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Centro de Medicina e Reabilitação de Alcoitão

O processo sobre a construção do Centro de Medicina de Reabilitação do Alcoitão assenta numa investigação profunda sobre o que de melhor se fazia na altura pelo mundo fora. José Guilherme de Melo e Castro, subsecretário de Estado da Assistência Social em 1955, pôs em marcha um conjunto de ações e procedimentos – desde logo envolvendo a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa –, que passaram por visitas a Inglaterra e a Nova Iorque, para melhor conhecer as políticas de saúde e, em especial, dos centros de reabilitação, além dos mais reputados médicos da especialidade.

Dois acontecimentos levaram à evolução para a concretização desta infraestrutura: em julho de 1956, são publicados os estatutos da Liga Portuguesa dos Deficientes Motores; e em 1957, Melo e Castro é nomeado provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, cargo que lhe permitiu concretizar o projeto do ‘seu’ centro sob a iniciativa desta instituição, e que inaugura a 2 de julho de 1966, na presença do Presidente da República da altura, Almirante Américo Tomás.

Sendo uma obra pioneira, desde a génese, o seu nascimento requer que se encontrem respostas para que a tornem possível. E é durante este processo que surge a ideia da criação do Totobola, uma inovação que nasce, mais uma vez, pela cabeça e mão de Melo e Castro e da Santa Casa, cujas receitas se destinaram a financiar a obra e funcionamento do CMRA e da sua escola de terapeutas, bem como de outros estabelecimentos da área da ação social, saúde e desporto, por todo o país.

Assim, em 1961, foram criadas, por decreto-lei, as Apostas Mútuas Desportivas, designadas por Totobola. A sua administração e exploração competiam à Misericórdia de Lisboa e o respetivo rendimento líquido foi consignado expressamente, e em partes iguais, ao fomento da educação física e atividades na modalidade de reabilitação de diminuídos físicos.

As primeiras notícias do Centro de Reabilitação de Alcoitão

Nas suas viagens pelo mundo à procura dos melhores exemplos na área da medicina de reabilitação, Melo e Castro conhece Howard A. Rusk, um médico da especialidade, de Nova Iorque, que será mentor de Santana Carlos, futuro diretor do Centro de Alcoitão. O encontro entre Rusk e Carlos viria a revelar-se decisivo para a tomada de decisão de construir um centro de raiz. O médico americano aplicou com enorme sucesso este modelo enquanto médico militar na II Guerra Mundial, com a universidade de Nova Iorque a disponibilizar-lhe algumas alas nos hospitais de Bellevue e Goldwater, para se dedicar à reabilitação de civis. Entre outras ações, promoveu campanhas publicitárias e de informação pública, destacando-se a sua colaboração semanal com o New York Times.

Corria o verão de 1958, quando Howard Rusk, aquando de uma viagem pela Europa, chega a Portugal, facto que correu logo pelos jornais portugueses na altura. As notícias davam conta de que a sua chegada tinha como objetivo “apreciar e estudar, com as entidades responsáveis, os planos do Centro de Reabilitação de Diminuídos Físicos, o primeiro a ser instalado no nosso país, cuja construção […] ainda se iniciará no decurso do ano corrente, em Alcoitão, no concelho de Cascais”. Ou ainda: “custará 25 mil contos um Centro de Reabilitação de Diminuídos Físicos a construir por iniciativa da Misericórdia de Lisboa”.

 

A arquitetura

O projeto de arquitetura do Centro de Medicina e Reabilitação de Alcoitão ficou a cargo de Sebastião Formosinho Sanchez. A obra do autor inseria-se, nos anos de 1950 e 1960, numa linha de continuidade do Modernismo – um movimento de ideias visto sob a perspetiva de que a tecnologia e o design ajudariam a mudar uma sociedade cheia de desigualdades e a recuperar da I Guerra Mundial.

Para Formosinho Sanchez, o Centro de Alcoitão foi a sua maior obra na qual quis projetar um ambiente acolhedor, propício à cura, um ambiente de “quase casa”, tentando encontrar uma nova linguagem para os edifícios hospitalares que resistisse à ideia de “frio e de branco” dos hospitais. O edifício desenvolve-se em estreita relação entre a paisagem natural e o espírito do lugar, uma zona com forte influência do oceano e da serra de Sintra, com os jardins e parque envolventes a constituírem um exemplo de projeto de arquitetura paisagista do Modernismo.

 

CMRA Espaço Interior

História recente

Durante 40 anos, o Centro de Medicina de Alcoitão foi único no país. E apostou, logo no início da sua existência, na educação de profissionais da área da reabilitação, com a integração, em 1966, da Escola de Reabilitação de Alcoitão (ERA), convertida, mais tarde, na Escola Superior de Saúde do Alcoitão (ESSA), um estabelecimento privado de ensino superior politécnico e o primeiro, em Portugal, com cursos de Fisioterapia, de Terapia Ocupacional e de Terapia da Fala.

Hoje, com mais de meio século de existência, continua a prover serviços pioneiros e exclusivos, apostando na tecnologia inovadora e na melhoria das condições de acolhimento dos utentes. 

Um dos equipamentos mais extraordinários do Centro de Alcoitão é o exosqueleto. Foi adquirido em 2016 e é único em Portugal. Trata-se de um dispositivo robótico que consiste num fato biónico ajustável ao utilizador, tendo várias áreas de aplicação. Na área da saúde é utilizado em reabilitação, permitindo que pessoas com alterações neuromusculares dos membros inferiores possam realizar a posição de pé e treino de marcha, conferindo-lhes maior mobilidade, autoconfiança, força, flexibilidade e resistência. A sua utilização como meio de intervenção terapêutica proporciona um aumento da funcionalidade e da independência da pessoa, indo ao encontro dos principais objetivos da reabilitação. As suas características são, assim, imprescindíveis e essenciais na reabilitação da população que acede ao Centro.

Em 2021, requalificou o seu Laboratório de Marcha, o único equipamento de análise do movimento a nível nacional, atualmente, dedicado à atividade clínica. Em que consiste? Num meio complementar de diagnóstico, que fornece informações indispensáveis para a tomada de decisões clínicas fundamentadas.

Já este ano, por ocasião das comemorações do seu 57.º aniversário, o Centro inaugurou a ‘parede de escalada’, uma infraestrutura adaptada para utilização por parte de doentes com patologias neurológicas, tanto em idade adulta como em idade pediátrica, num projeto original, inovador e ambicioso, com inúmeros benefícios para os utentes, e de incentivo à prática de uma modalidade desportiva. 

Atualmente, o Centro de Medicina e Reabilitação de Alcoitão dispõe de 150 camas para internamento, organizadas em três serviços, de acordo com o grupo etário e regime de prestação dos cuidados. Conta também com as unidades de residências assistidas, destinadas a utentes com incapacidade motora.

Mergulhos mal calculados – a história de dois exemplos de superação

Igor tem 34 anos. Nasceu na Moldávia e vive em Portugal há 20 anos. Em 2019, numa festa de aniversário, e apesar de “ter experiência em mergulhos e natação”, mergulhou numa piscina, a pouca profundidade. Fraturou a C7, o que lhe provocou tetraplegia incompleta. Esteve no Centro de Medicina e Reabilitação de Alcoitão entre 2020 e 2022, tendo passado por vários internamentos e tratamentos ambulatórios.

“É, de facto, muito importante alertar a sociedade sobre os mergulhos e brincadeiras nas praias e piscinas. Pensamos que estas situações só acontecem aos outros, mas não. E se estas campanhas de sensibilização forem feitas por pessoas como eu, que passaram por isto, mais impacto terão nos recetores”, diz Igor.

Esta é uma posição partilhada também por Henrique, 50 anos e 32 de tetraplégico. Também ele mergulhou “numa piscina pouco profunda. Bati no fundo e fraturei a C4, C5 e C6. O perigo está sempre lá, tal como quando conduzimos uma viatura”. Por isso, considera que “todas as campanhas que possam existir são bem-vindas, o que não invalida que seja feito um trabalho mais amplo, sobretudo nas escolas e nas idades mais jovens, pois quando ganhamos alguma autonomia e não temos tanta supervisão dos adultos, e se tivermos recebido informação sobre os perigos que existem quando mergulhamos no desconhecido, talvez consigamos evitar alguns acidentes destes”.

Tanto Igor como Henrique insistem na prevenção como a melhor forma de evitar males maiores, alguns deles sem retorno: “É preciso que sejamos responsáveis. Não fazer uma coisa tão simples como, por exemplo, brincar aos empurrões à volta das piscinas, porque tudo acontece num segundo e esses ambientes têm tudo para correr mal”, insiste Igor. Henrique assina por baixo: “O que eu digo às pessoas é que se divirtam, sim. Mas na hora de mergulhar, não custa nada verificar primeiro o local onde o vão fazer. Além disso, não fazer mergulhos para os quais não se está apto – mergulhar bem exige coordenação motora, alguma força e técnica”.

Apesar das situações limitativas que vivem, estes dois exemplos de superação mantêm muita esperança no futuro. Igor pratica rugby em cadeira de rodas no Casa Pia e atletismo adaptado na associação Jorge Pina, tendo já praticado outras modalidades adaptadas como surf, andebol e cross fit. “Apesar de ter recuperado muito após o acidente, tenho esperança que a ciência ainda nos ajude a recuperar mais movimentos. Quem sabe, voltar a conseguir subir mais alguns metros”. Já Henrique espera continuar a trabalhar como analista de sistemas. “Apesar de a tetraplegia obrigar a uma constante adaptação ao dia a dia, seja no trabalho ou em ambiente mais social, a exigência física e mental é muito grande. Mas espero conseguir, tal como até aqui, integrar-me em todos os aspetos da vida”.

Com o lema “Mede as consequências. Mergulha em Segurança”, a campanha “Mergulho Seguro” tem como objetivo alertar e sensibilizar os mais jovens para a prevenção de lesões vertebro-medulares provocadas por acidentes relacionados com mergulhos imponderados (em piscinas, praias ou outras zonas balneares, costeiras ou fluviais), e que constituem uma das maiores causas de situações graves de paraplegia e tetraplegia.

Lançada, em 2013, pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e pela Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT), dez anos depois o alerta mantém-se, porque “mais vale prevenir do que remediar”.

E porque nunca é demais lembrar, antes de mergulhar, avalie primeiramente o espaço, perceba onde há mais profundidade bem como se há rochas envolventes e/ou correntes de água. Evite locais desconhecidos, não vigiados e sem as devidas condições de segurança indicadas para mergulhar. Informe-se, fale com frequentadores do local e com as equipas de nadadores salvadores. Garanta que existe água debaixo de água, para não bater no fundo. Mergulhe em segurança.

Centro de Medicina e Reabilitação de Alcoitão, onde as pequenas batalhas trazem grandes vitórias

Criado em 1999, o Centro de Mobilidade resultou numa parceria entre o Centro de Medicina e Reabilitação de Alcoitão (CMRA), da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, e o projeto Fiat Autonomy, com o objetivo de estudar alternativas para a condução para pessoas com mobilidade reduzida. A possibilidade de conduzir de forma autónoma um veículo automóvel expande ainda mais a liberdade de movimento de pessoas com alguma deficiência motora e facilita deste modo a sua participação enquanto cidadãos. Desde a sua criação, já passaram pelo centro mais de 4000 utentes.

“O primeiro simulador consistia num modelo da Fiat. Permitia a realização de diversos testes para avaliação da força muscular de cada membro, da destreza manual nas manobras de volante, e ainda permitia avaliar a coordenação oculomotora, realizar um despiste de deficits auditivos e do campo visual, entre outros”, realça Filipa Faria, diretora do serviço de reabilitação do Centro.

A ideia principal deste “simulador” é que quem viu a sua capacidade de conduzir afetada por doença neuromuscular, paraplegia, lesão ou envelhecimento, tenha ou não carta de condução, possa voltar ao volante através de uma avaliação à aptidão para a condução adaptada.

“Avaliamos sobretudo pessoas com incapacidades motoras resultantes de doenças (como o AVC, esclerose múltipla, síndrome de Guillain-Barré, doenças neuromusculares, mielites, neuropatias, entre outras) lesões ou traumatismos (lesões medulares, amputados dos membros ou TCE – Traumatismo Crânio Encefálico, entre outros)”, explica Filipa Faria.

Constituída por dois fisiatras, três terapeutas ocupacionais, um psicólogo e um engenheiro biomédico, a equipa clínica do projeto testa a destreza dos utentes para conduzir, apesar das suas limitações. “Todas podem ser avaliadas no Centro de Mobilidade, mesmo que não tenham carta de condução. Na realidade, a avaliação no Centro de Mobilidade destina-se a indivíduos cuja capacidade de condução foi afetada por doença, lesão ou mesmo envelhecimento ou que tenham tido uma alteração do seu estado funcional que possa afetar a sua capacidade de conduzir de forma segura”, esclarece a diretora.

A avaliação final do utente e a elaboração do relatório tem a duração de cerca de uma a duas horas, se for necessária a avaliação psicotécnica, é agendada essa avaliação e realizado um relatório final. Sempre que existam dúvidas sobre a aptidão psicotécnica é realizada uma avaliação psicológica específica para a condução utilizando a bateria de testes de Viena.

“Testamos força, destreza, coordenação oculomotora, despistamos alterações sensoriais, cognitivas e propomos as adaptações necessárias para a condução. Com o relatório da avaliação no Centro de Mobilidade, os candidatos que não têm ainda carta de condução poderão dirigir-se a uma escola de condução que disponha de veículos adaptados para tirar a carta”, frisa a médica.

Nos últimos anos, são vários os casos de sucesso que já passaram pelo Centro de Mobilidade. Após a avaliação final e depois de realizarem as adaptações necessárias aos veículos, muitos destes doentes, sobretudo paraplégicos, “puderam voltar ao trabalho, levar os filhos à escola, ir ao supermercado e participar de forma independente e ativa na vida familiar e social”, concluiu Filipa Faria.

CMRA sensibiliza para os riscos de mergulhos mal calculados

Entre os dias 26 e 29 de julho, o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão (CMRA), equipamento da Santa Casa, realiza duas ações de sensibilização, em praias do concelho de Cascais, na da Poça, no Estoril e na praia de Carcavelos, com o objetivo de alertar e sensibilizar os mais jovens para a prevenção de lesões vertebro-medulares provocadas por acidentes relacionados com mergulhos imponderados, que constituem uma das maiores causas de situações graves de paraplegia e tetraplegia.

Presente nestas ações vão estar alguns colaboradores do CMRA  que, ludicamente, através de alguns jogos e entrega de brindes, vão “testar” os conhecimentos da população para esta problemática.

Campanha “Mergulho Seguro”

Em 2013 a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e a Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia juntaram esforços para lançar uma campanha sobre a temática dos mergulhos mal calculados, sobretudo no público mais jovem. Desde então, a instituição tem vindo a reforçar e a sensibilizar sobre este tema através de uma campanha de comunicação designada “Mergulho Seguro”, que assume, em 2020, uma nova versão produzida internamente. Nove anos depois, o alerta mantém-se atual.

Sabia que…

– 96% dos acidentes provocados por mergulhos imponderados resultam em lesões da coluna cervical, sendo que 15% desses acidentes originam tetraplegias?

– E que estes acidentes ocorrem maioritariamente entre maio e setembro e em ocasiões de lazer, especialmente em piscinas, mas também nas restantes zonas balneares, costeiras ou fluviais?

Não se esqueça: mergulhe em segurança, porque “mais vale prevenir do que remediar”.

“Estar na final da Taça de Portugal foi o melhor presente que a Santa Casa me podia dar”

No relvado ultimam-se os preparativos para a grande final da Taça de Portugal Placard. Falta cerca de uma hora para a bola começar a rolar no Estádio Nacional, mas as bancadas já começam a ficar preenchidas com adeptos de FC Porto e CD Tondela. Esta final marca o regresso da prova rainha do futebol português à “casa mãe” depois de nas últimas duas edições ter sido realizada à porta fechada, no Estádio Cidade de Coimbra.

Nesta Taça de Portugal Placard, a Santa Casa e a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) querem, uma vez mais, que a festa do futebol seja para todos. A parceria entre as duas instituições, no âmbito da responsabilidade social, permitiu que ninguém ficasse de fora. Junto à linha lateral do relvado ficou instalada a bancada mais especial desta final: uma área destinada a pessoas com mobilidade reduzida, preenchida por utentes do Centro de Medicina de Reabilitação do Alcoitão (CMRA), Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian e Obra Social do Pousal. Uma bancada completamente preparada para acolher pessoas com necessidades especiais e/ou com mobilidade reduzida, permitindo aos utentes da Misericórdia de Lisboa vivenciarem uma experiência única.

 

Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão classifica paraciclistas da Associação Salvador

Na bola da final da Taça da Liga estavam os sonhos das crianças do CMRA

Além do confronto entre Sporting CP e SL Benfica, as atenções da final da Allianz Cup 2021-2022 também estiveram voltadas para a bola de jogo. No esférico necessário para os craques das duas equipas brilharem no relvado, estavam desenhados os sonhos das crianças ao cuidado do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão (CMRA), que aproveitaram cada espaço branco da bola para ilustrarem as suas relações com o futebol. A bola única resulta de uma iniciativa da Fundação do Futebol e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que deram um toque especial à final da Taça da Liga.

desenhos de crianças do CMRA na bola da final da taça da liga

O objetivo é transmitir uma mensagem de esperança para estas crianças e jovens, que, diariamente, enfrentam grandes desafios nos seus tratamentos de reabilitação. Luís Estrela, coordenador da Fundação do Futebol, vê esta iniciativa como uma forma de colocar as crianças e jovens do CMRA no epicentro do jogo de futebol, ao mesmo tempo que demonstra que “o futebol é muito mais que 90 minutos”, pois o espaço mediático que o futebol ocupa “dá-lhe a responsabilidade de intervenção na sociedade”.

Mas a participação especial dos utentes ao cuidado do CMRA na Taça da Liga não ficou por aqui. Adeptos especiais puderam dar um apoio especial às equipas finalistas da Allianz Cup 2021-22. À chegada ao Estádio Municipal de Leiria, nos dois jogos da final four e na grande final, os jogadores do Sporting CP, SL Benfica, CD Santa Clara e Boavista FC procederam à interação, através de videowall, com utentes do CMRA e do Centro de Capacitação D. Carlos I, equipamento sob a alçada da Misericórdia de Lisboa.

Ruben Amorim cumprimenta utentes do CMRA

Veja o vídeo

Créditos vídeo: Twoplay

Natal dos Hospitais. Apesar da distância, “os nossos corações estão em Alcoitão”

Há tradições que nunca mudam e o “Natal dos Hospitais” é uma delas, programa emblemático que teve hoje, 16 de dezembro, mais uma emissão. São já 63 anos a proporcionar momentos de alegria a utentes internados em hospitais de todo o país. Desde há muito que o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão (CMRA) tem sido o palco do Natal dos Hospitais, mas, em 2021, devido aos constrangimentos associados à Covid-19, a festa teve de ser feita à distância através dos estúdios da RTP no Porto e em Lisboa.

O provedor da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, foi um dos muitos convidados que marcaram presença nesta emissão, aproveitando a entrevista concedida para abordar as desigualdades sociais agravadas pela pandemia de Covid-19. Nas palavras do provedor da Santa Casa, “a pandemia tornou a necessidade de erradicar a pobreza ainda mais premente”, salientando que essa “tem de ser a ambição” da Misericórdia de Lisboa.

“Sentimos todos os dias, na Santa Casa, que há muito para fazer e isso é um estímulo permanente. A Misericórdia de Lisboa é uma instituição que está no coração das pessoas. Aquilo que queremos é, cada vez mais, fazer um melhor trabalho e chegar a mais pessoas que precisam de nós. Esse tem de ser o nosso compromisso”, constata Edmundo Martinho.

Foi esse compromisso que a Santa Casa tem com a sociedade que a RTP mostrou ao longo da emissão do Natal dos Hospitais. No CMRA, por exemplo, uma equipa multidisciplinar consegue, diariamente, levar um pouco mais de alegria às vidas de muitas crianças e jovens. Como referiu a administradora e diretora clínica do CMRA, Maria de Jesus Rodrigues, todos os profissionais da casa são “especiais e inexcedíveis”, pois “dedicam-se às crianças em pleno, a cada uma em especial, de acordo com as suas necessidades”, sobretudo nesta quadra natalícia em que muitas crianças e jovens internados não vão poder estar com as respetivas famílias. É no CMRA que muitas crianças passam períodos difíceis das suas vidas, na esperança de poderem regressar a uma vida plena. Enquanto isso não acontece, o centro transformou-se numa segunda casa cheia de carinho, amor e dedicação para dar aos utentes.

Neste espaço de excelência do Natal dos Hospitais reina a esperança de que 2022 será melhor que 2021, e que a festa voltará à “sua” casa. Este ano, como referiu a apresentadora Tânia Ribas de Oliveira, “apesar de não estarmos fisicamente, os nossos corações estão em Alcoitão”.

“Esta bata tem poderes”

Todos os dias, no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão (CMRA), jogam-se partidas muito difíceis. São batalhas muitas vezes desiguais. Mas em cada desafio que os utentes enfrentam, há sempre um elemento extra pronto para ajudar. Tal como no futebol, aqui também há o “12º jogador”. No CMRA, esse papel é assumido por uma equipa multidisciplinar que, todos os dias, ajuda a promover a máxima funcionalidade dos utentes e a potenciar as capacidades de cada indivíduo para que possam voltar à vida normal, à escola e até aos estádios.

Para alguns dos 13 utentes em idade pediátrica internados neste equipamento da Santa Casa, todos os dias são marcados por pequenas conquistas. A força extraordinária necessária pode ser extraída de vários elementos e, não raras vezes, esse elemento capaz de fazer a diferença pode estar em pequenos nadas. Porque não substituir as aborrecidas batas verdes hospitalares por poderosas camisolas de jogadores de futebol, para que seja possível potenciar um espírito vencedor nas crianças internadas?

Durante o mês de novembro, a Santa Casa, em parceria com a Fundação do Futebol – Liga Portugal e a Fundação do Gil, promoveu o projeto “Esta Bata Tem Poderes”, onde converteu camisolas de jogadores das 34 Sociedades Desportivas da Liga Portugal BWIN e Liga Portugal SABSEG em poderosas batas hospitalares. Para a diretora do Serviço de Pediatria do CMRA, Isabel Batalha, esta iniciativa “é muito importantes para as crianças e jovens que estão a viver um período crítico nas suas vidas”, até porque muitos deles “têm como referência jogadores de futebol”.

O objetivo é que os jovens utentes encontrem nestas novas batas uma energia que lhes permita fazer frente ao maior rival da vida deles: a reabilitação. É vestir a camisola do Everton Cebolinha para fintar as adversidades; ser duro como o Luís Neto para aguentar os adversários; ter a visão de jogo do Silvestre Varela para gerir os problemas; ou ser o Ricardo Quaresma para quando tudo isto passar podermos olhar para trás e ver que foi um percurso de conquistas, que só está acessível aos melhores do mundo.

Luís Neto - Esta Bata Tem Poderes

O pontapé de saída desta iniciativa foi dado no CMRA, com o jogador do Sporting CP, Luís Neto, a proporcionar um momento de alegria, recheado de força e ânimo às crianças e jovens hospitalizados neste equipamento da Misericórdia de Lisboa. O internacional português mostrou-se muito feliz por fazer parte desta iniciativa e “por ter podido trazer alguma felicidade a estes jovens que enfrentam dias difíceis”. No regresso a casa, o futebolista parte com a certeza de que, no CMRA, os “utentes estão bem entregues”, mas também que o futebol, independentemente da cor futebolística, consegue fazer a diferença.

Neste tipo de missões não existem rivalidades futebolísticas. O projeto “Esta Bata Tem Poderes” foi abraçado por todos os clubes da primeira e segunda ligas, que estão unidos nesta missão solidária. De norte a sul do país, foram vários os jogadores que proporcionaram momentos felizes a várias crianças internadas: Everton (SL Benfica) visitou o Hospital de Santa Maria, Ricardo Quaresma (Vitória SC) e Silvestre Varela (FC Porto) viajaram até ao CMIN (Centro Materno ou Infantil no Porto). Ricardo Quaresma proporcionou um dia diferente a crianças que “estão frágeis e hospitalizadas”. Para o jogador do Vitória SC, o melhor deste projeto “foi ver um sorriso em cada uma das crianças”.

“Mostrar a todos que é possível”. A inclusão saiu à rua no World Bike Tour

À chegada à Avenida da Liberdade, Felisbina Gomes está radiante. Rápido faz a passagem da cadeira de rodas para a handbike, para cedo ajustar o veículo às suas necessidades. Aos 57 anos, é muitas vezes o desporto que a faz sair da cama, que lhe dá vontade de seguir em frente. Entra com o espírito competitivo que a caracteriza para todos os desportos que pratica: ciclismo adaptado, vela adaptada ou, até mesmo, uma simples aula de ginásio. Hoje, na partida para mais uma edição do World Bike Tour (WBT), deixou a competitividade de lado. Paira no ar uma alegria, que se sente em cada palavra pronunciada pelos oito utentes do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão (CMRA), que marcaram presença no evento apoiado pelos Jogos Santa Casa.

Na edição do ano passado, tudo correu bem. Chegou ao Parque das Nações disposta para percorrer mais dez quilómetros se fosse necessário. Este ano, existem duas subidas no percurso entre Lisboa e Oeiras que a preocupam. Teme que só com a força dos braços não consiga ultrapassar esses obstáculos.

“Esta prova não vai ser fácil. Tenho noção de que vai exigir esforço, mas estamos cá para nos ajudarmos uns aos outros. Estamos cá para nos divertirmos um bocadinho. Isto é desporto, diversão e convívio, que são coisas muito importantes”, realça.

Tudo isto só é possível graças às handbikes cedidas pela Misericórdia de Lisboa e que tantas alegrias têm proporcionado aos utentes do CMRA. As primeiras handbikes chegaram ao CMRA em 2017. Felisbina foi das primeiras a experimentar o “novo brinquedo”. Tem a certeza que sem elas “jamais seria possível praticar ciclismo”, até porque é “um material caro e que nem todos têm capacidade para adquirir”. “Agradeço muito à Santa Casa por esta oportunidade que nos dá de, através das handbikes, podermos ter uma vida um pouco mais normal”, refere.

GALERIA

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde

Unidades da rede nacional

Unidades que integram a rede de cobertura de equipamentos da Santa Casa na cidade de Lisboa

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Locais únicos e diferenciados de épocas e tipologias muito variadas

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

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