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Santa Casa volta a marcar presença na Festa do Livro em Belém

Na edição deste ano da Festa do Livro em Belém, a Misericórdia de Lisboa estará representada, como já vem sendo hábito, pelo Centro Editorial, com obras que refletem as boas causas da instituição nas diferentes áreas em que intervém na sociedade.

Este ano, o destaque vai para a apresentação, no dia 5 (quinta-feira), às 19h00, da segunda edição do livro “Fundo Rainha D. Leonor – obras nas Misericórdias”, que reúne as mais de 140 intervenções levadas a cabo pelo Fundo criado em 2015 pela SCML, num acordo de parceria com a União das Misericórdias Portuguesas e que conta já com um investimento superior a 23 milhões de euros.

Para além deste livro dedicado ao Fundo Rainha D. Leonor, o Centro Editorial leva também a Belém as obras “Revolução, Pá! O 25 de Abril na Misericórdia de Lisboa – vol. I”, que retrata a Revolução dos Cravos através dos olhos daqueles que a viveram na instituição, e o volume 6 do Projeto Reliquiarum, “Relíquias: teólogos, teologias e hagiografia”.

A Festa do Livro contará ainda com uma programação paralela repleta de atividades. Concertos com artistas de renome, como Capicua (sexta-feira, 6), Fernando Daniel (sábado, 7) e Capitão Fausto (domingo, 8), prometem animar as noites do evento, a partir das 21h30. Para os mais pequenos, a tenda BLX irá oferecer diversas iniciativas lúdicas e educativas, além de sessões de autógrafos com autores de destaque.

Não perca a oportunidade de visitar os jardins do Palácio de Belém, entre os dias 5 e 8 de setembro, e participar desta grande celebração do livro e da leitura. A entrada é livre.

Consulte o programa completo aqui.

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Atletas da SCML fazem história em Paris 2024

Portugal tem motivos de sobra para celebrar nos Jogos Paralímpicos de Paris. A participação portuguesa nesta edição tem sido marcada pela superação e pelo talento dos nossos atletas, que subiram ao pódio com medalhas de ouro e bronze, enchendo o país de orgulho. Entre os heróis que brilharam em Paris estão três atletas ligados à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa: Miguel Monteiro e Diogo Cancela, bolseiros do Programa Impulso, e Cristina Gonçalves, utente do Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian (CRPCCG).

Miguel Monteiro conquistou a medalha de ouro no lançamento do peso F40, estabelecendo um novo recorde paralímpico de 11,21 metros. Emocionado, Miguel afirmou que o título é “fruto de muito trabalho” e o culminar de anos de dedicação e sacrifício. Como bolseiro do Programa Impulso da Santa Casa, o atleta também destacou a importância de poder conciliar a sua carreira desportiva de alto rendimento com os estudos, algo que foi possível graças ao apoio da instituição.

Miguel Monteiro conquistou a medalha de ouro no lançamento do peso F40, estabelecendo um novo recorde paralímpico de 11,21 metros. Emocionado, Miguel afirmou que o título é “fruto de muito trabalho” e o culminar de anos de dedicação e sacrifício. Como bolseiro do Programa Impulso da Santa Casa, o atleta também destacou a importância de poder conciliar a sua carreira desportiva de alto rendimento com os estudos, algo que foi possível graças ao apoio da instituição.

Outro grande momento para Portugal veio com Diogo Cancela, que garantiu a medalha de bronze na natação, na prova de 200 metros estilos SM8. Diogo, que é também bolseiro do Programa Impulso, esteve muito perto da prata, ficando apenas a 14 centésimos de segundo do segundo lugar.

Já a segunda medalha de ouro nesta competição foi conquistada por Cristina Gonçalves na modalidade de Boccia BC2, ao derrotar a sul-coreana Soyeong Jeong por 4-1 na final. Aos 46 anos, a utente do CRPCCG da Santa Casa comemorou o seu primeiro ouro em competições individuais, alcançando um marco importante na sua sexta participação em Jogos Paralímpicos.

 

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa continua a demonstrar que o investimento no talento nacional e na educação é uma aposta ganha. As histórias de Miguel Monteiro, Diogo Cancela e Cristina Gonçalves são uma inspiração para todos, provando que é possível sonhar alto, trabalhar muito e alcançar o sucesso.

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*fotografias de António Borga, do Comité Paralímpico de Portugal.

Primeira extração da Lotaria Nacional aconteceu há 240 anos

Em 1783, a rainha D. Maria I autorizou a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa a realizar uma lotaria anual com o objetivo de arrecadar fundos para instituições de caridade, sob a supervisão da Fazenda Real. No entanto, a primeira extração da Lotaria só ocorreu no ano seguinte, a 1 de setembro de 1784, na atual Sala do Brasão do Museu de São Roque. O sorteio durou 34 dias e envolveu a emissão de milhares de bilhetes.

No sentido de dar a conhecer esta parte da história da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a direção da Cultura da Santa Casa e os Jogos Santa Casa prepararam um conjunto de iniciativas que começam já no próximo dia 1 de setembro.

Assim, nesse domingo, data que marca a primeira extração, a Sala de Extrações receberá duas visitas guiadas, às 11h30 e às 15h, durante as quais será explicado como era feita a extração e o motivo pelo qual a primeira durou tanto tempo.

No dia 5 de setembro, quinta-feira, às 11h, ocorrerá, também na Sala de Extrações, uma conversa com Jorge Nuno Silva, matemático e professor aposentado da FCUL, presidente da Associação Ludus e cofundador do Circo Matemático; Pedro Leitão, diretor da Unidade de Jogo Responsável dos Jogos Santa Casa; e Pedro Leandro, pregoeiro da Lotaria. Sob o tema “A Extração da Lotaria Nacional em conversa”, e com moderação de Teresa Nicolau, diretora da Cultura da SCML, serão discutidos tópicos como a probabilidade de ganhar um prémio, a lógica matemática dos jogos, a dinâmica da extração, os ritos envolvidos do início ao fim da sessão e o conceito de jogo responsável. Depois, segue-se a extração da Lotaria, às 12h30.

No dia 7 de setembro, o Museu de São Roque receberá jogos de tabuleiro tradicionais, numa iniciativa em parceria com a Associação Ludos. Das 10h às 18h, crianças e adultos estão convidados a conhecer novos jogos e a visitar a Sala de Extrações da Lotaria Nacional.

Além destas atividades, durante toda a semana de comemoração dos 240 anos da Lotaria Nacional, de 1 a 8 de setembro, das 10h às 18h, será possível visitar a exposição temporária “As memórias da primeira Extração da Lotaria Nacional do Arquivo Histórico da SCML”, no Museu de São Roque. Entre os itens expostos estarão a primeira extração da Lotaria Nacional e o decreto de autorização do jogo assinado pela Rainha D. Maria I.

Todas as atividades são gratuitas e limitadas ao número de vagas disponíveis. As únicas que exigem inscrição prévia são as visitas guiadas de 1 de setembro, sendo necessário contactar o Serviço de Públicos e Desenvolvimento Cultural da Direção da Cultura da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa pelos telefones 213240869, 213240887, 213240865 ou pelo email culturasantacasa@scml.pt.

Primeiro prémio do Euromilhões que saiu em Portugal ajuda nas contas da economia nacional

No início deste verão, um apostador do Porto ganhou um Jackpot de cerca de 214 milhões de euros ao escolher os números “14, 16, 37, 45, 49 + 5, 7”.  A aposta na chave foi certeira e provocou a entrada de milhões de euros na conta bancária deste português, fazendo “nascer” um “Euromilionário”. O que poucos sabem é que o prémio teve também influência nas contas da economia portuguesa, como comprovam as estatísticas oficiais que o Banco de Portugal (BdP) divulgou esta semana sobre a “balança de pagamentos e posição de investimento internacional” relativas a junho de 2024.

De acordo com o BdP, o excedente da balança do rendimento secundário — onde se contabilizam as transferências correntes realizadas entre residentes em Portugal e não residentes no país — passou de 384 milhões de euros em junho passado, para 670 milhões em junho deste ano. Um aumento substancial, na ordem dos 286 milhões, que é justificado “em grande parte”, e segundo o banco central português, pelo “maior prémio de sempre do Euromilhões em Portugal”.

O impacto deste prémio milionário nas contas externas portuguesas foi tão significativo, que contribuiu para o aumento do excedente externo total do primeiro semestre de 2024, que atingiu 4.113 milhões de euros, em comparação com os 2.115 milhões registados no mesmo período de 2023. Números que refletem que o Euromilhões pode ter um impacto positivo e significativo nas finanças do país, ajudando a melhorar o saldo das contas externas e, por consequência, a estabilidade económica de Portugal.

Recorde-se que menos de um mês depois deste primeiro prémio ter saído em Portugal, outro português voltou a acertar na chave do Euromilhões, desta vez com um prémio de 53 milhões de euros.

Da escuridão à luz: histórias inspiradoras no Centro de Reabilitação Nossa Senhora dos Anjos

Atualmente, o CRNSA dispõe de duas grandes respostas: uma, centrada no programa de realização para pessoas maiores de 16 anos, vindas de qualquer ponto do país, PALOP e ilhas; e outra, que consiste num programa de estimulação sensorial na primeira infância para crianças dos 0 aos 6 anos que, por circunstâncias diversas, têm alguma limitação visual.

Nas últimas décadas, o Centro tem também desempenhado um papel fundamental na promoção de uma sociedade mais inclusiva, através de diversas ações de sensibilização e informação, tanto internas como externas, visando sensibilizar a comunidade, incluindo o meio académico e empresarial, para a realidade vivida pelas pessoas com deficiência visual.

Relembre aqui a reportagem sobre esta valência da Misericórdia de Lisboa.

Melhor participação de sempre de Portugal nos Jogos Olímpicos contou com 27 bolseiros dos Jogos Santa Casa

Os 27 bolseiros que participaram nos Jogos Paris 2024 já se encontram em solo nacional, depois de duas semanas a integrar a equipa portuguesa (com um total de 73 atletas) e a lutar para a obtenção dos melhores resultados. O objetivo foi conseguido, com os desportistas lusos a trazerem para casa quatro medalhas olímpicas: ouro para Rui Oliveira e Iúri Leitão, com este último a conquistar uma segunda medalha de prata, Pedro Pichardo com prata e Patrícia Sampaio a obter bronze.

Desde 2013 que os Jogos Santa Casa são Parceiros Oficiais para a área da Educação do Comité Olímpico de Portugal (COP) sendo, desde 2014, os Principais Patrocinadores do Comité Paralímpico de Portugal (CPP). Ambas as parcerias têm como objetivo apoiar os atletas dos Programas de Preparação Olímpica, Paralímpica e Surdolímpica, permitindo conciliar a prática desportiva com a educação, através da atribuição anual de Bolsas de Educação.

O Programa Impulso Bolsas de Educação Jogos Santa Casa, designação das bolsas que são atribuídas, permite aos atletas iniciar ou prosseguir as suas carreiras duais, evitando o afastamento prematuro do desporto de alto rendimento ou o abandono precoce dos estudos.

Nas 11 edições do programa foram já atribuídas 470 bolsas a 231 atletas de 26 modalidades, num total de mais de 1,3 milhões de euros.

A despedida de José Manuel Constantino

A prestação portuguesa na mais emblemática competição desportiva foi ensombrada pela morte de José Manuel Constantino, Presidente do Comité Olímpico de Portugal, precisamente no dia em que encerraram os Jogos Olímpicos de 2024, a 11 de julho.

A perda foi lamentada publicamente pela Misericórdia de Lisboa que, através do Departamento de Jogos, tinha desenvolvido ao longo dos últimos anos uma relação de forte proximidade com o responsável do COP, devido à preocupação comum de se zelar pelos atletas e pelo projeto Olímpico.

“Os resultados alcançados em Tóquio e, agora, em Paris, são um bonito e justo legado de José Manuel Constantino, o qual deve ser preservado e continuado”, pode-se ler no comunicado então divulgado pela Santa Casa, numa referência à melhor pontuação de sempre obtida por

Portugal em Jogos Olímpicos: o 50.º lugar no “medalheiro”, o que representa um “salto” relativamente à prestação nacional em Tóquio 2020, altura em que Portugal alcançou o 56º lugar.

*Fotografia cedida pelo COP e registada antes da partida da equipa portuguesa para Paris

Oferta sociocultural da Santa Casa não para em agosto

Assim, por exemplo, no âmbito das atividades físicas e desportivas, pode optar por Ginástica Adaptada, no Centro de Dia Nossa Senhora dos Anjos (CRNSA). Todas as terças-feiras, das 11h00 às 12h00, esta atividade, desenvolvida em parceria com a Unidade de Promoção do Voluntariado, é especialmente projetada para pessoas com mobilidade condicionada.

Também no CRNSA, e para estimular a mente, tem lugar o programa AtivaMente, às quartas-feiras, das 15h00 às 16h00. Mantenha sua mente ativa e engajada com atividades de estimulação cognitiva em grupo. Utilizando provérbios populares, adivinhas, jogos como o jogo da forca e STOP, cada sessão é uma oportunidade de aprender e divertir-se num ambiente interativo e dinâmico.

Já no Centro de Desenvolvimento Comunitário Bairro dos Loios, oferece-se a atividade ‘Caminhar para Ser Feliz’. Às terças e quintas-feiras, das 10h00 às 11h00, desfrute do ar livre com as caminhadas revitalizantes pelas hortas, ruas e parques públicos do Bairro dos Loios e arredores. Esta atividade não só promove a saúde física, como também oferece uma oportunidade de socialização e conexão com a natureza.

Venha fazer parte destas atividades enriquecedoras e experimente uma nova forma de viver com mais saúde e alegria.

Pode consultar toda a programação da agenda aqui.

Santa Casa da Misericórdia de Lisboa celebra 526.º Aniversário com semana de atividades

Entre os dias 1 e 6 de julho, a Santa Casa oferece um programa diversificado, que inclui concertos, visitas guiadas a espaços normalmente fechados ao público e a Extração da Lotaria Especial de Aniversário. É objetivo da instituição abrir as suas portas e aproximar-se da comunidade, pelo que o mote das comemorações deste ano é “A Casa de Todos”.

A programação tem início no dia 1 de julho, com sessões de educação para a saúde promovidas pelo projeto Radar. Nesse mesmo dia, a mítica Sala de Extrações recebe o evento “Os artistas das nossas vidas”, onde figuras como Simone de Oliveira, Carlos Paulo e Lurdes Norberto partilharão as suas memórias da Lotaria e dos Pregões dos Cauteleiros. Depois, será realizada a Extração da Lotaria Especial dos 526 Anos, que contará com a apresentação do ator José Raposo.

No dia 2 de julho, haverá visitas guiadas à Provedoria e à Sala de Sessões, nas quais os visitantes poderão ver o Livro Fundacional da instituição: “Compromisso manuscrito e iluminado de 1520”. Às 11h, a Igreja de São Roque celebrará a missa dos 526 anos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, presidida pelo Bispo Eleito Auxiliar do Patriarcado de Lisboa, D. Alexandre Coutinho Lopes de Brito Palma.

Ao final da tarde, às 19h, a Igreja de São Roque recebe o grupo “Altos do Bairro”, num concerto evocativo da Temporada Música em São Roque. O grupo apresentará a obra “Leçons de Ténèbres”, composta por François Couperin em 1714, para a liturgia da Semana Santa na Abadia Real de Longchamp.

A programação continua nos dias seguintes, com visitas guiadas ao Museu de São Roque e à exposição “Atelier” de Pedro Cabrita Reis (dia 3), além de aberturas ao público do Hospital de Sant´Ana e do Convento de São Pedro de Alcântara (dia 4). Na sexta-feira, 5 de julho, haverá uma aula de fitness no Largo Trindade Coelho e visitas ao novo museu Casa Ásia – Coleção Francisco Capelo e à Brotéria. Por fim, no último dia, 6 de julho, o Arquivo Histórico da Santa Casa estará aberto para visitas e, às 18h, a Igreja de São Roque recebe um concerto da Orquestra Geração Santa Casa.

Todas as visitas têm lotação limitada e requerem marcação prévia, através dos contactos 213 240 869/87/65 ou culturasantacasa@scml.pt.

O programa completo das comemorações está disponível aqui.

Estas celebrações oferecem uma oportunidade única para se conhecer melhor a história e o trabalho da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, reafirmando o seu compromisso com a cidade e com a comunidade.

Fundo Rainha D. Leonor Apoia Restauro da Igreja da Misericórdia em Constância

A recém-requalificada Igreja da Misericórdia de Constância foi inaugurada esta segunda-feira (17), na sequência de um projeto de restauro e conservação apoiado pelo Fundo Rainha D. Leonor com o valor de 154.418,63 euros. A cerimónia contou com a presença de Ângela Guerra, vogal da Misericórdia de Lisboa responsável pelo FRDL, do provedor da SCM de Constância, António Paulo Teixeira, de Inez Dentinho, membro do Conselho de Gestão do Fundo, do presidente da Câmara de Constância, Sérgio Oliveira, do bispo de Portalegre/Castelo Branco, Antonino Dias, e de representantes da União das Misericórdias Portuguesas.

Na ocasião foi enaltecida pelos presentes aquela que é a missão do FRDL de apoiar as Misericórdias portuguesas em causas sociais prioritárias e inovadoras, contribuindo para a coesão social e territorial do país, louvando-se ainda a contribuição feita em concreto para a recuperação deste imóvel, classificado de Interesse Público e construído entre 1640 e 1650.

FRDL Constância

A degradação do edifício deveu-se sobretudo às consequências das cheias do rio Tejo ao longo dos séculos, tendo necessitado, por isso, de uma intervenção urgente, especialmente na cobertura e nas talhas dos retábulos.

No livro publicado pelo FRDL sobre a obra, destaca-se a singularidade do retábulo do altar-mor. “Pode ser desconcertante entrar na Igreja da Misericórdia de Constância e esbarrar com o riquíssimo retábulo do altar-mor em talha por dourar”, lê-se no texto. Este retábulo, que apresenta uma enorme ambição arquitetónica e artística nunca completamente realizada, mantém-se fiel à sua história, sem vestígios de ouro, exceto nas torres do brasão real e na coroa”.

Bruno Assis, responsável pela obra de recuperação, explica que o restauro do retábulo foi um trabalho de descoberta contínua, exigindo muita medição e transposição. “Creio tratar-se de um trabalho indo-português porque tem muita informação, anjos com tranças, macacos com corpo de pássaros, muitos elementos que escapavam ao Reino”, detalha. A madeira de cânfora utilizada sugere que os materiais foram trazidos da Índia, refletindo a importância comercial de Constância e Abrantes nos séculos passados.

As cheias frequentes do Tejo danificaram repetidamente a Igreja da Misericórdia, o que exigiu um trabalho minucioso de reorganização e limpeza das peças do retábulo, descrito como um “puzzle”. Segundo Assis, o objetivo foi manter o aspeto primitivo e inacabado da talha, sem tentar concluir o que nunca foi terminado. “Não somos artistas. Não podemos concluir o que nunca foi acabado. Não seria correto”, afirma.

O projeto de restauro incluiu a recuperação das seis pinturas alusivas aos Passos e a consolidação e tratamento da talha do altar-mor, feita de madeiras exóticas. O retábulo – que nunca chegou a ser dourado, possivelmente devido à falta de verba na época – assim permanecerá, em respeito pelo seu percurso histórico.

Embora a Santa Casa da Misericórdia de Constância tivesse planos para substituir o pavimento da Sacristia, o FRDL sugeriu a manutenção do mesmo com reparos pontuais, preservando assim a autenticidade do imóvel.

Este restauro não apenas preserva a integridade histórica da Igreja da Misericórdia, mas também realça a sua beleza única e a resiliência através dos tempos. Como disse a paisagista Brenda Colvin: “é bela a paisagem que está certa”.

A Igreja da Misericórdia, com a sua história rica e inacabada, é um testemunho duradouro da herança cultural de Constância.

Alegria sem limites no Centro de Reabilitação e Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian

Foi na manhã da passada segunda-feira que o Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian transformou-se num verdadeiro palco de alegria e inclusão, para a XIII edição dos jogos adaptados. O evento, que aproveitou a celebração do Dia da Criança, reuniu quase uma centena de pessoas, que proporcionou momentos de pura felicidade e fez esquecer, ainda que por breves instantes, as limitações que cada um enfrenta.

Jacinta Figueiredo, terapeuta da instituição, explica como surgiu a ideia deste acontecimento, sem o qual já ninguém passa: “Ao longo dos anos, tornou-se evidente a necessidade de criar um ambiente onde estas crianças e as suas famílias se sentissem parte de um todo, um lugar onde pudessem ser elas mesmas sem o olhar julgador do mundo exterior. Aqui, no centro, elas encontram um refúgio onde todos são iguais e onde cada sorriso e cada conquista são celebrados como um triunfo coletivo”.

As atividades deste dia “são cuidadosamente planeadas para incluir todos, independentemente das suas limitações. Temos a piscina, as pinturas faciais, a experimentação de gelados – tendo em conta que há algumas crianças que têm seletividade alimentar e este espaço permite que experimentem sabores diferentes -, um insuflável e o splash – um improviso imaginado por nós para que as crianças consigam sentir a sensação de deslizar na água. A música adaptada também está presente”, descreve Jacinta.

A complementar estas atividades, e em parceria com a GNR, estiveram duas terapias praticadas com animais: a cinoterapia e a hipoterapia. A primeira desenvolve-se com cães já em fim de carreira, mas perfeitamente aptos e treinados para interagir com as crianças, como nos detalha o primeiro sargento Pedro Figueiredo: “Esta interação ajuda-as a desenvolver habilidades motoras e de comunicação. Crianças com dificuldades de tato aprendem a pentear, a alimentar e a passear os cães, ou também a exercitar a fala de maneira natural e divertida, através do uso de comandos vocais, dando ordens, por exemplo”.

Já a hipoterapia consiste em passeios a cavalo por parte das crianças com dificuldades motoras. “Os cavalos têm um passo que é o que mais se assemelha à marcha humana. Por esse motivo, proporcionam um estímulo das competências motoras, cognitivas e sensoriais das crianças, proporcionando um complemento essencial à intervenção terapêutica”, explica o agente da GNR João Paço.

Essas atividades beneficiam não apenas as crianças, mas inspiram jovens estudantes que se voluntariam a proporcionar uma manhã diferente a todos os que se deslocam ao Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian. Ou um professor-cantor-compositor, também voluntário, que fez as delícias dos participantes nos jogos adaptados com a sua voz, simpatia e boa disposição.

O Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian acolhe crianças de várias nacionalidades e, desde abril, já atendeu mais de 600 utentes. A sua missão é clara: oferecer um espaço onde todos se sintam acolhidos, capazes e, acima de tudo, felizes. E neste dia especial, essa missão foi cumprida com excelência, deixando uma marca de amor e inclusão nos corações de todos os presentes. Uma inclusão que pode ser alcançada com gestos simples e atividades adaptadas, numa simplicidade que é uma lição valiosa para todos nós.

Este equipamento, gerido pela Santa Casa, dedica-se totalmente a pessoas com paralisia cerebral e a situações neuromotoras afins, sendo composto por duas respostas: de habilitação, reabilitação, desenvolvimento e prevenção do agravamento das situações clínicas, direcionados especialmente a crianças e jovens; e de reabilitação e inclusão de pessoas maiores de 18 anos, através do seu Centro de Atividades Ocupacionais.

Jogos Adaptados - Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde e cuidados de saúde ao domicílio

Unidades da rede nacional

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas