logotipo da santa casa da misericórdia de lisboa

Quando a vida muda num segundo

Quando Tiago acordou naquele dia de junho, nunca imaginou que a sua vida estaria prestes a mudar por completo. Com 38 anos, e com uma vida dentro dos padrões normais, o futuro “tinha tudo para ser risonho”. Horas depois, um Acidente Vascular Cerebral interrompeu-lhe o quotidiano e redefiniu-lhe o futuro. Hoje, quatro meses depois, Tiago está internado no CMRA, equipamento de saúde da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, onde recupera, passo a passo, a autonomia que o AVC lhe retirou.

“Lembro-me de acordar e não conseguir mexer parte do corpo. Nem falar. Era como se alguém tivesse desligado metade de mim”, recorda. “No início, pensei que nunca mais ia andar ou trabalhar. Aqui, em Alcoitão, ensinaram-me que o impossível demora apenas mais tempo”.

O caso de Tiago ilustra bem o impacto que o AVC tem, mesmo em pessoas jovens. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, o AVC é uma das principais causas de morte e incapacidade no mundo, mas a maioria dos casos podem ser prevenidos com estilos de vida saudáveis.

Internado desde agosto, Tiago iniciou o seu programa de reabilitação intensiva logo após a entrada no centro. No CMRA encontrou uma equipa multidisciplinar que integra médicos, fisioterapeutas, terapeutas da fala, terapeutas ocupacionais e enfermeiros especializados em reabilitação.

“O Tiago chegou com défices significativos, mas com uma enorme motivação para recuperar”, explica Ana Falcão, enfermeira na ala do CMRA de AVD – Atividades de Vida Diárias. “A força de vontade é um fator determinante no sucesso da reabilitação. Desde o início que o Tiago se mostrou empenhado e colaborante, e isso faz toda a diferença”.

O plano terapêutico é adaptado a cada utente. As sessões diárias incluem exercícios de reeducação motora, treino de marcha, terapias da fala e ocupacionais, e atividades que simulam tarefas do dia a dia, com o objetivo de devolver a autonomia e reintegrar os utentes nas suas vidas sociais e profissionais, quando estes ainda trabalham.

“Cada pequena conquista é motivo de celebração. Desde conseguir levantar o braço até apertar os sapatos”, acrescenta a enfermeira. “É um processo exigente, mas compensador”.

Para Tiago, um dos maiores desafios tem sido recuperar a fala. “Nos primeiros dias eu pensava, mas as palavras não saíam. Era frustrante”.

O trabalho com a terapeuta da fala, Carolina Palma, tem sido fundamental nesse processo. “A reabilitação da comunicação é um dos aspetos mais sensíveis após um AVC”, explica a terapeuta. “Não se trata apenas de recuperar a linguagem. É devolver à pessoa a capacidade de expressar emoções, de se fazer ouvir”, explica.

Tiago reconhece esse progresso: “Agora já consigo manter uma pequena conversa. Falo devagar, mas falo”.

No CMRA, Tiago encontrou não apenas técnicos especializados, mas também uma comunidade. “Aqui sentimos que ninguém está sozinho. Há dias em que é difícil, mas basta olhar para o lado e ver alguém que já está mais à frente no processo para acreditar que também vamos conseguir”, diz.

As rotinas diárias das sessões de fisioterapia e terapia ocupacional criam laços fortes entre utentes e profissionais. “O laço que criamos com os médicos é muito importante”, destaca o jovem, frisando que “toda a equipa nos trata com respeito e carinho. Não somos apenas doentes, somos pessoas com histórias, e eles ajudam-nos a acreditar que ainda há muito para viver”.

Aos poucos, Tiago recupera a mobilidade e a confiança. Já consegue levantar-se, fazer pequenas tarefas e recupera lentamente a mobilidade na parte esquerda do corpo, a que foi mais fustigada com o AVC. “Cada passo é uma vitória. Sei que o caminho é longo, mas não estou sozinho”, afirma.

O objetivo é que, após a alta, continue a reabilitação em regime ambulatório e possa, gradualmente, retomar a vida pessoal e familiar. “Quero voltar a jogar Playstation mas, por agora, quero apenas conseguir estar bem e ter a minha família perto de mim”.

