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InterAções: construir novos modelos para um envelhecimento ativo e saudável

Organizada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, no âmbito do programa “Lisboa Cidade de Todas as Idades”, a 3ª edição do simpósio InterAções contou com 86 oradores – entre académicos, investigadores, decisores, empreendedores e outros especialistas na área da longevidade e do envelhecimento – que, ao longo de cinco meses, debateram os desafios que se colocam à promoção de uma sociedade para todas as idades.

As 18 sessões temáticas realizadas online permitiram que os participantes defendessem diferentes pontos de vista e apresentassem soluções (algumas sujeitas a abordagens intersectoriais, multidisciplinares e integradas) adaptadas à realidade dos territórios.

No total das sessões, a 3ª edição do InterAções chegou a mais de 1600 pessoas (incluindo participantes ativos e espetadores), provenientes de norte a sul do país, do Brasil e de vários países europeus.

Na última sessão do simpósio, que decorreu esta quarta-feira, 19 de maio, o debate centrou-se no Livro Verde Para o Envelhecimento e no impulso que este pretende dar ao aprofundamento da reflexão e discussão, tendo em conta a especificidade de cada Estado-membro da União Europeia.

A sessão contou com a participação de Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Petra Goran, da Secretaria Geral da Comissão Europeia, Alfonso Montero, European Social Network, Edmundo Martinho, provedor da Misericórdia de Lisboa, e Sérgio Cintra, administrador da Ação Social da instituição.

Na sessão de encerramento da terceira edição do Simpósio InterAções, Ana Mendes Godinho começou por elogiar a iniciativa da Santa Casa, defendendo que “o envelhecimento não é mais do que a nossa vida! E, por isso, é importante o envolvimento de todos na construção de uma estratégia de intervenção para a promoção da nossa vida, do envelhecimento ativo e saudável para todos nós”.

Já Edmundo Martinho destacou o debate e o envolvimento de todos como um instrumento valioso na procura de soluções para as questões do envelhecimento e da longevidade na sociedade. “Precisamos de refletir, mas precisamos, sobretudo, que as nossas práticas acompanhem as exigências destes tempos novos, assegurando que os processos do envelhecimento e da longevidade dos cidadãos se desenvolvem em harmonia com o respeito pleno e integral dos direitos humanos”.

Por outro lado, Sérgio Cintra fez um “balanço extremamente positivo” da iniciativa, sublinhando “o amplo debate, a aproximação e envolvimento de parceiros, com vista à melhoria das políticas, a alteração de modelos e das práticas que se têm revelado cada vez mais esgotadas e que pouco ou nada estão adequadas àquilo que as pessoas querem viver na sua velhice”.

3ª edição do InterAções: o balanço

Em entrevista, Mário Rui André, diretor da Unidade de Missão do programa “Lisboa, Cidade de Todas as Idades”, salienta os desafios que a longevidade coloca à sociedade atual, destaca a importância de reflexão sobre novos modelos de assistência na terceira idade e faz, ainda, um balanço “muito positivo” da iniciativa.

Quais são os grandes desafios de uma sociedade para todas as idades e que temas foram abordados na 3ª edição do InterAções?

Sob o grande chapéu do envelhecimento e longevidade, foram abordados vários temas ao longo das sessões, os quais evidenciaram a complexidade e o enorme potencial de atuação que toda a sociedade tem em mãos para fazer face a este fenómeno global. Desde os aspetos relacionados com as representações sociais da velhice e dos estereótipos idadistas, aos processos de transição para a reforma e necessária adequação das organizações a novos modelos de trabalho, passando pelos desafios associados ao envelhecimento na comunidade (aging in place) na era do digital, até à relação entre o social e a saúde.

A habitação e o espaço público são componentes fundamentais para a inclusão social e devem constituir-se, cada vez mais, como uma alavanca de dinâmicas facilitadoras da permanência da pessoa no seu meio natural de vida, bem como da transição do hospital para a comunidade, com impacto nas políticas relativas à continuidade dos cuidados.

De facto, a pandemia de Covid-19 veio evidenciar que a grande maioria das casas não estão adaptadas ao ciclo de vida. Urge, assim, olhar a habitação como o local onde as pessoas querem viver o maior tempo possível das suas vidas, nas diversas circunstâncias existenciais, onde possam manter laços de interação com o espaço público, os seus direitos de participação e cidadania e receber cuidados de qualidade.

A continuidade dos cuidados ajustados ao paradigma do envelhecimento na comunidade constitui-se como um outro grande desafio. E só é possível com uma gestão eficiente de recursos, tendo por base sistemas de informação integrados, organizações locais resilientes e capazes de realizar mudanças adaptadas às novas exigências, com profissionais qualificados e com uma maior integração e coordenação intersetorial dos níveis de prestação de cuidados sociais e de saúde.

Também o papel dos cuidadores informais na prestação e no planeamento de cuidados de qualidade em contexto domiciliário se revela fundamental, já que na Europa asseguram cerca de 60% dos cuidados prestados aos mais velhos em casa e contribuem, de forma muito significativa, para o controlo de custos dos sistemas de saúde.

A aproximação cada vez maior das pessoas ao contexto sociocomunitário onde vivem, um dos desígnios do aging in place, será tanto mais efetiva quanto maior for a capacidade de inovar, investir e adequar as respostas sociais de proximidade, para que estas se constituam como verdadeiros dinamizadores das relações intergeracionais, da participação e cidadania. Este é mais um desafio para a concretização de uma sociedade para todas as idades.

Que balanço faz desta 3ª edição?

O balanço final deste evento é muito positivo, já que permitiu não só identificar os principais desafios decorrentes do fenómeno da longevidade com que nos deparamos, como também trazer à discussão estratégias, opções e oportunidades de atuação.

O programa “Lisboa, Cidade de Todas as Idades” contribuiu, assim, para abrir um amplo debate, envolver e aproximar parceiros e impulsionar o aprofundamento da reflexão e discussão neste domínio, com vista à melhoria das políticas e da alteração dos modelos e práticas que se têm revelado cada vez mais esgotados e pouco ou nada adequados ao que as pessoas querem para viver a sua velhice.

É de salientar que do total de participantes no simpósio, 16% são colaboradores da Santa Casa, o que permitiu enriquecer os seus conhecimentos na área e potenciar as suas práticas profissionais. Assim, e a um nível interno, o debate que resultou destas sessões vem contribuir para a sustentação daquilo em que a instituição tem vindo a apostar, reforçando a necessidade de continuar a refletir e a adequar a intervenção às reais necessidades e expetativas das pessoas.

As sessões da 3ª edição do InterAções encontram-se disponíveis, para visualização, na página dedicada ao simpósio, aqui.

Há um novo centro intergeracional em Lisboa

O novo equipamento foi inaugurado na tarde desta sexta-feira, 14 de maio, na rua Ferreira Borges n.º 122, por Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, e Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa. Na cerimónia estiveram, igualmente, presentes Sérgio Cintra e Maria João Mendes, administradores da instituição.

Situado em pleno coração de Campo de Ourique, em Lisboa, o Centro Intergeracional Ferreira Borges abriu portas para todas as gerações, experiências e origens.

Este novo equipamento social da Santa Casa vai promover atividades para crianças e jovens, fomentar ações de cidadania e estimular a solidariedade entre gerações distintas, procurando ir ao encontro das expetativas e necessidades da comunidade.

As respostas sociais disponibilizadas por este novo equipamento da Misericórdia de Lisboa serão várias: centro de dia, residência assistida (reinstalação da Residência Carlos da Maia, com perspetivas futuras de resposta a necessidades de residentes em Lisboa), atividades sócios educativas direcionadas a crianças e jovens, espaço de inclusão digital e apoio alimentar à comunidade.

O Centro Intergeracional Ferreira Borges funcionará em rede com todas as entidades locais e estará aberto a utentes de todas as idades e condições socioeconómicas, apostando numa resposta de proximidade e dinâmica.

Na sua intervenção, Ana Mendes Godinho sublinhou que “este é um dia especial, um dia de um enorme orgulho, porque cria respostas para o envelhecimento. É um espaço de vida, de integração geracional e inclusão que promove o envelhecimento saudável e ativo”.

Já Fernando Medina defendeu que o novo centro “é uma infraestrutura da maior importância, porque serve e dá resposta a uma necessidade central da moderna cidade, a necessidade de cuidar melhor dos idosos, assegurando as suas necessidades fundamentais e de o fazer numa filosofia moderna: a partilha de um espaço aberto, dinâmico e com vida”.

Para o provedor da instituição, Edmundo Martinho, “o Centro Intergeracional Ferreira Borges é um primeiro passo no domínio da reconfiguração deste tipo de respostas”, acrescentando que a Misericórdia de Lisboa pretende “que esta casa [o Centro] seja um organismo vivo na cidade, na freguesia, e que as pessoas que aqui vivem a sintam como sua”.

Centro Intergeracional Ferreira Borges

Reformular as respostas da cidade para dar apoio a todas as idades

O Centro Intergeracional Ferreira Borges é um espaço requalificado, moderno e inovador, em que a participação de todos será a base do sucesso. Neste momento, estão a residir seis idosos no centro, oriundos da Residência Carlos da Maia. As restantes valências vão abrir de forma gradual e de acordo com a possibilidade do espaço.

O novo paradigma da longevidade

A Santa Casa tem seguido o princípio da promoção de um envelhecimento ativo, saudável e inclusivo e tem desenvolvido um trabalho essencial na cidade de Lisboa no apoio às pessoas mais velhas.

O Centro Intergeracional Ferreira Borges integra um dos dez centros de dia já em intervenção no âmbito do InterAge. Projeto que tem como objetivo requalificar 20 centros de dia da Misericórdia de Lisboa, transformando-os em espaços de convívio entre gerações e abertos à comunidade. A recuperação dos equipamentos deve estar concluída até 2026.

O InterAge vai beneficiar mais de 1600 utentes e representa um investimento de 12 milhões de euros. O projeto insere-se no programa “Lisboa. Cidade de Todas as Idades”, uma parceria da Santa Casa e da Câmara Municipal de Lisboa que assenta em três eixos: vida ativa, vida apoiada e vida autónoma.

 

“Uma visão de esperança para a coesão social”

“Uma visão de esperança para a coesão social”

O Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa esteve presente na Cimeira Social da UE e partilhou com o CM a sua visão do acordo. Edmundo Martinho diz que “Portugal fez história”.

No Porto, a Europa prometeu unir-se para concretizar as políticas de inclusão, sustentabilidade e emprego

Durante dois dias (7 e 8 de maio), a cidade do Porto foi o coração da Europa. 24 dos 27 líderes dos Estados-membros estiveram reunidos na Cimeira Social do Porto, o evento que foi o ponto alto dos seis meses da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE) e que permitiu definir a agenda social europeia para a próxima década. A Misericórdia de Lisboa, através do provedor Edmundo Martinho, foi uma das entidades representadas na reunião. O encontro que decorreu na Alfândega do Porto foi também uma oportunidade para a UE reforçar o diálogo com os parceiros sociais e com os cidadãos.

Depois da proclamação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, a União Europeia quer passar à ação. Na Cimeira Social do Porto, os líderes europeus reforçaram o compromisso com a implementação do Plano de Ação apresentado pela Comissão Europeia, em março deste ano. O documento estabelece três metas principais a atingir até 2030: taxa de emprego de pelo menos 78% na União Europeia; pelo menos 60% dos adultos devem participar anualmente em formação; redução do número de pessoas em risco de exclusão social ou de pobreza em pelo menos 15 milhões de pessoas, entre as quais cinco milhões de crianças.

Em 2020, a Comissão Europeia recolheu sugestões de várias entidades públicas e privadas, que ajudaram na elaboração do Plano de Ação para a concretização dos 20 princípios enunciados no Pilar Europeu dos Direitos Sociais. A Misericórdia de Lisboa foi uma das entidades nacionais que participou na referida consulta pública, através de uma sessão dedicada às pessoas idosas, que decorreu no dia 29 de outubro de 2020. As opiniões dos utentes seniores da Santa Casa foram contributos fundamentais para que o plano de ação, apresentado pela Comissão Europeia e discutido pelos líderes europeus na Cimeira do Porto, contemplasse políticas que reforcem o bem-estar desta franja da população, promovendo uma Europa mais justa e mais social.

Descobrir na diferença talentos e oportunidades

Descobrir na diferença talentos e oportunidades

A Valor T é uma nova unidade de missão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e, acima de tudo, uma agência de empregabilidade que, em parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional e o Instituto Nacional para a Reabilitação, tem por objetivo colocar no mercado de trabalho pessoas com deficiência.

Valor T: a agência que liga pessoas com deficiência ao mercado de trabalho

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa apresentou este sábado, 1 de maio, a Valor T, a agência de empregabilidade dedicada a pessoas com deficiência. A Valor T – o “T” traduz-se em talento e transformação – nasceu com o objetivo de ajudar, apoiar e suportar pessoas com deficiência na construção de carreiras profissionais estáveis e adequadas às capacidades de cada um, contribuindo para a transformação da vida destas pessoas através da empregabilidade, gerando parcerias, apoiando empresas e trabalhando em proximidade com todos aqueles que procuram a Valor T.

A promoção da empregabilidade das pessoas com deficiência será feita através da conceção e implementação de um processo de recrutamento próximo e partilhado, que potencie a capacitação e valorização das competências dos candidatos na resposta às necessidades efetivas das entidades empregadoras. Neste momento, a Valor T encontra-se já a trabalhar com algumas empresas nacionais como é o caso do El Corte Inglés, Grupo Jerónimo Martins, Santander Totta e Grupo Sonae.

O projeto de dimensão nacional foi criado em parceria com o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), com o Instituto Nacional para a Reabilitação (INR), com organizações não-governamentais com conhecimento da área, autarquias, universidades e empresas. A iniciativa conta ainda com o apoio de 56 associações e com o Alto Patrocínio da Presidência da República.

O provedor da Misericórdia de Lisboa referiu que esta é uma iniciativa que “encontra o seu combustível nas pessoas, nas entidades empregadoras e nas instituições”. Edmundo Martinho lembrou ainda que para a Valor T ter sucesso “é necessário o envolvimento de toda a comunidade”, até porque a inclusão “é uma tarefa de todos os cidadãos”, pela qual  “devemos empurrar todos no mesmo sentido”.

Ainda que à distância, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, participou na sessão de apresentação da nova agência de empregabilidade, saudando “mais uma iniciativa da Santa Casa”, que é um exemplo de como se pode dar passos concretos, avançar com medidas reais e  derrubar barreiras.

“Sobre a agência para a empregabilidade Valor T, podemos utilizar muitos adjetivos: é inovadora, é responsável, tem caráter inclusivo e mobilizador. Promove a participação e colaboração de toda a comunidade. É um projeto sustentável. Mas eu sublinharia, neste momento, precisamente quando assinalamos mais um Dia do Trabalhador, uma outra dimensão: a sua atualidade, a sua oportunidade”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa, lembrando que “mais do que uma plataforma digital que promove o encontro entre as competências dos portugueses com deficiência e as necessidades dos empregadores”, a Valor T é “uma oportunidade para afirmar o exemplo português no contexto internacional”.

As palavras do Presidente da República foram corroboradas pela Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, ao referir que hoje, em pleno Dia do Trabalhador, “estamos a quebrar muros em várias dimensões e a construir em conjunto uma sociedade mais inclusiva”. A representante do Governo deixou ainda o alerta que “este é o tempo em que todos temos de fazer parte desta sociedade coletiva, reconhecendo aquilo que cada um tem de melhor”.

É precisamente isso que a Valor T pretende: potenciar as qualidades dos trabalhadores, de modo a que sejam criadas carreiras de sucesso como a de Marta Canário que, esta tarde, conduziu a sessão de apresentação da Valor T. Aos 15 anos, ficou paraplégica devido a um acidente em casa, que fez com que passasse a deslocar-se numa cadeira de rodas. É assessora de imprensa da maior empresa tecnológica nacional, Novabase, há 23 anos. Quando foi à entrevista de emprego, a cadeira nunca foi tema. Como a própria refere, “teve a sorte de ter pela frente uma empresa que viu a cadeira da Marta, mas antes dela viu a Marta”.

https://www.youtube.com/watch?v=vPAmgztIL20&list=PLh8iFb9B569hYyOGpbgX1Uq0azTBdb1a9&index=3&ab_channel=Miseric%C3%B3rdiaLisboa

Os cinco (principais) objetivos da Valor T

1) Contribuir para uma valorização das diferentes capacidades, competências e talentos, fazendo pontes com as entidades empregadoras, num compromisso comum para a mudança e igualdade de oportunidades para uma plena inclusão laboral e cívica;

2) Promover o recrutamento de pessoas com deficiência num contexto de proximidade e acompanhamento de candidatos e entidades empregadoras em todo o processo de candidatura, colocação e pós-colocação, visando uma efetiva e duradoura integração;

3) Criar e implementar a plataforma online, que agregará toda a informação referente à oferta e à procura, com o objetivo de apoiar a ligação entre as necessidades das entidades empregadoras e os talentos dos candidatos, num espaço agregador de participação e proximidade;

4) Organizar fóruns que se traduzam em espaços de encontro, debate, definição articulada de medidas e partilha de recursos para as concretizar, entre entidades empregadoras e organizações;

5) Incentivar a participação de todos na conceção de ações e projetos que promovam, incentivem e apoiem a (re)inserção profissional das pessoas com deficiência, através do foco nas capacidades diferenciadoras e no talento.

Da ativação ao acompanhamento pós-seleção. Como funciona a Valor T?

Os candidatos devem inscrever-se na plataforma Valor T, que agregará todo o conhecimento referente à oferta e à procura, disponibilizando ainda informação sobre as parcerias estabelecidas. Uma equipa multidisciplinar irá avaliar as capacidades dos candidatos para aproximá-los das empresas, num processo que procura potenciar competências. Vai ainda apoiar na definição de um perfil profissional que melhor evidencie os talentos de cada um.

Numa primeira fase, o processo é dividido em cinco etapas: ativação, avaliação, “match”, preparação/colocação e acompanhamento pós-colocação. Todos os procedimentos são acompanhados de perto por uma equipa técnica especializada da Valor T, que ajuda, por exemplo, a relacionar as características dos candidatos com as efetivas necessidades das empresas ou, já no momento da contratação, a estruturar um plano personalizado de preparação da colocação e integração no posto de trabalho.

As empresas devem inscrever-se na plataforma, dando nota das oportunidades de emprego que tem disponíveis. A entidade empregadora é acompanhada com um serviço gratuito de intermediação laboral para apoio na seleção dos melhores candidatos. A Valor T ajuda a identificar os candidatos para a necessidade concreta das empresas, a acompanhar e apoiar a adaptação do posto de trabalho e a partilhar procedimentos, caminhando lado a lado no processo de integração.

 

“Quando estou a fazer desporto, esqueço-me que não vejo”

No âmbito das comemorações do primeiro Dia Mundial do Desporto para a Deficiência Visual, assinalado no passado sábado, 24 de abril, o Centro Reabilitação de Nossa Senhora dos Anjos (CRNSA) organizou uma demonstração de modalidades desportivas adaptadas (goalball, futebol de 5, bowling de nove pinos e atletismo), no ginásio e exterior do centro.

O Centro de Reabilitação Nossa Senhora dos Anjos é um estabelecimento da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que tem como missão promover a reabilitação de pessoas com cegueira adquirida ou baixa visão, visando a sua autonomia e inclusão. Aqui, o desporto tem um papel fundamental na superação das adversidades e em dar visibilidade às capacidades de cada um.

Eunice Santos: “O desporto é a minha vida”

No grupo de utentes que participaram nesta demonstração de modalidades, encontrámos Eunice da Silva Santos, 44 anos, licenciada em Comunicação Social. Foi atleta de alta competição no desporto adaptado, entre 1997 e 2004, altura em que teve de abandonar, depois de sucessivas operações aos olhos.

CRNSA_Eunice

Eunice sempre teve baixa visão. Há dois anos perdeu a capacidade visual que lhe restava. Hoje, vê apenas claridade. Até 2019, via apenas dez por cento. Mas que faziam toda a diferença na sua vida. Tinha alguma autonomia. Corria na rua. Fazia as suas tarefas. Ainda assim, a paixão pelo atletismo é a mesma. “O desporto é a minha vida”, afirma, com um sorriso. “É muito importante assinalar este dia. É preciso sensibilizar a população para a prática desportiva e para os seus benefícios”, defende.

“Infelizmente, as pessoas só se apercebem das nossas capacidades de quatro em quatro anos, por aquilo que conseguimos nos Jogos Paralímpicos e nos Campeonatos da Europa e do Mundo, lembra. “Ainda existe um certo preconceito para com os deficientes visuais. É um mundo visual. A maioria dos estímulos são visuais. Logo, as pessoas pensam que perder a visão é o fim do mundo”, admite.

Eunice diz que não pode estar parada. Por isso continua a fazer desporto, o que lhe permite fazer amigos, superar-se e acreditar, cada vez mais, nas suas capacidades. “O desporto é a minha terapia”, conclui.

João Panzo João: “Quando estou a fazer desporto, esqueço-me que não vejo. É uma alegria total”

João Panzo João, 45 anos, dedicou décadas ao basquetebol profissional. Primeiro em Angola, depois, a partir de 1999, em Portugal. “Foram tempos bons”, lembra. Em 2016, a vida do angolano transformou-se. Perdeu 95% da visão.

CRNSA_João

Mas João não baixou os braços. Foi à luta. Com a ajuda do CRNSA encontrou um caminho. “A minha vida transformou-se por completo. Agora já estou mais conformado. Mas não foi nada fácil. Nesta casa, onde estamos, é que eu reaprendi tudo ou quase tudo. Foi uma ajuda muito importante. Ninguém imagina as longas horas de conversas, o apoio psicológico e a aprendizagem. É um processo que leva o seu tempo”, explica.

“O desporto é muita coisa na vida das pessoas, sobretudo nas pessoas que têm baixa visão ou cegueira. Além de uma melhor condição física, a prática desportiva dá-nos esperança, motivação e amigos. Portanto, é muito mais do que desporto o que estamos a fazer aqui”, assegura. “Quando estou a fazer desporto, esqueço-me que não vejo. É uma alegria total”, remata.

CRNSA_futebol

Isabel Pargana: “não há impossíveis” para as pessoas com deficiência visual

Para Isabel Pargana, 48 anos, diretora do CRNSA, “não há impossíveis” para as pessoas com deficiência visual. “Estamos a promover hábitos de vida saudáveis, inclusão e uma forma das pessoas redescobrirem as suas capacidades e limites”.

O Centro de Reabilitação Nossa Senhora dos Anjos, pelo trabalho que desenvolve, não podia deixar de associar-se à celebração do primeiro Dia Mundial do Desporto para a Deficiência Visual, sublinha Isabel Pargana. “Por outro lado, e considerando o contexto pandémico que estamos a viver, achámos que era uma oportunidade única de proporcionar convívio, interação, uma dimensão lúdica e, ao mesmo tempo, aprofundar alguns conhecimentos das modalidades que fazem parte dos desportos para pessoas com deficiência visual”.

O Centro de Reabilitação Nossa Senhora dos Anjos

Com mais de 50 anos de história, constitui-se como a principal referência a nível nacional, recebendo pessoas oriundas de todo o país, ilhas e PALOP.

Além de um Programa de Reabilitação, que inclui áreas como a informática, a orientação e mobilidade, a atividade motora, as atividades de vida diária, o braille, entre outras, indo ao encontro das necessidades de cada pessoa, o centro desenvolve também o Programa de Estimulação Sensorial na 1.ª Infância, para crianças dos 0 aos 6 anos de idade, que procura minimizar os efeitos da cegueira ou baixa visão no desenvolvimento global da criança.

 

Centros de dia da Santa Casa voltam a acolher seniores

Centros de dia da Santa Casa voltam a acolher seniores

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa reabriu este mês os seus centros de dia na cidade de Lisboa, após um ano de encerramento devido à pandemia.

Projeto Radar recebe menção honrosa no Prémio Nacional de Sustentabilidade

O Projeto Radar, um plano de intervenção comunitária e de desenvolvimento local, que tem como principal objetivo identificar as necessidades, expetativas e oportunidades da população 65+ da cidade de Lisboa, recebeu uma menção honrosa na 1ª edição do Prémio Nacional de Sustentabilidade, na categoria “Bem-estar e Cidades Sustentáveis”. A distinção do Radar acontece devido ao importante papel deste projeto da Misericórdia de Lisboa na promoção do bem-estar da comunidade, tendo em conta o impacto positivo das metodologias utilizadas. A cerimónia de entrega dos prémios promovidos pelo Jornal de Negócios decorreu esta quinta-feira, numa sessão online.

Sérgio Cintra, administrador da Misericórdia de Lisboa, agradeceu o prémio atribuído pelo Jornal de Negócios e lembrou o contributo importante de todos aqueles que fazem parte do Radar. “Este projeto, acima de tudo, tenta corporizar as mudanças da sociedade moderna. Tentamos, através da rede social de Lisboa, fazer a evidência do mais importante: a base comunitária. O Projeto Radar tem muitos rostos, que são todos aqueles que são nossos agentes comunitários”.

O Projeto Radar foi criado em 2019 no âmbito do “Lisboa, Cidade de Todas as Idades”, programa que resulta de um protocolo de cooperação entre a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a Câmara Municipal de Lisboa, a Administração Regional de Saúde Lisboa e Vale do Tejo, a Polícia de Segurança Pública, o Instituto da Segurança Social, a Gebalis e as 24 juntas de freguesia da cidade de Lisboa. O objetivo do Radar passa por proceder ao levantamento e reconhecimento da população 65+ em situação de isolamento, identificando as suas necessidades, expetativas e oportunidades, de modo a melhorar os serviços sociais prestados a esta faixa populacional, através do desenvolvimento de mecanismos integrados e de parcerias sustentadas.

O júri da 1ª edição do Prémio Nacional de Sustentabilidade, na categoria “Bem-Estar e Cidades Sustentáveis”, foi constituído por Miguel Castro Neto (subdiretor da NOVA Information Management School), José Manuel Pedreirinho (ex-presidente da Ordem dos Arquitetos), Luísa Schmidt (socióloga e investigadora principal do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa), Miguel Eiras Antunes (líder mundial da prática de Smart City, Smart Nation e Local Government da Deloitte) e Paula Teles (CEO da Mobilidade.pt).

O Prémio Nacional de Sustentabilidade está inserido na iniciativa “Negócios Sustentabilidade 20/30”, promovida pelo Jornal de Negócios e pelo Grupo Cofina. A atribuição destes prémios é uma forma de reconhecer, inspirar, promover e divulgar o trabalho de empresas e organizações, de norte a sul do país, que se distingam em áreas relacionadas com a sustentabilidade.

Santa Casa procura famílias motivadas

Santa Casa procura famílias motivadas

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, em parceria com a Segurança Social, reativou o programa de famílias de acolhimento para crianças retiradas às suas famílias biológicas.

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde

Unidades da rede nacional

Unidades que integram a rede de cobertura de equipamentos da Santa Casa na cidade de Lisboa

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Locais únicos e diferenciados de épocas e tipologias muito variadas

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Locais únicos e diferenciados de épocas e tipologias muito variadas

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas