mas com condições

Enrique Mantero Belardo, Claudina de Freitas Chamiço, a família Domingos Barreiro ou Carolina Picaluga Paiva de Andrade são os nomes de alguns dos mais emblemáticos e conhecidos beneméritos da Misericórdia de Lisboa. Falar destas beneméritos implica referir os seus legados, os quais permanecem até aos dias de hoje. É o caso dos dos prémios financeiros “Verdades de Faria” criados por ”imposição” de Mantero Belardo; o Hospital Ortopédico de Sant´Ana, condição para a posse do edifício; a Unidade de Saúde Domingos Barreiro ou o Centro Social de São Boaventura. Mas existem mais, muitas mais. Grandes ou pequenos, os legados deixados pelos beneméritos contribuem para a prossecução da Missão da Santa Casa. Tem sido assim ao longo de cinco séculos e assim continua em pleno século XXI.

Unidade de Benemerências: O serviço que cumpre a última vontade dos Beneméritos

Atualmente, sete pessoas trabalham na Unidade de Benemerências – inserido no Departamento de Gestão Imobiliária e Património -,  serviço ao qual compete propor à Mesa da Santa Casa a aceitação ou repúdio de heranças, legados e doações, conforme estipulado nos Estatutos da instituição.

À frente da unidade está Carla Antas de Almeida. Se o rosto nem sempre é reconhecido por todos, o nome é normalmente associado às Benemerências. Afinal, esta advogada de 47 anos ocupa a direção daquele serviço desde 2014.  Antes, e desde 2005, Carla Antas de Almeida exercia as funções de jurista na instituição, tendo dado apoio jurídico na área do património e na Direção de Recursos Humanos.

senhora posa com móvel por trás e prateleira de livros
Carla Antas de Almeida, o "rosto" da Unidade de Benemerências

Curiosidades:

  • No dicionário da Priberam, a palavra “benemerência” é explicada como “merecimento” e “digno de honras e louvores”;
  • A cargo da Santa Casa está a conservação de mais de um milhar de jazigos, quase todos localizados em Lisboa. A derradeira prova de que nem todas as benemerências representam lucro ou fortuna;
  • O emblemático edifício da Misericórdia de Lisboa, no Largo Trindade Coelho, resulta igualmente de uma doação… mas de um Rei;
  • Desde sempre que a Santa Casa era protegida pelo poder régio e pela sociedade, dos mais abastados aos mais pobres. As benemerências surgem como forma de agradecimento por algum tipo de apoio que a instituição tenha prestado em vida. Representavam também formas de alcançar a salvação da alma;
  • Muitas vezes deixava-se dinheiro à Misericórdia para que se rezassem missas perpétuas.

Santa Casa volta a marcar presença na Festa do Livro em Belém – CANCELADA

O evento será oficialmente inaugurado no dia 4 de setembro, às 18h00, pelo Presidente da República, contando com a presença de membros da Mesa e da Direção da Cultura da Misericórdia de Lisboa. Esta iniciativa visa homenagear os editores nacionais e os autores lusófonos, promovendo a leitura, a divulgação de obras e o contacto direto com o público.

Este ano, e mais uma vez, as Edições Santa Casa marcam presença com uma seleção especial de títulos a preços especiais. Entre as novidades editoriais destacam-se as seguintes obras:

  • Fábrica da Rajá em Monsanto – Volume 6 da Coleção Património;
  • A mala mágica – Leva-me a contar;
  • Cadernos de exercícios de estimulação cognitiva – Volume 2;
  • Cadernos Técnicos – Repertório de conteúdos especializados da SCML.

Estes títulos refletem o compromisso da Misericórdia de Lisboa com a valorização do património, a promoção da literacia e o apoio à saúde cognitiva.

Nos dias 5 e 6 de setembro, respetivamente às 16h00 e às 14h00, as famílias são convidadas a assistir à hora do conto do livro Princesa Leonor – Rainha de Portugal e Fundadora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, de Idalina Veríssimo, na tenda da BLX-CML. Ainda no dia 5, às 12h00, haverá uma sessão de autógrafos com a autora na Praça de Autores, no recinto da Festa.

Música ao vivo todas as noites

A programação musical promete animar as noites de Belém com concertos imperdíveis.

No dia 4 de setembro, a festa do livro receberá, às 21h30, Carolina Deslandes. No dia 5, será a vez de Rui Veloso atuar, também às 21h30. Nos dias 6 e 7, à mesma hora, sobem ao palco Bárbara Tinoco e Xutos e Pontapés, respetivamente.

Além da música e da literatura, o evento contará com debates, jogos didáticos, apresentações de livros, sessões de autógrafos e outras atividades culturais que prometem envolver visitantes de todas as idades.

Na sexta-feira, 5 de setembro, a Festa do Livro será transmitida em direto no programa Casa Feliz, da SIC, com a presença de João Baião.

O acesso ao recinto pode ser feito pela Loja do Museu da Presidência da República ou pelo Jardim Botânico Tropical.

Não deixe de visitar esta Festa e aproveite para conhecer as novidades das Edições Santa Casa.

Horários:

– 4 de setembro: 16h às 22h30
– 5 de setembro: 10h às 22h30
– 6 e 7 de setembro: 11h00 às 22h30

Farmácia Linaida: o RADAR de proximidade que faz a diferença

Segundo Joana, “é sobretudo a população mais envelhecida que sentimos mais sozinha”. O bairro de Campo de Ourique, com uma realidade social heterogénea, revela contrastes: há clientes que, tendo condições económicas, recorrem a cuidadores particulares e a serviços pagos; mas há também uma franja significativa de idosos que vivem sozinhos, em casas onde a intimidade é guardada com reserva. Nesses casos, a aproximação exige sensibilidade e cuidado, procurando abrir espaço para o diálogo e, sempre que necessário, encaminhar para o Projeto RADAR.

Já houve situações em que o alerta chegou de forma inesperada. Vasco recorda um episódio: uma senhora ligou para a farmácia, dizendo que não tinha dinheiro para a medicação e profundamente aflita. O funcionário que atendeu a chamada percebeu de imediato a gravidade do caso, o que levou à referenciação para o RADAR. “Sentimos que a pessoa ficou agradecida. Isto já foi há mais de dois anos, mas ficou-nos na memória”, recorda.

Desde 2019, a Farmácia Linaida integra o projeto. Vasco admite que, no início, não compreenderam plenamente a sua importância. “Quando nos foi apresentado, não valorizámos tanto. Só mais tarde, com a prática e o contacto direto com a equipa do RADAR, percebemos o enorme impacto deste trabalho.”

Para Joana, o desafio é também manter vivas as ações de rua, realizadas em parceria com a unidade móvel. Testes de tensão arterial, medições de glicemia, avaliações nutricionais ou simplesmente a partilha de informação sobre suplementos alimentares funcionam como portas de entrada para conversar com idosos que, de outra forma, não se aproximariam. E Vasco acrescenta: “Apesar do esforço que implica para a equipa, acreditamos que faz todo o sentido libertar alguém da farmácia para estar presente nestas ações. No fundo, somos uma farmácia de bairro e temos de estar preocupados com o bem-estar da nossa comunidade”, sublinha.

diretora técnica da farmácia linaida a dar uma entrevista sobre o radar.

Ângela, mediadora do RADAR na freguesia, reforça esta visão: “A presença da farmácia é fundamental. Os utentes confiam no seu farmacêutico, aproximam-se com naturalidade, e muitas vezes é aí que se dá o primeiro contacto com o projeto. Para nós, esta colaboração é uma mais-valia enorme.”

A confiança é, de resto, um pilar essencial. Vasco lembra um estudo que apontava o farmacêutico como uma das profissões em que os portugueses mais acreditam, a par de bombeiros e pilotos de avião. “E essa credibilidade é decisiva para o RADAR chegar a mais pessoas.”

Apesar do caminho já percorrido, tanto a equipa da farmácia como os mediadores reconhecem que há ainda desafios pela frente: a escassez de recursos, a dificuldade em mobilizar outras farmácias para determinadas acções, como os rastreios, ou a necessidade de alargar o projeto para fora de Lisboa. Mas a convicção é clara: quanto mais agentes locais se envolverem, maior será o impacto.

No final, Joana deixa uma mensagem simples e firme: “Connosco podem sempre contar. Estaremos sempre disponíveis para ‘ir’.”

Hoje, Campo de Ourique conta com 266 radares ativos. E cada gesto de proximidade, cada conversa ao balcão ou na rua, continua a ser uma oportunidade de fazer a diferença na vida de quem mais precisa.

duas senhoras posam no interior da farmácia linaida, radar de campo de ourique.

“Outro Olhar”: criatividade sénior em exposição no coração de Lisboa

Com curadoria de Frias Reis, a exposição reúne os trabalhos de Adelaide Martins, António Frazão, Carlos Aido, Céu Peres, Isabel Bastos de Almeida, Mª Helena Baptista, Teresa Castro e Vítor Soares, num diálogo entre realidade e sonho. As obras resultam de um percurso coletivo de descoberta e experimentação artística que alia experiência de vida a novas formas de expressão visual. 

O Grupo Artistas Improváveis nasceu em 2025, no seio da Universidade Sénior dos Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa, com o propósito de dar voz ao talento criativo dos seus alunos. Oriundos de diferentes áreas profissionais, os artistas encontram na arte um espaço de partilha e reinvenção, provando que a criatividade não tem idade. 

A mostra pode ser visitada no CLIC-Lx, na Rua Nova da Trindade, nº 15, de segunda a sexta-feira, entre as 10h e as 17h. O encerramento será assinalado no dia 3 de setembro, com uma finissage aberta ao público, que inclui o colóquio “O que andámos para aqui chegar” e, à tarde, uma celebração com sessão de autógrafos dos artistas. 

Inserida no programa “Lisboa, Cidade COM VIDA Para Todas as Idades”, esta iniciativa reforça o compromisso da Misericórdia de Lisboa e da CML em promover uma cidade ativa, inclusiva e participativa. O programa aposta no envelhecimento ativo, no combate ao isolamento e no estímulo à autonomia da população sénior, através de projetos como o RADAR, o próprio CLIC-Lx e diversas iniciativas culturais que aproximam gerações e comunidades. 

Mais do que uma exposição, “Outro Olhar” é um convite a descobrir como a arte continua a reinventar a vida em todas as idades. 

CASSB: Criatividade, inclusão e tradição no coração de Lisboa

Ateliês que transformam vidas

No CASSB, a integração social e profissional é promovida através de três ateliês complementares:

  • Ateliês artísticos: Aqui, os utentes aprendem e desenvolvem técnicas como pintura, modelagem, carpintaria e costura. A maioria das criações nasce da reciclagem de materiais (como madeira, papel, tecido), transformando o que seria descartado em peças únicas e cheias de significado.
  • Atelier-bar: Este espaço é responsável pela confeção de refeições para os utentes, técnicos e situações encaminhadas pelo serviço de emergência. Com uma equipa fixa de utentes e apoio pontual de outros, o atelier-bar é também um lugar de partilha e responsabilidade.

Os produtos criados nos ateliês são vendidos na loja do CASSB, aberta ao público. Cada peça carrega consigo uma história de superação e talento, tornando-se não apenas um objeto, mas um símbolo de inclusão.

Uma novidade: As Paulinas, bonecas com alma lisboeta

Entre as criações mais encantadoras da loja estão as Paulinas — bonecas feitas de pasta de papel e sonhos. Inspiradas nas meninas de Lisboa, cada Paulina tem uma personalidade própria: umas são sorridentes, outras maliciosas ou recatadas, mas todas têm um charme irresistível.

As Paulinas surgiram de um desafio lançado pela equipa de animação do CASSB: criar um novo produto que refletisse as vivências do coração da cidade. A resposta veio com graça e irreverência: bonecas modernas, mas enraizadas na tradição lisboeta.

Feitas à mão pelos utentes artesãos do centro, as Paulinas passam por um processo criativo que envolve modelagem, pintura, escolha de cores, expressões faciais e até a indumentária. Cada detalhe é pensado com carinho, e o resultado são peças únicas que conquistam quem as vê.

Um projeto com propósito

Mais do que produtos, o que se encontra na loja do CASSB são manifestações de talento, resiliência e humanidade. Cada peça vendida contribui para a valorização dos utentes e para a continuidade de um projeto que une arte, inclusão e solidariedade.

Se passar pelos lados de S. Bento, ao lado da Assembleia da República, não deixe de visitar a loja do CASSB. Levar uma Paulina para casa é levar consigo um pedaço da cidade e do talento de quem a molda com esperança.

 

Centro de Apoio Social de São bento (CASSB)

Morada: Rua de São Bento, 140 à Travessa da Arrochela | 1200-820 Lisboa

Contacto: 213913060

Projeto GreenCity4Aging estuda impacto das “ruas verdes” na vida das pessoas idosas

A apresentação pública do projeto decorreu na passada segunda-feira, 21 de julho, na Sala de Extrações da Santa Casa, e contou com a presença da vice-provedora Rita Prates, que destacou a importância da colaboração entre as duas instituições: “Este é um projeto essencial para tornar Lisboa numa cidade mais amiga das pessoas mais velhas”, afirmou, felicitando todos os envolvidos.

Com financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o GreenCity4Aging propõe-se a estudar o impacto das chamadas “ruas verdes” — espaços urbanos que integram vegetação, reutilização de água e infraestruturas para mobilidade ativa, como ciclovias e trilhos pedonais — na vida das pessoas idosas. O objetivo é perceber de que forma estas soluções urbanas podem promover estilos de vida mais ativos e combater o isolamento social.

A investigação, que teve início em 2023 e decorre até março de 2026, está a ser conduzida por uma equipa multidisciplinar coordenada por Sibila Marques, psicóloga e professora auxiliar no ISCTE, e Sara Eloy, co-investigadora principal. Do lado da SCML, participam Filomena Gerardo, José Castro e Cunha e Sofia Esteves, da Unidade Técnica de Apoio.

A SCML tem tido um papel central na implementação do estudo, nomeadamente através do envolvimento de mais de 200 utentes idosos nas fases experimentais. Cada participante foi testado individualmente, em sessões de cerca de 20 minutos, num ambiente de Realidade Virtual (RV) previamente validado pelo Comité de Ética do ISCTE.

“A colaboração da Santa Casa neste projeto tem sido fantástica. Não só neste, mas em todos. É essencial que a investigação esteja em contacto com a sociedade civil. Sem esta ligação, os resultados não teriam o mesmo impacto”, sublinhou Sara Eloy, destacando o papel da SCML como ponte entre a academia e a comunidade.

A coordenadora do projeto, Sibila Marques, reforça essa visão e espera que os resultados tenham impacto direto no planeamento urbano: “Queremos que as pessoas adotem formas de mobilidade mais ativa, como andar ou andar de bicicleta, mas que as cidades sejam desenhadas de forma correta. Por exemplo, que as ciclovias não estejam em cima dos passeios, mas onde devem estar, para que pedestres e ciclistas possam coexistir em segurança.”

A escolha dos bairros urbanos para a fase de observação — Alvalade e Areeiro — teve como critério a existência de ciclovias e um elevado índice de envelhecimento. “Procurámos freguesias onde já existissem estas novas formas de mobilidade. Queremos ouvir as pessoas mais velhas sobre o que pensam destas mudanças e como devem ser desenhadas as novas ruas”, explicou a coordenadora.

O estudo desenvolve-se em três fases: observação direta em bairros urbanos, realização de grupos focais e inquéritos com residentes idosos, e um estudo experimental com Realidade Virtual, onde os participantes são expostos a quatro cenários urbanos simulados, com recolha de dados fisiológicos e comportamentais, como movimentos, postura e batimentos cardíacos.

“Este é mais um projeto que teve uma resposta fantástica dos colegas no terreno e dos participantes”, afirmou Filomena Gerardo, coordenadora de projetos nacionais e internacionais da SCML. “Temos vindo a participar em projetos nacionais e internacionais nos últimos 15 anos, o que tem dado grande prestígio à Santa Casa. Já colaborámos com o ISCTE em três projetos e construímos uma rede com 72 parceiros de mais de 17 nacionalidades.”

Além dos efeitos físicos e sociais das ruas verdes, o GreenCity4Aging pretende também investigar como o ambiente urbano pode influenciar a perceção de idadismo. Estudos anteriores indicam que o sentimento de pertença à vizinhança pode mitigar o impacto da discriminação etária, com implicações diretas na saúde e bem-estar das pessoas idosas.

Combinando psicologia, arquitetura, sociologia e tecnologia, o projeto promete gerar conhecimento relevante para o desenvolvimento de cidades mais inclusivas, sustentáveis e amigas das pessoas idosas, alinhadas com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde.