Para a equipa do CMRA, histórias como a de Tiago são o melhor reflexo da missão da instituição, de conseguirem reabilitar e de transformar os infortúnios em novas vidas. E é esse o espírito que se celebra neste Dia Mundial do AVC.

AVC — Reconhecer, Agir e Prevenir

O Acidente Vascular Cerebral ocorre quando o fornecimento de sangue ao cérebro é interrompido, causando a morte de células cerebrais. Pode resultar de uma obstrução de um vaso sanguíneo (AVC isquémico) ou da rutura de uma artéria cerebral (AVC hemorrágico).

Entre os principais fatores de risco encontram-se a hipertensão arterial, o colesterol elevado, a diabetes, o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, o sedentarismo associado a uma alimentação desequilibrada, a obesidade, o stress prolongado e o histórico familiar de AVC.A

prevenção passa, sobretudo, pela adoção de um estilo de vida saudável. Manter uma rotina regular de atividade física, ter uma alimentação equilibrada e pobre em sal e gorduras saturadas, controlar a tensão arterial e o colesterol através de check-ups regulares e seguir as recomendações médicas, são medidas essenciais. É também importante evitar o consumo de tabaco e álcool e garantir um descanso adequado.

Reconhecer rapidamente os sinais de um AVC pode salvar vidas. A face pode ficar assimétrica de forma súbita, a força pode faltar num braço, numa perna ou provocar perda de equilíbrio, a fala pode ficar estranha ou incompreensível, pode surgir falta de visão súbita num ou em ambos os olhos. Uma forte dor de cabeça, intensa e diferente do habitual pode também ser um sinal de alerta.

Seminário reúne enfermeiros especialistas em reabilitação para debater presente e futuro da profissão

A sessão de abertura contará com intervenções do Enf. Diretor Rodrigo Ramos (CMRA), da Enf.ª Ana Falcão (CMRA/APER) e do Enf. Lino Oliveira, representante do Colégio da Especialidade de Reabilitação da Ordem dos Enfermeiros.

Ao longo do dia, três mesas temáticas darão palco a testemunhos de profissionais de diferentes unidades do país, abordando temas como:

  • A continuidade de cuidados na lesão vertebro medular;
  • A reintegração domiciliária e adaptação de espaços;
  • A capacitação de cuidadores informais;
  • A reabilitação respiratória em ambulatório;
  • A gestão de alterações neurocomportamentais em TCE;
  • O processo de descanulação da traqueostomia.

convite para seminário dos enfermeiros no cmra

Durante o período da tarde, três workshops simultâneos permitirão aprofundar práticas em atividades de vida diária, inclusão e treino dos músculos respiratórios, com a participação de especialistas do CMRA, do Instituto Nacional para a Reabilitação e da ULSC – DCMRRC.

O seminário encerra com um debate sobre os desafios da profissão nos centros especializados, moderado pela Enf.ª Ana Monteiro (CMRA), e com a presença de representantes de várias unidades de saúde e ensino. A apresentação do grupo Alldança, orientado por Ana Falcão, marcará o encerramento do encontro.

A organização está a cargo da equipa do CMRA, com o apoio dos centros de reabilitação do Norte, Centro e Sul, e pretende reforçar a partilha de conhecimento e a valorização da intervenção especializada em enfermagem de reabilitação.

Consulte o programa e inscreva-se aqui.

CMRA e ESSAlcoitão assinalam Dia Mundial da Terapia Ocupacional

O Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão (CMRA) assinalou o Dia Mundial da Terapia Ocupacional, comemorado esta segunda-feira, 27 de outubro, com várias atividades dedicadas ao tema da efeméride deste ano: “A Terapia Ocupacional em Ação”.

Assim, profissionais da área, utentes e familiares/cuidadores juntaram-se num dia de animação e partilha de experiências em torno da terapia ocupacional neste equipamento da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Tudo começou pela manhã com uma exposição fotográfica sobre o tema, a que se seguiu uma demonstração de minigolfe no campo de jogos do CMRA.

Já da parte da tarde, a Sala Multiusos acolheu o evento “Ponto de Encontro: A Ocupação na Perspetiva Multidisciplinar”, numa abordagem mais teórica sobre a Terapia Ocupacional e as suas aplicações.

ESSAlcoitão também assinalou a data

A Escola Superior de Saúde do Alcoitão também não deixou passar ao lado o Dia Mundial da Terapia Ocupacional, até porque esta é uma das licenciaturas que aquele estabelecimento da Misericórdia de Lisboa oferece. Desta forma, os alunos a frequentar este curso estiveram esta manhã no Centro de Apoio Social do Pisão, onde desenvolveram com os utentes uma série de atividades: estimulação cognitiva, estimulação sensorial, jogos tradicionais portugueses, música e movimento.

Dia Nacional da Paralisia Cerebral: Centro de Reabilitação é aposta da Santa Casa

Assinala-se esta segunda-feira, 20 de outubro, o Dia Nacional da Paralisia Cerebral, uma patologia a que a Santa Casa dedica um meritório trabalho através do Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian (CRPCCB), situado em Lisboa e gerido pela Instituição, como parte integrante do compromisso da Misericórdia de Lisboa no apoio à deficiência.

Este equipamento destina-se exclusivamente a pessoas com paralisia cerebral e situações neuromotoras afins, sendo composto por duas respostas. A primeira diz respeito às áreas de habilitação, reabilitação, desenvolvimento e prevenção do agravamento das situações clínicas, direcionadas especialmente a crianças e jovens. A segunda prende-se com a reabilitação e inclusão de pessoas maiores de 18 anos, através do seu Centro de Atividades Ocupacionais.

O acesso a qualquer uma destas respostas do Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian pode ser feito de forma direta, a pedido dos próprios utentes ou dos seus cuidadores, mas também sinalizado por outras instituições ou agentes de saúde.

No passado dia 6 de outubro, o CRPCCB já tinha assinalado o Dia Mundial da Paralisia Cerebral com o arranque da pintura de um mural evocativo à entrada das instalações.

O Dia Nacional dedicado a esta doença foi instituído oficialmente em 2014 pela Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral, com o objetivo de desmistificar alguns preconceitos relacionados com a paralisia cerebral e sensibilizar a sociedade para os desafios colocados diariamente às pessoas com esta condição, alertando ainda a comunidade para a necessidade de apostar na sua inclusão.

Respirar Fundo: uma pausa terapêutica para o corpo e a mente

Criado em maio de 2025, o grupo Respirar Fundo nasceu da necessidade de oferecer um espaço intermédio de acolhimento e partilha a pessoas em lista de espera clínica, funcionando como uma alternativa acessível e integradora ao acompanhamento individual.

A psicóloga clínica e facilitadora Dora Matias explica que “a origem destas sessões partiu da constatação de que a ansiedade é uma das temáticas mais abordadas desde a pandemia. Quem já tinha questões ligadas à ansiedade exacerbou os sintomas, e outros que não a sentiam passaram a experienciá-la”.

Num contexto em que o stress e a ansiedade são queixas cada vez mais comuns, este projeto representa uma estratégia concreta para promover o bem-estar psicológico por meio de práticas que restauram o equilíbrio do corpo e da mente.

Sessões pensadas para restaurar o equilíbrio físico e emocional

Semanalmente, às quartas-feiras, durante 50 minutos, as sessões orientadas por Dora Matias e Sónia Lourenço – psicólogas clínicas e da saúde com especialidade avançada em Psicoterapia e ambas praticantes experientes de yoga e técnicas de meditação – destinam-se a jovens e adultos encaminhados pela triagem da Porta de Entrada da Unidade de Saúde W+ ou por entidades parceiras.

Cada encontro segue uma estrutura cuidadosamente desenhada para favorecer a autorregulação emocional: começa com movimentos suaves que preparam o corpo e evolui para exercícios de libertação de tensão muscular, seguidos de uma meditação guiada centrada em ciclos pessoais e novos começos. Inclui ainda terapia de som para aprofundar o relaxamento e termina com um momento de partilha livre, sempre num ambiente seguro, inclusivo e sem julgamento.

Para Sónia Lourenço, “estas práticas, quando realizadas com regularidade, alteram o funcionamento automático do corpo e da mente, promovendo estados profundos de descanso e relaxamento”.

Evidência científica e humana

Estudos mostram que o yoga terapêutico contribui para a redução dos níveis de cortisol — a hormona do stress — e melhora a regulação emocional, promovendo o equilíbrio do sistema nervoso e aliviando sintomas como ansiedade, insónia e tensão muscular. A Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental reconhece o valor destas abordagens complementares, sobretudo em contextos de maior vulnerabilidade psicossocial.

O impacto não se limita a indicadores clínicos, mas também se traduz em experiências pessoais marcantes. “Mesmo que não haja partilha verbal, há uma cumplicidade que se gera em grupo. Num espaço sem comparação nem julgamento, trabalha-se a aceitação de si e do outro”, sublinha Dora Matias.

Entre os participantes nesta sessão, Mariana — estudante e integrante do grupo de teatro terapêutico W+ — partilhou o impacto positivo desta experiência, explicando que a ajuda a conhecer melhor o corpo, a libertar tensões e que a participação em ambos os projetos tem contribuído para melhorias na sua vida pessoal, escolar e artística.

Neste Dia Mundial da Saúde Mental, a Santa Casa reafirma o seu compromisso com respostas inovadoras, integradoras e humanizadas que colocam as pessoas no centro do cuidado. O Respirar Fundo mostra como pequenas pausas conscientes podem ter grandes efeitos — ajudando corpo e mente a reencontrarem o equilíbrio essencial para uma vida mais plena.

Unidade W+

A Unidade W+, em funcionamento desde 2003, é uma resposta de saúde que presta apoio psicológico e psicoterapêutico a pessoas em situação de risco e vulnerabilidade psicológica, em ambulatório ou na comunidade, apostando na prevenção de comportamentos de risco e na promoção de estilos de vida saudáveis dos seus principais públicos-alvo.

Para o efeito utiliza uma série de metodologias mais formais (ex.: consultas assistenciais), mas também se socorre de dinâmicas e mediadores artísticos para potenciar a adesão de utentes menos aderentes ou verbais.

Através de uma intervenção interdisciplinar, a Unidade W+ promove a adesão em saúde da população-alvo, recorrendo a respostas inovadoras feitas à medida das necessidades de cada pessoa. Tendo como filosofia transversal a adaptação contínua às diferentes etapas do ciclo de vida da pessoa, organiza-se para dar respostas em saúde mental a crianças, adolescentes e adultos.

Contactos:

Rua Duque de Palmela, 2, 3 – 7º andar
1250-098 Lisboa

213 180 380
unidade.wmais@scml.pt

HOSA realiza Jornadas de Sant’Ana sobre o tema “Instabilidade Punho e Cotovelo”

O Hospital de Sant’Ana, equipamento do Centro Hospitalar da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, vai realizar, em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia, mais umas Jornadas de Sant’Ana, este ano subordinadas ao tema Instabilidade Punho e Cotovelo.

O evento está agendado para o dia 23 de janeiro de 2026 e vai decorrer no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão. Ao longo do dia, mais de duas dezenas de especialistas da área vão contribuir para o debate, partilhando conhecimentos e trocando experiências.

A inscrição é gratuita, mas obrigatória e pode ser efetuada através do endereço de email gic-hosa@scml.pt.

Santa Casa presente na Feira de Saúde e Bem-Estar da Ajuda

Dedicada à Saúde Mental, a 5.ª edição da Feira de Saúde e Bem-Estar voltará a realizar-se no icónico Jardim Botânico da Ajuda. Das 10h00 às 18h00, o evento promete várias atividades dedicadas ao bem-estar físico, mental e social, assim como ações de sensibilização destinadas a alertar para a importância do equilíbrio psicológico e emocional. Temas atuais, que serão também abordados em aulas práticas, palestras e workhops, com especialistas nacionais e internacionais.

À semelhança do que sucedeu em edições anteriores, na Feira de Saúde e Bem-Estar da Ajuda estarão representados vários serviços da Misericórdia de Lisboa, como é o caso da equipa interdisciplinar da UDIP Descobertas, o Projeto RADAR, o SOL, o Centro Intergeracional Ferreira Borges, o Centro Residencial Condessa de Rilvas ou Centro de Reabilitação Nossa Senhora dos Anjos, entre outros.

No programa do evento destacam-se as “Med Talks”, com diferentes oradores a abordar várias vertentes da Saúde Mental. “O stress da vida quotidiana – Esse grande veneno” ou a “Saúde Mental nos ambientes de aprendizagem e trabalho” serão alguns dos temas das palestras, com a diretora da UDIP Descobertas, Ana Pato, a ser a oradora do painel “A intervenção Social e a Saúde Mental”, às 12h35, no Jardim de Inverno.

A Feira da Saúde e Bem-Estar da Ajuda é um evento colaborativo de instituições públicas e privadas, que se juntam anualmente com o propósito de criar um espaço de reflexão e debate sobre a saúde, o bem-estar e a saúde mental.

Para mais informações, aceda ao site da Feira da Saúde.

Dia Mundial da Paralisia Cerebral assinalado com mural no Centro de Reabilitação Calouste Gulbenkian

Foi com alegria e muita cor que o Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian (CRPCCB) assinalou esta segunda-feira, 6 de outubro, o Dia Mundial da Paralisia Cerebral, com o arranque da pintura de um novo mural à entrada deste equipamento sob gestão da Santa Casa.

“Tínhamos este muro muito degradado mesmo aqui à frente e pensámos dar-lhe um ar diferente para assinalar este Dia Mundial e depois o Dia Nacional da Paralisia Cerebral, que se comemora a 20 deste mês”, frisou Ana Cadete, diretora do CRPCCB”, falando de “uma nova carta de entrada” do equipamento.

O mural, que deverá ficar terminado nas próximas semanas, contempla as duas faces do muro e vai integrar diversos elementos, como um desenho elaborado por Ju, um jovem utente da Casa de Acolhimento dos Plátanos com um talento muito especial, ou um laço verde, símbolo internacional da paralisia cerebral, para além de muitas mãos de várias cores. A pintura fica a cargo de utentes, funcionários e antigos colaboradores do CRPCCB.

No dia de arranque dos trabalhos esteve presente André Brandão de Almeida, administrador da Santa Casa com o pelouro da Saúde, que não deixou de participar na pintura com a própria mão, numa iniciativa que tem um significado muito próprio.

“Neste Dia Mundial da Paralisia Cerebral juntamo-nos aqui não apenas para pintar um mural, mas para dar cor a uma causa que nos une, a da inclusão, do respeito e da valorização de cada pessoa. Esta data convida-nos a olhar de forma mais consciente para a paralisia cerebral, a desmistificar preconceitos e a lembrar que a diferença nunca deve ser motivo de afastamento, mas sim de encontro”, começou por dizer André Brandão de Almeida.

O administrador com o pelouro da Saúde referiu ainda que “cada traço deste mural simboliza um gesto de empatia, de reconhecimento e de esperança” e desejou que esta obra “fique como testemunho do trabalho notável” realizado neste Centro, deixando ainda o desejo de “uma sociedade mais justa, mais atenta e mais humana”.

A festa prosseguiu no interior do Centro, com direito a música e iguarias doces, numa manhã de muitos sorrisos e exemplos de superação no Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian.

Contribuíram para esta atividade os seguintes parceiros: Rehapoint, Ergométrica, Tecnimoove, TSimetria e Mobilitec.

Escalada adaptada desafia limites no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão

O Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão (CMRA), equipamento da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, foi palco da Prova Nacional de Escalada Adaptada, realizada no dia 4 de outubro de 2025.

A iniciativa, organizada em parceria com a Associação de Desportos de Aventura Desnível e a Federação Portuguesa de Escalada de Competição, reuniu atletas com diferentes tipos de deficiência, provenientes de vários clubes e regiões do país.

Mais do que uma competição, cada subida simbolizou um testemunho de coragem, resiliência e superação pessoal. O evento afirmou-se como um marco no caminho para um desporto mais inclusivo, mostrando que a vontade de alcançar o topo não conhece barreiras físicas.

Esta prova reforça o papel do CMRA na promoção da reabilitação, da autonomia e da integração plena através da atividade física, colocando o desporto adaptado no centro das boas práticas de inclusão.

Com iniciativas como esta, a Santa Casa reafirma o seu compromisso com a criação de oportunidades para todos, contribuindo para uma sociedade mais justa e participativa.

CMRA: onde cuidar dos idosos é mais do que reabilitar

Assinala-se esta quarta-feira, dia 1 de outubro, o Dia Internacional do Idoso, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) para sensibilizar a sociedade para os desafios do envelhecimento e para a necessidade de reforçar a proteção, os cuidados e o respeito por quem chega a esta etapa da vida.

Se envelhecer traz consigo sabedoria e experiência, também coloca à prova a saúde e a autonomia. Entre os principais riscos, as quedas surgem como uma das causas mais frequentes de lesões graves, muitas vezes com impacto duradouro na qualidade de vida das pessoas mais velhas. 

É precisamente nestes momentos que estruturas de referência como o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão (CMRA), que integra o Centro Hospitalar da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, assumem um papel fundamental.

Reconhecido a nível nacional e internacional, o CMRA é muito mais do que um espaço de fisioterapia e reabilitação. É também um lugar onde se escrevem histórias de resiliência e superação. 

Uma dessas histórias é a de Arlindo Rua, de 84 anos. O “trambolhão sem sentido”, como lhe chama, trouxe-o até ao CMRA, depois de já ser um visitante do espaço por outra razão: a saúde da sua mulher, que é acompanhada pelo centro há alguns meses.

“Antes vinha cá para ver a minha esposa. Agora, já somos os dois a estar aqui, embora em contextos diferentes, eu por uma queda que não lembra a ninguém, ela por questões mais graves”, conta Arlindo, enquanto caminha devagar até à sala de Terapia Ocupacional, onde a companheira está em atividades.

Hoje, a rotina de Arlindo faz-se de uma forma diferente. Depois de uma vida ativa e independente, tem agora de gerir o tempo entre os seus próprios tratamentos e o acompanhamento da companheira de longa data. “Isto não tem graça nenhuma, mas o que me vale é que estamos juntos. Às vezes digo-lhe, em tom de brincadeira, que fazemos como dissemos nos nossos votos: juntos no amor e na doença”, diz sorridente.

Entre os corredores do CMRA cruzam-se diariamente centenas de pessoas vindas de todo o país. Algumas procuram recuperar de acidentes ou de doenças súbitas, outras acompanham familiares em tratamento. Em comum, todas partilham a esperança de que os dias difíceis possam dar lugar a novos capítulos de vida.

O exemplo de Arlindo sublinha a importância de respostas especializadas e multidisciplinares para enfrentar os desafios do envelhecimento. No CMRA, médicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos e outros profissionais trabalham em conjunto para devolver qualidade de vida e confiança a cada pessoa que ali chega.

Arlindo, que já começa a movimentar-se com mais segurança, reforça o impacto que o trabalho de todos os colaboradores do CMRA teve no seu processo: “Esta queda foi tramada. Primeiro, senti que já não mandava no meu corpo, e depois tive medo. Mas aqui ensinaram-me que não estou sozinho, que este percalço pode acontecer a qualquer um. Ensinaram-me exercícios, deram-me confiança. Isso vale mais do que alguns medicamentos que possa tomar”, explica, durante uma consulta com Cristina Sousa, médica do CMRA.

As quedas, como a de Arlindo, estão entre as principais causas de internamento e perda de autonomia das pessoas idosas. Contudo, e ao contrário do que se possa pensar, a reabilitação não se resume a tratar a lesão, mas sim a criar condições para que o utente volte a confiar no corpo e recupere o máximo de independência possível e Arlindo reconhece isso melhor do que ninguém.

“Não é só levantar-me outra vez. É voltar a acreditar que consigo andar bem novamente, que posso confiar no meu corpo. Isso é o que realmente importa agora. A idade traz-nos fragilidades, mas também nos ensina que não vale a pena desistir. E aqui, em Alcoitão, sinto que me ajudam a provar isso todos os dias.”

No CMRA, cada etapa é transformada num recomeço, para que envelhecer não seja sinónimo de perda, mas sim de adaptação e superação. Tal como a história do Arlindo.

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde

Unidades da rede nacional

Unidades que integram a rede de cobertura de equipamentos da Santa Casa na cidade de Lisboa

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Locais únicos e diferenciados de épocas e tipologias muito variadas

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Locais únicos e diferenciados de épocas e tipologias muito variadas

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas