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Misericórdia de Lisboa e PÚBLICO lançam projeto de jornalismo comunitário

A apresentação oficial da iniciativa realizou-se esta segunda-feira, 11 de julho, no Palácio de São Roque, em Lisboa, com transmissão em direto no site e nas redes sociais do jornal PÚBLICO, e contou com a presença do provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, e do diretor do PÚBLICO, Manuel Carvalho. Filipe Anacoreta Correia, vice-presidente do Município de Lisboa, esteve também presente no evento.

Após a apresentação do projeto, David Pontes, diretor-adjunto do PÚBLICO e responsável pelo pelouro dos projetos editoriais, conduziu uma conversa sobre os media locais. No número 22 do Largo Trindade Coelho, sentaram-se à mesa para debater o estado da informação local e alguns dos novos projetos que têm surgido em Lisboa, Samuel Alemão, coordenador do Artéria, Catarina Carvalho, diretora e fundadora do jornal Mensagem de Lisboa, Mário Rui André, diretor e fundador do portal comunitário Lisboa para Pessoas, e Ana Fernandes, editora da secção Local do PÚBLICO.

O momento serviu de mote para o lançamento do Artéria, projeto que conta com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e que pretende ser um novo canal para o jornalismo de comunidade, protagonizado por voluntários e estudantes de comunicação social. Coordenado pelo jornalista Samuel Alemão, o novo jornal comunitário de Lisboa já está online mas terá também uma versão impressa, que será distribuída bimestralmente com o jornal Público. Nos seus conteúdos é possível encontrar texto, fotografia, mas também podcast, ilustração ou vídeo.

No Palácio de São Roque, na sua intervenção, Edmundo Martinho defendeu que “este projeto tem tudo que ver connosco. A Santa Casa é, provavelmente, a instituição mais impregnada na vida da cidade. Esta ligação traz-lhe responsabilidades acrescidas.” O provedor sublinhou que este projeto quer promover uma maior participação dos cidadãos na esfera pública, dando “voz e expressão” a todos, e, simultaneamente, contribuir para um “melhor trabalho” da Misericórdia de Lisboa.

Este projeto levou-nos a pensar sobre o que é ser um jornal hoje”, começou por dizer Manuel Carvalho, diretor do PÚBLICO. “Com esta parceria com a Santa Casa, agarrámos esta ideia com muito entusiasmo, com muita paixão. Acreditamos que tem todos os ingredientes para resultar. Aquilo que nós queremos fazer é com que as pessoas participem, se sintam motivadas, estimuladas a colocar perante as suas comunidades os seus anseios, as suas necessidades, os seus problemas, as suas expectativas, as suas alegrias, com a nossa capacidade de fazer alguma formação e acompanhamento”, finalizou.

Apresentação do projeto Artéria

Artéria, um jornal que convida a comunidade a contar as histórias de Lisboa

O foco é Lisboa, as suas histórias, os seus projetos de vizinhança, as questões que mexem com a cidade na procura de soluções, o seu património a descobrir. Mas o Artéria é também um projeto com preocupações na literacia para os media, com condução por jornalistas profissionais e com uma programação que inclui, ainda, ações de formação nas várias técnicas do jornalismo.

Dedicada a Lisboa, a iniciativa funcionará de portas abertas a todos os que sintam a cidade como sua e tenham vontade de dar a conhecer as boas histórias que lhe dão vida. É também uma plataforma de discussão sobre os melhores caminhos para ajudar a solucionar os problemas e os desafios sentidos por quem a vive todos os dias.

Fale-nos sobre o seu bairro e da sua rua

O apelo está feito a todos os que pretendam participar voluntariosamente neste projeto, a todos os que sintam Lisboa como sua e tenham vontade de ajudar a dar a conhecer narrativas interessantes sobre a vida na cidade, mas que não tenham ainda divulgação suficiente. As atenções centrar-se-ão na rua e nos bairros. Para conseguir realizar esse retrato sempre em movimento de uma comunidade em permanente mutação, o formato favorecido será o da reportagem escrita, mas também a fotografada ou a ilustrada. Cada pessoa utilizará a linguagem com que se sente mais confortável.

Os interessados em participar deverão enviar um e-mail para arteria@publico.pt, dando conta de como pensam poder ser úteis ao projeto. Toda a informação sobre o mesmo está disponível online.

 

Temporada Música em São Roque 2022 abre candidaturas

O formato da Temporada Música em São Roque 2022 terá os mesmos moldes do ano passado assumindo um formato de público presencial e continuando a disponibilizar a transmissão dos concertos em streaming. A Igreja de São Roque e a Capela do Convento de São Pedro de Alcântara são os espaços escolhidos para a realização dos concertos.

Este acontecimento, que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa promove há 34 anos, tem entre os seus objetivos mais relevantes tornar a música acessível a todos os públicos e proporcionar a descoberta do património cultural da instituição. Como linhas orientadoras salienta-se o apoio à música nacional, designadamente na vertente da investigação arquivística relativa a compositores portugueses desconhecidos e o apoio aos músicos portugueses.

Apenas serão aceites candidaturas submetidas online, dentro do prazo estabelecido e cuja submissão seja objeto de confirmação pela Santa Casa. O maestro Filipe Carvalheiro, diretor artístico da Temporada, o musicólogo, compositor e gestor, Edward Ayres de Abreu e Margarida Montenegro, diretora da Cultura da Santa Casa, fazem parte do júri que avaliará as candidaturas.

Os resultados finais serão divulgados no site oficial da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Candidaturas
As candidaturas podem ser submetidas entre as 16h00 de 5 de julho e as 16h00 do dia 20 de julho, através do seguinte link: http://musicaemsaoroque.scml.pt/

Para esclarecimento de dúvidas, contacte-nos através do seguinte e-mail: tmsr@scml.pt

TMSR 2022

Da linguagem gestual à reparação de cadeiras de rodas, o Rock in Rio é mais inclusivo com o apoio da Santa Casa

O Rock in Rio está de regresso a Lisboa. Na edição de 2022, a Santa Casa volta a associar-se ao festival de música, possibilitando que o evento seja acessível a pessoas com deficiência visual, deficiência auditiva e mobilidade reduzida.

O apoio oficial da Misericórdia de Lisboa ao Rock in Rio permite que o recinto do festival esteja dotado de plataformas para pessoas com mobilidade reduzida (no Palco Mundo e no Galp Music Valley), bem como de wc adaptados, oficinas para eventuais reparos nas cadeiras de rodas e sinalética em todo o recinto. A Santa Casa vai ainda ter no terreno uma equipa pronta para dar resposta as necessidades dos públicos especiais.

Nos dias 18, 19, 25 e 26 de junho, dezenas de artistas vão subir aos palcos do Rock in Rio Lisboa, mas, em 2022, as grandes estrelas são os intérpretes de linguagem gestual da Hands Voice, que, aos pares, vão acompanhar do início ao fim todas as atuações do festival. O uso de interpretação em linguagem gestual no Rock in Rio é algo nunca antes feito em festivais de música em Portugal, mas possível devido ao apoio da Santa Casa ao festival de música.

“No ano em que se assiste ao regresso em pleno dos festivais de música, a Santa Casa ajudará na modernização e melhoria das acessibilidades, através do desenvolvimento de acessos e áreas de mobilidade reduzida. Teremos também no local técnicos a garantir o apoio a pessoas com este tipo de dificuldades. Este ano, pela primeira vez num festival de música em Portugal, teremos ainda concertos com interpretação em Língua Gestual Portuguesa, o que representa mais um passo para garantir que se proporcionem cada vez mais espetáculos acessíveis e inclusivos, alcançando todos os públicos que frequentam estes eventos musicais”, explica a diretora de Comunicação e Marketing da Santa Casa, Maria João Matos.

A parceria entre a Misericórdia de Lisboa e o Rock in Rio tem como objetivo proporcionar uma experiência única para todos os públicos, possibilitando que ninguém fique de fora da festa da música, onde a inclusão é prioridade.

O apoio à cultura é outro objetivo desta parceira, uma vez que essa é uma missão assumida pela Misericórdia de Lisboa, que tem-se aliado de forma consistente a eventos culturais. O compromisso da Santa Casa com a cultura traduz-se, por exemplo, no apoio à produção de espetáculos de música, literatura ou cinema.

“Um dos pilares da Santa Casa é a promoção do acesso à Cultura para todas as pessoas. A presença neste ou noutros festivais insere-se numa estratégia mais ampla que tem por base essa premissa e, nuns casos através da criação de melhores condições de acessibilidade para todas as pessoas, noutros apoiando festivais e outras iniciativas culturais menos mediáticas em comparação com o Rock in Rio. Ou seja, sim: sentimos que a nossa presença é importante e faz todo o sentido”, refere Maria João Matos.

Palácio de Belém abre portas ao público até domingo

Após dois anos de interrupção, o Palácio Nacional de Belém recebe até domingo, 5 de junho, a quinta edição da Festa do Livro de Belém. Marcelo Rebelo de Sousa abriu o certame esta quinta-feira à tarde, 2 de junho. Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, também esteve presente no regresso da Festa do Livro aos jardins do Palácio de Belém.

Festa do Livro em Belém 2022

A Festa do Livro em Belém é uma iniciativa do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, realizada anualmente desde 2016, nos Jardins do Palácio de Belém, em parceria com a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros. O evento tem por objetivo celebrar os editores nacionais e os autores de língua portuguesa. Uma festa onde haverá espaço para a exposição e venda de livros, promoção de leitura e divulgação de obras e autores lusófonos.

Concertos, cinema, debates, sessões de autógrafos e apresentações de livros fazem parte do programa da Festa do Livro em Belém deste ano, onde estarão presentes 70 editores e 120 mesas que trazem ao evento os seus autores favoritos e respetivas obras.

Haverá também um espaço para os mais pequenos, dinamizado pela Rede de Bibliotecas de Lisboa, com sessões do conto, jogos didáticos, ioga e música para bebés.

Festa do Livro em Belém 2022

Estarão ainda disponíveis várias áreas de leitura, uma ligação aberta ao Jardim Botânico Tropical e uma zona de restauração. A entrada é livre e o acesso pode ser feito pelo Jardim Botânico ou pela loja do Museu da Presidência da República. O controlo de segurança estará garantido não só à entrada, como em todo o espaço.

Consulte a programação, aqui.

 

Santa Casa Alfama está de regresso

Os dias 23 e 24 de setembro são as datas apontadas para a edição de 2022 do Santa Casa Alfama, dedicada a Max, uma das figuras centrais da música popular portuguesa feita no século XX. O cartaz deste ano – que será revelado na íntegra, brevemente – vai voltar a contar com algumas das maiores vozes do fado nacional.

Pelo quinto ano consecutivo, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa associa-se a este festival, na qualidade de naming sponsor, reforçando assim o seu apoio à cultura nacional.

Os diversos palcos do Santa Casa Alfama espalham-se pelo bairro, criando a sensação de que ali o fado pode acontecer em qualquer lugar e, que qualquer beco, viela ou praça é capaz de se transformar numa casa de fados. Mais do que um festival de música, este evento traduz-se numa experiência em que o público é convidado a tocar na alma portuguesa, deambulando por um bairro cheio de histórias das gentes fadistas.

Com uma seleção musical cuidadosa e exigente, dando espaço a vozes consagradas e também àqueles que garantem o futuro da nossa música, o Santa Casa Alfama é hoje um dos eventos mais relevantes da vida cultural portuguesa.

Homenagem a Max

E as primeiras confirmações para a edição deste ano do festival garantem a qualidade à qual já nos habituámos: no dia 23 de setembro, o Palco Santa Casa recebe o grande concerto de homenagem a Max por António Zambujo e convidados. Já no dia 24 de setembro, o mesmo palco recebe a voz poderosa de Dulce Pontes com o convidado Ricardo Ribeiro.

O Festival Santa Casa Alfama destaca-se pelo espaço que dá às novas vozes do fado, acabando mesmo por ser uma bússola para quem quer estar atento àquilo que o futuro trará de bom à nossa música. Como não poderia deixar de ser, este é também um Festival com memória, preocupado em lembrar e homenagear alguns dos nomes que construíram a história do fado. Depois de duas grandes homenagens, primeiro a Amália Rodrigues em 2020, no ano do seu centenário, e depois a Carlos do Carmo em 2021, ano do seu desaparecimento, em 2022 o Festival Santa Casa vai homenagear o inconfundível Max.

O futuro do fado

Há semelhança das outras edições, o festival celebra ainda o futuro do fado, com a instalação na Sociedade Boa União, do Palco Santa Casa Futuro, onde os festivaleiros ficaram a conhecer as  vozes que garantem o futuro do fado.

A programação deste palco estará a cargo de Escola de Fado Sociedade Musical de Cascais e do Clube Lisboa Amigos do Fado de Marvila.

Serão mais de 40 concertos em vários palcos em Alfama. Saiba mais sobre o festival no site oficial.

“Da Noite Para a Luz”. Uma visão delirante da história de São Roque

“Da noite para a luz” é uma visão renovada dos painéis de São Roque, que levaram a artista Sara Maia “a criar histórias à volta de obras absolutamente incríveis”. A exposição temporária, inaugurada que estará patente simultaneamente no Museu de São Roque e na Galeria Cisterna entre os dias 19 de maio e 30 de julho, toma como ponto de partida as pinturas da vida e lenda de São Roque.

Em torno da devoção lisboeta por um santo francês, que morreu em Itália, mas que, por toda a Europa ganhou fama de ser protetor contra pestes, a artista desenvolve uma visão delirante e imaginativa sobre a história de São Roque. O título da exposição, “Da Noite Para a Luz”, nasce da certeza de que a capacidade humana é capaz de ultrapassar todos os obstáculos. A artista pretende fazer uma alusão à beleza da noite, mas que, por vezes, “não permite que os nossos olhos vejam um percurso que só pode ser para a clareza e para o conhecimento”.

Além do universo simbólico que Sara Maia incute em toda a sua arte, “Da Noite Para a Luz” também se traduz num duplo desafio: “Esta exposição é à volta de outras imagens que já existiam, ou seja, os magníficos painéis de São Roque, o que por si é uma enorme honra, mas também uma enorme responsabilidade. Obrigou-me de alguma forma a estudar e a olhar muito para estes painéis e perceber as suas estruturas e histórias”, explica.

 

Informações sobre a exposição “Da Noite Para a Luz”, de Sara Maia

  • Entrada gratuita na Galeria Cisterna
  • Entrada gratuita no Museu de São Roque para portadores do cartão de entrada na Galeria Cisterna (Rua António Maria Cardoso 27, Lisboa)

Horários

  • Museu de São Roque – terça-feira a domingo, das 10h às 19h (última entrada às 18h30).
  • Galeria Cisterna – terça-feira a sábado, das 14h30 às 19h

Prémios Play 2022: Santa Casa reforça o seu apoio à cultura e talento nacional

O Coliseu dos Recreios abriu as suas portas para acolher, esta quinta-feira, a edição de 2022 dos Play – Prémios da Música Portuguesa. Apresentada por Filomena Cautela e Carolina Torres, a cerimónia contou, uma vez mais, com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, na qualidade de Parceiro Cultural.

Um dos grandes vencedores da noite foi Dino D’Santiago, autor do recente álbum “Badiu” que ganhou, pela terceira vez, a categoria de Melhor Artista Masculino. O galardão foi entregue pelas mãos de Filipa Klut, administradora da Santa Casa com o pelouro da cultura, e do vocalista dos Black Mamba, Tatanka. Nesta categoria estavam igualmente nomeados trabalhos de Camané, António Zambujo e Tony Carreira.

Visivelmente emocionado o cantor, que venceu também o Prémio Crítica dos Play, dedicou o prémio à sua irmã e sobrinha, que irá nascer este ano. Entre os vários agradecimentos, Dino D’Santiago fez questão de salientar que a música portuguesa é “uma cultura de todos”.

Para Filipa Klut, a associação da Santa Casa aos Prémio Play surge no âmbito do apoio da instituição à cultura e talento nacional, realçando que os Prémios “Play têm uma simbologia especial, pelo reconhecimento que dão, pelo empenho dos artistas, músicos e técnicos e ainda de todos os que contribuem para esta magnífica festa da música portuguesa”.

“A música é universal, é inclusiva, une as pessoas e, por isso, a Santa Casa tem privilegiado o apoio a iniciativas na área da música de vários tipos, quer promovendo a nossa temporada anual de música clássica, quer estando em festivais tradicionais, ou festividades populares. Esta democratização do acesso à cultura musical tem conseguido objetivos e por isso continuamos empenhados nesse caminho”, destaca a administradora.

Outra das novidades desta edição dos Play foi a presença de público no Coliseu dos Recreios. Entre as largas centenas de espetadores presentes no espaço, 40 jovens de alguns equipamentos da Santa Casa tiveram a oportunidade de ver e ouvir ao vivo alguns dos seus ídolos da música portuguesa.

Em noite de alegria e de celebração, houve ainda lugar a uma ovação de pé foi para a vencedora do Prémio Carreira: Simone de Oliveira, que recentemente despediu-se dos palcos, ao fim de 65 anos de carreira.

“Não sei se voltarei aqui, mas espero que vocês continuem a achar que a música portuguesa e este país valem a pena. Até sempre”, frisou Simone de Oliveira.

Os prémios Play são promovidos pela Audiogest (Associação para a Gestão e Distribuição de Direitos) e pela GDA — Gestão dos Direitos dos Artistas, em parceria com a RTP e a Vodafone.

 

“O Quarto da Menina”: uma viagem pelas páginas que contam a história (e o mito) dos Paiva de Andrade

A sala do Centro Social São Boaventura encheu para a apresentação do livro “Carolina Augusta Picaluga Paiva de Andrade – O Quarto da Menina”. Bem por cima, imaculado, está o espaço que dá título à obra. Era assim que Carolina Augusta Picaluga Paiva de Andrade (1835 – 1912), benemérita da Santa Casa, queria inscrever o nome da filha na posteridade, através da conservação do quarto onde a filha, Luísa, faleceu.

Marta Brites Rosa é a responsável por contar em 139 páginas a história desta família. A autora tomou conhecimento do mito em redor do quarto da menina por coincidência. Foi depois de uma conversa com uma colega decidiram saber mais. Certo dia, na Rua de São Boaventura, Marta ficou por ali alguns minutos a tentar adivinhar onde seria o quarto da menina.

Marta Brites Rosa a apresentar livro da sua autoria

O material recolhido por Marta permite ao leitor navegar por palavras e cenários que retratam com fidelidade a história dos Paiva da Andrade. Carolina Augusta Picaluga Paiva de Andrade morre em 1912 e no seu testamento deixa a Santa Casa como herdeira do seu património, principalmente como executora dos seus desejos. As vontades de Carolina não eram apenas suas, mas também do falecido marido Jacinto, unidos na intenção de perpetuar o nome da filha. Luísa faleceu aos 22 anos, vítima de tuberculose. É sobre ela que paira o mito, “uma neblina mística”, como refere a autora, e que envolve o quarto da menina, que dá título ao livro.

Após a morte prematura da sua filha, os Paiva de Andrade decidem deixar todos os seus bens à Misericórdia de Lisboa. Entre eles está o edifício onde, hoje, está instalado o Centro Social de São Boaventura. Durante anos, este espaço foi o lar dos Paiva de Andrade, um palco de animados serões musicais, onde se ouvia o piano tocado pela filha Luísa e onde o pai, Jacinto Paiva de Andrade, apresentava a sua coleção de arte aos convidados.

A morte intempestiva da jovem calou para sempre as gargalhadas no palacete e décadas mais tarde deu voz a um mito onde a paixão e o assombramento voltam a habitar o “quarto da menina”. Já viúva, Carolina fundou uma instituição de educação para jovens meninas que batizou com o nome da filha falecida. A manutenção desta instituição, o Instituto Luísa Paiva de Andrade, foi uma das condições para doação de todos os seus bens à Misericórdia de Lisboa, junto com a tarefa de criar um bairro económico, legado que se encontra agora sob os escombros da implacável modernidade.

A dois dias do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor (23 de abril), a obra de Marta Brites Rosa é também uma forma de homenagear a literatura. O “Quarto da Menina” é o décimo livro da Coleção Beneméritos do Centro Editorial da Misericórdia de Lisboa, onde a Santa Casa, desde 2010, dá a conhecer a vida e obra dos seus beneméritos.

Oficina de Braille… uma iniciativa para todos

No âmbito da participação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa na iniciativa “Livraria Barata – Lugar de Cultura”, teve lugar, a 14 de abril, uma oficina de braille, dinamizada pelo Lar Branco Rodrigues, equipamento da Misericórdia de Lisboa destinado a portadores de deficiência visual. A sessão constituiu uma oportunidade única para conhecer e experimentar os recursos, os materiais, as tecnologias e as estratégias utilizadas para o ensino e integração de pessoas com cegueira e baixa visão.

Os testemunhos

Áliu Baio, 27 anos, é utente do Lar Branco Rodrigues há cerca de nove anos. O jovem guineense perdeu a visão, mas reergueu-se. Na passada quinta-feira, foi  um dos utentes que participaram na Oficina de Braille, mostrando um pouco do seu mundo.

“Esta iniciativa é importante porque podemos mostrar, sobretudo, às pessoas que não têm noção da realidade de como é que um cego escreve ou lê. É uma oficina pedagógica que informa como funciona o braille, como utilizamos um telemóvel ou um computador”, considerou. E continua: “Eu tenho acesso a ferramentas, nomeadamente a um programa (leitor de ecrã), que traduz a informação visual para áudio. Ou seja, eu faço tudo igual, apenas tenho ferramentas diferentes”, concluiu.

Ali mesmo ao lado e perante uma assistência de várias crianças, Duarte Pina, 61 anos, também utente do Lar Branco Rodrigues, mostra como se escreve braille com recurso a uma pauta e punção, e também em máquinas dactilográficas especiais. O utente destacou, ainda, a importância de oficinas como esta, pois, segundo ele, algumas pessoas não acreditam ser possível que uma pessoa com visão aprenda a ler em braille – um paradigma que, pelo desempenho e curiosidade dos participantes na oficina, ficou comprovado ser falso.

Por outro lado, Ana Paula Silva, diretora do Lar Branco Rodrigues, sublinhou que a oficina de braille é uma “oportunidade para conhecer um pouco melhor sobre o percurso da educação especial, da utilização do braille e das novas tecnologias que a pessoa deficiente visual teve ao longo de mais de um século”. Para a responsável da Misericórdia de Lisboa, esta iniciativa teve, acima de tudo, uma grande componente de “inclusão e de troca de experiências”.

“Lição de coisas: Uma história do Lar Branco Rodrigues”

Ainda no mesmo dia, às 18h00, teve lugar a apresentação do livro “Lição de coisas: Uma história do Lar Branco Rodrigues”, que contou com a participação especial da agência de talentos – Valor T, da Santa Casa, iniciativa pioneira na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

Da autoria de Ana Gomes e com edição do Centro Editorial, da Direção de Cultura da Santa Casa, a obra desvenda uma crónica de pioneirismo, de conquistas e de insucessos, de adaptações e de descompassos, dos esforços de todos aqueles que, herdeiros do legado de Branco Rodrigues, persistem num trilho que continua a ser percorrido na atualidade, em prol da população com deficiência visual, em nome da inclusão plena de todos, para construção de uma sociedade melhor.

Museu de São Roque acolhe exposição temporária sobre Santo Inácio de Loyola

Foi inaugurada esta quarta-feira, 30 de março, na Galeria de Exposições Temporárias do Museu de São Roque, a exposição “Ver novas todas as coisas”, uma exposição que assinala simultaneamente dois momentos chave relacionados com Santo Inácio de Loyola: o V Centenário da sua Conversão (cujas comemorações decorrem entre maio de 2021 e julho deste ano) e o IV Centenário da sua Canonização (ocorrida a 12 de março de 1622).

Exposição

Comissariada por Maria João Freitas e António Júlio Limpo Trigueiros, esta mostra engloba quatro núcleos expositivos que permitem aos visitantes acompanhar a sagração deste santo.

Composta por algumas peças inéditas, esta é uma exposição que “quer convocar um novo olhar sobre algumas peças, que permitem construir uma narrativa que dá a conhecer o processo de conversão de Santo Inácio, a iconografia que lhe está associada e as celebrações em torno da sua canonização”, refere Teresa Morna, diretora do Museu de São Roque.

Paralelamente, a mostra possibilita uma leitura histórica, por meio de uma seleção criteriosa de objetos provenientes de acervos históricos públicos e privados, nacionais e estrangeiros, que convidam o visitante a entrar no universo ilustrativo de um percurso, que vai da conversão à elevação aos altares, de uma das principais figuras ligadas à reforma católica.

Do espólio patente na exposição fazem parte, entre outras peças, uma pintura que representa Santo Inácio de Loyola a dormir nas arcadas de Veneza (da autoria do pintor jesuíta, Domingos da Cunha), o Busto relicário seiscentista do santo, em madeira policromada (propriedade da Província Portuguesa da Companhia de Jesus-Residência do Porto) e a simbólica Cruz processional indo-portuguesa, em prata e marfim (da igreja de São Bartolomeu de Vila Viçosa).

“A exposição convoca-nos para um novo olhar sobre o património histórico e artístico da Companhia de Jesus, permitindo enquadrar o acervo do Museu de São Roque, em especial nos três ciclos pictóricos dedicados aos seus santos fundadores, Inácio de Loyola e Francisco Xavier, num contexto de promoção e divulgação do conhecimento”, acrescenta Teresa Morna.

Com entrada livre, a exposição “Ver novas todas as coisas” pode ser visitada até ao dia 19 de junho, de terça-feira a domingo, das 10h às 12h e das 13h30 às 18h (última entrada às 17h30).

O acesso está condicionado durante as celebrações na Igreja de São Roque e será feito mediante o cumprimento das orientações da Direção-Geral de Saúde. Mais informações, aqui.

 

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde

Unidades da rede nacional

Unidades que integram a rede de cobertura de equipamentos da Santa Casa na cidade de Lisboa

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas