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32ª Temporada Música em São Roque com três estreias absolutas e em formato streaming

32ª Temporada Música em São Roque

Ao contrário dos anos anteriores, este ano não haverá concertos presenciais. A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa decidiu que a 32ª edição da Temporada Música em São Roque decorreria apenas com recurso a transmissão online devido às restrições que são necessárias observar tendo em conta a pandemia. Os concertos serão gratuitos e vão poder ser acompanhados, em direto, no site da Temporada – (tmsr.scml.pt/) – e na RTP Play (rtp.pt/play/palco/).

O programa deste ano contraria as vicissitudes do contexto atual e mostra um meio musical ativo e empenhado em recuperar com vigor. Serão apresentadas três estreias absolutas de obras de compositores portugueses vivos – César Viana, Vasco Negreiros, Miguel Resende Bastos (Prémio Musa 2020) e 11 estreias modernas de obras esquecidas de compositores portugueses, recuperadas para o nosso tempo.

Neste período de exceção em que somos confrontados com desafios sem igual e em que os sinais de esperança e persistência ganham redobrada importância, a Temporada Música em São Roque reafirma a sua posição, junto do público e dos músicos.

Os concertos

Decorrem entre 16 de outubro e 14 de novembro, na Igreja e Museu de São Roque e no Convento de São Pedro de Alcântara, e contam com a participação do Coro Gulbenkian, Orquestra Barroca Casa da Música, O Bando de Surunyo, AVRES SERVA, Ludovice Ensemble, Ensemble MPMP, Duo David Costa e Pedro Ferro, Americantiga Ensemble, Pedro Caldeira Cabral e Ducan Fox e Officium Ensemble.

Ao longo dos dez concertos que constituem esta edição, será possível escutar a cítara portuguesa, com Pedro Caldeira Cabral e Duncan Fox e instrumentos tradicionais indianos e japoneses, numa viagem com o Ludovice Ensemble, da Europa ao Oriente, incluindo música barroca, contemporânea e tradicional asiática.

Haverá ainda lugar à descoberta de uma versão, feita em Portugal, do Requiem de Mozart, recuperado pelo Americantiga Ensemble e um outro Requiem, o de Manuel Mendes, redescoberto pelo Officium Ensemble.

Igualmente esquecidas e finalmente recuperadas são as obras de música sacra portuguesa dos séculos XVIII e XIX que o agrupamento AVRES SERVA inclui no seu programa, bem como a Missa a quatro vozes e piano de Francisco de Sá Noronha apresentada num concerto pelo Ensemble MPMP.

A 32ª edição da Temporada Música em São Roque inclui ainda um concerto para duo, por David Costa (oboé) e Pedro Ferro (piano), inteiramente dedicado a compositores portugueses vivos – Anne Victorino d’Almeida, Nuno Côrte-Real, Sérgio Azevedo e Alfredo Teixeira – e outro, em que O Bando de Surunyo se propõe apresentar “Cantos do fogo e do gelo”, um percurso por alguns dos mais importantes géneros musicais cultivados em Itália e na Península Ibérica nos séculos XVI e XVII, com particular destaque para obras nas quais a mulher é a protagonista, incorporando diferentes facetas da condição humana: resiliência, empatia, sabedoria, compaixão, ternura e fé.

Sessões de Apreciação Musical: Ouvidos para a Música

Pelo terceiro ano consecutivo, a Temporada Música em São Roque propõe um ciclo de cinco encontros de apreciação musical conduzidos por Martim Sousa Tavares, desta vez em formato de minissérie para ver online, com uma seleção de temas e repertórios em estreito diálogo com o tempo e o mundo que habitamos.

Num contexto de pandemia em que muitos jovens talentos perderam oportunidades, este ciclo conta ainda com a participação de 13 promissores e consagrados solistas nacionais, servindo de plataforma para assinalar o mérito individual de cada um.

Alfama, canta-me o fado

Festa do Jazz divulga Talento Nacional

Concertos, debates e encontros de escolas e artistas assinalam a edição de 2020 da Festa do Jazz, que se realiza este ano, pela primeira vez, no Centro Cultural de Belém (CCB), nos dias 12 e 13 de setembro, sem público presencial, mas com transmissão em direto através da plataforma RTP – Palco.

Depois de já ter passado por palcos como o Teatro São Luiz, alguns espaços do Bairro Alto e Parque Mayer, o evento chega agora ao pequeno auditório do CCB, para dois dias de várias iniciativas ligadas às raízes do jazz nacional.

A edição deste ano arranca com a apresentação de um livro dedicado à história do evento e traça o perfil de alguns dos intervenientes que passaram por esta festa, considerada a maior deste género musical em Portugal.

No dia seguinte, o pequeno auditório do CCB acolhe o debate: “Portugal, Jazz e a questão racial”, que conta com a participação do ativista Mamadou Ba e das cantoras Maria João e Selma Uamusse.

Este ano a Festa do Jazz volta a promover o Encontro Nacional de Escolas, que permite a novos talentos do jazz nacional mostrarem o seu trabalho e talento.

A programação musical inclui atuações de: Tomás Marques Quarteto, Andy Sheppard Quarteto, João Barradas a solo, Susana Santos Silva e Angélica Salvi, Sound of Desire (trio de Ricardo Toscano), Maria João e Carlos Bica, entre outros, bem como uma homenagem a Bernardo Sassetti, com a participação de João Mortágua (saxofone alto), João Pedro Coelho (piano), Carlos Barretto (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria).

A Festa do Jazz 2020 é organizada pela Associação Sons da Lusofonia e conta com o apoio da Misericórdia de Lisboa, da Direção-Geral das Artes, do CCB e do DST Group.

Ciclo de documentários sobre arte italiana no Convento de São Pedro de Alcântara

Arquitetura, pintura e a vida de alguns dos mais importantes e inesquecíveis artistas serão os pontos de paragem ao longo desta “viagem” pelo mundo artístico italiano, com partida marcada para 9 de setembro. Nessa quarta-feira, e em todas as outras do mês de setembro, às 21h00, o jardim do Convento de São Pedro de Alcântara será transformado numa sala de cinema ao ar livre, exibindo um ciclo de documentários sobre arte italiana. A participação é gratuita, mediante marcação prévia.

O ciclo de documentários inicia-se (no dia 9) com “Pienza, Cidade da Luz”, a cidade ideal do Renascimento construída pelo humanista Enea Silvio Piccolomini, que ascendeu a Papa com o nome de Pio II. A programação continuará com o grande mestre renascentista italiano Piero della Francesca e a sua Ressurreição (no dia 16), seguindo-se “Lorenzo Lotto – Viagem na crise do Renascimento”, dedicada ao artista que acompanhou e testemunhou a crise dos valores da Itália renascentista (no dia 23). O ciclo termina (no dia 30) com “As salas de Raffaello”, dedicado a um dos mais consagrados pintores renascentistas de todos os tempos e sobre quem se assinala, este ano, os 500 anos da sua morte.

Produzidos pela Land Comunicazioni, com a realização de Luca Criscenti e apresentados pelos conceituados críticos de arte Tomaso Montanari, Enrico Maria Dal Pozzolo e Antonio Paolucci, os quatro documentários – todos legendados em português e com revisão técnica no âmbito da História da Arte pela Prof.ª Teresa Leonor Vale – oferecem uma viagem fascinante pela arte italiana do período do Renascimento.

Veja aqui o programa.

Condições gerais de participação:

• Conservação de distanciamento físico de 2 metros.
• Utilização de máscara (cirúrgica ou comunitária).
• Desinfeção das mãos com a solução à base de álcool antes da entrada.
• Respeito pelas regras de etiqueta.
• Respeito pela lotação máxima de cada sessão.
• Não é permitido mudar as cadeiras de local.

Informações / marcações:
Serviço de Públicos e Desenvolvimento Cultural
Tel: 213240869/87/66
culturasantacasa@scml.pt

O terror está de volta a Lisboa

Num ano marcado por episódios dignos de um filme do malogrado escritor norte-americano, Stephen King, a edição deste ano do Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa está de volta às salas do Cinema São Jorge e com algumas novidades. Entre elas e a mais evidente surge com a adição de dois dias à duração prevista do evento, decisão que vai ao encontro das recomendações da Direção Geral de Saúde, permitindo a realização de sessões mais espaçadas com lotação reduzida.

Outros dos maiores destaques desta edição é a retrospetiva intitulada “Pesadelo Americano: Racismo e o Cinema de Terror”, focada na ilustração do racismo no cinema de terror norte-americano, que expõe a problemática do racismo estrutural, em alusão aos protestos encabeçados pelo movimento criado no Estados Unidos, “Black Lives Matter”.

Para o filme de abertura a organização escolheu a longa-metragem espanhola de terror paranormal: “O 3º andar: Terror Na Rua Malasaña”, de Albert Pintó, inspirado em factos reais ocorridos na capital espanhola, na década de 70. Na sessão de encerramento, a 13 de Setembro, há “The Rental”, filme de estreia de ator Dave Franco.

Ainda antes do início oficial do Motel X e para aquecer os ânimos, a organização do festival promoveu alguns eventos Warm up, que percorreram alguns espaços da cidade de Lisboa, com a Santa Casa a ser um dos cicerones de serviço.

Na última quinta-feira, o Convento de São Pedro de Alcântara acolheu “A Mulher-Sem-Cabeça”, uma performance/concerto a partir de um texto de Gonçalo M. Tavares. Na noite seguinte, o Espaço Brotéria foi palco de um jantar encenado a partir de um texto de Fernando Pessoa desconhecido do grande público: “Um Jantar Muito Original”. Por fim, o dia 5 trouxe a muito aguardada sessão de cinema ao ar livre, no Largo Trindade Coelho, com a exibição do filme “The Host – A Criatura de Bong Joon-ho (“Parasitas”)” um filme Sul Coreano de 2006, que levou os fãs do género ao delírio.

Santa Casa nos 90 anos da Feira do Livro de Lisboa

Ainda que num formato diferente, a 90ª edição da Feira do Livro de Lisboa decorre entre 27 de agosto e 13 de setembro e vai ter a maior oferta editorial de sempre, com a presença de 638 marcas editoriais.

O evento, adiado três meses, vai estar sujeito a restrições e terá um formato adaptado, para conter a propagação da Covid-19. O uso de máscara será obrigatório em todo o recinto, tanto por expositores como pelo público. Em tempo de pandemia não foram só as datas da Feira do Livro de Lisboa que mudaram, mas também uma série de regras que devemos cumprir para que a segurança de todos seja garantida. Assim, além da higiene das mãos, etiqueta respiratória e distanciamento social, as plateias serão limitadas e os programas ao vivo também.

A Feira do Livro de Lisboa, face às regras de segurança e prevenção da doença Covid-19, fará o controlo de acessos e de lotação do recinto. Ocasionalmente, o recinto pode estar vedado e as entradas limitadas. De acordo com a lotação estabelecida e os fluxos conhecidos de edições anteriores, acredita-se que tal possa ocorrer somente aos fins de semana.

Também no espaço da instituição (que recria o ambiente de uma livraria), localizado perto da entrada mais próxima do Marquês de Pombal, do lado direito, a segurança estará em primeiro lugar. Por isso, no seu interior, apenas serão permitidos dois visitantes de cada vez, para além de terem que ser cumpridas todas as outras regras a que já nos habituámos.

Programação da Santa Casa

Devido ao atual contexto de pandemia, os eventos culturais promovidos pela Santa Casa serão apenas de cariz musical, oito ao todo, a decorrer às sextas-feiras e aos fins de semana. Conheça aqui a programação.

No stand, os visitantes poderão encontrar a atividade literária da Misericórdia de Lisboa nos domínios da Cultura, Ação Social, Saúde e Património. Existirá uma zona de destaque para as mais recentes publicações, como por exemplo, o livro “Voluntariado da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa – uma história de dedicação”; os Catálogos das últimas duas exposições na Igreja de São Roque, “Um Rei e Três Imperadores. Portugal, a China e Macau no tempo de D. João V e Sob o Manto de Nossa Senhora – Coleções de arte russa em Portugal”. Ainda ao nível das novidades, e de cariz mais técnico, destaque para o livro “Reabilitação do doente amputado – Experiência do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão” e a edição periódica dos “Cadernos Técnicos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa”.

Cinco cadeiras de rodas serão disponibilizadas pela Misericórdia de Lisboa e traduzem a sua preocupação em contribuir para que a Feira da Livro seja verdadeiramente inclusiva, ficando à disposição dos visitantes que delas necessitarem para se locomover.

Esta é a oitava vez que Misericórdia de Lisboa marca presença na maior Feira do Livro do país, no Parque Eduardo VII, com o lema “Uma Casa com Cultura”.

No ano passado, visitaram o Parque Eduardo VII, segundo dados da organização, cerca de 500 mil pessoas.

GALERIA FOTOGRÁFICA

 

Temporada Música em São Roque: já são conhecidas as candidaturas vencedoras

O programa da Temporada Música em São Roque contraria as vicissitudes do contexto atual e mostra um meio musical ativo e empenhado em recuperar com vigor. Nada menos do que três estreias absolutas de obras de compositores portugueses vivos – César Viana, Vasco Negreiros, Miguel Resende Bastos (Prémio Musa 2020) e 11 estreias modernas de obras esquecidas de compositores portugueses, recuperadas para o nosso tempo.

Neste período de exceção em que somos confrontados com desafios sem igual e em que os sinais de esperança e persistência ganham redobrada importância, a Temporada Música em São Roque reafirma a sua posição, junto do público e dos músicos.

Os concertos

Decorrerão entre 16 de outubro e 13 de novembro na Igreja e Museu de São Roque e no Convento de São Pedro de Alcântara, e contam com a participação do Coro Gulbenkian, Orquestra Barroca Casa da Música, Bando de Surunyo, AVRES SERVA, Ludovice Ensemble, Ensemble MPMP, Duo David Costa e Pedro Ferro, Americantiga Ensemble, Pedro Caldeira Cabral e Ducan Fox e Officium Ensemble.

Ao longo dos dez concertos que constituem esta edição da Temporada Música em São Roque, poderemos escutar a cítara Portuguesa, com Pedro Caldeira Cabral e Duncan Fox e instrumentos tradicionais indianos e japoneses, numa viagem com o Ludovice Ensemble, da Europa ao Oriente, incluindo música barroca, contemporânea e tradicional asiática.

Descobriremos igualmente uma versão feita em Portugal do Requiem de Mozart, recuperado pelo Americantiga Ensemble e um outro Requiem, o de Manuel Mendes, redescoberto pelo Officium Ensemble.

Igualmente esquecidas e finalmente recuperadas são as obras de música sacra portuguesa dos séculos XVIII e XIX que o agrupamento AVRES SERVA inclui no seu programa, bem como a Missa a quatro vozes e piano de Francisco de Sá Noronha apresentada pela primeira vez no nosso tempo, num concerto pelo Ensemble MPMP.

A presente edição da Temporada Música em São Roque inclui ainda um concerto para duo, por David Costa (oboé) e Pedro Ferro (piano), inteiramente dedicado a compositores portugueses vivos – Anne Victorino d’Almeida, Nuno Côrte-Real, Sérgio Azevedo e Alfredo Teixeira – e outro, em que o Bando de Surunyo se propõe apresentar “Cantos do fogo e do gelo”, um percurso por alguns dos mais importantes géneros musicais cultivados em Itália e na Península Ibérica nos séculos XVI e XVII, com particular destaque para obras nas quais a mulher é a protagonista, incorporando diferentes facetas da condição humana: resiliência, empatia, sabedoria, compaixão, ternura e fé.

O programa completo e detalhado será divulgado em setembro.

Centenário de Amália. Santa Casa e Fundação Amália celebram protocolo

A 23 de julho de 1920 – data que surge nos registos oficiais – nascia aquela que viria a ser a grande diva da música nacional: Amália da Piedade Rebordão Rodrigues. A fadista -também fez carreira no cinema e no teatro- que revelou um dia que começou “a cantar antes de falar”, completaria hoje 100 anos de vida.

Várias entidades, entre elas a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, associaram-se ao centenário do nascimento da rainha do fado. O dia começou com uma missa de ação de graças, celebrada na Igreja de S. Vicente de Fora, em Lisboa, que contou com transmissão via streaming no Facebook  a Fundação Amália Rodrigues.

As celebrações prosseguiram no Panteão Nacional, onde Amália está sepultada desde 2001, com a cerimónia de emissão de selos comemorativa do centenário, numa colaboração entre a Fundação Amália Rodrigues e os CTT – Correios de Portugal.

À noite é com música que se recorda a artista. Mais de uma dezena de músicos vai prestar tributo à diva da música nacional, no espetáculo “Bem-vinda Sejas Amália” que inicia às 22h, na Herdade do Brejão, onde Amália tinha a sua residência de férias. O concerto é aberto ao público, mas contará também com transmissão direta na RTP 1.

 

Santa Casa reforça apoio à cultura

Tendo em conta o contributo dado pela Fundação Amália Rodrigues à cultura nacional, a Misericórdia de Lisboa celebrou um protocolo com a fundação, dando assim continuidade à missão de apoiar o setor, sobretudo em tempos de pandemia, ao possibilitar ainda que os espetáculos sejam acessíveis a todos.

Este protocolo visa, entre outras medidas, apoiar a fundação a criar condições de acessibilidade e conforto a pessoas de mobilidade reduzida e a requalificar o espaço destinado a reservas museológicas que carece de reconstrução de toda a cobertura do edifício. Destaque ainda para a criação de um programa especialmente vocacionado para os seniores, que será desenvolvido ainda em 2020.

Além da música, a vida e obra da artista tem vindo a ser retratada no cinema e no teatro, em inúmeros filmes, documentários e peças que recordam momentos da vida da fadista. A preservação, estudo e divulgação da vida e obra da artista são os principais objetivos da Fundação Amália Rodrigues, fundada em dezembro de 1999.

E porque Amália merece ser lembrada sempre, a edição de 2020 do Santa Casa Alfama será dedicada ao centenário da maior diva do fado de todos os tempos.

Unidos pela música

Tudo corria bem, até ao último mês de março, em que o mundo se viu “a braços”, com uma pandemia devastadora, provocada pelo novo coronavírus. Os ensaios semanais que criavam uma rotina feliz a todos os integrantes da Orquestra Geração Santa Casa foram cancelados. As atuações presenciais adiadas e o grande concerto de final de ano letivo saltaram para uma nova forma de comunicar, o digital. O mundo mudou e a Orquestra Geração também.

“Foi tudo muito rápido. Parece que de um dia para o outro, tivemos de nos adaptar a uma nova realidade. Passámos a fazer tudo através de um ecrã”, relata Amanda, uma das principais, contrabaixo da orquestra.

A escola que antes era um espaço de lazer e de aprendizagem deu lugar ao vazio, mas, no sentido inverso, as casas destes jovens que durante o dia estavam entregues aos raios de luz, que trespassavam as janelas, são agora grandiosas salas de músicas, onde os acordes de violoncelos, contrabaixos, violinos e outros instrumentos, alegram serões e trazem a esperança a prédios inteiros.

“Não estava habituado a ensaiar em casa. Foi engraçado porque os meus pais só tinham tido a oportunidade de me ver a tocar ao vivo e nunca tinham assistido aos ensaios e desde que viemos para casa que eles [pais] e os vizinhos têm ouvido os meus ensaios e gostam muito”, conta Alan, um dos três irmãos de contrabaixista Amanda, frisando que “o mais difícil ainda foi conciliar a escola com os ensaios, mas como somos três irmãos e todos tocamos na orquestra, conseguimos ajudar-nos mutuamente”.

Sentindo que a escola não poderia ficar para trás e que muitos dos integrantes da Orquestra Geração Santa Casa não tinham meios digitais para acompanhar nem as aulas nem os ensaios, a Misericórdia de Lisboa decidiu atribuir tablets a 23 jovens músicos com acesso à internet, para que pudessem continuar a sua aprendizagem musical e escolar.

A rotina destes jovens, agora, é outra, mas nem a pandemia evitou que o tão desejado concerto de final de ano da Orquestra Geração se realizasse. Foi no passado dia 12 de julho, que os jovens músicos, de instrumentos em punho se fizeram sentir, um pouco por toda a cidade, no aconchego das suas casas.

“O início do concerto foi complicado. Não acertava com as notas, os tempos de entrada estavam péssimos, mas nós somos a Orquestra Geração e sempre conseguimos atuar. Desta vez não foi diferente”, afirmou sorridente o pequeno Omar, de apenas 12, que juntamente como seu irmão Mustaphá, de 7 anos, são os benjamins da orquestra.

Depois de uma vida marcada por vários episódios difíceis que forçaram o abandono da sua terra natal, Cabo Verde, em busca de uma vida melhor em Portugal, estes irmãos e jovens músicos conseguiram encontrar na Orquestra Geração Santa Casa uma família, amigos, paz e motivação para prosperarem tanto nos estudos como na música.

“Eles, desde que entraram para a orquestra, não se perdem no que não interessa. Sabem que esta é uma oportunidade de terem um rumo na vida e depois do que já passaram estão gratos pela Santa Casa e a Orquestra Geração lhes darem esta oportunidade”, conta Eliana, mãe de Omar e Mustaphá.

Com o poder de transformar vidas, a música assume um papel de extremo relevo na vida destes jovens. Na Orquestra Geração Santa Casa encontraram uma vocação adormecida, mas acima de tudo, um grupo de pessoas que se preocupa, porque verdadeiramente o que os une a todos é a música.

Orquestra Geração, um projeto social aberto a todos

O projeto Orquestra Geração nasceu em 1975, na Venezuela, com o intuito de recruta jovens músicos em bairros e lugares onde é mais difícil chegar a arte.

Há mais de 38 anos integra nos seus agrupamentos (mais de 200 orquestras juvenis locais) crianças e jovens provenientes de bairros problemáticos, com problemas de insucesso e abandono escolar, e com dificuldades de integração social. Orquestra Geração já foi, por duas vezes, considerado um dos melhores projetos de intervenção social da União Europeia.

A primeira Orquestra Geração em Portugal surge em 2007/2008, na Escola Básica Miguel Torga, no bairro Casal da Boba, na Amadora, e é no ano de 2017 que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa decide abraçar este projeto artístico e de inclusão social, constituindo a Orquestra Geração Santa Casa destinada a crianças e jovens a cargo da instituição.

Para o efeito foi criado um protocolo de colaboração com o Projeto Orquestra Geração Sistema Portugal, que tem como essência o trabalho social realizado através da música, nomeadamente da prática de orquestra de conjunto.

O sucesso tem sido evidente. A Orquestra Geração Santa Casa, ao longo dos anos, já teve a oportunidade de atuar em sítios marcantes para a história de Lisboa, como a Igreja de São Roque e algumas salas de espetáculos, como a mítica casa de ópera da cidade, o Teatro São Carlos.

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde

Unidades da rede nacional

Unidades que integram a rede de cobertura de equipamentos da Santa Casa na cidade de Lisboa

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas