logotipo da santa casa da misericórdia de lisboa

Santa Casa e acessibilidades, há mais de uma década a construir caminhos para todos

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem desempenhado um papel crucial na promoção das acessibilidades em Portugal. Através de iniciativas inovadoras e parcerias estratégicas levadas a cabo ao longo da última década, a instituição tem trabalhado para garantir que espaços culturais, desportivos e outros sejam acessíveis a todos, cumprindo assim a sua missão e liderando pelo exemplo.

Numa sociedade verdadeiramente inclusiva, a acessibilidade não é um luxo, mas um direito fundamental. Para garantir que todas as pessoas, independentemente das suas capacidades físicas, possam desfrutar plenamente, por exemplo, das riquezas culturais e das emoções do desporto, é essencial criar espaços acessíveis. Mas a promoção da melhoria das acessibilidades vai além de rampas e elevadores, envolve também uma mudança de mentalidade, um compromisso com a igualdade e o respeito pelas diferenças.

bancada de mobilidade na final da taça de portugal

Quebrar barreiras na cultura

Uma das primeiras ações da Santa Casa em termos de acessibilidades foi talvez na área da cultura, com os festivais de música, como explica Luna Marques, diretora da Unidade de Animação Socioeducativa que esteve sempre ligada a projetos que envolviam utentes da instituição e a sua participação em eventos culturais.

“Em 2012, a Santa Casa patrocinou o Rock in Rio, um festival que sempre teve uma grande preocupação com as acessibilidades. Esta problemática era também uma inquietação da Santa Casa e como um dos nossos princípios é não deixar ninguém para trás, desenvolvemos um excelente trabalho no apoio a pessoas com mobilidade condicionada”. Paralelamente, observou-se que “todos os promotores queriam a Santa Casa a realizar este trabalho”, acrescenta.

Já Maria da Cunha, subdiretora da Direção de Comunicação e Marcas reforça igualmente esta ideia, confirmando que “quando se colocavam estas questões, os organizadores passaram a pensar logo na Santa Casa”, o que foi entendido, desde cedo pela instituição, como “um reconhecimento do bom trabalho até então já realizado, sempre numa lógica de patrocínio útil”.

A importância deste trabalho foi ganhando asas e chegou mesmo a todo o país, nos anos que se seguiram.

“Os promotores dos muitos festivais patrocinados pela Misericórdia de Lisboa, como: Meo Sudoeste, Paredes de Coura, Vilar de Mouros, Marés Vivas, Festival F, Super Bock Super Rock, Santa Casa Alfama ou o NOS Alive, começaram também a preocupar-se com as acessibilidades. E, durante muitos anos, fomos responsáveis pelo desenvolvimento de um trabalho muito sério no apoio à mobilidade condicionada”, frisa ainda Luna Marques.

Novidades como lugares de estacionamento e portas de acesso exclusivos, oficinas de apoio a cadeiras de rodas, plataformas para pessoas com mobilidade reduzida, casas de banho adaptadas, mapas táteis e a interpretação de concertos em Língua Gestual Portuguesa foram marcando a diferença para quem depende destes apoios.

“Os testemunhos das pessoas apoiadas por nós são comoventes. Algumas destas pessoas, antes de verem o programa do festival, dizem-nos que vão verificar se a Santa Casa estará presente. Durante estes anos proporcionámos a milhares de pessoas com mobilidade condicionada a possibilidade de participarem nestes eventos, o que de outra forma não seria possível. Fomos também nós evoluindo no nosso trabalho, houve muita aprendizagem com as pessoas que apoiamos”, concluiu a diretora da Unidade de Animação Socioeducativa.

Além dos festivais, a atuação da Santa Casa estendeu-se também a outros polos culturais. Um dos exemplos é o Teatro Nacional D. Maria II, com quem a parceria permitiu melhorar as condições de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida e introduzir a interpretação de peças em Língua Gestual Portuguesa e com audiodescrição.

Parte destas iniciativas foram produzidas em colaboração com a Access Lab, através de Tiago Fortuna, responsável da empresa, e também ele com experiência própria nestes temas devido à sua condição física, testemunha e relembra como tudo começou.

“A nossa relação com a Santa Casa começa no seio da Casa do Impacto, quando fomos financiados pelo Fundo +Plus no âmbito da filantropia e investimento de impacto para alavancar o projeto da Access Lab. Depois solidificámos essa relação em sinergias com a Valor T e, mais tarde, com a Direção de Comunicação e Marcas, na ativação, que disponibiliza recursos para a comunidade surda no festival Santa Casa Alfama”, explica. Tiago toca ainda nos exemplos de transformação de espaços na Altice Arena ou nos festivais Iminente e MIL. O exemplo mais recente desta aposta na promoção das acessibilidades, por parte da Santa Casa, pode ser percebido na edição deste ano do Santa Casa Alfama, com a novidade dos coletes sensoriais.

sistema de audiodescrição

Desporto para Todos

No desporto, a acessibilidade é igualmente fundamental, tanto para espectadores como para atletas. Também “em campo”, esta foi sempre uma preocupação e uma aposta da Santa Casa, aqui através da marca Jogos Santa Casa, desde há cerca de 10 anos.

No Jamor, em 2022, nasceu o projeto da Escola de Natação Santa Casa, resultante da parceria com a Federação Portuguesa de Natação com o apoio dos Jogos Santa Casa, que posteriormente ganhou asas e passou a disponibilizar também aulas para pessoas com deficiência visual.

Desde o ciclismo, com a aquisição de bicicletas adaptadas (Tandem), passando pelo desenvolvimento de um programa de promoção do paraciclismo, até ao esqui, com a disponibilização de uma cadeira adaptada instalada no complexo de desportos de inverno da Serra da Estrela, passando ainda pela criação do Campeonato Nacional de Ténis de Mesa adaptado, entre muitos outros exemplos, a Santa Casa tem feito esforços para chegar – e fazer chegar – mais longe.

O futebol também mereceu atenção, desde cedo, no campo das acessibilidades. Exemplo disso foi a final da Taça de Portugal em 2012, prova que contou com o apoio dos Jogos Santa Casa, que então formalizaram uma parceria com a Federação Portuguesa de Futebol. Neste evento, e noutras edições posteriores, a instituição decidiu apoiar a instalação de uma bancada destinada a pessoas com mobilidade reduzida, que neste ano de 2023 contou com dezenas de utentes do Centro de Medicina de Reabilitação do Alcoitão e da Obra Social do Pousal. Também os jogos de futebol da Seleção Nacional, realizados no nosso país, são hoje mais acessíveis, sobretudo a pessoas com deficiência visual, que graças a uma ferramenta de audiodescrição puderam igualmente assistir e viver mais intensamente as emoções dos jogos.

Ainda no desporto, e numa área cada vez mais fundamental nos dias de hoje como é a digital, a Fundação do Desporto e os Jogos Santa Casa uniram-se, em 2021, para apoiar modernização do website do Comité Paralímpico (paralímpicos.pt), com o objetivo de obter o Selo Ouro de Usabilidade e Acessibilidade.

cadeira de esqui adaptado na Serra da Estrela

Um futuro mais inclusivo

As acessibilidades promovidas na última década pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa são o testemunho do compromisso da instituição para uma sociedade mais igualitária e justa.

Ao criar-se mais espaços e oportunidades mais acessíveis não se atende apenas às necessidades das pessoas com deficiência, mas enriquece-se igualmente a experiência de todos e constrói-se o caminho para um futuro mais inclusivo. Esta é, também, uma das Boas Causas promovidas, Misericórdia de Lisboa.

Feira do Livro 2022. No espaço da Santa Casa celebra-se a literatura, a história e o voluntariado

Durante três semanas, os livros serão os grandes protagonistas da cidade de Lisboa. A 92ª edição da Feira do Livro arrancou esta quinta-feira, 25 de agosto, e permanecerá até 11 de setembro, no Parque Eduardo VII. Esta é a maior edição de sempre do certame, que este ano conta com 340 pavilhões e 140 participantes (mais dez do que em 2021).

Sob o mote “Uma Casa com Cultura”, a Misericórdia de Lisboa volta a estar presente no evento com um stand que apresenta uma diversa oferta literária. Nas prateleiras do espaço da instituição, localizado junto à entrada mais próxima do Marquês de Pombal, estão cerca de 80 títulos relacionados com as suas áreas de intervenção.

Entre apresentações, lançamentos, mesas-redondas, atividades infantis, oficinas e concertos musicais, a programação da Santa Casa conta com 30 atividades divididas entre o stand da instituição e o auditório sul. Esta sexta-feira, dia 26 de agosto, destaque para a apresentação do livro “O Hospital de Todos os Santos: sobrevivência e continuidade do Hospital Real de Lisboa (Séc. XVI-XVIII)”. No início de abril, a Misericórdia de Lisboa acolheu o lançamento deste título, que é resultado da parceria entre a Santa Casa, Câmara Municipal de Lisboa, Centro de Humanidades da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e da Universidade dos Açores (CHA).

A Misericórdia de Lisboa presta ainda um grande apoio à organização, de modo a garantir a acessibilidade a pessoas com mobilidade reduzida. No espaço da instituição existem algumas cadeiras de rodas, que estão ao cuidado e gestão da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) para disponibilizar ao público.

 

Há histórias de voluntários para ouvir na Feira do Livro

Quem passar pelo espaço Santa Casa entre as 15h e as 19h, provavelmente, será brindado com um folheto e com um sorriso. Durante os dias da Feira do Livro, 18 voluntários da Misericórdia de Lisboa vão estar no recinto para explicar ao público como funciona o voluntariado na instituição. O objetivo passa também por conseguir angariar mais voluntários que possam reforçar a atual equipa.

Álvaro Marques é um dos voluntários da Santa Casa presentes na Feira do Livro. Mais do que divulgar a oportunidade de contribuir para uma boa causa, através desta forma espontânea de atuação na sociedade, Álvaro prefere partilhar com o público o seu testemunho genuíno. Conta que há 14 anos, durante uma pausa no trabalho, ouviu dois estranhos a falarem sobre voluntariado na Santa Casa. A curiosidade levou-o a entrar em contacto com a Misericórdia de Lisboa, de modo a juntar-se a esta equipa. Começou por fazer serviços ao domicílio. Depois prestou apoio à equipa da Obra Social do Pousal, local onde ainda vai, “religiosamente, à quarta-feira e ao sábado”.

Para além da intenção de ‘angariação’ de novos reforços para a equipa, os voluntários que participam nesta edição da Feira do Livro vão estar a apoiar os colaboradores da instituição no stand, contribuindo para a promoção de um acolhimento personalizado, auxiliar na divulgação da oferta editorial e da programação da Misericórdia de Lisboa, bem como apoiar no empréstimo de cadeiras de rodas a quem delas necessitar para circular no evento.

Horário da 92ª Feira do Livro de Lisboa

  • segunda a quinta-feira – das 12h30 às 22h00;
  • sextas-feiras – das 12h30 às 00h00;
  • sábados – das 11h00 às 00h00;
  • domingos – das 11h00 às 22h00.

Da linguagem gestual à reparação de cadeiras de rodas, o Rock in Rio é mais inclusivo com o apoio da Santa Casa

O Rock in Rio está de regresso a Lisboa. Na edição de 2022, a Santa Casa volta a associar-se ao festival de música, possibilitando que o evento seja acessível a pessoas com deficiência visual, deficiência auditiva e mobilidade reduzida.

O apoio oficial da Misericórdia de Lisboa ao Rock in Rio permite que o recinto do festival esteja dotado de plataformas para pessoas com mobilidade reduzida (no Palco Mundo e no Galp Music Valley), bem como de wc adaptados, oficinas para eventuais reparos nas cadeiras de rodas e sinalética em todo o recinto. A Santa Casa vai ainda ter no terreno uma equipa pronta para dar resposta as necessidades dos públicos especiais.

Nos dias 18, 19, 25 e 26 de junho, dezenas de artistas vão subir aos palcos do Rock in Rio Lisboa, mas, em 2022, as grandes estrelas são os intérpretes de linguagem gestual da Hands Voice, que, aos pares, vão acompanhar do início ao fim todas as atuações do festival. O uso de interpretação em linguagem gestual no Rock in Rio é algo nunca antes feito em festivais de música em Portugal, mas possível devido ao apoio da Santa Casa ao festival de música.

“No ano em que se assiste ao regresso em pleno dos festivais de música, a Santa Casa ajudará na modernização e melhoria das acessibilidades, através do desenvolvimento de acessos e áreas de mobilidade reduzida. Teremos também no local técnicos a garantir o apoio a pessoas com este tipo de dificuldades. Este ano, pela primeira vez num festival de música em Portugal, teremos ainda concertos com interpretação em Língua Gestual Portuguesa, o que representa mais um passo para garantir que se proporcionem cada vez mais espetáculos acessíveis e inclusivos, alcançando todos os públicos que frequentam estes eventos musicais”, explica a diretora de Comunicação e Marketing da Santa Casa, Maria João Matos.

A parceria entre a Misericórdia de Lisboa e o Rock in Rio tem como objetivo proporcionar uma experiência única para todos os públicos, possibilitando que ninguém fique de fora da festa da música, onde a inclusão é prioridade.

O apoio à cultura é outro objetivo desta parceira, uma vez que essa é uma missão assumida pela Misericórdia de Lisboa, que tem-se aliado de forma consistente a eventos culturais. O compromisso da Santa Casa com a cultura traduz-se, por exemplo, no apoio à produção de espetáculos de música, literatura ou cinema.

“Um dos pilares da Santa Casa é a promoção do acesso à Cultura para todas as pessoas. A presença neste ou noutros festivais insere-se numa estratégia mais ampla que tem por base essa premissa e, nuns casos através da criação de melhores condições de acessibilidade para todas as pessoas, noutros apoiando festivais e outras iniciativas culturais menos mediáticas em comparação com o Rock in Rio. Ou seja, sim: sentimos que a nossa presença é importante e faz todo o sentido”, refere Maria João Matos.

Teatro para todos. “A audiodescrição ‘permite-me’ ver o mundo”

A iniciativa é fruto de uma parceria entre o Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e o Teatro D. Maria II, no âmbito de um projeto de acessibilidade, que tem como intuito possibilitar o acesso universal ao edifício, à programação e a outras iniciativas desenvolvidas ao longo da temporada. O objetivo é que ninguém deixe de ir ao teatro, seja qual a for a condição que possua.

Foi com natural entusiasmo, curiosidade e alguma ansiedade que Joana, Maria e Carla, utentes do Centro de Reabilitação Nossa Senhora dos Anjos (CRNSA), equipamento da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa – se preparavam para assistir à peça “Ilhas”, no Teatro D. Maria II, este domingo. Uma peça que traduz as imagens em palavras…

As pessoas cegas ou com baixa-visão que vão assistir à peça têm a possibilidade de entrar mais cedo, fazer um reconhecimento prévio do espaço, conhecer os atores e, depois, no espetáculo, com um auricular, ouvir a tradutora que fará a audiodescrição. O objetivo é descrever todos os movimentos, ações e todos os elementos de cenário. Como descrever um sorriso, uma careta, uma cara triste, uma expressão de surpresa ou de irritação, ou um movimento de dança para pessoas com deficiência visual? Este é um dos desafios da audiodescrição. Transformar o teatro numa experiência completa para quem não vê.

Os testemunhos

Joana Ribeiro, 27 anos, de Lisboa, não esconde a sua ansiedade e emoção. É a primeira vez que irá assistir ao teatro com recurso à audiodescrição. No átrio que antecede a sala Garrett, Joana conta que parece um sonho tornado realidade. Com apenas 5% de visão, a jovem utente do CRNSA faz teatro amador na SMUP, na Parede, e está bastante nervosa com o facto de assistir a esta peça de teatro. “Já era tempo da verdadeira inclusão. Nós estamos muito limitados, e esta iniciativa é uma oportunidade na igualdade de direitos”, diz sem rodeios. A sua mãe, Maria Ribeiro, destaca a “oportunidade” da iniciativa e a “diferença” que um espetáculo acessível pode fazer na vida de um cego ou com baixa-visão.

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde e cuidados de saúde ao domicílio

Unidades da rede nacional

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas