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Snoezelen: um mundo que se abre aos sentidos

“As salas Snoezelen são o fruto de uma visão cada vez mais abrangente da intervenção na instituição”. Foram as palavras de Sérgio Cintra, administrador da Ação Social da Santa Casa, no primeiro encontro “Snoezelen – um benefício para a intervenção em crianças e idosos”, que decorreu esta quarta-feira, 5 de abril, no Centro de Educação, Formação e Certificação da Santa Casa, em Lisboa.

Organizado pelo Serviço de Gestão de Produtos de Apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), o primeiro encontro Snoezelen visou debater os benefícios das salas multissensoriais no ciclo da vida e promover a partilha de experiências.

Amélia Martins, especialista em Snoezelen, destacou que os estímulos cognitivos das salas Snoezelen são importantes porque dão vida às pessoas. “A memória emocional é a chave do Snoezelen”, considerou.

A estimulação sensorial é utilizada como promotora de relaxamento e lazer, especialmente aos que estão em processos demenciais e, também, numa vertente preventiva e alívio de dor ou facilitadora de aprendizagens ou descobertas de emoções, concluiu.

Snoezelen

O nome difícil tem origem na junção de duas palavras holandesas: cheirar e relaxar. É uma sala equipada com material para estimulação sensorial. Um local feito de luz, sons, cores texturas e aromas, onde os objetos são coloridos e disponibilizados para serem tocados e admirados.

A sala Snoezelen é uma sala multissensorial que proporciona conforto por meio do uso de estímulos controlados. Ao entrar no local, o conceito pode ser compreendido com facilidade. As sensações provocadas são variadas e exploram os cinco sentidos.

Cada elemento da sala foi pensado e estudado para contribuir no desenvolvimento de pessoas com quadros clínicos e necessidades especiais de aprendizagem. A partir dos cinco sentidos do corpo, é trabalhada a capacidade de organizar a capacidade sensorial e de organizar as respostas, conforme a particularidade de cada pessoa.

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem três salas Snoezelen: na Obra Social do Pousal, no Centro de Desenvolvimento Comunitário da Charneca e no Centro de Acolhimento Infantil Vítor Manuel.

SCML assina protocolo com a FAPPC

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) e a Federação das Associações Portuguesas da Paralisia Cerebral (FAPPC) assinaram esta terça-feira, 13 de novembro, um protocolo de colaboração no que diz respeito à defesa e promoção das pessoas com paralisia cerebral.

Com este protocolo, assinado pelo administrador da área da ação social da SCML, Sérgio Cintra, e pelo presidente da FAPPC, Abílio Saraiva da Cunha, pretende-se desenvolver um apoio à federação destinado ao desenvolvimento da sua atividade como participante e representante nacional no “SPARCLE 3 – Estudo de Participação de Cidadãos com Paralisia Cerebral a Viver na Europa”.

O SPARCLE 3 é a terceira fase de um projeto que tem como objetivo principal identificar os principais desafios que jovens adultos, entre os 19 e os 29 anos, com paralisia cerebral, enfrentam na transição para sua vida adulta.

Sérgio Cintra sublinhou a satisfação em celebrar este protocolo que, na sua opinião, “faz todo o sentido, dada a existência de objetivos comuns entre as duas instituições, sobretudo no que respeita ao apoio das pessoas com paralisia cerebral”.

Este estudo “vai permitir conhecer as verdadeiras necessidades e desafios que estes jovens sentem quando querem integrar-se na sociedade”, concluindo que “é essencial aprimorar o que estamos a fazer bem e modificar o que não estamos a fazer tão bem”.

“Este é o primeiro passo que queremos dar em estreita colaboração com a Santa Casa. Partilhamos com a Misericórdia a mesma missão e por isso é com grande orgulho que hoje contamos com este parceiro, conhecedor aprofundado desta realidade”, explicou o presidente da FAPPC.

O SPARCLE 3 terá a duração de dois anos e para além de Portugal, participam ainda a Alemanha, a Dinamarca, a França, a Holanda, a Inglaterra, a Itália e a Suécia. A Federação das Associações Portuguesas da Paralisia Cerebral foi a escolhida para representar Portugal, em articulação com a Escola de Saúde da Universidade de Aveiro.

“Beleza não tem idade, na cidade” está de volta

FRDL apoia mais 9 misericórdias com cerca de 1,5 milhões de euros

Os paradigmas do envelhecimento em debate

Realizou-se no Fórum Lisboa, esta quarta-feira, 20 de maio, a sessão de debate, subordinada ao tema “Cidadania no envelhecimento”. Uma iniciativa do Tribunal da Relação de Lisboa que contou com a participação do provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho.

O ciclo de debates foi organizado em três painéis versando temas como “Seguro de Vida”; “OS caminhos normativos da proteção do envelhecimento”; e “A proximidade: Solidariedade em ação”.

Na sessão de abertura Edmundo Martinho elogiou o Tribunal pela iniciativa, lembrando a importância de ações como esta para a partilha de conhecimentos e práticas dos atores sociais envolvidos na promoção do diálogo em torno das questões do envelhecimento ativo e inclusivo.

O provedor destacou ainda o contributo e as várias propostas que a Santa Casa tem vindo a desenvolver para tornar Lisboa uma cidade mais inclusiva e geradora de oportunidades para todos, como é exemplo a iniciativa conjunta com a autarquia local: “Lisboa – cidade de todas as idades”.

Uma comunidade mais próxima e colaborativa

O projeto Comunidade Impacto Social para 2018-2019 foi apresentado esta manhã, 11 de junho, na Sala do Brazão do Museu de São Roque, da Misericórdia de Lisboa. Criada para medir e estudar o impacto de projetos sociais, esta iniciativa resulta de uma parceria entre a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), a Fundação Montepio, a Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES) e a empresa 4Change, dinamizador da comunidade.

Edmundo Martinho, provedor da SCML destacou na sua intervenção que é essencial que a comunidade trabalhe em conjunto, relembrando que “a questão do impacto social sempre foi um aspeto pouco considerado nas medidas públicas”.

Para o provedor a iniciativa vai “permitir desenvolver novas estratégias de atuação entre as várias instituições que operam na economia social, de norte a sul do país”, salientado o trabalho que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem vindo a desenvolver nas suas áreas de atuação.

Além de assegurar a continuidade da componente de capacitação, através de um programa que inclui um ciclo de webinars e 3 meses de prototipagem sobre metodologias de avaliação, a Comunidade Impacto Social desenvolverá um hub de dados para a partilha de métricas e resultados de impacto e ainda uma rede colaborativa de base regional e abrangência nacional.

Sérgio Cintra, administrador de Ação Social da Misericórdia de Lisboa, defendeu na sua intervenção a importância de se criar um sistema que possibilite, às várias organizações que operam na economia social “apresentar os resultados obtidos com as medidas aplicadas, promovendo a partilha de experiências “.

No final do seu discurso o administrador de Ação Social salientou que o objetivo da Comunidade de Impacto Social “seja um ecossistema de referência em Portugal, na área da economia social”.

Governação Integrada: melhores relações, mais competências

O auditório do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa recebeu, esta sexta-feira, 8 de junho, o encontro “A Caminho da Governação Integrada: Resultados e Desafios”, organizado pelo Centro Social Paroquial do Campo Grande e com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML).

Esta iniciativa visou dar conhecimento dos resultados obtidos do projeto “Murtas em Rede”. Os parceiros do projeto mostraram-se satisfeitos pelos resultados, e prontos a abraçar os novos desafios.

Na sessão de encerramento, Sérgio Cintra, administrador da Ação Social da Santa Casa, defendeu a importância deste projeto para a melhoria das condições de vida das pessoas, sublinhando a relevância da governação integrada para atingir bons resultados.

O administrador da Ação Social mostrou-se disponível para continuar este projeto, destacando a educação como prioritária para se sair do ciclo da pobreza. “O grande desafio é permitir que esta população saia do ciclo de pobreza”, finalizou.

Por outro lado, o padre Hugo Gonçalves, presidente do Centro Social Paroquial do Campo Grande, congratulou-se pelos resultados obtidos. “É um trabalho que está para lá de uma intervenção profissional”.

Bairro, lote e família: a intervenção em três dimensões

Murtas em Rede” é um projeto desenvolvido na freguesia de Alvalade, pelo Centro Paroquial do Campo Grande, no âmbito do programa municipal BIP-ZIP – Bairros e Zonas de Intervenção Prioritária. Pretende fomentar um processo de cidadania ativa com os moradores do Bairro das MuRtas e as várias entidades parceiras, através da governação integrada. A capacitação e desenvolvimento de competências e a ocupação saudável dos tempos livres são outros dos objetivos.

Este encontro vem no seguimento do workshop “A Caminho da Governação Integrada: Reflexões e Visões” realizado no Espaço Santa Casa, a 23 de março, que reuniu os parceiros envolvidos no projeto “Murtas em Rede”.

Enquadramento do percurso desenvolvido

O Bairro das Murtas tem a decorrer um projeto BIP/ZIP – “Murtas em Rede: por um Bairro Melhor”, promovido pelo Centro Social Paroquial do Campo Grande, e em parceria com a SCML. A primeira edição do projeto foi desenvolvida em 2016. Foi aprovado um novo projeto, numa lógica de continuidade em 2017. Já em 2018, foi submetida nova candidatura, aguardando-se resposta por parte da entidade financiadora.

Os projetos desenvolvidos são enquadrados numa lógica Bairro – Lote – Família, desenvolvendo atividades nestes três âmbitos, com o objetivo de melhorar a relação de vizinha, apropriação dos espaços e desenvolver competências pessoais e sociais, contribuindo para uma melhor imagem interna e externa deste bairro.

Inaugurada obra de requalificação de Lar em Seia

A obra de requalificação do Lar Nossa Senhora da Conceição, da Santa Casa da Misericórdia de Seia, foi inaugurada a 29 de maio de 2018. Este projeto permitiu requalificar e ampliar o lar, criando 8 novos quartos e adequar o equipamento à legislação em vigor.

A inauguração teve a presença da secretária de Estado da Segurança Social, Cláudia Joaquim, que considerou que “este é, sem dúvida, um momento importante para a comunidade local, mas também para o concelho de Seia, visto que esta valência é um passo concreto para responder às necessidades das famílias e da população idosa e constitui um bom exemplo a seguir, quer a nível distrital, quer a nível nacional».

O projeto insere-se numa estratégia de especialização nas demências (focada na doença de Alzheimer), para tornar a Misericórdia de Seia numa referência nacional através da participação no projeto ‘Vidas – Valorização e Inovação em Demências’, da União das Misericórdias Portuguesas.

Esta obra responde assim a necessidades identificadas em 2014 pelo Conselho Local de Ação Social da Rede Social, em que um dos problemas sociais prioritários identificados no Diagnóstico Social é a insuficiência de respostas adequadas às especificidades de pessoas com demências.

Quando o lixo se torna arte

A iniciativa é do comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública e conta com a parceria da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) e da Fundação Joana de Vasconcelos. Promover a proteção ambiental, estimulando a reutilização e reciclagem de materiais é o objetivo do concurso “Nós Reciclamos”.

A cerimónia de entrega de prémios da edição de 2018 do concurso “Nós Reciclamos” realizou-se esta quinta-feira, 24 de maio, no auditório da Fundação Champalimaud, em Lisboa. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assistiu e elogiou a iniciativa: “Este momento foi de grande alegria, porque encontrei aqui, o que Portugal tem de melhor”.

Nesta quarta edição, escolas do primeiro e do segundo ciclos, associações e lares de idosos e instituições de ensino especial de Lisboa foram desafiadas a construir um “boné de polícia”, utilizando materiais recicláveis, e inspirando-se nos diversos modelos criados ao longo de 150 anos de existência da PSP ou projetando um modelo futuro com material reciclável. Promover a proteção ambiental, estimulando a reutilização e reciclagem de materiais é o objetivo do concurso.

Rita Chaves, diretora do Departamento de Qualidade e Inovação (DQI), frisou que esta iniciativa defende a integração social, a intergeracionalidade, a participação ativa, a arte e a capacidade criativa, sem esquecer a sustentabilidade ambiental, objetivos com os quais, a Santa Casa naturalmente se identifica.

Por outro lado, Margarida Montenegro, diretora da Cultura da SCML, e membro do júri do concurso, destacou a intergeracionalidade do concurso “Nós Reciclamos”, um dos objetivos da Santa Casa.

Utentes, jovens e crianças da Misericórdia de Lisboa arrecadaram dois prémios no concurso “Nós Reciclamos”: o 2º classificado, categoria “Ensino Especial”, foi o Centro Residencial Arco-íris. Em 1º lugar, na categoria “Idosos”, ficou o Centro Social de São Boaventura.

Em representação da categoria “Escolas”, o grupo “Latomanias” da Santa Casa atuou com uma “pequena ajuda” do Presidente da República. Um momento genuíno e descontraído que provocou bastantes sorrisos.

Na presente edição, participaram 183 instituições, o que envolveu cerca de 3700 pessoas. A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa volta a participar como parceira, com a atribuição de três prémios, fazendo também parte do júri. Participaram no concurso 14 equipamentos da SCML.

A 4ª edição envolveu alunos do 1.º e 2.ºciclos (ou equivalente) de estabelecimentos de ensino, idosos pertencentes a associações/lares e utentes de escolas e instituições similares de ensino especial da área territorial do Comando Metropolitano de Lisboa.

A iniciativa é dirigida a crianças, jovens e idosos, visando o reforço dos laços de proximidade da PSP com a população destas faixas etárias. Esses objetivos inserem-se no Modelo Integrado de Policiamento de Proximidade, concretizado pelas Equipas dos Programas Escola Segura e Idosos em Segurança da PSP de Lisboa.

Uma experiência única

É um culto peculiar aquele que, na impossibilidade de se reunir “on the dark side of the moon”, fez, durante dois dias, do Altice Arena a sua congregação.
Vindos de todas as regiões do país, milhares de pessoas – entre os que a idade lhes tingiu o cabelo de prata e os que utilizaram prata para o pintar em tons florescentes – juntam-se à volta de vários símbolos que ostentam com orgulho em t-shirts, estampagens e pins.

Pelo meio desta assembleia, que tem num porco voador e num prisma multi-colorido alguns dos seus mais conhecidos símbolos, circulam doze jovens do Centro Social Comunitário do Bairro da Flamenga. “Vocês valem milhões!” remata um dos acólitos presentes assim que vislumbra o grupo. “Sou vosso fan! Parabéns!” grita outro, enquanto um terceiro questiona afoito “como é que é estar ao pé de uma lenda viva?”.

A primeira parte do segundo concerto (cerimónia?) de Roger Waters, em Portugal já chegou ao fim. Enquanto a segunda parte não chega e não volta a encher o pavilhão de riffs psicadélicos e cristalinos, os acólitos do autor de Animals, vão tirando fotos e falando com os heróis do fim da primeira parte. É que estes doze miúdos, de t-shirts pretas com a palavra “Resist” escrita a branco, esta noite voltaram a não ser apenas “another brick in the wall”. Eles foram parte de um espetáculo de escala mundial a que poucos tem acesso. Eles foram como dizem de forma galhofeira, mas corretamente, “um sucesso”.

Horas antes do banho de multidão que os recebeu, pela segunda noite consecutiva, no palco da tour “Us + Them” encontramos estes jovens no coração do Altice Arena. É na sala dedicada ao coro, situada no meio do labirinto de betão, caixas metálicas e roadies atarefados que é o interior do antigo Pavilhão Atlântico, que encontramos este grupo bem-disposto, unido e cheio de genica.

“Correu bem. Foi fantástico! Espetacular! A melhor coisa que já fiz!”. Estas foram, de forma sucintas, as reações enérgicas que este grupo de jovens, entre os 10 e os 15 anos, tiveram quando lhes perguntamos como tinha sido enfrentar uma plateia de milhares de pessoas. “Foi a coisa que mais orgulho me deu em toda a vida” sublinha Ariana de 13 anos que não esconde o quão nervosa estava antes de subir a palco. “Estávamos quase todos a tremer” revela um dos petizes, apoiado logo em seguida por um colega “claro! Então estavam milhares de pessoas a olhar para nós!”.

Há algumas histórias de erros durante a atuação – um gorro que não foi colocado no tempo devido, um macacão que não saiu no timing perfeito – mas todos são pequenos e parecem ser mais um reflexo da vontade de fazer tudo perfeito, do que serem verdadeiros erros. “Acho que todos bugamos um bocadinho” resume Eliana.

Opinião contrária tem Filomena Gomes, monitora no Centro Social Comunitário do Bairro da Flamenga e a treinadora, guia e coach destes cachopos durante todo o processo. “Durante a atuação, quando eles sobem para cima do palco, têm os rostos tapados com gorros e não conseguem ver. Na primeira atuação, quando os tiraram fiquei a olhar para eles. Estavam com os olhos completamente esbugalhados, como quem diz “o que é que é isto?” [risos] Mas depois comecei logo a puxar por eles e não bloquearam. E foi muito bom, muito bom mesmo” afirma com visível orgulho.

Com ensaios frequentes, mas não intensivos, desde fevereiro, o grupo preparou-se bem para as suas atuações. Mas depois da primeira, a segunda já é fácil, certo? “Ficamos sempre um bocadinho nervosos, é muita gente a olhar para nós e a filmar!” esclarece-nos o grupo.

Quando o concerto começa, o som da banda vibra pelas paredes, forte e claro. Os primeiros sinais de nervosismo disfarçado começam a aparecer, está quase na hora. É então que uma técnica os vem buscar. Passam pela traseira do palco mergulhado na escuridão, enquanto lá à frente os crentes afirmam, de telemóveis em punho e voz afinadas, que no fundo, no fundo são apenas “just two lost souls swimming in a fish bowl”.

Depois o som grave do baixo de Waters ressoa na escuridão com os primeiros acordes da lendária “Another brick in the Wall” e vestidos de prisioneiros, de gorros na cabeça, as nossas estrelas avançam para o palco. O que se segue arrepia. A coreografia em que os nossos jovens participam é rígida, cheia de sátira e, juntamente com as cores de sangue que enchem o palco, dá ainda mais força a um hino de rebelião juvenil de renome mundial. À saída de palco, e porque o carinho de milhares de pessoas é bom mas não é a mesma coisa que o da “família de Chelas” ou do “melhor grupo de jovens”, todos tem direito a um enorme abraço de grupo.

A outra surpresa estava reservada para logo a seguir.

“Muito obrigado, guys! Muito grato!”

Quem o diz é o mesmo senhor “muito simpático” e de “pele macia” da outra noite. Ou como milhares entoarão lá mais para o final da noite a uma só voz: Roger Waters. Conhecido por não se dar a conhecer, o esquivo baixista já na noite anterior tinha sido surpreendido pelo afeto do grupo que o envolveu num enorme abraço de grupo.

Na segunda noite, e depois de ter dado a cada um autógrafo dourado, o ativista e responsável por “The Wall” recebe um baixo dourado com o seu nome. É de cartão, está também ele autografado (com 12 assinaturas) e o músico aceita de bom grado. Quando se despede, sai sobre gritos de “Roger! Roger! Roger!” e ergue este baixo único sobre a cabeça, com o braço seco em carnes e cor bem erguido no ar.

O que se seguiu foi uma explosão de alegria. O impacto de terem feito algo único, duas noites seguidas, faz-se sentir e no camarim a cantoria segue rija enquanto o intervalo decorre.

Mesmo antes do intervalo acabar é tempo de ver o espetáculo do outro lado de lá. É aí que surgem as fotos e as congratulações antes do concerto arrancar para uma segunda parte inesquecível. Nela fios de luz cor de prata desenham o prisma multicolorido e o conhecido porco sobrevoa o espaço com direito a mensagem escrita em português.

Mas, apesar das muitas cores, refrões e riffs, não serão eles que farão quartel na memória dos jovens. O que irão recordar é aquela noite em que ofereceram um baixo dourado a Roger Waters e perante uma plateia em delírio douraram uma noite mágica.

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