A conferência final do GreenCity4Aging decorrerá a 24 de outubro de 2025 no ISCTE.

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O RADAR da Estrela: Quando a solidão é escutada

Quase ninguém, excepto o RADAR. No projeto da Santa Casa que se vê e se sente, há pessoas e gestos que ligam corações solitários a uma rede de cuidado e humanidade.

Andreia Rodrigues é responsável pela farmácia Infante Santo e conhece bem estes silêncios. Como o de uma senhora que, desde a pandemia, não saiu mais de casa. Anos passaram e a única vez que a Andreia a viu fora de portas foi um acaso. Preocupada, comunicou às mediadoras do RADAR. Estas tentaram contactá-la e foram a casa dela, acompanhadas pela polícia. A porta não se abriu. Mais tarde souberam, por uma vizinha, que estava hospitalizada.

“Há vários casos a assinalar. Muitos”, refere Andreia Rodrigues. “Estamos num bairro onde existem muitos idosos. É um bairro antigo, onde as casas foram, muitas delas, transformadas em alojamentos locais. Temos muitos turistas, mas depois temos aquela parte mais envelhecida que mora aqui. E que às vezes precisa de ajuda porque não tem mesmo ninguém. Ou a família que mora longe ou que não pode estar presente.”

Maria Alice Mendes é uma dessas mediadoras. Percorre, diariamente, a freguesia da Estrela, e a sua colega a de Campo de Ourique. Já encontrou de tudo. “Eu diria que depende das pessoas com quem contactamos. Depende… Se a pessoa estiver disponível para aceitar o apoio, corre tudo bem. Mas há pessoas estão já há tantos anos isoladas, sozinhas, chateadas, até, com a sociedade, que não aceitam. É um trabalho de ‘formiga’. Vamos visitando, regular e insistentemente, e percebendo se a pessoa, depois, com o tempo, ‘nos’ aceita. E já aconteceu mudarem de opinião.”

polícia, mediadora radar e farmacêutica

Depois, há o caso de alguns moradores no bairro, como a D. Nazaré, que é o oposto da reclusão — vai a tudo: ações, sessões, encontros. Gosta de estar, de participar, de aprender. Ou o da D. Odete, que passa as tardes na farmácia, como quem encontrou um porto seguro para combater uma grande solidão.

O que une todas estas histórias? O olhar atento de quem escolhe cuidar. Da parte da farmácia Infante Santo, os medicamentos são entregues em casa, sim, mas muitas vezes o que se entrega é atenção, presença, companhia. Um gesto tão simples como perguntar “está tudo bem?” pode mudar um dia inteiro, uma vida inteira.

O agente Vítor Marcolino conhece bem este terreno por dentro. Todos os dias percorre as ruas com as mediadoras. Diz que há surpresas, boas e más. Diz também que o RADAR devia ter mais apoio, mais vozes, mais tempo. “Porque os velhotes gostam de falar. Querem ser ouvidos. Precisam de ser ouvidos.”

E é essa a beleza e, ao mesmo tempo, a dor do RADAR: não é só sobre serviços, é sobre humanidade. É sobre criar tempo onde ele parece faltar. É sobre transformar freguesias em comunidades, vizinhos em cuidadores, e a cidade num lugar onde ninguém fica verdadeiramente sozinho, a menos que queira.

Em bairros antigos como a Madragoa, onde os idosos se misturam agora com turistas e novos residentes, a memória da vizinhança ainda resiste. Onde o RADAR acompanha e se faz acompanhar pela polícia, não por autoridade, mas por segurança.

O Projeto RADAR não apaga a solidão do mundo. Mas é um sussurro constante. “Estamos aqui.” É um fio de esperança lançado sobre quem ficou para trás. E nesse gesto, tão pequeno e tão imenso, reside o verdadeiro sentido de comunidade, levado a cabo por um conjunto de parceiros que se uniram em prol de uma causa: o combate à solidão. Na tal cidade que dorme pouco.

Projeto CUBO termina com celebração do seu impacto na comunidade

Tudo começou há um ano, na sequência da segunda edição do concurso Gerações Solidárias, da Misericórdia de Lisboa, quando foi apresentado o projeto “CUBO – Uma Biblioteca Original”, o qual consistia na construção de cubos de madeira que seriam “transformados” em pequenas bibliotecas. Colocados em três escolas das Avenidas Novas – na Escola Básica de São Sebastião, na Escola Mestre Arnaldo Louro de Almeida e na sede de agrupamento, na Escola Marquesa de Alorna –, o projeto foi implementado desde o segundo semestre de 2024 até ao primeiro semestre de 2025.

“Paralelamente foram realizadas várias atividades de aproximação de gerações, em particular entre os utentes do Centro de Dia Rainha D. Maria I com os alunos das escolas da freguesia. Foram realizadas atividades de jogos tradicionais, workshops temáticos e oficinas de ópera”, explicou Hugo Caixaria, diretor do equipamento, adiantando que as pequenas bibliotecas (ou armários) “permitiram ser o mote para a criação de mais atividades em conjunto com as escolas”.

Hugo Caixaria na apresentação do projeto CUBO

Depois do fim, um novo “capítulo”

O Centro de Dia Rainha D. Maria I, o local onde “nasceu” o CUBO, será o mesmo onde foi decretado oficialmente o seu fim. Numa cerimónia que contou com a presença de responsáveis da Ação Social da Santa Casa e de vários utentes, o projeto que agora terminou foi alvo de um balanço repleto de elogios, tornando-se numa rampa de lançamento para uma nova fase que, tal como a anterior, promove a intergeracionalidade. 

“Pensamos em envolver o Museu Bordalo Pinheiro e, com o seu serviço educativo, dinamizar um conjunto de atividades para capacitar os utentes do Centro de Dia a serem, eles próprios, guias para apresentação do museu a futuros visitantes. Aqui o CUBO [o quarto, já que os três anteriores que estiveram nas escolas deixarão de existir] irá funcionar como um «armário portfólio» onde serão guardados todos os instrumentos ou trabalhos alusivos ao artista Bordalo Pinheiro e através dos quais serão «guiadas» as visitas”, revelou Hugo Caixaria.

De acordo com o responsável, esta atividade não estava prevista na fase inicial do CUBO, apesar de “fazer sentido” para a sustentabilidade e continuidade do projeto, na relação com as escolas e na dinamização de atividades conjuntas, que permitam valorizar a relação entre gerações. 

plateia na apresentação do projeto CUBO

O artista

Acácio Lopes tem 82 anos e uma longa experiência como marceneiro. Desde que se tornou utente do Centro de Dia Rainha D. Maria I que havia a preocupação, no seio do equipamento, de se encontrar uma atividade que pudesse ser apelativa e interessante para o idoso, dado o seu perfil não se enquadrar nas atividades tradicionais dos centros de dia, como a prática de ginástica, ioga ou caminhadas. A esta situação, acrescia outra: o pedido do Sr. Acácio para desenvolver uma atividade relacionada com a sua arte, a marcenaria.

“Se já tínhamos o talento do marceneiro, ainda nos faltava a madeira e a utilidade do que poderíamos construir. O Sr. Acácio começou por fazer pequenas reparações de cadeiras e móveis de outros estabelecimentos da Santa Casa, mas queríamos algo maior, que tivesse um maior impacto e que, simultaneamente, pudesse criar uma dinâmica de parceria no território”, explicou o diretor do Centro de Dia Rainha D. Maria I. Assim, quando “nasceu” o projeto CUBO, que outro artista haveria para executar as pequenas bibliotecas senão o Sr. Acácio? 

O balanço

“De uma forma geral consideramos que o projeto respondeu aos propósitos inicialmente estabelecidos. Começou por dar um «sentido» para a participação do Sr. Acácio e evoluiu para uma estratégia de aproximação de vários parceiros na comunidade, permitindo a realização de atividades numa dinâmica de intergeracionalidade”, avaliou Hugo Caixaria.

Segundo o responsável, a relação com o Museu Bordalo Pinheiro representará “uma nova dimensão de continuidade do projeto”, prevendo-se a sua concretização durante o segundo semestre de 2025. Sempre, com um único objetivo em mente: Valorizar o conhecimento de cada utente e colocá-lo ao serviço do outro. Neste caso, os visitantes do Museu Bordalo Pinheiro. 

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