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Santa Casa e Universidade Nova estabelecem parceria histórica para a criação de Centro Académico

A provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Ana Jorge, e o Reitor da Universidade Nova de Lisboa, João Sáàgua, assinaram, no dia 15 de dezembro, um protocolo que contempla várias áreas de intervenção, nomeadamente formação, investigação, prática clínica e avaliação de cuidados de saúde e sociais. 

O acordo estabelece:

  • A constituição de um Centro Académico Clínico em Reabilitação, integrando a Escola Superior de Saúde de Alcoitão, o Hospital Ortopédico de Sant’Ana, o Centro de Medicina e Reabilitação do Alcoitão, da SCML, e a Faculdade de Ciências e Tecnologia, da UNL, designadamente, as suas Unidades de Investigação Laboratório e Instrumentação, Engenharia Biomédica e Física das Radiações, a NOVA LINCS (NOVA Laboratory for Computer Science and Informatics) e o Centro de Investigação Centro de Tecnologia e Sistemas;
  • A proposição pela ESSALCOITÃO, da SCML, e pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (“FCSH”), da UNL, à Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (“A3ES”), de uma licenciatura conjunta no âmbito da Administração de Equipamentos Sociais;
  • O desenvolvimento de projetos comuns de investigação e avaliação de atividades e de programas no domínio da política e ação social pela FCSH, da UNL, e pela ESSALCOITÃO, da SCML;
  • A cooperação genérica em ações de formação e/ou em projetos de investigação no âmbito das suas áreas de intervenção, sujeitos à prévia apreciação e aprovação por cada uma das instituições.

O acordo tem a duração de um ano, a partir da data da sua assinatura, podendo ser renovado se ambas as instituições assim o entenderem.

De uma viagem à volta do mundo nasceu a Equal Food Co., a vencedora do Rise for Impact

Combater o desperdício alimentar e fazer com que todos os alimentos sejam valorizados, minimizando o desperdício e gerando valor. Este é o grande objetivo da Equal Food Co., a vencedora da 2ª edição do Rise for Impact, que arrecadou um prémio no valor de três mil euros para apoio ao desenvolvimento do projeto. O anúncio foi feito esta quinta-feira, nas plataformas digitais da Casa do Impacto, após deliberação de um júri composto por membros da direção do hub de empreendedorismo da Misericórdia de Lisboa, entidades parceiras e intervenientes do setor.

A Equal Food Co. nasceu de uma viagem à volta do mundo e da diferença de culturas. Foi o contraste de realidades entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento que fez com que Alberto Mojtar e Lukas Friedemann, os cofundadores desta startup, embarcassem na missão de mudar o planeta. Experienciaram, em primeira mão, como a pobreza alimentar afeta os países em desenvolvimento e como, ali, o desperdício não é opção. Por outro lado, ficaram perplexos ao ver que nos países ocidentais o desperdício é a norma.

Essa viagem acabaria também por ter paragem em Portugal. Foi no nosso país que começaram a acompanhar de perto o trabalho da Casa do Impacto. “Conhecíamos algumas pessoas que faziam parte do ecossistema da Casa do Impacto e parecia ser espaço do qual queríamos fazer parte”, explicam.

Quando efetuaram a candidatura ao Rise for Impact estavam longe de imaginar que seriam os grandes vencedores da 2ª edição do programa de capacitação da Casa do Impacto. Na altura estavam numa fase inicial, a construir uma plataforma e a trabalhar com restaurantes. Desde então, muita coisa aconteceu. “Voltámo-nos para um negócio virado para o consumidor com resultados muito bons e com um impacto exponencial”, revelam.

Desde que iniciou a sua caminhada no Rise for Impact, a Equal Food Co. resgatou 40 toneladas de alimentos que teriam sido desperdiçados e gerou cerca de 45 mil euros para uma rede de mais de 40 agricultores.

Alberto Mojtar e Lukas Friedemann contam que elevaram a Equal Food Co. “a um nível cinco vezes maior” do que quando iniciaram. “Mudámos de armazém três vezes. Contratámos dois funcionários e estamos atualmente em processo de contratação de um terceiro. E, mesmo com tudo isso, ainda parece que há muito a fazer. Estamos ansiosos para alcançar todos os nossos objetivos futuros”.

A Equal Food Co. foi o projeto que melhor correspondeu aos objetivos da Casa do Impacto, que pretende com o Rise for Impact chegar a empreendedores motivados, com sentido de missão e com propostas que promovam soluções inovadoras na resolução de problemas e necessidades sociais de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU.

“Aos poucos a inovação ambiental e social está a acontecer, mas incentivos como o Rise for Impact são essenciais, pois promove o desenvolvimento dos negócios, capacita empreendedores, ajuda a catapultar e a acelerar esta transformação que é tão precisa”, frisa Inês Sequeira, diretora da Casa do Impacto.

“Exemplos de soluções capazes e necessárias no mercado”

Os três projetos finalistas “percorreram uma maratona” que começou a 28 de junho de 2020 e que terminou a 28 de fevereiro de 2021. Foram oito meses divididos em três fases: bootcamp, capacitação e incubação. A Equal Food Co. acabaria por ser a startup vencedora, mas para Inês Sequeira os três finalistas “são,  sem dúvida, exemplos de soluções capazes e necessárias no mercado”.

O programa de capacitação da Casa do Impacto distinguiu ainda os projetos Ambigular e Matter, segundo e terceiro classificados, respetivamente. A estes foram atribuídos prémios monetários para apoio ao desenvolvimento das ideias de negócio, no valor de 2000 euros (2º classificado) e 1000 euros (3º classificado).

Mas a que se dedicam estas startups que também subiram ao pódio do Rise for Impact?

Ambigular

Oficinas de storytelling com comunidades marginalizadas, que resultam em eventos públicos, revistas e livros impressos e digitais, vídeos e exposições. Nessas oficinas, os participantes treinam e desenvolvem competências úteis, como a comunicação, falar em público, confiança e habilidades criativas.

Matter

Startup CleanTech que oferece soluções premium e de valor acrescentado, de design e arquitetura, através da utilização de subprodutos e resíduos orgânicos, numa lógica de economia circular. Transformam os resíduos sólidos orgânicos da indústria do vinho, café, chocolate, cerveja ou cacau em painéis únicos, que podem ser aplicados em revestimentos interiores, mobiliário ou design.

Santa Casa e Banco Montepio investem quase um milhão de euros em nove projetos de inovação social

Financiar e potenciar projetos inovadores nas áreas da proteção social: emprego, saúde, justiça, educação e inclusão, assim como estimular o investimento neste setor em Portugal, são os principais objetivos dos Projetos de Impacto, uma iniciativa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e do Banco Montepio.

As duas instituições, atualmente os maiores investidores sociais do país, disponibilizaram um milhão e 350 mil euros em instrumentos de apoio à inovação social. No total, foram aprovadas nove candidaturas: dois Títulos de Impacto Social e sete Parcerias para o Impacto.

Edmundo Martinho, provedor da Misericórdia de Lisboa, salienta que este apoio “reforça a estratégia da Santa Casa no setor da Inovação e da Economia Social em Portugal”, salientando que a instituição tem sido capaz de se adaptar “a cada época e às várias oportunidades que dela advêm, com investimento para o impacto, no empreendedorismo e na filantropia estratégica”.

Para o provedor, os projetos selecionados “contribuem para a inovação das respostas aos novos desafios contemporâneos, cada vez mais complexos, principalmente no contexto pandémico que vivemos, em áreas centrais como a educação, a digitalização, o envelhecimento ativo, a arte e a cultura, empregabilidade e saúde”.

Já Pedro Leitão, Presidente da Comissão Executiva do Banco Montepio, frisa que a instituição secular que lidera sempre assumiu “forte compromisso de contribuir para uma sociedade mais transparente, mais justa e mais sustentável”, concluindo que “a ligação umbilical ao terceiro setor é a face mais visível deste compromisso”.

Nas Parcerias para o Impacto, os projetos identificados estão centrados nas áreas de saúde, arte e cultura, envelhecimento ativo, empreendedorismo, digitalização e reabilitação de espaço público. O objetivo passa por obter modelos de financiamento mais estáveis, eficazes, duradouros e assentes em resultados de impacto, em conjunto com investidores sociais.

“O Mundo é o meu Bairro” é um projeto piloto de dois anos, que contou com a participação de 1.200 habitantes do Bairro da Quinta do Loureiro, em Lisboa, onde foram criados vários projetos de inclusão social em diversos eixos artísticos.

Outros dos projetos selecionados na área de arte e cultura foi o “Skoola – Escola de Música Urbana e Contemporânea”, que pretende combater a exclusão social de crianças e jovens, dos 10 aos 18 anos, que vivam em bairros sociais e economicamente desfavorecidos, através do poder transformador da música urbana e contemporânea. O Skoola assenta a sua atividade na valorização da cultura dos jovens envolvidos, segundo o paradigma da democracia cultural.

Já no âmbito do envelhecimento ativo, foram dois os projetos selecionados: o “55+ Scaling for Impact”, que tem por objetivo dar sentido e utilidade às pessoas de 55 e mais anos, enquanto satisfaz necessidades comunitárias de forma economicamente competitiva, e o “Robot PEPE”, ferramenta terapêutica inovadora que alia a realidade aumentada a exergames (jogos cognitivos mediados pelo exercício físico), permitindo em simultâneo a atividade física e a estimulação cognitiva.

Há ainda o “WeGuide”, o acompanhamento profissional (não voluntário) de doentes oncológicos da área metropolitana de Lisboa, cujo plano é, numa segunda fase, chegar a outras partes do país e a pessoas com outras doenças crónicas, o projecto “Impulso”, que visa simplificar a criação de micro-negócios e o “Na minha praceta”, que propõe a regeneração urbana em três bairros municipais da freguesia de Marvila, e no qual, através de metodologias participativas, os residentes vão contribuir de forma ativa na reabilitação e ativação do seu espaço público, promovendo assim o aumento do capital social e da coesão social.

Por sua vez, nos Títulos de Impacto Social, que têm como objetivo disponibilizar financiamento através de um mecanismo de contratualização e pagamento por resultados, os dois projetos escolhidos foram o “Ubbu – code literacy em Lisboa”, que aposta no ensino de Ciência da Computação e da Programação nas escolas públicas dos 1.º e 2.º ciclos do ensino básico e o “Gamezone Lisboa”, cuja missão é combater o défice de competências de português e matemática de alunos com baixo estatuto socioeconómico.

Tanto as Parcerias para o Impacto como os Títulos de Impacto Social preveem o pagamento com base em resultados e métricas de avaliação de impacto que comprovem a obtenção de resultados sociais e ganhos de eficiência em áreas prioritárias de política pública. A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e o Banco Montepio vão avaliar o resultado destas iniciativas empreendedoras, conhecer os seus impactos e analisar as mudanças provocadas.

Casa do Impacto. Um ecossistema formado para combater as desigualdades

O ecossistema do empreendedorismo da Casa do Impacto está cada vez mais sólido. Desde a sua criação, a 1 de outubro de 2018, que o hub de empreendedorismo da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem vindo a aglomerar startups capacitadas para desenvolver projetos inovadores com resultado social.

É na Casa do Impacto que convergem todos os players do ecossistema do empreendedorismo de impacto do país. O objetivo do polo de inovação é, diariamente, promover negócios que ajudem a combater os problemas que enfrentamos enquanto sociedade. A pobreza, as desigualdades e o desemprego são alguns dos desafios que os empreendedores se propõem a resolver, através de negócios sustentáveis que nasceram para criar impacto social positivo, em conformidade com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da ONU.

O sucesso da Casa do Impacto traduz-se, por exemplo, nos casos que aqui ganharam forma e que mereceram replicação e reputação internacional. O ecossistema mapeado pelo hub tecnológico possibilita uma rápida compreensão desse êxito, ao incluir os players mais relevantes que diretamente influenciam, ou foram influenciados, pela atividade da Casa do Impacto nos seus dois anos de existência. A infografia mostra-nos um ecossistema do empreendedorismo de impacto sólido e amplo.

Mapa ecossistema de impacto

“Queremos desafiar novos empreendedores a criar mais negócios de impacto social, uma vez que têm todas as ferramentas que necessitam na Casa do Impacto. Damos acesso a diferentes soluções para diferentes fases de negócio”, explica a diretora da Casa do Impacto, que vê no “Santa Casa Challenge” ou no fundo “+Plus” bons exemplos do apoio dado pela Casa do Impacto a novos empreendedores.

A era da inovação social

Há muito que a Casa do Impacto tenciona ter um papel unificador entre as várias realidades. O objetivo passa por possibilitar a criação de pontes e intersecções entre os vários setores: público, privado e da economia social, o empreendedorismo e a inovação de impacto naquela que, para Inês Sequeira, é “era da inovação social”.

Portugal parece dar uma boa resposta nesse sentido, sobretudo durante a pandemia de Covid-19. O nosso país é, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), o estado do mundo com mais respostas inovadoras aos problemas sociais causados pela pandemia. No total, foram identificadas 37 inovações sociais originárias do setor público em Portugal, entre as 434 identificadas pela OCDE em todo o mundo.

Nestes números, a Casa do Impacto tem uma palavra a dizer. Um dos projetos que contribuiu para que Portugal atingisse este lugar foi o “acalma.online”, uma plataforma de videoconsultas para apoio psicológico de sintomas relacionados com o confinamento, criada em abril de 2020.

Mas o acalma.online é apenas um entre muitos exemplos: o movimento “tech4COVID19″, que, em 48 horas, juntou mais de 600 empreendedores tecnológicos com soluções inovadoras de combate aos efeitos da pandemia; o “Santa Casa Challenge Extra Covid-19”, que investiu 50 mil euros nos projetos Ally Smart Check-ins e Smart-AL, duas soluções tecnológicas de apoio e a idosos; a GoParity aproveitou o seu know-how em campanhas de angariação de fundos e recolheu 185 mil euros para a aquisição de material hospitalar.

Não será apenas durante a pandemia que esta tendência de crescimento do ecossistema de impacto se vai verificar. Inês Sequeira olha para o futuro de forma risonha, pois acredita que, no pós-Covid-19, “por termos ficado alerta para a necessidade de projetos com preocupações sociais”, teremos um ecossistema “saudável e inovador que vai continuar a prosperar e a crescer” em particular nas áreas da educação e na área da saúde mental.

“Na área do envelhecimento, as soluções vão continuar a surgir. Estamos a viver um desafio e uma oportunidade ao mesmo tempo. Oportunidade para inovar, democratizar e escalar as experiências de aprendizagem”, considera Inês Sequeira.

Ambigular, The Equal Food Co e Matter: eis os finalistas do Rise for Impact

A Ambigular, a The Equal Food Co e a Matter foram as startups selecionadas para a final da segunda edição do Rise for Impact, o programa de aceleração para startups de impacto social e ambiental da Casa do Impacto. As três finalistas foram eleitas entre dez projetos candidatos, que esta quinta-feira, num evento que contou com transmissão online através do Facebook da Casa do Impacto, deram a conhecer as suas propostas inovadoras e a sua evolução após três meses de capacitação no hub da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Todos os projetos apresentados vão ao encontro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas, com propostas de ideias que pretendem erradicar a pobreza, estabelecer a educação de qualidade, possibilitar o trabalho decente e o crescimento económico ou até potenciar o consumo e a produção responsável. Nesta edição, o Rise for Impact consolida ainda mais o seu sentido de missão, face às questões do combate ao COVID-19 e consequentes impactos do isolamento social.

Adequação do perfil do empreendedor ou equipa de projeto, sustentabilidade do projeto, grau de inovação, aplicabilidade e impacto no público-alvo são alguns dos aspetos tidos em conta pelo júri, composto por Inês Sequeira, diretora da Casa do Impacto, João Borga, diretor da Start Up Portugal, Manuel Nina, cofundador da GoParity, Elena Durán, fundadora da +55, e Luís Fonseca, partner da MAZE.

Mas qual é a proposta e a missão dos três projetos finalistas?

Ambigular

Oficinas de storytelling com comunidades marginalizadas, que resultam em eventos públicos, revistas e livros impressos e digitais, vídeos e exposições. Nessas oficinas, os participantes treinam e desenvolvem competências úteis, como a comunicação, a confiança e habilidades criativas.

The Equal Food Co.

Startup focada na otimização da cadeia alimentar, com o objetivo de garantir que não haja desperdício de alimentos em nenhuma fase. Identificam áreas com excedente – por questões estéticas, falta de procura ou grau de maturação – e “destravam” ou criam mercados para esses produtos. Neste momento trabalham com agricultores regionais, em Portugal e Espanha, para os ajudar a comercializar produtos imperfeitos e excedentes que não são vendidos pelos canais normais.

Matter

Startup cleantech que oferece soluções premium e de valor acrescentado, de design e arquitetura, através da utilização de subprodutos e resíduos orgânicos, numa lógica de economia circular. Transformam os resíduos sólidos orgânicos da indústria do vinho, café, chocolate, cerveja ou cacau em painéis únicos, que podem ser aplicados em revestimentos interiores, mobiliário ou design.

Os três projetos finalistas passam agora à fase de pós-aceleração, que tem a duração máxima de quatro meses. Nesta etapa, os projetos terão o apoio da Casa do Impacto, através do acesso a espaço de trabalho e mentoria customizada a título gratuito. Concluída esta fase, será efetuada a apresentação dos três projetos finalistas em sessão pública e presencial, a realizar em Lisboa.

A ImpactOn foi a vencedora da primeira edição do Rise for Impact. A Skizo e a Acorde Maior, do Village Underground, arrecadaram o segundo e terceiro lugares, respetivamente.

Inovação, sustentabilidade e futuro. O exemplo da Casa do Impacto no Planetiers

Como acelerar o desenvolvimento sustentável ambiental, económico e social? Qual o papel das empresas e instituições e que impacto podem ter nestes três eixos? O Planetiers World Gathering decorreu nos dias 22 e 23 de outubro, em Lisboa, num formato condicionado pela Covid-19, com público limitado no recinto e com transmissão integral de todas as sessões, através do site oficial do Planetiers.

O maior evento de inovação sustentável do mundo, que decorreu pela primeira vez em solo português, juntou 100 oradores de vários pontos do globo, divididos por quatro palcos, para debaterem e apresentarem projetos inovadores que contribuam para um mundo mais sustentável. No segundo dia da cimeira tecnológica, a diretora da Casa do Impacto, Inês Sequeira, subiu ao palco Crédito Agrícola Communities Stage, numa sessão dedicada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos pelas Nações Unidas, para falar sobre a missão da Casa do Impacto e dos objetivos do hub da Misericórdia de Lisboa.

 

Casa do Impacto. Há dois anos a trabalhar por um mundo melhor

Quando a 1 de outubro de 2018 a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa anunciou a criação da Casa do Impacto, Edmundo Martinho, provedor da instituição, afirmava que “esta Casa iria criar as condições necessárias ao desenvolvimento de soluções inovadoras, que constituam novas respostas sociais, adequadas aos desafios contemporâneos”. Desde então, o hub – do inglês, centro – sediado no Convento de São Pedro de Alcântara já apoiou 135 projetos e injetou na Economia de Impacto mais de 1,5 milhões de euros.

As conquistas alcançadas nos últimos dois anos ajudam a delinear um plano para os próximos tempos. Para a diretora da Casa do Impacto, Inês Sequeira, é fundamental que o futuro assente em três pontos essenciais: “continuar a formar empreendedores através do programa de aceleração ‘Rise for Impact’, alavancar projetos com recurso ao ‘Fundo +Plus’ e desafiar mentes empreendedoras através do ‘Rise For Impact’ ou do ‘Santa Casa Challenge’”.

Inês Sequeira quer uma Casa do Impacto mais plural e heterogénea, num hub onde existem 20 fundadoras mulheres e 13 nacionalidades representadas. “Queremos chegar a mais empreendedores, de diferentes países, géneros, etnias, classes sociais, backgrounds e idades para trazer mais diversidade e inclusão ao empreendedorismo, de forma a potenciar soluções de resposta abrangente a toda a sociedade”, revela a responsável, acrescentando que “estão a ser desenhados mecanismos que promovam a colaboração e a criar critérios de diversidade para as nossas iniciativas”.

Nos dois primeiros anos de atividade, muita coisa foi feita. Para o futuro, as palavras-chave são “mais” e “melhor”, de modo a continuar a desenvolver modelos de negócio, que possam ser uma mais-valia para responder aos maiores desafios sociais e ambientais da década, alinhados com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).

 

Transição para o digital: apostar na tecnologia sem esquecer a tradição da Santa Casa

O mito foi quebrado logo no primeiro painel do seminário “Transição Para o Digital na Santa Casa”, que decorreu esta quinta-feira, na Sala de Extrações da Santa Casa: as máquinas não vêm substituir os humanos nos respetivos postos de trabalho. A garantia de que “as pessoas não correm o risco de ficar para trás” e serem substituídas pela tecnologia foi dada pela secretária de Estado da Inovação e da Modernização Administrativa, Maria de Fátima Fonseca. E prosseguiu: “é necessário investir nas pessoas, na capacitação institucional, utilizar de forma estratégica e inteligente a tecnologia e reforçar o contacto em proximidade”.

Para o provedor da Santa Casa, Edmundo Martinho, o digital tem que ter a capacidade de ajudar a Misericórdia de Lisboa “a conhecer os fenómenos, no momento da partida, mas ajudar também a conhecê-los à medida que vão sofrendo alterações, para que ninguém fique para trás”.

Maria de Fátima Fonseca acompanhada por Edmundo Martinho e jornalista do Dinheiro Vivo

“A transição digital pode apresentar alguns riscos, nomeadamente no que diz respeito ao acesso a informação, aos serviços. A iliteracia digital continua presente, e nós temos que ser capazes de combinar deste ponto de vista”, destaca Edmundo Martinho. O provedor começou por referir que a Santa Casa “tem sabido acompanhar tudo aquilo que são evoluções no domínio tecnológico, mas que também tem sabido manter e preservar o seu património e as suas tradições”.

Mas, afinal, como pode o digital contribuir para uma melhor atuação da Santa Casa?

A tecnologia como suporte à saúde

As diferentes áreas de intervenção da Santa Casa colocam desafios muito distintos. Edmundo Martinho destacou a área da saúde, setor onde quer, “cada vez mais, introduzir mecanismos de acompanhamento e monitorização”. Para isso conta recorrer a novas tecnologias e soluções digitais avançadas que “permitam chegar a mais pessoas, chegar a mais pessoas em melhores condições e de forma mais permanente”. Mas frisa: “nada disto dispensa a presença dos cuidadores, dos técnicos, das pessoas que acompanham e cuidam destas pessoas”.

“A importância do digital está em duas dimensões: no suporte a este trabalho, com o acompanhamento em tempo real, com assistência à distância e suporte permanente a todas as pessoas; produção e tratamento de informação que vamos recebendo, para que possamos perceber os passos que damos, em que direção vão, que impacto estão a ter”, realça o provedor, sem dúvidas de que “é isso que nos permite melhorar”.

Mas o que podemos esperar da área da saúde da Santa Casa num futuro próximo? A ambição é transformar completamente o apoio domiciliário, fazendo sair das fronteiras tradicionais dos cuidados de higiene e alimentação. Edmundo Martinho pretende introduzir, por exemplo, “alguns mecanismos de reabilitação no domicílio, instrumentos essenciais para monitorizar o grau de reabilitação, conquistas e erros que se vão fazendo”.

O provedor da Santa Casa destacou o “bom exemplo” dado pela Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, na criação do Sistema de Gestão de Tarefas e Atividades (GTA), que possibilita a programação e monitorização de tarefas e atividades dos profissionais de saúde da instituição. Através de uma aplicação para smartphone os profissionais conseguem fazer uma melhor gestão da informação.

“O petróleo do século XXI”

Como é que todo este movimento em direção à digitalização impacta expressões de base mais territorial, como é o caso dos Jogos Santa Casa? Para compreender o que deve e pode fazer para se adaptar a esta realidade, a Santa Casa criou um domínio de trabalho para que seja possível fazer-se uma leitura antecipada dos fenómenos, o que permite à instituição perceber o que pode ser feito para se adaptar a esta realidade.

“Nós temos cinco mil mediadores no país ligados em rede, permanentemente. Sabemos a cada momento o que se passa em cada um daqueles terminais. Há aqui uma dimensão tecnológica fortíssima e que temos de ser capazes de aprofundar”, explica Edmundo Martinho.

Vasco Jesus é um dos profissionais que integra o grupo de trabalho da NOVA IMS, que colabora com o departamento de Jogos da Santa Casa no desenvolvimento de uma ferramenta que permite analisar a rede de mediadores existente e identificar áreas geográficas que podem vir a ser servidas por terminais Jogos Santa Casa.

Vasco Jesus fala sobre a importância dos dados

“É importante que a rede continue funcional para que produza as receitas necessárias para a Santa Casa prosseguir a sua missão, mas que simultaneamente faça uma gestão do risco que está associado à sua expansão. A ferramenta permite que as decisões sejam tomadas com mais fundamento”, destaca Vasco Jesus, acrescentando que o grande desafio “era compreender como é que a rede existe e quais as características associadas”.

É aqui que Vasco Jesus coloca todos a pensar sobre o “petróleo do Século XXI”: os dados. Que importância têm e o que podemos fazer com eles? Para o professor convidado da NOVA IMS, os dados podem tornar-se “numa coisa extraordinária por causa do engenho humano. Os dados, por si só, não têm valor. São as pessoas que conseguem criar valor. Os dados estão presentes, mas aquilo que conseguimos fazer com os dados é que cria valor. É isso que é relevante para as organizações”.

Digital: oportunidade ou necessidade?

Para a secretária de Estado da Inovação e da Modernização Administrativa, Maria de Fátima Fonseca, qualquer processo de transformação digital “não significa deitar tecnologia sobre as organizações tal como elas existem”. Para Maria de Fátima Fonseca a transição para o digital tem que estar assente em cinco eixos fundamentais: “compreender as oportunidades da tecnologia, os limites, até onde queremos ir, compreender como é que a tecnologia casa com os processos organizacionais e como é que nos permite cumprir melhor as nossas missões”.

Nos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) as missões são cumpridas à distância. O presidente da SPMS, Luís Goes Pinheiro, acredita que “é fundamental tirar partido das poucas boas coisas que a pandemia nos trouxe” e a aproveitar o digital para “apostar muito” no teletrabalho, na teleconsulta e na telemonitorização. “Tudo o que poder ser feito à distância, é para ser feita à distância”, frisa.

Quatro homens num painel sobre transição para o digital

Através do exemplo da Xbox Adaptive Controller –hub construído pela Microsoft para auxiliar jogadores com mobilidade reduzida- Eduardo Antunes trouxe outra questão: a inclusão digital. “A transformação digital centra-se nas pessoas”, destaca.

Pensar em como atuar é o que a Santa Casa está a fazer com a realidade virtual. Em curso está uma experiência que deve ser lançada até final de 2020. Numa fase inicial, o projeto será lançado numa  “dimensão mais lúdica”, mas, dependendo do sucesso do ensaio, poderá evoluir para uma dimensão de estimulação cognitiva.

Transição para o digital na Santa Casa: a tecnologia como fator de mudança

Será que o digital cria mesmo valor para as empresas e organizações? É com esta pergunta que a Direção de Estudos e Planeamento Estratégico da Santa Casa parte para o seminário “Transição Para o Digital na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa”, que decorrerá no próximo dia 24 de setembro, a partir das 9:30. Devido às condicionantes ditadas pela Covid-19, a admissão de público na Sala de Extrações da Misericórdia de Lisboa não será possível, mas o evento contará com transmissão via streaming através do canal de Youtube da Santa Casa.

O seminário contará com a participação do provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, e da secretária de Estado da Inovação e da Modernização Administrativa, Maria de Fátima Fonseca. No programa do seminário “Transição Para o Digital” constam ainda nomes como Vasco Jesus, professor convidado da NOVA Information Management School, Eduardo Antunes, membro da Comissão Executiva da Microsoft Portugal ou Filipe Costa, diretor comercial para as Grandes Contas da SAP Portugal.

Através da discussão de situações concretas, que sejam passíveis de transportar para o universo Santa Casa, o seminário pretende contribuir para um maior nível de sensibilização dos trabalhadores da instituição para a temática do digital e mostrar a forma como a tecnologia pode contribuir para o aperfeiçoamento da prestação de serviços nas diversas áreas de atuação da Santa Casa.

Para o responsável da Direção de Estudos e Planeamento Estratégico da Santa Casa, Francisco Pessoa e Costa, todos os serviços da Misericórdia de Lisboa saem a ganhar com uma maior aplicação da tecnologia digital. “Nos domínios da ação social e da saúde o digital assume, pelo contrário, uma função de complementaridade ao trabalho desenvolvido pelos profissionais daquelas áreas, que é absolutamente insubstituível, como, aliás, a situação de pandemia em que nos encontramos tem demonstrado”, explica.

Uma das iniciativas que a instituição quer desenvolver no âmbito da migração para o digital é a introdução de teleconsultas e programas de telereabilitação no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, permitindo desta forma o acesso simples e rápido a cuidados de saúde.

Idosos “mais autónomos, mais acompanhados e em maior segurança”

O seminário contará também com apresentações mais focadas nos idosos, com objetivos diferenciados: a Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso irá partilhar o sistema de gestão de tarefas e atividades que implementou como suporte de toda a sua atividade; já a SAP irá partilhar a sua experiência na área da ação social, numa apresentação que ilustra a melhoria do nível de qualidade e bem-estar que é possível de alcançar através do digital.

A cargo da EDIGMA estará uma apresentação focada na realidade virtual e na forma como este método pode reduzir o isolamento de utentes institucionalizados e identificar sinais precoces de doença.

O projeto RADAR é, para Francisco Pessoa e Costa, o exemplo perfeito que demonstra a forma como a tecnologia pode ser uma mais-valia. Seja através da “criação de sistemas de monitoração e controlo que garantam a capacidade de atuação em tempo útil” ou com a “introdução de componentes de análise de dados e de inteligência artificial que possibilitem complementar diagnósticos, incorporando conhecimento e encontrar soluções”.

Pode a tecnologia ser um meio para nos mantermos mais autónomos na velhice? Fernando Pessoa e Costa não tem dúvidas: “Acredito em absoluto: mais autónomos, mais acompanhados e em maior segurança. [A tecnologia] deve ser utilizada como componente de reforço da proximidade e do compromisso de intergeracionalidade”, refere.

Para assistir ao Seminário “Transição Para o Digital na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa” clique aqui.

Estão escolhidos os finalistas do PAES Aceleração

A Impact Hub Lisbon recebeu esta quarta-feira, 6 de junho, o Marketplace do PAES Aceleração, onde 10 projetos apresentaram os seus argumentos ao júri do programa. Num leque de projetos com muita qualidade, os selecionados para a fase de pós-aceleração foram o Negócio Social Sustentável 55+, a Rádio Miúdos e Spot.

O PAES Aceleração é promovido pelo Departamento de Empreendedorismo e Economia Social da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), em parceria com a AICEP Portugal Global, Associação Portuguesa Business Angels, Coração Delta, Instituto do Emprego e Formação Profissional e Montepio.

O administrador com o pelouro do Empreendedorismo da SCML, Sérgio Cintra, dirigiu-se aos empreendedores confidenciando que os relatos que foi recebendo sobre as sessões deste programa têm sido “bastante motivadores e acima de tudo um ânimo para justificar não só a intervenção que fazemos mas acima de tudo para garantir a vontade de continuar a apoiar-vos na aceleração” dos projetos.

Sérgio Cintra considerou que é muito importante “garantir instrumentos para que sintam que a Misericórdia de Lisboa, juntamente com os parceiros, aposta na tentativa de diminuir as desigualdades e simultaneamente proporcione condições” para que os empreendedores concretizem os seus sonhos.

O administrador falou ainda sobre um projeto de empreendedorismo social que a instituição está a desenvolver na comunidade do Bairro Alto, a “Casa de Impacto”. Localizado no Convento de São Pedro de Alcântara, este espaço pretende agregar todas as entidades ligadas ao empreendedorismo e inovação social, de forma a potenciar o impacto dos projetos.

Às 3 candidaturas finalistas será dado acesso a um programa de internacionalização, que inclui deslocações ao estrangeiro e reuniões de networking.

À candidatura melhor classificada, entre as 3 finalistas, será atribuído prémio pecuniário no valor de 15.000,00€ (quinze mil euros).
O PAES Aceleração é um Programa de Apoio a Empreendedores Sociais, promovido pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa com o apoio da Impact Hub Lisbon, que visa captar e acelerar projetos que desenvolvam produtos e serviços de carácter inovador destinados à resolução de problemas e necessidades no contexto da Economia Social.

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde e cuidados de saúde ao domicílio

Unidades da rede nacional

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas