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CAI Victor Manoel: onde a infância se faz feliz em tempo de confinamento

Saber que os filhos ficam em boas mãos! Há algo mais importante para pais de crianças em tenra idade? Não, não há, e isto torna-se ainda mais relevante durante uma pandemia.

Também por esta razão, o Centro de Acolhimento Infantil Victor Manoel (CAI), também conhecido por Vítor Manuel, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, abriu portas para filhos e dependentes de trabalhadores que assegurem serviços essenciais para a comunidade. É uma das sete creches que estão abertas no concelho de Lisboa e, neste momento, acolhe 18 crianças, nove em creche e nove em jardim-de-infância.

Mães e pais que não podem parar

Ricardo Rodrigues, 43 anos, diretor do Centro de Capacitação D. Carlos I, da Misericórdia de Lisboa – destinado a jovens com deficiência intelectual ligeira e moderada -, é um dos pais que não pode estar em teletrabalho. Para poder assegurar as suas funções, Ricardo encontrou no CAI Victor Manoel a resposta para onde deixar os seus filhos, o Dinis, de três anos, e a Margarida, com um ano.

“Esta resposta é absolutamente essencial, porque nos permite fazer o nosso trabalho. Não foi uma decisão difícil, porque tínhamos óptimas referências”, sublinha, acrescentando que a adaptação dos filhos à nova realidade foi “surpreendente” e que os encontra “satisfeitos e felizes”.

Ricardo lembra que a rede familiar nunca foi equacionada por causa da idade dos avós e que, se não existissem respostas como esta, muitas funções estariam comprometidas, concluiu.

CAI Victor Manoel

Os argumentos repetem-se entre os trabalhadores de serviços essenciais que recorreram a esta resposta: ou não há suporte familiar ou então o suporte não é hipótese, pelos riscos do contacto entre gerações mais novas e mais velhas.

É caso de Belinda Dias, 33 anos, técnica de laboratório no setor alimentar, que admite que não tinha solução para o seu filho, Kilian, de oito meses. Sem suporte familiar, “provavelmente teria que ficar em casa a tomar conta do meu filho”, nota.

A técnica de laboratório diz, sorridente, que a adaptação correu bem e que fica “descansada” quando entrega o seu filho. “Ele é recebido com um sorriso e vai tranquilo para casa”, afirma, emocionada.

CAI Victor Manoel

Já Nadine Bernardino, 28 anos, é agente da Guarda Nacional Republicana, em serviço no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Alcântara. É mais um caso de um trabalhador de serviços essenciais que não poderia desempenhar as suas funções se o CAI Victor Manoel não estivesse aberto. A agente reconhece que, no início, estava inquieta pela adaptação da Carolina, a sua filha de nove meses. Mas ao fim de alguns dias, o receio desta mãe foi substituído por confiança e satisfação. Agora, mãe e filha entram e saem daqui contentes.

CAI Victor Manoel

“Esta ajuda é essencial para mim”, diz Odália Mariano, de 35 anos, ajudante familiar na UDIP Madredeus, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. “Os primeiros dias custam sempre um bocadinho, mas agora fico com o coração muito descansado”, recorda a brasileira, há 11 anos em Portugal.

Sem suporte familiar, a funcionária relata, comovida, que a sua filha, Letícia, de 2 anos, “adaptou-se bem e gosta de estar aqui”.

CAI Victor Manoel

Elsa Evangelista, 51 anos, diretora do CAI Victor Manoel, colaboradora da Misericórdia de Lisboa há 25 anos, sublinha que o mais importante para as crianças, nesta altura, é assegurar o seu bem-estar físico e emocional, o desenvolvimento e a aprendizagem num ambiente tranquilo e confortável e, ao mesmo tempo, garantir que os pais possam continuar a exercer as suas funções.

A diretora não esconde a satisfação por estar a cumprir a missão original do Centro de Acolhimento Victor Manoel, fundado pela Rainha D. Maria Pia de Saboia, em 1878. Uma das missões da instituição é, exatamente, proporcionar bem-estar às famílias e às crianças”, recorda, frisando que “é bom observar que as famílias e as crianças se adaptaram bem” a esta nova realidade.

CAI Victor Manoel

História

A Rainha D. Maria Pia de Saboia, casada com o Rei D. Luís, mandou construir uma creche na Calçada da Tapada, em 1878. Esta creche destinava-se a recolher e tratar de crianças com menos de quatro anos, cujas mães trabalhavam fora de casa. Recebeu o nome de Victor Manoel, em memória do pai da Rainha, o Rei de Itália, Victor Manoel.

A 14 de dezembro de 1930, a instituição foi legada à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, tendo sido, nessa altura, acrescentado um lactário, um dispensário médico e um farmacêutico.

 

 

 

CAI Vítor Manuel aberto para filhos de trabalhadores essenciais

Os trabalhadores dos serviços essenciais vão ter as escolas abertas para poderem continuar a desempenhar as suas funções, evitando a interrupção que está em vigor. Incluem-se médicos, enfermeiros, trabalhadores das telecomunicações e resíduos, forças de segurança, bombeiros, entre outros. A solução é recuperada para mitigar o impacto do encerramento das creches e escolas.

A Misericórdia de Lisboa vem acompanhando o esforço que está a ser feito ao nível da conjugação de respostas no âmbito da Rede Social de Lisboa. Na sequência do encerramento das escolas, o Centro de Acolhimento Vítor Manuel, situado na freguesia de Alcântara, foi o equipamento identificado pela Santa Casa, nas valências de creche e jardim de infância, para permanecer disponível para filhos e dependentes de trabalhadores (sejam internos ou externos à Santa Casa) que assegurem serviços essenciais para a comunidade. O pedido deve ser feito por correio eletrónico para inscricoes.infancia@scml.pt.

No concelho de Lisboa, são sete as creches (da Câmara Municipal de Lisboa, da Santa Casa e da Segurança Social) que vão estar abertas para receber os filhos e dependentes de trabalhadores de setores essenciais.

Num âmbito mais alargado e para assegurar uma resposta para os filhos daqueles que têm mesmo de ir trabalhar, vão estar disponíveis cerca de 700 escolas de acolhimento para filhos e outros dependentes dos trabalhadores de serviços essenciais.

Consulte a lista das cerca de sete centenas de estabelecimentos que vão estar abertos durante o confinamento aqui.

 

Como integrar pessoas com deficiência no mercado de trabalho? Este “Toolkit” esclarece

Sobre um país que apresenta “números alarmantes” no que à integração de pessoas com deficiência no mercado de trabalho diz respeito”, Sérgio Cintra não tem dúvidas: “é determinante que as organizações definam estratégias na promoção da inclusão”. O administrador executivo da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa foi o responsável por inaugurar a sessão de apresentação do “Toolkit: “Como recrutar e integrar pessoas com deficiência”, que decorreu esta terça-feira, em formato online.

“Temos o dever de promover a igualdade de oportunidades, valorizar as competências e os talentos das pessoas com deficiência. É determinante que as organizações definam estratégias para a promoção da inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, mas também na sua manutenção”, considera Sérgio Cintra, realçando que este “Toolkit” surge como “forma de vencer estas barreiras e de ajudar as empresas a serem mais inclusivas”.

É isso mesmo que o “Toolkit”, a cargo do GRACE – Empresas Responsáveis, pretende ser: um instrumento capaz de inspirar e incentivar a construção de programas de emprego inclusivos e com resultados sustentáveis, disponibilizando aos gestores e colaboradores das empresas um conjunto de ferramentas necessárias para a integração de pessoas com deficiência nas suas fileiras.

O “Toolkit” junta o saber dos melhores guias internacionais e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, e espelha de forma prática a experiência acumulada de várias empresas associadas GRACE. É a partir deste conjunto de experiências que se constrói este “kit de ferramentas”, dividido em cinco eixos: assumir o compromisso estratégico; preparar a ação; recrutar e selecionar; acolher e integrar; desenvolver relações duráveis. As cinco etapas estão descritas no guia prático para gestores e colaboradores das empresas.

 “Temos muito trabalho pela frente”

Para Sérgio Cintra, existem alguns indicadores que devem ser alvo de reflexão. Se, por um lado, os dados identificam os avanços que “conseguimos realizar”, por outro mostram que ainda há muito por fazer, o que para o administrador executivo da Santa Casa “evidencia a vulnerabilidade estrutural neste conjunto de cidadãos no acesso ao emprego”.

Tal como adiantou durante a sessão online, com recurso a dados do Eurobarómetro, 58% dos portugueses considera que no nosso país é comum, ou muito frequente, a ocorrência de situações de discriminação com base na deficiência: 61% dos inquiridos acreditam que, em Portugal, ter uma deficiência pode desfavorecer os candidatos no acesso ao emprego, mesmo que tenham competências ou qualificações equivalentes ou superiores.

As pessoas com deficiência representam cerca de 15% da população mundial. Em Portugal, apesar de alguns sinais positivos e de algumas empresas já terem adotado boas práticas de inclusão, permanecem fatores que restringem o acesso das pessoas com deficiência ao mercado de trabalho.

O problema parece ter sido agravado devido à pandemia de Covid-19.  Segundo o Relatório “Pessoas com Deficiência em Portugal – Indicadores de Direitos Humanos 2020”, em junho de 2020 existiam 13.270 pessoas com deficiência inscritas como desempregadas no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), registando-se um aumento de 10% face aos dados globais de 2019 (12.027 inscritos).

A promoção do crescimento económico inclusivo e sustentável, o emprego pleno e produtivo e o trabalho digno para todos, são propósitos inscritos nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Até 2030, a Organização pretende alcançar o “emprego pleno e produtivo, trabalho decente para todas as mulheres e homens, inclusive para os jovens e as pessoas com deficiência, e remuneração igual para trabalho de igual valor”.

Estudar, pintar e sonhar: o relato de três jovens em confinamento

Valorizar os mais velhos e o seu papel na sociedade

A primeira sessão online do InteraAções aconteceu esta quarta-feira, 20 de janeiro, e foi subordinada ao tema “Cidades Amigas de Todas as Idades: uma perspetiva de ciclo de vida”. O evento visou proporcionar a partilha de conhecimentos e expetativas relativamente a questões relacionadas com a longevidade e a melhoria da qualidade de vida das pessoas mais velhas.

Organizado pela Unidade de Missão para o programa “Lisboa, Cidade de Todas as Idades” da Misericórdia de Lisboa, a edição de 2020 do InterAções contou com dois convidados internacionais: Alexandre Kalache, médico e gerontólogo, responsável pelo Centro Internacional de Longevidade Brasil, e Costanzo Ranci, professor catedrático de Sociologia Económica no Politécnico de Milão. A representar a Santa Casa, participaram nesta primeira sessão: Edmundo Martinho, provedor; Sérgio Cintra, administrador de Ação Social, e Maria da Luz Cabral, coordenadora do Grupo de Trabalho sobre Políticas Públicas na Longevidade. O evento foi moderado por Mário Rui André, responsável pela Unidade de Missão da instituição.

No início da sua intervenção, Edmundo Martinho, dirigiu-se a todos os decisores políticos, destacando que “a longevidade deve incorporar todos os domínios das políticas públicas. Este é um fenómeno que não pode ser pensado de forma fragmentada, é necessário uma união entre o poder político e a sociedade “.

Para o provedor, as pessoas têm o dever de se mobilizarem para “tornar as cidades amigas de todas as idades”, destacando que o envelhecimento é um processo que deve ser vivido de uma forma saudável e que “a idade não pode ser um fator de exclusão”.

Edmundo Martinho, salientou, ainda, que a pandemia provocada pelo novo coronavírus está a “expor as fragilidades” que a população mais velha atravessa diariamente, sendo, por isso, necessário encontrar “respostas integradas entre todos para encontrar soluções, de maneira a que ninguém fique para trás”.

Uma ideia igualmente defendida pelo responsável pelo Centro Internacional de Longevidade Brasil, Alexandre Kalache, que na sua intervenção frisou que “assistimos a uma revolução da longevidade. Os paradigmas são constantemente alterados. Vive-se cada vez mais”. É, por isso, muito importante que as cidades estejam preparadas para “a maratona que é a longevidade”. Uma preparação que deve acontecer desde muito cedo, na faixa dos 20 ou 30 anos, defende ainda o médico e gerontólogo.

Para Alexandre Kalache, a pandemia deve “ser um sinal de alarme” e todos os países devem “adotar planos que protejam as pessoas mais velhas e mais carenciadas”. “Nenhum país pode ser considerado civilizado se não proteger os mais frágeis”, concluiu o antigo diretor do Programa de Envelhecimento da Organização Mundial de Saúde.

Já Costanzo Ranci, professor no Politécnico de Milão, debruçou-se sobre o caso de Itália, referindo que o setor social no país não estava preparado para a catástrofe da Covid-19. Reforçou ser necessário um “forte investimento nas políticas sociais”, para que o cenário de março e abril de 2020 não se repita.

Por sua vez, Maria da Luz Cabral fez questão de salientar que só com a “participação das várias áreas setoriais” é possível elaborar uma estratégia nacional de longevidade com efeitos práticos. Analisando cenários futuros, a coordenadora do Grupo de Trabalho sobre Políticas Públicas na Longevidade da Santa Casa lembrou ainda a importância de garantir que a população se mantenha “ativa no processo de envelhecimento e cada vez mais independente, autónoma e saudável”.

A encerrar os trabalhos da primeira sessão do InterAções, Sérgio Cintra, frisou que “a longevidade é hoje encarada de uma maneira diferente”. O administrador da Ação Social concluiu que “é necessário garantir que as pessoas possam viver mais anos em qualidade, prolongando a sua autonomia e independência”.

Se não teve oportunidade de assistir à primeira sessão do InterAções, a mesma pode ser visualizada no vídeo em baixo.

Não perca a próxima sessão online, subordinada ao tema “Portugal Mais Velho: Desafios da Longevidade & Envelhecimento”, que decorre na próxima quarta-feira, 27 de janeiro, às 14h30.

Santa Casa e Governo português juntos no apoio a Manaus

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e o Governo português entregaram um apoio no valor de 50 mil euros (cerca de 320 mil reais) ao Hospital Beneficente Português do Amazonas, no Brasil, numa altura em que Manaus (capital do estado do Amazonas) atravessa um momento difícil devido à pandemia de Covid-19.

A este apoio, articulado com a Embaixada de Portugal em Brasília e com o Consulado Honorário em Manaus, que presta um serviço constante de socorro a todos os cidadãos nacionais no Amazonas, acresce aquele que tem resultado da solidariedade e mobilização da comunidade portuguesa e lusodescendente no Brasil.

O Hospital Beneficente Português do Amazonas tem servido, ininterruptamente, o Brasil, como sucede atualmente no difícil contexto da pandemia de Covid-19. A instituição filantrópica, fundada em 1873 por portugueses na cidade de Manaus, é hoje um hospital de referência no estado do Amazonas, que presta apoio não apenas à comunidade de aproximadamente cinco mil portugueses e lusodescendentes que lá residem, mas a toda população da região.

COVID-19: Já arrancou a vacinação nos lares da Misericórdia de Lisboa

Os utentes e os colaboradores do Lar da Mitra – Polo de Inovação Social, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Durante a tarde de segunda-feira, 18 de janeiro, foram administradas 89 doses da vacina (48 em residentes e 41 em colaboradores).

Já esta terça-feira, 19 de janeiro, o plano de vacinação avançou para o Lar de Nossa Senhora do Carmo, a Residência Faria Mantero e a Residência do Recolhimento de Santos-o-Novo.

Nesta primeira fase, o Plano de Vacinação irá abranger cerca de 800 utentes e colaboradores das Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI) da Misericórdia de Lisboa.

A primeira dose da vacina deverá ser administrada a 8000 pessoas, de um universo de 8761 utentes e funcionários de todos os lares da cidade de Lisboa, até à próxima sexta-feira, 22 de janeiro.

Esta tarefa envolve os Agrupamentos de Centros de Saúde Central, Norte e Ocidental da cidade, enfermeiras e enfermeiros voluntários, em articulação com a Proteção Civil de Lisboa, os seis corpos de Bombeiros Voluntários da cidade e a Polícia Municipal.

Além dos funcionários e residentes em lares da instituição, está previsto que, em breve, os profissionais e internados em unidades de cuidados continuados e os profissionais de saúde dos equipamentos da Saúde da Santa Casa recebam a vacina. Estes profissionais estão na linha da frente no combate à pandemia e, por isso, pertencem ao primeiro grupo de vacinação.

Créditos fotografia: CML
Créditos da fotografia: CML

Plano de Vacinação Covid-19

O Plano de Vacinação, apresentado no dia 3 de dezembro, já tinha definido quais os grupos prioritários no arranque, sendo que os profissionais de saúde dos centros hospitalares universitários do Porto, Coimbra, Lisboa Norte e Lisboa Central foram os primeiros a receber a vacina da Pfizer/BioNTech, a 27 de dezembro do ano passado.

Seguiram-se os profissionais e residentes em lares, cuja campanha de vacinação arrancou a 4 de janeiro, e que também pertencem à primeira fase de vacinação. Esta fase, que engloba 250 mil pessoas, inclui também os profissionais e internados de cuidados continuados.

Até 15 de janeiro, tinham sido vacinadas cerca de 106 mil pessoas, em Portugal continental, incluindo utentes e funcionários de lares de idosos.

 

 

 

Acolhimento familiar. Uma missão para quem acolhe, uma nova vida para as crianças

Aos poucos, os “quadradinhos” foram preenchendo a tela. Cerca de 30 famílias de acolhimento disseram presente no “I Encontro de Famílias de Acolhimento da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa,” que, devido à Covid-19, aconteceu através de videoconferência. Como referiu a diretora da Unidade de Adoção, Apadrinhamento Civil e Acolhimento Familiar da Santa Casa, Isabel Pastor, a sessão ocorreu “quase como em todas as famílias portuguesas”, que, este ano, viram-se obrigadas a encurtar distâncias através da tecnologia.

Mas este grupo de famílias de acolhimento é por si só uma família. “O ambiente que aqui se vive, de partilha e compaixão, é um ambiente intimista”, acrescenta Isabel Pastor. Foi uma tarde longa, mas que passou num ápice. Nos vários quadradinhos viam-se rostos de felicidade, sorrisos e lágrimas de emoção. Aos poucos as famílias ganhavam à-vontade para partilharem as histórias vividas durante um processo nem sempre fácil. Ao mesmo tempo  que as colunas do computador emitiam os testemunhos de quem sente que faz a diferença na vida de alguém, no ecrã multiplicavam-se os sorrisos e o abanar de cabeça num gesto perfeito de quem se revê naquelas palavras.

A reunião serviu para a partilha de histórias, mas também para recolher sugestões que permitam à Santa Casa melhorar um serviço que arrancou em força, em novembro de 2019, e que manteve o ritmo mesmo durante a pandemia de Covid-19: desde março de 2020 foram acolhidas 21 crianças.

À reunião juntou-se a equipa de acolhimento da Santa Casa. É este grupo que, todos os dias, trabalha na proteção das crianças e jovens em perigo. Neste papel, a sua missão é uma só: permitir que as crianças em risco vejam o direito de crescer no seio de uma família salvaguardado. E, neste âmbito, é preciso não descurar as duas partes, porque através do acolhimento estas crianças podem ter um projeto de vida que até então estaria destinado à institucionalização.

Portugal é um país a duas velocidades no que ao acolhimento familiar diz respeito. Ainda que os dados apontem para um aumento do número de famílias disponíveis, Portugal é dos poucos países da Europa em que o acolhimento residencial (97%) continua a ser preferido em relação ao acolhimento familiar (3%). Em 2020, a Santa Casa registou 52 candidaturas, sendo que 20 famílias foram selecionadas e nove desistiram ou não foram selecionadas. As restantes 23 terminarão a avaliação em 2021.

InterAções: quais os desafios de uma sociedade para todas as idades?

Subordinado ao tema “Uma Sociedade para Todas as Idades”, o simpósio InterAções tem um novo formato. Este ano, o evento apresenta-se sob a forma de sessões temáticas, que decorrem via streaming. Apesar de não poder contar com a habitual presença de participantes, esta edição ganha em escala e número de temas abordados.

Organizado pela Unidade de Missão para o programa “Lisboa, Cidade de Todas as Idades” da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, o InterAções reúne, ao longo de 16 sessões temáticas, um conjunto de académicos, investigadores, decisores, empreendedores e outros especialistas na área da longevidade e do envelhecimento, com a finalidade de debater os desafios que se colocam à promoção de uma sociedade para todas as idades.

 

As sessões temáticas irão contar com reconhecidos especialistas nacionais e estrangeiros, que irão debater soluções para os desafios que se colocam perante a afirmação de uma sociedade para todas as idades, mais justa, coesa e solidária.

A sessão inaugural acontece já no próximo dia 20 de janeiro, às 14h30, e será subordinada ao tema “Cidades Amigas de Todas as Idades: uma perspetiva de ciclo de vida”. Neste fórum, será abordado o tema das cidades amigas das pessoas mais velhas, enquadrando o envelhecimento numa perspetiva de ciclo de vida.

A primeira das 16 sessões temáticas previstas contará com as participações de Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil; Constanzo Ranci, professor de Sociologia Económica do Politécnico de Milão; Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa; e Sérgio Cintra, administrador da Ação Social da Santa Casa, entre outros oradores.

Para saber mais sobre as sessões temáticas da edição de 2021 do InterAções, consulte a página dedicada ao evento, aqui.

Interações 2021

2020 em revista. O ano em que trabalhar por boas causas fez ainda mais sentido

“Cuidar” e “ajudar” quem mais precisa são, provavelmente, as palavras que melhor definem o trabalho realizado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa ao longo do ano 2020. A pandemia de Covid-19 tudo condicionou e elevou as fragilidades de alguns setores de atividade.  O impacto da pandemia observa-se, por exemplo, no aumento do número de pessoas em situação vulnerável, o que levou mais cidadãos a recorrerem aos serviços da Misericórdia de Lisboa.

A Santa Casa esteve, desde o primeiro momento, na linha da frente a apoiar quem mais precisa. 2020 foi desafiante, mas a instituição elevou-se na resposta a esses desafios. Recorde aqui algumas ações levadas a cabo no ano em que trabalhar “Por Boas Causas” fez ainda mais sentido.

janeiro

O ano começa com o anúncio de mudanças no Euromilhões: nova imagem e mais milhões no jogo que cria excêntricos, todas as semanas. Para muitos, ganhar o Euromilhões é um sonho. Para outros, fazer da música carreira é o maior dos desejos. A Orquestra Geração, projeto que tem como objetivo combater o abandono e insucesso escolar através do ensino da música, pode ser o prelúdio de um sonho.

De Marvila chega um projeto em tudo idêntico, mas que explora outras capacidades. Na Cicloficina Crescente, os jovens aprendem como é que se muda um pneu ou afina a bicicleta. Mas é mais do que isso: é, acima de tudo, um espaço de partilha, de interação e de ajuda. É um espaço de solidariedade e de encontro.

O percurso até à realização pode, por vezes, ser feito de obstáculos. Todas as semanas, Tatiana e Maria percorrem um caminho difícil – mas cheio de esperança -, em direção ao Centro de Reabilitação de Nossa Senhora dos Anjos (CRNSA) para que as suas filhas aprendam a viver sem ver. É a história de quem “só precisa de um bocadinho de ajuda” para atingir grandes objetivos.

Um novo espaço cultural nasceu em Lisboa. Depois de quase 120 anos como revista de cultura, a Brotéria saiu do papel e mudou-se para o Bairro Alto. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, inaugurou o espaço que faz parte de polo cultural da Santa Casa.

fevereiro

A campanha “Séculos de Boas Causas”, através de um constante “saltitar” entre passado e presente, numa clara alusão a um futuro risonho, assinalou mais de cinco séculos de trabalho em prol dos mais necessitados. Uma pequena parte da história da Santa Casa cabe no livro “Pessoas & Causas – 48 histórias de vida”, cujo objetivo é dar rosto às causas da instituição.

E a resposta não pode parar. Não vai parar. A identificação das necessidades das pessoas, sobretudo dos idosos, deve-se grandemente ao trabalho realizado no âmbito do Projeto RADAR, que aumentou a responsabilidade e a capacidade de transformação da Santa Casa.

Transformar, inovar e dinamizar são objetivos da Casa do Impacto que, em fevereiro, alocou 500 mil euros para apoiar projetos de empreendedorismo social através do fundo +PLUS.

Quem também contou com o nosso apoio foram as populações dos municípios devastados pelos incêndios de outubro de 2017. O Fundo Recomeçar proporcionou a algumas dessas vítimas a possibilidade de recomeçarem de novo.

março

Março: o mês em que a pandemia de Covid-19 começou a condicionar a vida dos portugueses. Numa altura em que o país atravessa uma das maiores crises de saúde pública de que há memória, a Santa Casa mantém a sua ação no terreno em tempos difíceis.

Ficar em casa foi a melhor das soluções para tentar impedir o alastrar da pandemia. Ainda assim, a Santa Casa saiu à rua para cuidar de quem mais precisa.

cândida - udip tejo

abril

A missão de não deixar para trás quem mais precisa de nós, manteve-se. De refeições feitas à base de carinho e atenção, da proteção aos idosos, de sermos, muitas vezes, a única família dos nossos utentes e dos heróis que encontramos na Santa Casa, a resposta à pandemia exigiu o máximo empenho de todos os colaboradores da instituição.

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde

Unidades da rede nacional

Unidades que integram a rede de cobertura de equipamentos da Santa Casa na cidade de Lisboa

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas