Categoria de Artigo: Ação social
A rubrica “Por Boas Causas” da edição online do Correio da Manhã fez, esta quinta-feira, 09 de fevereiro, uma reportagem sobre o Pousal. A peça, que retrata o dia a dia deste equipamento, começa por afirmar que “na Malveira, há um refúgio para os traídos pela mente”.
A Obra Social do Pousal, que faz este ano 40 primaveras, é um equipamento de saúde da Misericórdia de Lisboa, destinado a acolher pessoas adultas portadoras de multideficiência. Com o apoio de uma equipa clínica multidisciplinar, os utentes do equipamento têm sessões de fisioterapia e de terapia da fala e todo o apoio clínico de que necessitam.
Nesta casa não existe uma diferença entre ninguém e é assim em comunidade, com esta filosofia em mente, que diariamente todos contribuem para fazer deste “lar” um espaço alegre, com cor e dinamismo.
Leia a história na íntegra, aqui.
Participar na construção de uma comunidade socialmente e digitalmente mais inclusiva, foi o grande propósito da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa ao juntar-se como parceiro do programa “Eu Sou Digital”.
Lançado em 2021, sob a alçada da Secretaria de Estado da Economia e da Transição Digital (reformulada em março de 2022 para Secretaria de Estado da Digitalização e Modernização Administrativa), este programa é uma das medidas inscrita no Plano de Ação de Transição Digital, que junta o Estado Português através da Estrutura de Missão Portugal Digital, a Caixa Geral de Depósitos e o MUDA – Movimento pela Utilização Digital Ativa.
Esta iniciativa visa ajudar pessoas com mais de 45 anos a adquirirem competências de iniciação relativas à utilização da internet e assenta no contributo de uma rede de voluntários que promovem a criação de ações de capacitação digital em locais de proximidade nas comunidades. A formação é habitualmente feita num tablet disponibilizado pelo mentor e é também dirigida para o equipamento que o utente possua, que na maioria dos casos é o smartphone.
A primeira sessão de capacitação desenvolvida num equipamento da Misericórdia de Lisboa aconteceu no ano passado, na Casa do Impacto, onde vários seniores e jovens da Área Metropolitana de Lisboa se juntaram para começarem a dar os primeiros passos no mundo digital.
O programa “Eu Sou Digital” é totalmente gratuito e compõe-se, sobretudo, da vontade de uma rede de voluntários com 1300 membros, que ajuda idosos de todo o país a ligarem-se à internet. O objetivo do projeto passa pela criação de 1500 centros de aprendizagem por todo o país, permitindo que o programa chegue a 1 milhão de pessoas até ao final de 2023. Para fazer parte do “Eu Sou Digital” basta que conclua a formação de mentor com sucesso. Após a receção do certificado estará apto a começar a ensinar o digital a familiares ou colegas que necessitem destas competências digitais.
Destinado a toda a comunidade escolar da rede pública do concelho de Lisboa, o concurso escolar “Todos Somos Diferentes” pretende distinguir trabalhos escolares que venham sensibilizar e mobilizar para a importância de uma escola integradora e inclusiva das pessoas com deficiência, baseada nos princípios da solidariedade e da diversidade com vista à construção de uma sociedade futura mais coesa e mais justa.
Além de formar os mais novos sobre a importância do tema, este concurso terá também o objetivo de fazer uma diferença efetiva nas escolas vencedoras. É que os vários prémios pecuniários a ele associados, que vão desde 1.000 a 4.000 euros, serão aplicados nas necessidades das escolas, de acordo com os regulamentos.
Podem ser apresentados um Relatório de Projeto por turma e mais do que um Relatório de Projeto por ciclo de ensino e por escola. Todos os trabalhos devem respeitar os princípios consagrados na Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Os trabalhos deverão ter a participação, em todas as fases de desenvolvimento, de alunos com deficiência.
O concurso destina-se a crianças e jovens do Jardim de Infância, 1º, 2º e 3º ciclo do ensino básico e ensino secundário (ou equivalente) distribuídos por cinco escalões, de acordo com os níveis de desenvolvimento escolar: a) 1º Escalão – Jardim de Infância; b) 2º Escalão – 1º ciclo do ensino básico; c) 3º Escalão – 2º ciclo do ensino básico; d) 4º Escalão – 3º ciclo do ensino básico; e) 5º Escalão – ensino secundário (ou equivalente).
Pode ser apresentado um trabalho por turma e mais do que um trabalho por ciclo de ensino e por escola. Até final de fevereiro, deverá ser enviado pelos Agrupamentos Escolares (ou pela Escola) um e-mail para o endereço eletrónico todos.somos.diferentes@scml.pt a expressar vontade em participar, com os dados referentes à escola e turma. Até ao dia 13 de maio, terão de ser enviados os Relatórios dos Projetos de boas práticas a replicar, elaborado pelos alunos e professores. Em junho, será a divulgação dos vencedores e dia 29 do mesmo mês, a entrega dos prémios.
Na última edição do programa, oito estabelecimentos de ensino da rede pública do concelho de Lisboa foram distinguidos. Ao todo, participaram na segunda edição 264 alunos, 29 professores de nove escolas básicas de oito agrupamentos escolares diferentes da cidade.
Consulte o Regulamento para ficar a par de todas as necessidades e regras a que estão sujeitos todos os participantes.
Casa para antigos reclusos é a “escola” da vida normal
Nelson Ferreira, de 42 anos, já entrou e saiu do sistema prisional por três vezes, com penas dos quatro aos oito anos por crimes como furtos e agressões. Pela primeira vez na vida, está a tentar ter uma vida fora dos muros, na única casa de transição para reclusos que existe no país, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
A sociedade, de um modo geral, tende a rejeitar e a excluir as pessoas que cometeram atos punidos por lei, mesmo que já tenham cumprido a pena. Este é um preconceito que muitas das vezes inviabiliza a reconstrução de uma vida fora da prisão.
Foi com isto em mente que a Santa Casa, em 2018, decidiu abrir portas a um novo equipamento de emergência, para acolher e de uma maneira integrada e com respeito pelo próximo, reintegrar pessoas que por diversas razões, nalgum ponto da sua vida, enveredaram pelos caminhos sinuosos do crime.
Nelson Ferreira, de 42 anos, é uma dessas pessoas. Depois de várias entradas e saídas do sistema prisional português, encontrou neste apartamento, situado na freguesia do Lumiar, a peça do puzzle que faltava para reconstruir a sua vida.
Leia a peça na integra, aqui.
Para assinalar o sétimo aniversário de fundação da Aliança ODS Portugal, a Associação Portuguesa de Ética Empresarial (APEE) e a UN Global Compact Network Portugal promoveram uma conferência comemorativa que teve lugar na Sala de Extrações da Lotaria Nacional, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, onde foram debatidos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), numa perspetiva de concretização da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).
Num contexto global de grandes desafios sociais, económicos e ambientais, esta iniciativa adquiriu uma relevância acrescida, reforçando a importância do multilateralismo, da cooperação e das parcerias. Princípios basilares da Aliança ODS Portugal, um framework de 17 objetivos de desenvolvimento económico sustentável, aceite por 193 nações a nível mundial, que conta hoje com uma sólida estrutura de embaixadores e organizações, de que a Santa Casa é parceira desde 2019.
A abertura do evento ficou a cargo da administradora da instituição, Ana Vitória Azevedo, que na sua comunicação fez questão de salientar que “são iniciativas como esta que, ao promoverem o diálogo e a cooperação entre organizações, contribuem para a persecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”.
“Este é um caminho ainda embrionário, mas que com o apoio da Aliança ODS Portugal terá certamente os seus frutos, assegurando a construção de alicerces robustos para um futuro de responsabilização por parte das empresas e organizações, no cumprimento da Agenda 2020-2030”, afirmou a administradora.
Centrando o seu discurso sobre o trabalho desenvolvido pela Santa Casa no domínio dos ODS, Ana Vitória Azevedo realça que a instituição sempre teve no seu ADN “uma vertente muito vincada de responsabilidade social”.
“Em todos os seus domínios de intervenção, a Misericórdia de Lisboa, procura contribuir para uma melhor qualidade de vida, para a inclusão social e para uma maior responsabilidade social”, realça a responsável, concluindo que “os ODS são também os objetivos do trabalho diário da Santa Casa e o sucesso do cumprir da sua missão será o seu melhor contributo para a concretização da Agenda 2020-2030”.
Já Carlos Monjardino, presidente do Conselho Superior de Honra da Aliança ODS Portugal, frisou que “as crises das últimas décadas transformaram-se em crises atuais e devido a isso sistemas e paradigmas foram alterados”, fazendo uma clara referência ao conflito armado vivido na Ucrânia. O também presidente do Conselho de Administração da Fundação Oriente defende que é necessário que as nações estejam “unidas” e que este ponto “é essencial para atingirmos um mundo sustentável e equilibrado”.
Opinião partilhada por Mário Parra da Silva, que no seu discurso salientou “que já não se fala de um mundo global”, mas de um mundo “com interesses regionais”, e que as necessidades do mundo “são esquecidas”.
“É necessário construímos um futuro com responsabilidade, com respeito pela natureza, pela biosfera e pelo clima. Temos de criar condições para uma vinda melhor, mais digna e com maior e melhor qualidade”, comentou Mário Parra da Silva.
Num encontro que ficou marcado por várias mesas redondas dedicadas aos ODS, onde participaram diversos especialistas sobre este assunto, foi ainda destaque num destes painéis, a Valor T – Agência de empregabilidade dedicada a pessoas com deficiência, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Vanda Nunes, coordenadora da Valor T, acredita que o projeto que dirige, para além de estar fortemente ligado ao ODS 8 – Trabalho digno e crescimento económico, é “uma ferramenta que faltava ao mercado de trabalho nacional”.
“A Valor T, através de um processo de recrutamento próximo e partilhado, potencia a capacitação e valorização das competências e talentos das pessoas e dá resposta às necessidades efetivas das empresas, promovendo, assim, a sua integração no mercado de trabalho”, realça Vanda Nunes. Para a coordenadora a Valor T está a “quebrar muros em várias dimensões e a construir em conjunto uma sociedade mais inclusiva”.
Desde a sua criação, mais de uma centena de empresas estão registadas na plataforma da Valor T e a colaborar ativamente para a integração de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Contabilizam-se, ainda, cerca de 1500 candidatos registados, sendo que destes, 30% já estão a trabalhar.
Sustentabilidade Santa Casa, uma caminhada pegada a pegada
Logo no início de 2020, a 28 de janeiro, a Misericórdia de Lisboa, juntamente com mais 200 organizações assinava o compromisso Lisboa Capital Verde Europeia 2020, colocando na sua agenda de atuação algumas medidas de sustentabilidade para o decénio 2020-2030.
Entre as várias ações que a Santa Casa irá implementar até 2030 em diversas áreas de atuação, estão, para além da vertente energética – com a instalação de iluminação LED e de equipamentos de produção de eletricidade solar -, áreas como a da mobilidade – com o aumento da promoção de veículos elétricos nas frotas operacionais da instituição – e a área da economia circular – com a redução dos resíduos sólidos produzidos, o aumento do envio de resíduos para reciclagem e a eliminação total de plásticos de utilização única.
Já em 2021, a Santa Cada elaborou e apresentou a sua primeira comunicação de envolvimento ao UN Global Compact e renovou a sua declaração de apoio contínuo ao Pacto Global. Em toda a sua intervenção, a Misericórdia de Lisboa, procura diariamente contribuir para uma melhor qualidade de vida, inclusão social e para uma maior justiça e equidade social.
Simultaneamente, e em alinhamento ao ODS 17 – Parcerias para a implementação de objetivos, a instituição desenvolve iniciativas e parcerias com organizações reconhecidas na área da sustentabilidade.
Apesar de no compromisso para com os princípios fundamentais estabelecidos pela UN Global Compact já estarem implicitamente inerentes nas diversas políticas, instrumentos e medidas criados no decurso do desenvolvimento da estratégia de sustentabilidade da Santa Casa, em 2019, após aderir formalmente à UN Global Compact através da sua Rede Portuguesa, a instituição reforçou o seu compromisso com o desenvolvimento sustentável, contribuindo para o reforço de uma imagem de confiança, idoneidade, transparência e responsabilidade.
Já perto do final do ano passado, a Casa do Impacto, hub de empreendedorismo social da Santa Casa, desenvolveu uma nova imagem, que visa espelhar o também novo propósito de “Lutar por uma Sociedade de Impacto”. O rebranding coincidiu com o quarto aniversário do projeto que tem como missão apoiar o empreendedorismo social e democratizar o acesso ao impacto e à sustentabilidade social e ambiental.

