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MNE e Santa Casa apoiam instituições sociais portuguesas na África do Sul

A profissionalização e formação de colaboradores, a melhoria dos cuidados prestados e um mecanismo de intercâmbio de experiências entre as várias instituições foram os principais pontos discutidos na primeira reunião do grupo de trabalho, do projeto PROTEA.

Presidido pela Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, participaram igualmente nesta ação o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, o embaixador de Portugal na África do Sul, Manuel Carvalho, bem como os representantes das instituições sul-africanas envolvidas no projeto.

“Uma parte importante deste projeto está na capacitação. Queremos que as pessoas tenham o know how para agir”, afirmou Berta Nunes, considerando que o PROTEA “constitui uma oportunidade de partilhar metodologias” para “se fazer mais e melhor”.

Para a Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas é fundamental “ajudar” a nossa diáspora. Se, por um lado, os dados recolhidos até ao momento demonstram algumas carências na “maneira como o apoio é prestado”, por outro “identificam os avanços que esperamos alcançar”.

O projeto que pretende responder ao desafio de proporcionar novas oportunidades de aprendizagem e formação em contexto laboral é direcionado para voluntários, profissionais e dirigentes das organizações envolvidas, contribuindo, assim, para a atualização dos conhecimentos técnicos, práticas utilizadas e ações de sensibilização para intervenção profissional.

Na sua intervenção, Edmundo Martinho salientou que “este é um desafio ao qual a Santa Casa não poderia faltar”, lembrando que a atuação da instituição que lidera “por norma está delineada à cidade de Lisboa” e que este projeto “é uma oportunidade de conhecer outras realidades e um estímulo para apoiarmos a comunidade portuguesa na África do Sul”.

“Na Misericórdia de Lisboa entendemos que o trabalho deve ser sempre desenvolvido em coordenação com as instituições que operam no mesmo território”, considerou o provedor, concluindo que a partilha de conhecimento “é importante” para que “o trabalho possa ser multiplicado, na qualidade e quantidade”.

O webinar ficou, ainda, marcado pela partilha de histórias de superação e resiliência, como destacou Joaquim Melo, presidente da Associação Luso-África: “Não é fácil. A nossa comunidade está a envelhecer rapidamente e os apoios que temos ou são nulos ou inexistentes. Este projeto, no qual temos a honra de participar, pode alterar este cenário. E entre todos podemos alcançar coisas boas para a comunidade portuguesa na África do Sul”.

Uma ponte de união entre Portugal e África do Sul

PROTEA – flor nativa da África do Sul, que representa transformação e esperança – foi o nome escolhido para o projeto, que pretendeu numa primeira fase fazer o levantamento das necessidades existentes em algumas instituições e associações de apoio social à comunidade portuguesa naquele país africano.

A colaboração entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros e a Santa Casa, na África do Sul, foi reforçada no âmbito da visita ao país, em novembro de 2020, realizada pela Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes e por Maria da Luz Cabral, Coordenadora do Grupo de Trabalho para as Políticas Publicas na Longevidade da Santa Casa. Esta visita teve como objetivo melhorar a prestação de serviços e mecanismos de resposta que atualmente beneficiam a comunidade portuguesa, promovendo a inovação e a capacitação de equipas das instituições envolvidas.

As temáticas e prioridades que advêm deste processo inicial de auscultação de necessidades correspondem às principais áreas identificadas pelos representantes das diferentes organizações de apoio social sediadas nas cidades sul-africanas de Joanesburgo, Pretória e Cidade do Cabo.

Entre as instituições identificadas para integrar o PROTEA estão o Luso África – Centro de Dia Santo André, a Escola do Lusito, o Lar N. S. de Fátima, o Núcleo de Arte e Cultura – Centro de Dia Coração de Maria, a Sociedade Portuguesa de Beneficência – Lar de Santa Isabel e o Women’s Group do Fórum Português. Quatro das organizações já receberam um apoio global de 60 mil euros, por parte da Misericórdia de Lisboa, para aplicar sobretudo em obras de requalificação.

Atualmente, estima-se que residam na África do Sul cerca de 450 mil portugueses e lusodescendentes, sendo que muitas destas pessoas já se encontram numa idade avançada e a necessitar de apoio diário.

“É assim que se deve funcionar: a Saúde ligada ao acolhimento e ao Apoio Social”

Por ironia, no Dia Mundial da Saúde, um dos desafios foram as Escadinhas da Saúde, que ligam a Praça do Martim Moniz à Rua Marquês Ponte de Lima, na Mouraria, uma subida com 32 metros e um desnível de 13. Era o caminho mais curto desde a Unidade de Saúde Familiar (USF) da Baixa até ao Centro Social Polivalente de São Cristóvão e São Lourenço da Santa Casa, mas também o mais exigente. Para o Presidente, foi um passeio que uniu Saúde e Apoio Social.

Marcelo Rebelo de Sousa, acompanhado pelo provedor da Santa Casa, Edmundo Martinho, visitou o Centro Social Polivalente de São Cristóvão

Sentou-se à distância recomendada e lá foi perguntando a cada uma das senhoras: “Como está? Quantos anos tem? E a família? E o que fazia? Já foram vacinadas?” Como são tratadas?”. E as senhoras, com 80 e mais anos, foram respondendo a um Presidente interessado e conversador.

Marcelo Rebelo de Sousa, acompanhado pelo provedor da Santa Casa, Edmundo Martinho, visitou o Centro Social Polivalente de São Cristóvão

“Obra da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, novamente!”

Para resolver muitos dos problemas sociais, a USF da Baixa conta com o suporte do Centro Social Polivalente de São Cristóvão e São Lourenço. Fruto do “relacionamento muito íntimo com esta instituição que agora visitei”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, durante a visita. “Como sabem, esta semana, abriram os centros de dia – só podem abrir alguns, os que têm condições de segurança sanitária. Essas condições passam pela independência. É o caso deste centro”, salientou.

“Aqui, três das utentes habituais, já estavam vacinadas – portanto em condições de segurança – que a independência deste centro permite. Obra da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, novamente! E com uma ligação muito grande com a USF da Baixa, do outro lado do Martim Moniz, e é assim que se deve funcionar: a Saúde ligada ao acolhimento e ao Apoio Social”, finalizou o Presidente da República.

 

 

 

Aldeia de Santa Isabel: A casa de todas as idades

Vivo para cuidar de ti

O sol tímido que se esconde por detrás das nuvens deixa Manuel num limbo entre a luz e a escuridão. Entre acenos e expressões faciais ocultadas pela máscara, dá indicações de que estamos no caminho certo. O som de guitarras do blues rock guia-nos pelo corredor de um prédio, paredes meias com o Clube de Rugby do Técnico, em Lisboa. “Entrem, fiquem à vontade. Vou desligar a música, apesar de gostar muito. Lembra-me a minha altura, quando era jovem”, recorda.

Olhar pela janela é o único contacto que vai mantendo com o exterior. Antes da Covid-19 ainda saía para comprar o jornal, mas eram raras as vezes que podia parar para olhar as páginas com calma. Não sobra tempo na vida deste cuidador informal. Os dias preenchem-se: entre cuidar da esposa, da lida doméstica e, quando dá, cuidar um pouco de si. É assim há quatro anos, altura em que a sua vida foi tomada pela vida da mulher.

A palavra confinamento não entrou no dia a dia deste casal apenas em 2020, por força da pandemia. Estar confinado deixa de ser um problema quando se torna num modo de vida. Hoje, como em todos os 365 dias do ano, estava com Angélica, de 78 anos, em casa. “Não tenho outra hipótese. Não a posso deixar sozinha. Além disso, isto da Covid não ajuda nada”, desabafa Manuel, enquanto ajuda Angélica a exercitar partes do corpo adormecidas. A Organização Mundial da Saúde (OMS)  declarou 2021 como o ano internacional dos trabalhadores de saúde e cuidadores” que, sobretudo nesta fase de pandemia, “têm demonstrado dedicação, sacrifício e compromisso extremos”.

restrato de um homem com mulher no fundo

As palavras da OMS traduzem na perfeição aquilo em que a vida de Manuel se tornou. São tempos difíceis para este homem de 73 anos, com um passado marcado pela liberdade de escolha. Em 1975 bateu às portas do Polo Norte. Portugal recuperava de mais de 40 anos de ditadura, e Manuel já colocava os pés a caminho da maior aventura da sua vida. Foram 33 dias de viagem, com um amigo, “num dois cavalos”, o mesmo carro que mais tarde levaria Manuel e Angélica até Marrocos. Nesta viagem pela Europa, Leninegrado (atual São Petersburgo) era o destino. A passagem para a Rússia, pelo lado finlandês, foi interrompida na fronteira entre os dois países devido à ausência de visto. Ainda hoje lamenta ter perdido o rasto ao diário de bordo, com texto e fotografias, que elaborou durante a viagem.

Dos tempos que viveu em Macau, entre 1985 e 1989, a conversa é diferente. Objetos de decoração oriental adornam o lar deste casal. São pequenas peças, “mas com muito valor”, que transportam Manuel para um período da sua vida em que tudo era diferente. Na altura, vislumbravam-se poucos portugueses naquela região. Recebeu um convite para trabalhar em Macau, como diretor comercial e marketing de uma empresa, depois de 13 anos numa firma de madeiras em Portugal. Foi aqui que, um dia, olharam para Manuel e disseram: “Ó Manel, tu é que eras bom para entrar num filme”. Fez de figurante no The Boys From Brazil, filme estreado em 1978, que foi em parte rodado em Portugal, onde figuravam Gregory Peck, Laurence Olivier e James Mason.

A curta carreira de um jovem que nunca aspirou ser ator terminou num ápice. No currículo de Manuel não constam mais participações em longas-metragens. O mais próximo que voltou a estar dos grandes ecrãs foi em Macau, ao comprar espaço publicitário na principal televisão daquele país.

Seis meses depois, Angélica juntou-se ao marido naquela região, na altura administrada por Portugal. O plano estava feito: “Já éramos casados há uma série de anos. Eu fui primeiro, para ver se me ambientava”. Correu tudo bem. Angélica acabaria por deixar o cargo de administrativa para se juntar ao marido no sudeste asiático. Manuel recorda que, na altura, deram a Angélica uma licença sem vencimento, “o que não era habitual”, mas como “ela tinha um currículo excelente” – marcado pela conquista de medalhas e diplomas de mérito – o superior dela disse: “Para a Angélica, tudo, tudo o que ela quiser. Ela vai o tempo que ela quiser para Macau e, quando voltar, tem o lugar dela à espera”.

E assim foi. Em 1989, no regresso a Portugal, ela recuperou o cargo outrora ocupado. Para Manuel foi diferente. Com experiência profissional como militar no Congo Belga, como diretor comercial de uma empresa macaense e até como aspirante a ator, acabaria por conseguir trabalho numa área que, na sua visão, “era só para meninos bonitos”: o turismo. Nos anos 90, começou a trabalhar em hotéis, primeiro em Lisboa e depois na praia da Barra, em Aveiro.

Foi já como aposentado que tudo mudou. A depressão de Angélica viria a desencadear coisas piores: uma demência. Os problemas do foro neurológico foram provocando o declínio progressivo da mente e do corpo. Para Manuel é difícil perceber como chegaram aqui. Como, hoje, o melhor que consegue obter da esposa é pequenas reações que se traduzem em quase nada. “Ela não fala comigo. Emite uns sons, repete o que eu digo na melhor das hipóteses”, refere.

Homem a cuidar da esposa

Manuel olha para o relógio. Está na hora! Dirige-se à cozinha para preparar um lanche para a mulher, o docinho de sempre, “que ela tanto adora”. Os cuidados a Angélica começam bem cedo: “Preparo o pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar. Dou-lhe toda a alimentação e medicação. A minha vida é isto, completamente dedicado a ela, 24 sobre 24 horas”.

Angélica é carregada por braços que já não têm a força de outros tempos. Uma pessoa não chega para a tirar da cama ou do sofá, “quanto mais tratar da higienização”. Entretanto, começou a perceber que duas mãos não dão para cuidar de tudo. Após várias pesquisas, alguém indicou a Santa Casa. As auxiliares de geriatria e apoio à comunidade, do Serviço de Apoio Domiciliário (SAD) Madredeus, vêm todos os dias, de manhã e ao final da tarde, para ajudar Manuel a aliviar a carga diária. “Vamos lá tomar banhinho, minha querida Angélica?”, questiona a auxiliar Eugénia Efigénio.

 

A Casa de Todas as Idades

Afetos, selfies e uma promessa: a visita de Marcelo à Quinta Alegre

Quando Marcelo Rebelo de Sousa entrou na Quinta Alegre, à sua espera já estavam utentes e auxiliares desta Estrutura Residencial para Idosos (ERPI), da Misericórdia de Lisboa. À medida que o Presidente da República avançava pelos corredores, a diretora da ERPI, Tânia Gomes, indicava os nomes dos utentes que se mostravam à varanda. Aqui, Marcelo, regressou aos afetos. O chefe de Estado deu uso à câmera fotográfica do seu telemóvel para, com selfie atrás de selfie, registar momentos que os cerca de 65 idosos que residem na Quinta Alegre jamais esquecerão.

“Feliz e santa Páscoa”, dizia Marcelo. As respostas aos votos do conhecido Presidente “dos afetos” eram comuns na gratidão: “Muito obrigado pela visita. Gosto muito de si, Presidente”. Para felicidade dos utentes, prometida ficou já uma nova visita à Quinta Alegre. Nos meandros da conversa com Francisca, que está perto de completar 101 anos de vida, Marcelo garante: “venho cá cantar-lhe os parabéns no dia 28 de junho. Fica marcado”.

Marcelo a tirar uma fotografia com uma utente

Em pouco mais de uma hora de visita, todos tiveram oportunidade para trocar impressões com o Presidente da República. “Dona Esmeraldina, diga-me lá: sente-se bem tratada aqui?”, perguntava o chefe de Estado. “Muito bem. Gosto muito de estar aqui”, afirma a utente. Marcelo Rebelo de Sousa não parecia espantado com as respostas dadas pelos residentes deste equipamento da Misericórdia de Lisboa, até porque, como o próprio referiu aos jornalistas presentes, “a Santa Casa é uma instituição de uma qualidade, devoção e sentido de serviço excecionais, num país envelhecido, que precisa de suporte social”.

Com “a vacinação nos lares praticamente completa”, a aparição de Marcelo Rebelo de Sousa nesta ERPI da Santa Casa foi também uma forma de mostrar a todos “que é possível visitar lares, sendo a Quinta Alegre bom exemplo disso”. E o sucesso em muito se deve “a todos os profissionais que aqui trabalham”, a quem dirigiu uma palavra especial, por terem “vivido um ano de forma ainda mais intensa e difícil do que muitos outros portugueses”.

A visita acontece numa altura em que o país se preparava para uma Páscoa diferente, inclusive o Presidente da República. “Vou ter a Páscoa mais monótona da minha vida. Os familiares estão longe e, muito provavelmente, vou ficar no Palácio de Belém, e aproveitar para preparar o discurso do 25 de abril”, revela.

Diminuir a exclusão e evitar internamentos

Diminuir a exclusão e evitar internamentos

Há seis anos, que a Unidade W+ da SCML tem no terreno equipas de intervenção comunitária. A formação de líderes da comunidade é uma das estratégias da intervenção das equipas da Unidade W+.

Conferência “Desafios de um novo normal”: O que esperar no mundo do trabalho do futuro?

No dia em que o Governo apresenta aos parceiros sociais o Livro Verde sobre o Futuro do Trabalho, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa reuniu um conjunto de intervenientes com diferentes visões sobre o futuro, mas consensuais na necessidade de uma profunda reflexão sobre o futuro do trabalho, seja à distância ou num formato híbrido, com a premissa de que dificilmente se regressará atrás.

“Demos um salto de 10 anos em poucas semanas devido à pandemia. E as grandes transformações foram no contexto de trabalho”, afirmou Gabriel Coimbra, vice-presidente da IDC Portugal, considerando que estes “novos tempos” constituem “a oportunidade de fazer um reset” e “fazer melhor do que até agora”.

Como se deve olhar para o futuro e definir os caminhos que se avizinham? O que deve mudar? Qual o modelo de funcionamento e relacionamento com a sociedade? Estas são apenas algumas das questões que se colocaram em cima da mesa, para as quais Gabriel Coimbra apontou alguns caminhos, como a empatia, devendo as instituições não viver focadas no lucro, mas igualmente em valores como a sustentabilidade da organização, a robotização dos processos e a agilidade funcional, o que significa instituições com “lideranças fortes, ágeis, com uma estratégia e que não trabalhem em silos, mas em equipas”.

Para Clara Cardoso, do C-Lab, existe a certeza de que “não vamos voltar à casa de partida”, explicando que as pessoas desejam ter a “propriedade do tempo”, uma flexibilidade nas suas decisões e ainda admitem adotar formas alternativas de vida.

“Quando questionadas quanto ao futuro do trabalho, verifica-se que as pessoas querem trabalhar em modelos híbridos e que apenas 17% querem regressar ao modelo anterior”, revelou Clara Cardoso, apontados o apoio aos filhos, a melhor gestão das tarefas domésticas, as reuniões online ou as pausas de acordo com o próprio ritmo como alguns dos “ganhos” do teletrabalho.

O modelo híbrido foi igualmente defendido por Luís João, da Microsoft, que considerou que este novo paradigma de trabalho “será inevitável”. “Quando é que irá acontecer e de que forma dependerá da capacidade de inovação tecnológica de cada organização”, considerou, destacando a necessidade de se “voltar atrás nas noções de espaço e tempo” no que respeita ao trabalho de equipa, a importância das lideranças pensarem no que as pessoas precisam para trabalhar e o esboço de um novo conceito de espaço de trabalho que, no futuro e em muitos casos, poderá passar pelo local de residência.

Mais crítico quanto ao modelo de trabalho à distância, Manuel Carvalho da Silva, do CoLABOR, preferiu incidir a sua intervenção na proteção social do trabalhador, na necessidade de se “refletir no bem comum e no coletivo”, aconselhando ainda cautela na regulamentação deste novo modelo laboral.

“O tempo que temos vivido é de exceções, emergências e unilateralidade. Não é, por si só, alicerce seguro para definir o futuro”, alertou. Afinal, sublinhou Carvalho da Silva, “mesmo com máquinas inteligentes, as intermediações e as relações são entre seres humanos”.

Na abertura da conferência, Edmundo Martinho, provedor da Misericórdia de Lisboa já tinha questionando os oradores convidados sobre as consequências do trabalho remoto numa instituição como a Santa Casa, em que parte da atuação assenta na “proximidade”.

“Quais os benefícios do teletrabalho para a atividade da Santa Casa? Como compatibilizamos a necessidade de estarmos presentes nos territórios e na comunidade com estas novas formas de trabalho?”, foram algumas das questões que Edmundo Martinho colocou, frisando que muito do trabalho da instituição não é compatível com funções à distância, como é o caso da assistência social, prestação de cuidados de saúde ou distribuição de alimentos.

O provedor declarou, ainda, existirem “alguns défices na Santa Casa”, nomeadamente relacionados com os instrumentos de apoio à gestão, “essenciais para assegurar a eficácia do nosso trabalho”.

Já no final da sua intervenção, Edmundo Martinho salientou que seja qual for o futuro, a prioridade terá sempre de ser “a continuidade da produtividade e o reforço do trabalho prestado”.

Assista à conferência na integra, aqui.

“Storytellers”: o desporto como ferramenta de integração e inclusão social

No início de março, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa renovou a sua parceria com o Ginásio Clube Português, para a continuidade do projeto “Storytellers”. Uma iniciativa que, nos dois últimos anos, foi premiada pelo Programa Nacional Desporto para Todos do Instituto Português do Desporto e Juventude.

A terceira edição deste projeto vai permitir que um grupo de jovens provenientes de países em conflito, acompanhados pela Equipa de Integração Comunitária da Santa Casa, tenham acesso a atividades físicas e desportivas no Ginásio Clube Português, num ambiente de suporte e integração com os sócios deste espaço.

Para António Santinha, diretor da Unidade de Apoio à Autonomização da Misericórdia de Lisboa, esta parceria vai possibilitar “que estes jovens, que advêm de contextos socioculturais bastante complicados possam, para além dos benefícios inerentes à prática desportiva, igualmente ter benefícios na construção de redes informais de apoio”.

O responsável lembra que o desporto constitui uma das “principais ferramentas para a inclusão destes jovens na comunidade”, concluindo que este protocolo com o Ginásio Clube Português é “o exemplo perfeito do desporto como mecanismo de integração”.

À semelhança das anteriores edições, o projeto terá a duração de um ano e pretende, numa primeira fase, promover a integração de 60 jovens refugiados em contexto de prática desportiva. Os últimos três meses da iniciativa serão dedicados ao estudo dos dados recolhidos, através da partilha de aprendizagens e da criação de modelos e ferramentas de suporte ao desenvolvimento de futuras ações.

Ministério da Justiça e Santa Casa formalizam cooperação para a criação de Casa de Autonomia para jovens em reinserção

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde

Unidades da rede nacional

Unidades que integram a rede de cobertura de equipamentos da Santa Casa na cidade de Lisboa

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas