logotipo da santa casa da misericórdia de lisboa

“Estar na final da Taça de Portugal foi o melhor presente que a Santa Casa me podia dar”

No relvado ultimam-se os preparativos para a grande final da Taça de Portugal Placard. Falta cerca de uma hora para a bola começar a rolar no Estádio Nacional, mas as bancadas já começam a ficar preenchidas com adeptos de FC Porto e CD Tondela. Esta final marca o regresso da prova rainha do futebol português à “casa mãe” depois de nas últimas duas edições ter sido realizada à porta fechada, no Estádio Cidade de Coimbra.

Nesta Taça de Portugal Placard, a Santa Casa e a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) querem, uma vez mais, que a festa do futebol seja para todos. A parceria entre as duas instituições, no âmbito da responsabilidade social, permitiu que ninguém ficasse de fora. Junto à linha lateral do relvado ficou instalada a bancada mais especial desta final: uma área destinada a pessoas com mobilidade reduzida, preenchida por utentes do Centro de Medicina de Reabilitação do Alcoitão (CMRA), Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian e Obra Social do Pousal. Uma bancada completamente preparada para acolher pessoas com necessidades especiais e/ou com mobilidade reduzida, permitindo aos utentes da Misericórdia de Lisboa vivenciarem uma experiência única.

 

Diversidade e Inclusão na Santa Casa

Em maio, o mês Europeu da Diversidade na União Europeia,  mostramos um retrato da diversidade e da inclusão presentes na Misericórdia de Lisboa. A temática é facilmente relacionada com a própria instituição, já que a sua missão é realizar a melhoria do bem-estar da pessoa no seu todo, prioritariamente dos mais desprotegidos. Nesta Casa, todos são respeitados, incluídos e valorizados, independentemente do género, idade, origem, orientação sexual, religião, contexto social, cultura ou incapacidade.

Um retrato de diversidade e inclusão no universo interno da instituição

Pelas diversas respostas da Santa Casa, numa manhã ouve-se português de Portugal, do Brasil, de Angola, de Moçambique, da Guiné, de Cabo Verde e de São Tomé e Príncipe. Já pela tarde, ouve-se espanhol de Espanha, de Cuba ou da Venezuela. Continuando o roteiro, na Misericórdia de Lisboa também se fala ucraniano, italiano, francês, polaco, moldavo, romeno e inglês. É uma instituição do mundo, onde cachupa de Cabo Verde, cozido à portuguesa, paella de Espanha, borscht da Ucrânia, feijoada à brasileira, calulu de Angola ou kotlet schabowy da Polónia fazem parte do menu. Um olá, pode ser oi, um hello, um holla, um ciao ou salut, entre tantas outras versões linguísticas que no universo da instituição se fazem ouvir.

Diariamente, a instituição promove locais de trabalho inclusivos, onde todos se sentem seguros, respeitados e valorizados. É uma organização de “porta aberta” a todos, onde se privilegia a ética, a heterogeneidade, a diversidade, a não discriminação e a liberdade de crenças religiosas e pessoais. É uma casa onde trabalham pessoas do mundo inteiro – com diversos atributos físicos, emocionais, intelectuais, materiais – para dar “um mundo” a quem não o tem.

Trabalham na Misericórdia de Lisboa 6210 pessoas. 4738 são mulheres e 1466 são homens. Cerca de 160 têm mais de 60% de incapacidade. São oriundos de 17 países e de quatro continentes. Têm várias profissões e interesses. 369 têm até 29 anos. 1373 estão na faixa etária dos 30-39 anos, 1929 dos 40-49 e 1685 dos 50-59. 659 pessoas têm entre 60 e 69 anos. Já na faixa etária dos “mais de 65 anos” registam-se 193 colaboradores.

Formar equipas diversas e criar ambientes acolhedores é uma preocupação constante na Santa Casa. Numa sociedade cada vez mais globalizada, o respeito pelas diferenças tem sido a regra dentro e fora das organizações. Por isso, diversidade e inclusão fazem parte do ambiente da instituição.

 

 

Mas o que é a diversidade nas organizações?

Cada um de nós é um universo. A frase pode explicar o conceito de diversidade. As pessoas não são iguais, elas têm particularidades que as fazem grandiosas e únicas.

A diversidade é um conjunto de diferenças e semelhanças de género, crença, habilidades intelectuais e físicas, etnia, ideologias, idade, orientação sexual, deficiências, limitações, estatuto socioeconómico, nacionalidade e opiniões.
No caso das organizações, a diversidade está ligada à compreensão e aceitação de diferentes perfis. Devemos ser capazes de conviver harmoniosamente com a diversidade cultural, principalmente em grupo, estabelecendo relacionamentos pautados na inclusão, na dignidade, na equidade e na liberdade.

E a inclusão?

Inclusão tem que ver com o ato de criar um ambiente no qual as pessoas possam pertencer e prosperar. No mercado de trabalho, ser inclusivo significa criar estratégias para acolher as diversidades e garantir que os profissionais diversos tenham oportunidades iguais de crescimento e um ambiente seguro dentro da empresa.

Qual é a diferença entre diversidade e inclusão na prática?

Enquanto a diversidade está relacionada com a representatividade, a inclusão está ligada à instauração de uma mudança de cultura e comportamento em relação às pessoas diversas. Ou seja, é possível observar que a diferença entre diversidade e inclusão também reflete a diferença entre ambientes diversos e ambientes inclusivos — e a importância e necessidade de combiná-los.

Planeta terra

Cinco respostas sociais e projetos de inclusão da Santa Casa

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem várias respostas e projetos que espelham o seu comprometimento no desenvolvimento de práticas de promoção de igualdade de oportunidades, em combater a discriminação e em criar um ambiente de inclusão. Na impossibilidade de mencionar todos, destaque para a Valor T, a agência de empregabilidade dedicada a pessoas com deficiência. A Valor T – o “T” traduz-se em talento e transformação – nasceu a 1 de maio de 2021 com o objetivo de ajudar, apoiar e suportar pessoas com deficiência na construção de carreiras profissionais estáveis e adequadas às capacidades de cada um, contribuindo para a transformação da vida destas pessoas através da empregabilidade.

A Obra Social do Pousal é outro exemplo. Esta resposta é uma Estrutura Residencial para Pessoas com Perturbações do Neurodesenvolvimento. Com um modelo de intervenção centrado na pessoa e nas atividades ocupacionais, neste espaço, o utente deve sentir-se útil com o seu trabalho. O objetivo é que esta situação tenha impacto na sua autoestima e autoconfiança, além de promover outras competências sociais e comportamentais.

Com mais de 50 anos de história, o Centro de Reabilitação Nossa Senhora dos Anjos é um estabelecimento integrado na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que tem como missão promover a reabilitação de pessoas com cegueira adquirida ou baixa visão, visando a sua autonomia e inclusão.

Já o projeto da Orquestra Geração da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem como objetivo constituir uma orquestra juvenil na instituição. A essência do projeto é o trabalho social. A Orquestra Geração não é um conservatório, não é uma escola de música, é um trabalho social que acontece através da música, da prática de orquestra de conjunto. A música é utilizada como veículo de integração social, fazendo chegar a educação e a cultura a grupos sociais que não têm acesso ou têm acesso limitado.

Sob gestão da Misericórdia de Lisboa, o Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian presta cuidados a bebés, crianças, adolescentes e adultos com paralisia cerebral e condições neuromotoras limitadas, de modo a tornar a vida do paciente mais confortável, independente e inclusiva. O Centro garante, também, o acesso a serviços e a programas inovadores e de qualidade, graças a uma equipa multidisciplinar.

“Longevidade, viver mais e melhor”. Santa Casa participa em projeto do Expresso

O projeto do Expresso pretende avaliar de que forma a longevidade e as respetivas políticas públicas estão presentes em Portugal. Para alcançar este objetivo, o Expresso construiu uma comunidade de stakeholders e parceiros informais que vão trabalhar e debater os temas da Longevidade. Paralelamente, foi constituído um Conselho Consultivo composto pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Associação Age Friendly, Agência Nacional de Inovação, Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Dr. António Cupertino Miranda, Fundação Calouste Gulbenkian, Novartis, Fidelidade, Multicare, Impresa, Observatório do Envelhecimento e União das Misericórdias Portuguesas.

Conselho Consultivo do projeto

O Conselho Consultivo do projeto do Expresso “Longevidade, viver mais e melhor” tem como missão apontar caminhos estratégicos para uma mudança gradual e sustentada no que toca ao envelhecimento em Portugal.

A primeira reunião do Conselho Consultivo realizou-se esta segunda-feira, 16 de maio, e contou com a participação do provedor da instituição, Edmundo Martinho, convidado pelo Expresso para integrar o mesmo.

Melhorar o acesso dos mais velhos aos cuidados de saúde é um dos grandes desafios colocados pelo aumento da esperança média de vida em Portugal. Paralelamente, observam-se outros como: o desenvolvimento e implementação de uma estratégia de desenvolvimento para as questões da longevidade; a abordagem sobre o impacto da transição demográfica na saúde e economia e o aumento dos cuidadores que prestam auxílio ao domicílio.

Webtalks

Ainda no âmbito do projeto do Expresso, subordinado ao tema da longevidade, está prevista a realização de seis eventos digitais em formato de webtalk, transmitidos através do Facebook do Expresso, que têm como objetivo debater temas ligados à economia da longevidade.

A primeira sessão destas webtalks decorreu esta segunda-feira, 16 de maio. Organizada em três painéis, a iniciativa contou com a participação de Maria da Luz Cabral, coordenadora do Projeto Políticas Públicas na Longevidade da Santa Casa, Nuno Marques, presidente do Observatório Nacional do Envelhecimento, Luís Jerónimo, Fundação Calouste Gulbenkian, Simon Gineste, presidente do Grupo Novartis Portugal, Manuel Villaverde Cabral, professor e investigador, e Daniel Riscado, responsável do Centro de Transformação da Fidelidade. A sessão foi moderada pelo diretor adjunto do Expresso, Martim Silva.

Um tema de todos

Comecemos pelos números da nossa realidade: Portugal é o quarto país mais envelhecido do mundo. Reflexo das baixas taxas de natalidade e do aumento da esperança média de vida – temos 182 idosos por cada 100 jovens -, a longevidade será um dos temas centrais não apenas da nossa sociedade, como de todo o mundo. Os seus impactos serão transversais: serviços, saúde, habitação, educação, emprego, banca, finanças, tecnologia e turismo, nenhuma destas áreas deixará de ser afetada pelo envelhecimento da população — e pela sua longevidade. Os desafios da chamada ‘economia cinzenta’ são enormes. Basta pensar, por exemplo, no impacto que a redução de jovens no ativo pode ter nos sistemas de pensões dos reformados.

Um espaço de todos e para todos

Foi em ambiente de festa e grande animação que o Centro Intergeracional Ferreira Borges, da Misericórdia de Lisboa, comemorou o seu primeiro aniversário, esta segunda-feira, 16 de maio. Uma celebração que contou com as presenças de Sérgio Cintra, administrador da Santa Casa com o pelouro da Ação Social, de Pedro Costa, presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique, bem como de outros representantes das diversas instituições e organizações que operam na área de Campo de Ourique.

A celebração serviu de pretexto para homenagear não só os que ali trabalham diariamente, mas também os utentes que fazem “deste espaço a continuação das suas casas”, frisou Sérgio Cintra durante a sua intervenção.

“Hoje é um dia de comemoração, mas também o momento de reforçar a nossa dedicação e trabalho”, começou por dizer o administrador, recordando que o trabalho da instituição não pode ficar “refém das paredes dos equipamentos”. “É necessário estar lá fora, junto das pessoas. É nossa obrigação percebemos e ajudar quem não consegue vir ao nosso encontro, e este espaço faz isso com todo o trabalho que desenvolve em rede, com as diversas organizações da freguesia”, acrescentou.

Sérgio Cintra teceu rasgados elogios a todos os profissionais do centro, pela dedicação que demonstram, diariamente, e por terem sempre presente que o que fazem tem, e deve ter, por base “o presente e o futuro dos nossos utentes”.

Já na sua intervenção, Pedro Costa recordou todo o processo que levou à construção do espaço naquele sítio da freguesia, frisando que “este é um exemplo perfeito da maneira como devemos e queremos encarar as questões da longevidade”. “Lisboa é uma cidade mais velha do que era há dez anos e será mais velha ainda daqui a outros dez. As pessoas vivem mais e isso exige da nossa parte uma resposta diferente e integrada com todos os parceiros da junta”, realçou.

Centro Intergeracional Ferreira Borges

Situado em pleno coração de Campo de Ourique, este equipamento social da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa promove o convívio intergeracional, fomenta ações de cidadania e estimula a solidariedade entre gerações, procurando ir ao encontro das expetativas e necessidades de toda a comunidade.

Numa perspetiva de proximidade, o CIFB funciona em rede com todas as entidades locais e é uma “porta aberta” a utentes de todas as idades e condições socioeconómicas. “Este trabalho em rede permite aquilo que temos aqui hoje, um centro verdadeiramente intergeracional, virado para a comunidade, onde todos são importantes”, finalizou o autarca.

Antes mesmo do momento alto das festividades, o cantar de parabéns, ao Centro Intergeracional Ferreira Borges, houve ainda lugar à realização de interpretações musicais, de atividades culturais e a demonstrações de modalidades desportivas e de bem-estar.

Agência de talentos especiais

Agência de talentos especiais

A agência de empregabilidade da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa está a completar o primeiro ano de existência. Projeto já acompanhou 1256 pessoas e “recrutou” 154 empresas.

Acolher uma criança é dar e receber amor

“Dar é receber”. Esta é uma das mensagens transmitidas na nova campanha do LX Acolhe, da Misericórdia de Lisboa. São três palavras que traduzem na perfeição o objetivo que fez Vera e Paulo, Marta e Sérgio embarcar na missão de acolher uma criança: dar amor, mas também recebê-lo. Só assim, com a ajuda de famílias que tenham muito afeto para dar e receber, é que o acolhimento familiar da Santa Casa consegue promover os direitos das crianças, proporcionando-lhes um ambiente familiar, indispensável ao seu bem-estar físico e emocional.

Receber uma criança é dar-lhe o afeto, segurança e a confiança essenciais ao seu desenvolvimento. É fazer a diferença. O acolhimento familiar é uma solução temporária, mas essencial para defender crianças em perigo. Nos casos em que é necessário encontrar uma alternativa à sua família, o acolhimento familiar constitui-se como medida prioritária de colocação de uma criança, decorrendo até que a família da criança desenvolva condições para dela voltar a cuidar ou, caso tal não se revele viável, se identifique outro contexto familiar com caráter permanente.

Vera e Paulo sabiam do caráter transitório e temporário que o acolhimento familiar implica. Hoje, o Luís (nome fictício) já não corre pelos corredores da casa deste casal, uma vez que regressou para a família de origem. Na memória de Luís, a Vera e o Paulo ficarão sempre como duas pessoas que foram fundamentais num período difícil daquela criança. Para o resto da vida, Vera e Paulo recordarão sempre aquela criança com o carinho e amor que ela merece.

“Sem dúvida que pondo tudo na balança, a parte positiva, a parte boa, ganha sempre. Ele percebe qual foi a nossa missão naquele espaço de tempo. E isso não tem valor. Ele percebe que a Vera e o Paulo são amigos”, confessa o casal.

Desde 2006 que Portugal tem vindo a assistir a uma diminuição do total das famílias de acolhimento existentes, fruto da ausência de investimento político na sensibilização da comunidade para uma cultura de exercício de cidadania e de corresponsabilização de todos na proteção da infância, o que permitiria a renovação do universo de famílias de acolhimento.

Em 2018, existiam cerca de 150 famílias de acolhimento em todo o país. Só no distrito de Lisboa, 1250 crianças estavam à procura de uma família de acolhimento. Em 2020, esta tendência inverteu-se. Para tal terá contribuído o lançamento pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa da campanha de sensibilização da comunidade e captação de candidatos a famílias de acolhimento, em novembro de 2019. Em dois anos, o Programa LX Acolhe reuniu quase 70 famílias que acolheram já mais de 80 crianças.

 

Simpósio Interações deu origem a um eBook repleto de ideias e recomendações para uma sociedade para todas as idades

Em 2021, durante a pandemia de Covid-19, a Misericórdia de Lisboa conseguiu encurtar a distância que se impunha na altura. A 3ª edição do Simpósio Interações, que decorreu entre janeiro e maio de 2021, foi organizada em 18 sessões temáticas online, todas dedicadas ao debate em torno dos desafios da construção de uma sociedade para todas as idades. Como referiu o administrador da Ação Social da Misericórdia de Lisboa, Sérgio Cintra, organizar o Interações durante a pandemia “foi um desafio, mas simultaneamente um privilégio por termos conseguido realizar um conjunto de sessões tão importantes”.

Um ano depois, os conhecimentos e as perspetivas dos 85 palestrantes que passaram pelas sessões do Interações estão sistematizadas num eBook, que foi apresentado ontem, 9 de abril, no Fórum Lisboa. Em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e sob a iniciativa do programa Lisboa Cidade de Todas as Idades, o eBook – 3ª Edição do Simpósio Interações permite uma divulgação alargada a todos os interessados nestas matérias, constituindo-se como uma forma de sistematizar os conhecimentos e as diferentes perspetivas apresentadas durante o Interações.

As 182 páginas reúnem projetos e programas nacionais e internacionais, contribuindo para a reflexão sobre as políticas públicas da longevidade, com vista à melhoria dos modelos e práticas que se têm revelado pouco ou nada adequados às necessidades e desejos das pessoas para a sua velhice. O eBook agrega o contributo dos oradores, mas também tem páginas dedicadas à dignidade e inclusão social, ao lazer ou ao suporte comunitário.

“A finalidade deste eBook não está apenas associada ao facto de termos realizado o Simpósio Interações, mas foi feito sobretudo para não perdermos a riqueza dos contributos dos oradores, permitindo uma partilha alargada a todos os interessados nesta matéria. Mas este eBook não pretende ser apenas a compilação das intervenções. Tivemos associado a ele três pressupostos: condensar as ideias chave, organizar as recomendações expressas pelos diversos oradores e sintetizar as ideias divulgadas ao longo das 18 edições”, explica Sérgio Cintra.

A sessão de apresentação contou com a presença da vereadora dos Direitos Humanos e Sociais da Câmara Municipal de Lisboa, Laurinda Alves, que sugere que o eBook “funcione como documento de cabeceira”. “É algo que podemos consultar. Está lá tudo, está muito afinado até com esta realidade nova da Covid-19”, destaca.

A rede “Lisboa, Cidade de Todas as Idades” também está neste eBook. Sérgio Cintra e Laurinda Alves partilham da certeza de que o sucesso do trabalho realizado com a população +65 anos da cidade de Lisboa em muito se deve à rede de “homens e mulheres” que fazem com que “Lisboa seja uma cidade para todos, e para todas as idades”.

“Todo o trabalho que temos estado a fazer resulta do esforço, do pensamento e da crítica de um conjunto de pessoas e de entidades. A governação integrada é habitual na área da ação social. Sabemos que os problemas mais complexos não são possíveis de serem ultrapassados por uma única organização”, acrescenta ainda o administrador.

Valor T, há um ano a incluir pessoas com deficiência no mercado de trabalho: “Ter conseguido um emprego é uma conquista”

Ângelo Pereira dá por ele a olhar em redor. Observa o entra e sai dos clientes da loja Stradivarius, no centro comercial UBBO (Amadora), e a forma cuidadosa como aqueles que serão os seus novos colegas de trabalho manuseiam as roupas. Quando Ângelo Pereira recebeu um telefonema da Valor T , não esperava que do outro lado da linha fosse anunciada a oportunidade que tanto queria. A técnica da agência de empregabilidade para pessoas com deficiência da Misericórdia de Lisboa indicava que era chegada a hora de o jovem regressar ao mercado de trabalho.

Para trás ficam os corredores do Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto, local onde Ângelo trabalhou como assistente técnico entre agosto de 2020 e julho de 2021. Naquela unidade de saúde, não existia nada no departamento de logística que não passasse pelas suas mãos. A gestão de stocks e o armazenamento de materiais eram parte das suas tarefas diárias. Foram também essas competências que fizeram com que o Grupo INDITEX avançasse para a sua contratação. O dia 29 de abril marca, assim, o primeiro dia de Ângelo como funcionário da Stradivarius, uma das marcas deste grupo empresarial.

Aos 22 anos, o currículo de Ângelo também se faz de dois estágios curriculares em informática. A paixão pelos computadores apareceu quase como necessidade, como uma área capaz de responder às dificuldades que a paralisia cerebral impõe. “Devido à dificuldade que tenho no lado direito do corpo, aconselharam-me a seguir informática. Fiz dois estágios na área, que me permitiram adquirir conhecimentos de programação e até de atendimento ao público”, conta sem esquecer que desde muito novo que “ambicionava trabalhar na área de multimédia”, mas que a paralisia cerebral obrigou-o a abandonar o sonho.

Oficina de Braille… uma iniciativa para todos

No âmbito da participação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa na iniciativa “Livraria Barata – Lugar de Cultura”, teve lugar, a 14 de abril, uma oficina de braille, dinamizada pelo Lar Branco Rodrigues, equipamento da Misericórdia de Lisboa destinado a portadores de deficiência visual. A sessão constituiu uma oportunidade única para conhecer e experimentar os recursos, os materiais, as tecnologias e as estratégias utilizadas para o ensino e integração de pessoas com cegueira e baixa visão.

Os testemunhos

Áliu Baio, 27 anos, é utente do Lar Branco Rodrigues há cerca de nove anos. O jovem guineense perdeu a visão, mas reergueu-se. Na passada quinta-feira, foi  um dos utentes que participaram na Oficina de Braille, mostrando um pouco do seu mundo.

“Esta iniciativa é importante porque podemos mostrar, sobretudo, às pessoas que não têm noção da realidade de como é que um cego escreve ou lê. É uma oficina pedagógica que informa como funciona o braille, como utilizamos um telemóvel ou um computador”, considerou. E continua: “Eu tenho acesso a ferramentas, nomeadamente a um programa (leitor de ecrã), que traduz a informação visual para áudio. Ou seja, eu faço tudo igual, apenas tenho ferramentas diferentes”, concluiu.

Ali mesmo ao lado e perante uma assistência de várias crianças, Duarte Pina, 61 anos, também utente do Lar Branco Rodrigues, mostra como se escreve braille com recurso a uma pauta e punção, e também em máquinas dactilográficas especiais. O utente destacou, ainda, a importância de oficinas como esta, pois, segundo ele, algumas pessoas não acreditam ser possível que uma pessoa com visão aprenda a ler em braille – um paradigma que, pelo desempenho e curiosidade dos participantes na oficina, ficou comprovado ser falso.

Por outro lado, Ana Paula Silva, diretora do Lar Branco Rodrigues, sublinhou que a oficina de braille é uma “oportunidade para conhecer um pouco melhor sobre o percurso da educação especial, da utilização do braille e das novas tecnologias que a pessoa deficiente visual teve ao longo de mais de um século”. Para a responsável da Misericórdia de Lisboa, esta iniciativa teve, acima de tudo, uma grande componente de “inclusão e de troca de experiências”.

“Lição de coisas: Uma história do Lar Branco Rodrigues”

Ainda no mesmo dia, às 18h00, teve lugar a apresentação do livro “Lição de coisas: Uma história do Lar Branco Rodrigues”, que contou com a participação especial da agência de talentos – Valor T, da Santa Casa, iniciativa pioneira na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

Da autoria de Ana Gomes e com edição do Centro Editorial, da Direção de Cultura da Santa Casa, a obra desvenda uma crónica de pioneirismo, de conquistas e de insucessos, de adaptações e de descompassos, dos esforços de todos aqueles que, herdeiros do legado de Branco Rodrigues, persistem num trilho que continua a ser percorrido na atualidade, em prol da população com deficiência visual, em nome da inclusão plena de todos, para construção de uma sociedade melhor.

“Os Duendes existem mesmo?” O livro que explica os direitos das crianças

“Num lindo dia de primavera, as crianças brincavam, divertidas. Ouviam-se gritos de alegria e gargalhadas!”. O livro “Os Duendes Existem Mesmo?” começa assim, com uma alusão aos dias primaveris coloridos majorados pela felicidade ímpar de uma criança. A referência inicial do livro podia, de forma quase perfeita, ser um retrato daquilo que aconteceu ontem, dia 4 de abril, no Convento de São Pedro de Alcântara.

Foi num ambiente encenado, mais próximo daquele que é retratado no livro “Os Duendes Existem Mesmo?”, que crianças e famílias acompanhadas pela Misericórdia de Lisboa assistiram à leitura da obra da autoria dos técnicos da Unidade de Intervenção Familiar (UIF), da Santa Casa. São 33 páginas ilustradas por Catarina França, da Direção da Cultura, onde as palavras levam o leitor a navegar pelo trabalho que UIF desenvolve com as famílias, crianças e jovens que acompanha.

É através da tristeza de “Simão” (personagem da história) sarada por um duende que o leitor imerge num rol de direitos que o duende considera imprescindíveis à vida de qualquer criança: direito a ter uma casa, direito a uma família, direito à saúde, direito à educação, direito a brincar, direito à proteção, direito ao respeito pela identidade, direito a ser ouvida e direito a expressar opinião. Neste livro, os profissionais da Misericórdia de Lisboa ganham a forma de duendes que lutam pelo bem-estar das crianças e pela promoção dos seus direitos.

A obra conta com um prefácio elaborado pelo administrador executivo da Ação Social da Santa Casa, Sérgio Cintra, recheado de palavras dirigidas às crianças e pais. Há em cada frase um sentido de esperança de que os contos de fadas ensinem “que lutar contra as dificuldades é uma inevitabilidade da vida”, que precisam de ser encaradas com “coragem e determinação”. Mas também um reforço da liberdade de sonhar e de viajar que a literatura infantil concede, “sugerindo novas dimensões à imaginação” dos mais novos.

“Os Duendes Existem Mesmo?” é mais do que uma história infantil. É uma ficção que considera as angústias e aspirações das crianças, sugerindo soluções para os problemas que as preocupam e credibilizando a seriedade das suas necessidades”. É, também, um enaltecimento ao trabalho diário desenvolvido pela Unidade de Intervenção Familiar da Santa Casa, que nos faz acreditar que sim, que os duendes existem mesmo.

 

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde

Unidades da rede nacional

Unidades que integram a rede de cobertura de equipamentos da Santa Casa na cidade de Lisboa

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas