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Acolher uma criança é dar e receber amor

“Dar é receber”. Esta é uma das mensagens transmitidas na nova campanha do LX Acolhe, da Misericórdia de Lisboa. São três palavras que traduzem na perfeição o objetivo que fez Vera e Paulo, Marta e Sérgio embarcar na missão de acolher uma criança: dar amor, mas também recebê-lo. Só assim, com a ajuda de famílias que tenham muito afeto para dar e receber, é que o acolhimento familiar da Santa Casa consegue promover os direitos das crianças, proporcionando-lhes um ambiente familiar, indispensável ao seu bem-estar físico e emocional.

Receber uma criança é dar-lhe o afeto, segurança e a confiança essenciais ao seu desenvolvimento. É fazer a diferença. O acolhimento familiar é uma solução temporária, mas essencial para defender crianças em perigo. Nos casos em que é necessário encontrar uma alternativa à sua família, o acolhimento familiar constitui-se como medida prioritária de colocação de uma criança, decorrendo até que a família da criança desenvolva condições para dela voltar a cuidar ou, caso tal não se revele viável, se identifique outro contexto familiar com caráter permanente.

Vera e Paulo sabiam do caráter transitório e temporário que o acolhimento familiar implica. Hoje, o Luís (nome fictício) já não corre pelos corredores da casa deste casal, uma vez que regressou para a família de origem. Na memória de Luís, a Vera e o Paulo ficarão sempre como duas pessoas que foram fundamentais num período difícil daquela criança. Para o resto da vida, Vera e Paulo recordarão sempre aquela criança com o carinho e amor que ela merece.

“Sem dúvida que pondo tudo na balança, a parte positiva, a parte boa, ganha sempre. Ele percebe qual foi a nossa missão naquele espaço de tempo. E isso não tem valor. Ele percebe que a Vera e o Paulo são amigos”, confessa o casal.

Desde 2006 que Portugal tem vindo a assistir a uma diminuição do total das famílias de acolhimento existentes, fruto da ausência de investimento político na sensibilização da comunidade para uma cultura de exercício de cidadania e de corresponsabilização de todos na proteção da infância, o que permitiria a renovação do universo de famílias de acolhimento.

Em 2018, existiam cerca de 150 famílias de acolhimento em todo o país. Só no distrito de Lisboa, 1250 crianças estavam à procura de uma família de acolhimento. Em 2020, esta tendência inverteu-se. Para tal terá contribuído o lançamento pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa da campanha de sensibilização da comunidade e captação de candidatos a famílias de acolhimento, em novembro de 2019. Em dois anos, o Programa LX Acolhe reuniu quase 70 famílias que acolheram já mais de 80 crianças.

 

Simpósio Interações deu origem a um eBook repleto de ideias e recomendações para uma sociedade para todas as idades

Em 2021, durante a pandemia de Covid-19, a Misericórdia de Lisboa conseguiu encurtar a distância que se impunha na altura. A 3ª edição do Simpósio Interações, que decorreu entre janeiro e maio de 2021, foi organizada em 18 sessões temáticas online, todas dedicadas ao debate em torno dos desafios da construção de uma sociedade para todas as idades. Como referiu o administrador da Ação Social da Misericórdia de Lisboa, Sérgio Cintra, organizar o Interações durante a pandemia “foi um desafio, mas simultaneamente um privilégio por termos conseguido realizar um conjunto de sessões tão importantes”.

Um ano depois, os conhecimentos e as perspetivas dos 85 palestrantes que passaram pelas sessões do Interações estão sistematizadas num eBook, que foi apresentado ontem, 9 de abril, no Fórum Lisboa. Em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e sob a iniciativa do programa Lisboa Cidade de Todas as Idades, o eBook – 3ª Edição do Simpósio Interações permite uma divulgação alargada a todos os interessados nestas matérias, constituindo-se como uma forma de sistematizar os conhecimentos e as diferentes perspetivas apresentadas durante o Interações.

As 182 páginas reúnem projetos e programas nacionais e internacionais, contribuindo para a reflexão sobre as políticas públicas da longevidade, com vista à melhoria dos modelos e práticas que se têm revelado pouco ou nada adequados às necessidades e desejos das pessoas para a sua velhice. O eBook agrega o contributo dos oradores, mas também tem páginas dedicadas à dignidade e inclusão social, ao lazer ou ao suporte comunitário.

“A finalidade deste eBook não está apenas associada ao facto de termos realizado o Simpósio Interações, mas foi feito sobretudo para não perdermos a riqueza dos contributos dos oradores, permitindo uma partilha alargada a todos os interessados nesta matéria. Mas este eBook não pretende ser apenas a compilação das intervenções. Tivemos associado a ele três pressupostos: condensar as ideias chave, organizar as recomendações expressas pelos diversos oradores e sintetizar as ideias divulgadas ao longo das 18 edições”, explica Sérgio Cintra.

A sessão de apresentação contou com a presença da vereadora dos Direitos Humanos e Sociais da Câmara Municipal de Lisboa, Laurinda Alves, que sugere que o eBook “funcione como documento de cabeceira”. “É algo que podemos consultar. Está lá tudo, está muito afinado até com esta realidade nova da Covid-19”, destaca.

A rede “Lisboa, Cidade de Todas as Idades” também está neste eBook. Sérgio Cintra e Laurinda Alves partilham da certeza de que o sucesso do trabalho realizado com a população +65 anos da cidade de Lisboa em muito se deve à rede de “homens e mulheres” que fazem com que “Lisboa seja uma cidade para todos, e para todas as idades”.

“Todo o trabalho que temos estado a fazer resulta do esforço, do pensamento e da crítica de um conjunto de pessoas e de entidades. A governação integrada é habitual na área da ação social. Sabemos que os problemas mais complexos não são possíveis de serem ultrapassados por uma única organização”, acrescenta ainda o administrador.

Valor T, há um ano a incluir pessoas com deficiência no mercado de trabalho: “Ter conseguido um emprego é uma conquista”

Ângelo Pereira dá por ele a olhar em redor. Observa o entra e sai dos clientes da loja Stradivarius, no centro comercial UBBO (Amadora), e a forma cuidadosa como aqueles que serão os seus novos colegas de trabalho manuseiam as roupas. Quando Ângelo Pereira recebeu um telefonema da Valor T , não esperava que do outro lado da linha fosse anunciada a oportunidade que tanto queria. A técnica da agência de empregabilidade para pessoas com deficiência da Misericórdia de Lisboa indicava que era chegada a hora de o jovem regressar ao mercado de trabalho.

Para trás ficam os corredores do Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto, local onde Ângelo trabalhou como assistente técnico entre agosto de 2020 e julho de 2021. Naquela unidade de saúde, não existia nada no departamento de logística que não passasse pelas suas mãos. A gestão de stocks e o armazenamento de materiais eram parte das suas tarefas diárias. Foram também essas competências que fizeram com que o Grupo INDITEX avançasse para a sua contratação. O dia 29 de abril marca, assim, o primeiro dia de Ângelo como funcionário da Stradivarius, uma das marcas deste grupo empresarial.

Aos 22 anos, o currículo de Ângelo também se faz de dois estágios curriculares em informática. A paixão pelos computadores apareceu quase como necessidade, como uma área capaz de responder às dificuldades que a paralisia cerebral impõe. “Devido à dificuldade que tenho no lado direito do corpo, aconselharam-me a seguir informática. Fiz dois estágios na área, que me permitiram adquirir conhecimentos de programação e até de atendimento ao público”, conta sem esquecer que desde muito novo que “ambicionava trabalhar na área de multimédia”, mas que a paralisia cerebral obrigou-o a abandonar o sonho.

Oficina de Braille… uma iniciativa para todos

No âmbito da participação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa na iniciativa “Livraria Barata – Lugar de Cultura”, teve lugar, a 14 de abril, uma oficina de braille, dinamizada pelo Lar Branco Rodrigues, equipamento da Misericórdia de Lisboa destinado a portadores de deficiência visual. A sessão constituiu uma oportunidade única para conhecer e experimentar os recursos, os materiais, as tecnologias e as estratégias utilizadas para o ensino e integração de pessoas com cegueira e baixa visão.

Os testemunhos

Áliu Baio, 27 anos, é utente do Lar Branco Rodrigues há cerca de nove anos. O jovem guineense perdeu a visão, mas reergueu-se. Na passada quinta-feira, foi  um dos utentes que participaram na Oficina de Braille, mostrando um pouco do seu mundo.

“Esta iniciativa é importante porque podemos mostrar, sobretudo, às pessoas que não têm noção da realidade de como é que um cego escreve ou lê. É uma oficina pedagógica que informa como funciona o braille, como utilizamos um telemóvel ou um computador”, considerou. E continua: “Eu tenho acesso a ferramentas, nomeadamente a um programa (leitor de ecrã), que traduz a informação visual para áudio. Ou seja, eu faço tudo igual, apenas tenho ferramentas diferentes”, concluiu.

Ali mesmo ao lado e perante uma assistência de várias crianças, Duarte Pina, 61 anos, também utente do Lar Branco Rodrigues, mostra como se escreve braille com recurso a uma pauta e punção, e também em máquinas dactilográficas especiais. O utente destacou, ainda, a importância de oficinas como esta, pois, segundo ele, algumas pessoas não acreditam ser possível que uma pessoa com visão aprenda a ler em braille – um paradigma que, pelo desempenho e curiosidade dos participantes na oficina, ficou comprovado ser falso.

Por outro lado, Ana Paula Silva, diretora do Lar Branco Rodrigues, sublinhou que a oficina de braille é uma “oportunidade para conhecer um pouco melhor sobre o percurso da educação especial, da utilização do braille e das novas tecnologias que a pessoa deficiente visual teve ao longo de mais de um século”. Para a responsável da Misericórdia de Lisboa, esta iniciativa teve, acima de tudo, uma grande componente de “inclusão e de troca de experiências”.

“Lição de coisas: Uma história do Lar Branco Rodrigues”

Ainda no mesmo dia, às 18h00, teve lugar a apresentação do livro “Lição de coisas: Uma história do Lar Branco Rodrigues”, que contou com a participação especial da agência de talentos – Valor T, da Santa Casa, iniciativa pioneira na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

Da autoria de Ana Gomes e com edição do Centro Editorial, da Direção de Cultura da Santa Casa, a obra desvenda uma crónica de pioneirismo, de conquistas e de insucessos, de adaptações e de descompassos, dos esforços de todos aqueles que, herdeiros do legado de Branco Rodrigues, persistem num trilho que continua a ser percorrido na atualidade, em prol da população com deficiência visual, em nome da inclusão plena de todos, para construção de uma sociedade melhor.

“Os Duendes existem mesmo?” O livro que explica os direitos das crianças

“Num lindo dia de primavera, as crianças brincavam, divertidas. Ouviam-se gritos de alegria e gargalhadas!”. O livro “Os Duendes Existem Mesmo?” começa assim, com uma alusão aos dias primaveris coloridos majorados pela felicidade ímpar de uma criança. A referência inicial do livro podia, de forma quase perfeita, ser um retrato daquilo que aconteceu ontem, dia 4 de abril, no Convento de São Pedro de Alcântara.

Foi num ambiente encenado, mais próximo daquele que é retratado no livro “Os Duendes Existem Mesmo?”, que crianças e famílias acompanhadas pela Misericórdia de Lisboa assistiram à leitura da obra da autoria dos técnicos da Unidade de Intervenção Familiar (UIF), da Santa Casa. São 33 páginas ilustradas por Catarina França, da Direção da Cultura, onde as palavras levam o leitor a navegar pelo trabalho que UIF desenvolve com as famílias, crianças e jovens que acompanha.

É através da tristeza de “Simão” (personagem da história) sarada por um duende que o leitor imerge num rol de direitos que o duende considera imprescindíveis à vida de qualquer criança: direito a ter uma casa, direito a uma família, direito à saúde, direito à educação, direito a brincar, direito à proteção, direito ao respeito pela identidade, direito a ser ouvida e direito a expressar opinião. Neste livro, os profissionais da Misericórdia de Lisboa ganham a forma de duendes que lutam pelo bem-estar das crianças e pela promoção dos seus direitos.

A obra conta com um prefácio elaborado pelo administrador executivo da Ação Social da Santa Casa, Sérgio Cintra, recheado de palavras dirigidas às crianças e pais. Há em cada frase um sentido de esperança de que os contos de fadas ensinem “que lutar contra as dificuldades é uma inevitabilidade da vida”, que precisam de ser encaradas com “coragem e determinação”. Mas também um reforço da liberdade de sonhar e de viajar que a literatura infantil concede, “sugerindo novas dimensões à imaginação” dos mais novos.

“Os Duendes Existem Mesmo?” é mais do que uma história infantil. É uma ficção que considera as angústias e aspirações das crianças, sugerindo soluções para os problemas que as preocupam e credibilizando a seriedade das suas necessidades”. É, também, um enaltecimento ao trabalho diário desenvolvido pela Unidade de Intervenção Familiar da Santa Casa, que nos faz acreditar que sim, que os duendes existem mesmo.

 

Colaboradores da Santa Casa solidários com a Ucrânia

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem dinamizado, através do seu Programa de Responsabilidade Social e Cidadania Ativa – “Mais de Nós”, ações de voluntariado que permitem aos seus colaboradores exercer o princípio da cidadania ativa.

Desta forma, a instituição possibilita a todos os colaboradores a dispensa de quinze horas mensais para promoção de ações de apoio às vítimas do conflito armado na Ucrânia.

Para Rita Chaves, diretora do Departamento de Qualidade e Inovação da Santa Casa, este é um “passo inevitável, numa instituição como a Santa Casa”, referindo que “a enorme onda de solidariedade que se sente um pouco por todo o mundo, reflete-se também, nesta casa, onde todos os dias se trabalha, direta ou indiretamente, no apoio às pessoas mais vulneráveis”.

Ainda inserido no programa corporativo de voluntariado “Mais de Nós”, alguns colaboradores da instituição disponibilizaram-se para dar explicações a alunos do 2º e 3º ciclos, com vista a combater o insucesso escolar, impedir o abandono precoce da escola, melhorar os resultados dos alunos e incentivar ao estudo, em particular de crianças e jovens oriundos de meios desfavorecidos. Esta iniciativa está inserida no protocolo de colaboração que a Misericórdia de Lisboa tem com a EPIS (Empresários Pela Inclusão Social).

Não poder ver, mas apenas sentir a emoção do futebol. O dia em que Santa Casa e FPF fintaram a diferença

Rui Magalhães traz nas mãos um pequeno rádio. É um rádio antigo, que funciona a pilhas, mas que este utente da Misericórdia do Porto carrega com cuidado, próprio de quem transporta algo valioso. Rui dá muita importância a aparelhos áudio. Aos 29 anos, a rádio tem sido uma companheira de viagem, proporcionando-lhe momentos inesquecíveis. Rui habituou-se a ver o mundo através da rádio, pelas palavras de jornalistas, comentadores de futebol, músicos e até da publicidade.

“Como não tenho visão uso, diariamente, o rádio para ouvir coisas. Também ouço música, notícias e, de quando em vez, ouço programas de discos pedidos. Mas o que gosto mesmo é de ouvir relatos de futebol. O relato da rádio é mais rico, mais detalhado, mais emotivo. O que me agrada mais no relato é quando gritam golo”, conta Rui, ao mesmo tempo que confessa que vibra mais com os jogos do FC Porto.

Paralisia Cerebral em destaque na semana em que se assinalou o Dia Mundial do Síndrome de Down

No dia em que se assinalou o Dia Mundial do Síndrome de Down, 15 de março, a Fundação Calouste Gulbenkian foi palco da apresentação do 5.º Relatório Trienal do Programa de Vigilância Nacional da Paralisia Cerebral (PVNPC). Um evento que ocorreu em formato presencial e que teve também transmissão online.

Presentes no mesmo, estiveram a ministra da Saúde, Marta Temido, a secretária de Estado da Inclusão e das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, e representantes das várias instituições que integram o projeto.

O relatório agora divulgado teve como tema principal a “Evolução dos Fatores Associados ao Risco de Paralisia Cerebral em Portugal no século XXI”, e contou com a participação de mais de 2000 crianças com paralisia cerebral, nascidas entre 2001 e 2012.

Durante a sua intervenção, Marta Temido, ministra da Saúde, salientou que o trabalho desenvolvido pelo PVNPC é um “importante contributo para o conhecer os fatores de risco associados à paralisia cerebral, o que permite atuar sobre eles”. Para isso, considera fundamental “investir na literacia em saúde da população, nomeadamente na saúde reprodutiva, saúde materna e comportamentos saudáveis”.

Os indicadores de risco identificados no relatório alertam para a importância de informar corretamente a população em idade reprodutiva e de fortalecer o investimento na promoção de comportamentos de saúde saudáveis.

“Tudo se resume às pessoas. É delas que falamos”, disse a ministra em defesa do investimento “em políticas que minimizem os impactos da incapacidade e deficiência” e que “permitam a inclusão destas pessoas, numa abordagem transversal, em todas as áreas governativas”.

No final do seu discurso, Marta Temido agradeceu ainda “aos voluntários que integram a rede e que recolhem, tratam e divulgam a informação” do relatório da PVNPC.

Ministra da Saúde

Sabia que…

  • A taxa de incidência por ano de nascimento, manteve-se estável ao longo dos primeiros 12 anos deste século, sendo que o mais intenso fator de risco de Paralisia Cerebral aos 5 anos é a prematuridade (28 a 31 semanas de gravidez) e a extrema prematuridade (menos de 28 semanas de gestação)?
  • Ou que outros fatores de risco frequentemente cumulativos com a prematuridade são a gemelaridade (situação em que se verifica a gestação de mais do que um feto no útero), a idade materna superior a 39 anos à data de nascimento, a presença de malformação congénita e o nascer leve para o tempo de gravidez?

Sobre o Programa de Vigilância Nacional da Paralisia Cerebral

Desde 2006 que o Programa de Vigilância Nacional da Paralisia Cerebral regista os casos de Paralisia Cerebral ocorridos em crianças nascidas no século XXI. Este programa tem a finalidade de obter indicadores que forneçam evidência científica que contribua à melhor satisfação das necessidades de saúde, educação e apoio social das pessoas que vivem com Paralisia Cerebral.

O programa é um consórcio entre a Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, o Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, e as sociedades clínico-científicas nacionais das áreas da medicina física e de reabilitação.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde a Paralisia Cerebral representará 15% de todas as deficiências. A paralisia cerebral continua a ser a deficiência motora mais frequente na infância. A sua prevalência é estimada em 1,7 e 2,2 por mil nados vivos nos países mais desenvolvidos.

Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian: uma referência na área da Paralisia Cerebral

Como referência na área da Paralisia Cerebral, o Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian (CRPCCG) recebeu, esta quarta-feira, 23 de março, a visita de uma delegação da Federação Francesa de Estabelecimentos Hospitalares e de Assistência a Pessoas Dependentes (FEAHAP).

A comitiva foi recebida pela diretora da Saúde Santa Casa, Tânia Matos, e pela diretora do equipamento, Ana Cadete, que guiaram a equipa da FEAHAP numa visita às instalações do centro, com especial enfoque nas áreas de atuação na reabilitação pediátrica de crianças e jovens com Paralisia Cerebral, e deram a conhecer algumas especificidades da estrutura e do funcionamento deste equipamento da instituição, bem como da sua história.

Também nesta data, a delegação francesa visitou igualmente o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, da Misericórdia de Lisboa.

O encontro centrou-se, entre outros assuntos, na partilha da experiência portuguesa no apoio à população dependente, nomeadamente nas questões ligadas à Paralisia Cerebral e na preparação e educação da população mais jovem, para a vida adulta.

Com mais de meio século de história, o CRPCCG é, desde a década de 90, tutelado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e tem como objetivo a reabilitação e educação da criança com Paralisia Cerebral, desenvolvendo ao máximo as suas capacidades e permitindo-lhe a sua integração social e produtivo na sociedade.

A equipa multidisciplinar do centro que inclui médicos especialistas, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, terapeutas da fala, psicólogos, educadores, professores e assistentes sociais acompanha centenas de pessoas com deficiência por ano, prestando igualmente apoio às suas famílias.

Delegação

“A grande conquista social dos últimos 100 anos foi, sem dúvida, envelhecer”

Com uma longa carreira dedicada à gerontologia, Alexandre Kalache, doutorado em epidemiologia pela Universidade de Oxford, fundador do Centro Internacional de Longevidade Brasil, passou os últimos 47 anos à procura de formas de tornar o envelhecimento mais digno e saudável. Filho de uma família multicultural, aprendeu nas conversas com os avós, um dos quais portugueses, sobre pluralidade de olhares e saberes que efervesciam na sua casa, no Rio de Janeiro.

Organizada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a palestra sobre o “Impacto da pandemia nas pessoas mais velhas – estratégias para mitigar os seus efeitos” acabou por ser o mote para debate mais alargado sobre o envelhecimento ativo e saudável. A iniciativa realizou-se esta sexta-feira, 18 de março, no auditório da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLP), em Lisboa, contando com a participação de vários técnicos da Santa Casa e da Rede Social de Lisboa. Sérgio Cintra, administrador da Ação Social da Santa Casa, abriu a palestra, defendendo que é preciso “encontrar novas formas de solucionar problemas relacionados com a temática da longevidade e envelhecimento”.

A pandemia foi a “maior tragédia sanitária da nossa história recente”

Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade no Brasil, sublinhou que a pandemia, além da “maior tragédia sanitária da nossa história recente”, foi acompanhada por um “tsunami de preconceito e discriminação”. O médico explica que “não foi apenas uma pandemia”, e sim, uma superposição de crises além da sanitária, foi também uma “crise económica, ética, social e moral”.

Atento e preocupado com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, o orador brasileiro destacou que “a solidão é a outra grande pandemia que estamos vivendo”, encorajando os decisores políticos e entidades a desenharem políticas amigas de todas as idades”.

Mais “desigualdade e pobreza”

Na opinião de Alexandre Kalache “a pandemia vai continuar a manifestar-se, agravando a desigualdade e a pobreza nas sociedades e, simultaneamente, acelerou o envelhecimento das sociedades”. O médico lembrou, ainda, que a pandemia revelou problemas que estavam ocultados e que, por isso, a crise sanitária foi também um “momento de aprendizagem e de preparação”.

Palestra de Alexandre Kalache_

“Antes, envelhecer era um privilégio de poucos”

“A grande conquista social dos últimos 100 anos foi, sem dúvida, envelhecer. Antes, envelhecer era um privilégio de poucos”, destaca. “Hoje vivemos mais. É uma conquista que deve ser celebrada”, lamentando que o aumento da esperança de vida seja “encarado com um fardo, por alguns políticos, porque não há uma economia que possa gerar recursos para sustentar esse envelhecimento”.

O envelhecimento também é um desafio

No entanto, Alexandre Kalache explicou que a conquista do aumento da esperança de vida também traz novos desafios, responsabilidades e problemas. Que sociedade vamos ter em 2030/2050? Vamos estar preparados para o envelhecimento da sociedade? Quem irá cuidar/tratar dos mais velhos? Quem irá trabalhar? foram algumas das questões abordadas pelo orador.

Envelhecer é mais do que ter comida no prato

“A definição de envelhecimento ativo é o processo ao longo da vida para melhorar as oportunidades para quatro coisas importantes. A primeira é saúde, isso é universal. O segundo é conhecimento. Se você não tem conhecimento, você não pode participar da sociedade, você vai perder oportunidades, ainda mais agora com a tecnologia explodindo. Conhecimento significa aprender a aprender, sempre. Com saúde e conhecimento, você abre a porta para o terceiro pilar, que é a participação”, explicou.

No final, Kalache deixou um desafio para uma aliança atlântica entre Portugal e o Brasil sobre a temática da longevidade e do envelhecimento.

Já antes, na abertura da palestra, Sérgio Cintra, administrador com o pelouro da Ação Social da Santa Casa, sublinhou que a presença de Alexandre Kalache “é um privilégio e uma oportunidade para aprender, para fazer novos diagnósticos e encontrar novas formas de solucionar problemas relacionados com a temática da longevidade e envelhecimento”. Destacando a importância do projeto RADAR e da sua atuação na cidade de Lisboa, o administrador sublinhou que “a solidão tem, atualmente, outra dimensão e a Santa Casa tem o dever de preparar a cidade para o seu envelhecimento”.

Por outro lado, Vítor Ramalho, secretário-geral da UCCLP, agradeceu e elogiou a realização da iniciativa, sublinhando que a palestra será “útil para entender o impacto real da pandemia nas pessoas mais velhas”.

Santa Casa participa em ação de informação a refugiados ucranianos

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, juntamente com o Instituto de Segurança Social (ISS) e o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), promovem várias ações de informação destinadas a refugiados ucranianos, que procuram, em Lisboa, um local seguro para fugir à guerra, que assola aquela região do leste europeu.

Durante as próximas semanas, os cidadãos ucranianos, abrangidos pelas medidas de apoio decretadas pelo governo e já com número de identificação de segurança social atribuído, vão poder participar nestas ações, que decorrem na sede do ISS, na Avenida 5 de Outubro, em Lisboa.

Desta maneira, e através deste atendimento conjunto entre as várias instituições, vão poder ficar a conhecer alguns dos benefícios sociais que poderão usufruir e ainda ficar a par de algumas ofertas de trabalho que existem na bolsa de emprego do IEFP.

Após uma triagem e despistagem inicial das necessidades destes cidadãos ucranianos, por parte das equipas da Santa Casa, é automaticamente feito o encaminhamento e agendamento para as várias Unidades de Desenvolvimento e Intervenção de Proximidade (UDIP) da instituição.

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde

Unidades da rede nacional

Unidades que integram a rede de cobertura de equipamentos da Santa Casa na cidade de Lisboa

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Locais únicos e diferenciados de épocas e tipologias muito variadas

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Locais únicos e diferenciados de épocas e tipologias muito variadas

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas