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Teatro para os mais pequenos no conforto do sofá

Precisa de ideias para animar os mais pequenos, o Teatro D. Maria II ajuda-o. À semelhança do que aconteceu no primeiro confinamento geral, em março e abril do ano passado, o D. Maria II regressa com a “Salinha Online”, que a partir de sábado, dia 30 de janeiro, vai voltar a apresentar mais de vinte histórias pensadas para os mais pequenos e realizadas por diversos artistas, a partir das suas casas.

A “Salinha Online” é uma iniciativa do D. Maria II e do Grupo Ageas Portugal, na qual o acesso a todas as histórias é gratuito e transmitido na plataforma Vimeo.

Antes disso, e já nesta sexta-feira, dia 29 de janeiro, na “Sala Online” sobe ao palco a última criação da encenadora Mónica Calle – Carta – que teve duas representações em antestreia antes de decretado o confinamento, e que teria salas esgotadas. A peça, que estará disponível para visualização até 12 de fevereiro, tem um valor de três euros e os bilhetes podem ser adquiridos através da plataforma bol.

Aos domingos, o teatro vai recuperar as memórias de pessoas de diferentes gerações, ligadas à história do D. Maria II e às profissões do teatro, no projeto Corrente de Transmissão.

Moderada por Maria João Guardão, a primeira conversa será entre a jovem atriz Carolina Passos Sousa e o ator do elenco residente do D. Maria II, José Neves. O Corrente de Transmissão pode ser visto no canal de Youtube do teatro.

Durante este período de confinamento, são ainda disponibilizados o “Teatra”, um podcast do D. Maria II onde, quinzenalmente, Mariana Oliveira conversa com diferentes personalidades ligadas à área da cultura nacional.

De realçar ainda que algumas das peças apresentadas, ao longo desta temporada, estarão também disponíveis numa versão com interpretação em Língua Gestual Portuguesa e Audiodescrição.

Como integrar pessoas com deficiência no mercado de trabalho? Este “Toolkit” esclarece

Sobre um país que apresenta “números alarmantes” no que à integração de pessoas com deficiência no mercado de trabalho diz respeito”, Sérgio Cintra não tem dúvidas: “é determinante que as organizações definam estratégias na promoção da inclusão”. O administrador executivo da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa foi o responsável por inaugurar a sessão de apresentação do “Toolkit: “Como recrutar e integrar pessoas com deficiência”, que decorreu esta terça-feira, em formato online.

“Temos o dever de promover a igualdade de oportunidades, valorizar as competências e os talentos das pessoas com deficiência. É determinante que as organizações definam estratégias para a promoção da inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, mas também na sua manutenção”, considera Sérgio Cintra, realçando que este “Toolkit” surge como “forma de vencer estas barreiras e de ajudar as empresas a serem mais inclusivas”.

É isso mesmo que o “Toolkit”, a cargo do GRACE – Empresas Responsáveis, pretende ser: um instrumento capaz de inspirar e incentivar a construção de programas de emprego inclusivos e com resultados sustentáveis, disponibilizando aos gestores e colaboradores das empresas um conjunto de ferramentas necessárias para a integração de pessoas com deficiência nas suas fileiras.

O “Toolkit” junta o saber dos melhores guias internacionais e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, e espelha de forma prática a experiência acumulada de várias empresas associadas GRACE. É a partir deste conjunto de experiências que se constrói este “kit de ferramentas”, dividido em cinco eixos: assumir o compromisso estratégico; preparar a ação; recrutar e selecionar; acolher e integrar; desenvolver relações duráveis. As cinco etapas estão descritas no guia prático para gestores e colaboradores das empresas.

 “Temos muito trabalho pela frente”

Para Sérgio Cintra, existem alguns indicadores que devem ser alvo de reflexão. Se, por um lado, os dados identificam os avanços que “conseguimos realizar”, por outro mostram que ainda há muito por fazer, o que para o administrador executivo da Santa Casa “evidencia a vulnerabilidade estrutural neste conjunto de cidadãos no acesso ao emprego”.

Tal como adiantou durante a sessão online, com recurso a dados do Eurobarómetro, 58% dos portugueses considera que no nosso país é comum, ou muito frequente, a ocorrência de situações de discriminação com base na deficiência: 61% dos inquiridos acreditam que, em Portugal, ter uma deficiência pode desfavorecer os candidatos no acesso ao emprego, mesmo que tenham competências ou qualificações equivalentes ou superiores.

As pessoas com deficiência representam cerca de 15% da população mundial. Em Portugal, apesar de alguns sinais positivos e de algumas empresas já terem adotado boas práticas de inclusão, permanecem fatores que restringem o acesso das pessoas com deficiência ao mercado de trabalho.

O problema parece ter sido agravado devido à pandemia de Covid-19.  Segundo o Relatório “Pessoas com Deficiência em Portugal – Indicadores de Direitos Humanos 2020”, em junho de 2020 existiam 13.270 pessoas com deficiência inscritas como desempregadas no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), registando-se um aumento de 10% face aos dados globais de 2019 (12.027 inscritos).

A promoção do crescimento económico inclusivo e sustentável, o emprego pleno e produtivo e o trabalho digno para todos, são propósitos inscritos nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Até 2030, a Organização pretende alcançar o “emprego pleno e produtivo, trabalho decente para todas as mulheres e homens, inclusive para os jovens e as pessoas com deficiência, e remuneração igual para trabalho de igual valor”.

Valorizar os mais velhos e o seu papel na sociedade

A primeira sessão online do InteraAções aconteceu esta quarta-feira, 20 de janeiro, e foi subordinada ao tema “Cidades Amigas de Todas as Idades: uma perspetiva de ciclo de vida”. O evento visou proporcionar a partilha de conhecimentos e expetativas relativamente a questões relacionadas com a longevidade e a melhoria da qualidade de vida das pessoas mais velhas.

Organizado pela Unidade de Missão para o programa “Lisboa, Cidade de Todas as Idades” da Misericórdia de Lisboa, a edição de 2020 do InterAções contou com dois convidados internacionais: Alexandre Kalache, médico e gerontólogo, responsável pelo Centro Internacional de Longevidade Brasil, e Costanzo Ranci, professor catedrático de Sociologia Económica no Politécnico de Milão. A representar a Santa Casa, participaram nesta primeira sessão: Edmundo Martinho, provedor; Sérgio Cintra, administrador de Ação Social, e Maria da Luz Cabral, coordenadora do Grupo de Trabalho sobre Políticas Públicas na Longevidade. O evento foi moderado por Mário Rui André, responsável pela Unidade de Missão da instituição.

No início da sua intervenção, Edmundo Martinho, dirigiu-se a todos os decisores políticos, destacando que “a longevidade deve incorporar todos os domínios das políticas públicas. Este é um fenómeno que não pode ser pensado de forma fragmentada, é necessário uma união entre o poder político e a sociedade “.

Para o provedor, as pessoas têm o dever de se mobilizarem para “tornar as cidades amigas de todas as idades”, destacando que o envelhecimento é um processo que deve ser vivido de uma forma saudável e que “a idade não pode ser um fator de exclusão”.

Edmundo Martinho, salientou, ainda, que a pandemia provocada pelo novo coronavírus está a “expor as fragilidades” que a população mais velha atravessa diariamente, sendo, por isso, necessário encontrar “respostas integradas entre todos para encontrar soluções, de maneira a que ninguém fique para trás”.

Uma ideia igualmente defendida pelo responsável pelo Centro Internacional de Longevidade Brasil, Alexandre Kalache, que na sua intervenção frisou que “assistimos a uma revolução da longevidade. Os paradigmas são constantemente alterados. Vive-se cada vez mais”. É, por isso, muito importante que as cidades estejam preparadas para “a maratona que é a longevidade”. Uma preparação que deve acontecer desde muito cedo, na faixa dos 20 ou 30 anos, defende ainda o médico e gerontólogo.

Para Alexandre Kalache, a pandemia deve “ser um sinal de alarme” e todos os países devem “adotar planos que protejam as pessoas mais velhas e mais carenciadas”. “Nenhum país pode ser considerado civilizado se não proteger os mais frágeis”, concluiu o antigo diretor do Programa de Envelhecimento da Organização Mundial de Saúde.

Já Costanzo Ranci, professor no Politécnico de Milão, debruçou-se sobre o caso de Itália, referindo que o setor social no país não estava preparado para a catástrofe da Covid-19. Reforçou ser necessário um “forte investimento nas políticas sociais”, para que o cenário de março e abril de 2020 não se repita.

Por sua vez, Maria da Luz Cabral fez questão de salientar que só com a “participação das várias áreas setoriais” é possível elaborar uma estratégia nacional de longevidade com efeitos práticos. Analisando cenários futuros, a coordenadora do Grupo de Trabalho sobre Políticas Públicas na Longevidade da Santa Casa lembrou ainda a importância de garantir que a população se mantenha “ativa no processo de envelhecimento e cada vez mais independente, autónoma e saudável”.

A encerrar os trabalhos da primeira sessão do InterAções, Sérgio Cintra, frisou que “a longevidade é hoje encarada de uma maneira diferente”. O administrador da Ação Social concluiu que “é necessário garantir que as pessoas possam viver mais anos em qualidade, prolongando a sua autonomia e independência”.

Se não teve oportunidade de assistir à primeira sessão do InterAções, a mesma pode ser visualizada no vídeo em baixo.

Não perca a próxima sessão online, subordinada ao tema “Portugal Mais Velho: Desafios da Longevidade & Envelhecimento”, que decorre na próxima quarta-feira, 27 de janeiro, às 14h30.

Santa Casa e Governo português juntos no apoio a Manaus

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e o Governo português entregaram um apoio no valor de 50 mil euros (cerca de 320 mil reais) ao Hospital Beneficente Português do Amazonas, no Brasil, numa altura em que Manaus (capital do estado do Amazonas) atravessa um momento difícil devido à pandemia de Covid-19.

A este apoio, articulado com a Embaixada de Portugal em Brasília e com o Consulado Honorário em Manaus, que presta um serviço constante de socorro a todos os cidadãos nacionais no Amazonas, acresce aquele que tem resultado da solidariedade e mobilização da comunidade portuguesa e lusodescendente no Brasil.

O Hospital Beneficente Português do Amazonas tem servido, ininterruptamente, o Brasil, como sucede atualmente no difícil contexto da pandemia de Covid-19. A instituição filantrópica, fundada em 1873 por portugueses na cidade de Manaus, é hoje um hospital de referência no estado do Amazonas, que presta apoio não apenas à comunidade de aproximadamente cinco mil portugueses e lusodescendentes que lá residem, mas a toda população da região.

COVID-19: Já arrancou a vacinação nos lares da Misericórdia de Lisboa

Os utentes e os colaboradores do Lar da Mitra – Polo de Inovação Social, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Durante a tarde de segunda-feira, 18 de janeiro, foram administradas 89 doses da vacina (48 em residentes e 41 em colaboradores).

Já esta terça-feira, 19 de janeiro, o plano de vacinação avançou para o Lar de Nossa Senhora do Carmo, a Residência Faria Mantero e a Residência do Recolhimento de Santos-o-Novo.

Nesta primeira fase, o Plano de Vacinação irá abranger cerca de 800 utentes e colaboradores das Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI) da Misericórdia de Lisboa.

A primeira dose da vacina deverá ser administrada a 8000 pessoas, de um universo de 8761 utentes e funcionários de todos os lares da cidade de Lisboa, até à próxima sexta-feira, 22 de janeiro.

Esta tarefa envolve os Agrupamentos de Centros de Saúde Central, Norte e Ocidental da cidade, enfermeiras e enfermeiros voluntários, em articulação com a Proteção Civil de Lisboa, os seis corpos de Bombeiros Voluntários da cidade e a Polícia Municipal.

Além dos funcionários e residentes em lares da instituição, está previsto que, em breve, os profissionais e internados em unidades de cuidados continuados e os profissionais de saúde dos equipamentos da Saúde da Santa Casa recebam a vacina. Estes profissionais estão na linha da frente no combate à pandemia e, por isso, pertencem ao primeiro grupo de vacinação.

Créditos fotografia: CML
Créditos da fotografia: CML

Plano de Vacinação Covid-19

O Plano de Vacinação, apresentado no dia 3 de dezembro, já tinha definido quais os grupos prioritários no arranque, sendo que os profissionais de saúde dos centros hospitalares universitários do Porto, Coimbra, Lisboa Norte e Lisboa Central foram os primeiros a receber a vacina da Pfizer/BioNTech, a 27 de dezembro do ano passado.

Seguiram-se os profissionais e residentes em lares, cuja campanha de vacinação arrancou a 4 de janeiro, e que também pertencem à primeira fase de vacinação. Esta fase, que engloba 250 mil pessoas, inclui também os profissionais e internados de cuidados continuados.

Até 15 de janeiro, tinham sido vacinadas cerca de 106 mil pessoas, em Portugal continental, incluindo utentes e funcionários de lares de idosos.

 

 

 

Acolhimento familiar. Uma missão para quem acolhe, uma nova vida para as crianças

Aos poucos, os “quadradinhos” foram preenchendo a tela. Cerca de 30 famílias de acolhimento disseram presente no “I Encontro de Famílias de Acolhimento da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa,” que, devido à Covid-19, aconteceu através de videoconferência. Como referiu a diretora da Unidade de Adoção, Apadrinhamento Civil e Acolhimento Familiar da Santa Casa, Isabel Pastor, a sessão ocorreu “quase como em todas as famílias portuguesas”, que, este ano, viram-se obrigadas a encurtar distâncias através da tecnologia.

Mas este grupo de famílias de acolhimento é por si só uma família. “O ambiente que aqui se vive, de partilha e compaixão, é um ambiente intimista”, acrescenta Isabel Pastor. Foi uma tarde longa, mas que passou num ápice. Nos vários quadradinhos viam-se rostos de felicidade, sorrisos e lágrimas de emoção. Aos poucos as famílias ganhavam à-vontade para partilharem as histórias vividas durante um processo nem sempre fácil. Ao mesmo tempo  que as colunas do computador emitiam os testemunhos de quem sente que faz a diferença na vida de alguém, no ecrã multiplicavam-se os sorrisos e o abanar de cabeça num gesto perfeito de quem se revê naquelas palavras.

A reunião serviu para a partilha de histórias, mas também para recolher sugestões que permitam à Santa Casa melhorar um serviço que arrancou em força, em novembro de 2019, e que manteve o ritmo mesmo durante a pandemia de Covid-19: desde março de 2020 foram acolhidas 21 crianças.

À reunião juntou-se a equipa de acolhimento da Santa Casa. É este grupo que, todos os dias, trabalha na proteção das crianças e jovens em perigo. Neste papel, a sua missão é uma só: permitir que as crianças em risco vejam o direito de crescer no seio de uma família salvaguardado. E, neste âmbito, é preciso não descurar as duas partes, porque através do acolhimento estas crianças podem ter um projeto de vida que até então estaria destinado à institucionalização.

Portugal é um país a duas velocidades no que ao acolhimento familiar diz respeito. Ainda que os dados apontem para um aumento do número de famílias disponíveis, Portugal é dos poucos países da Europa em que o acolhimento residencial (97%) continua a ser preferido em relação ao acolhimento familiar (3%). Em 2020, a Santa Casa registou 52 candidaturas, sendo que 20 famílias foram selecionadas e nove desistiram ou não foram selecionadas. As restantes 23 terminarão a avaliação em 2021.

InterAções: quais os desafios de uma sociedade para todas as idades?

Subordinado ao tema “Uma Sociedade para Todas as Idades”, o simpósio InterAções tem um novo formato. Este ano, o evento apresenta-se sob a forma de sessões temáticas, que decorrem via streaming. Apesar de não poder contar com a habitual presença de participantes, esta edição ganha em escala e número de temas abordados.

Organizado pela Unidade de Missão para o programa “Lisboa, Cidade de Todas as Idades” da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, o InterAções reúne, ao longo de 16 sessões temáticas, um conjunto de académicos, investigadores, decisores, empreendedores e outros especialistas na área da longevidade e do envelhecimento, com a finalidade de debater os desafios que se colocam à promoção de uma sociedade para todas as idades.

 

As sessões temáticas irão contar com reconhecidos especialistas nacionais e estrangeiros, que irão debater soluções para os desafios que se colocam perante a afirmação de uma sociedade para todas as idades, mais justa, coesa e solidária.

A sessão inaugural acontece já no próximo dia 20 de janeiro, às 14h30, e será subordinada ao tema “Cidades Amigas de Todas as Idades: uma perspetiva de ciclo de vida”. Neste fórum, será abordado o tema das cidades amigas das pessoas mais velhas, enquadrando o envelhecimento numa perspetiva de ciclo de vida.

A primeira das 16 sessões temáticas previstas contará com as participações de Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil; Constanzo Ranci, professor de Sociologia Económica do Politécnico de Milão; Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa; e Sérgio Cintra, administrador da Ação Social da Santa Casa, entre outros oradores.

Para saber mais sobre as sessões temáticas da edição de 2021 do InterAções, consulte a página dedicada ao evento, aqui.

Interações 2021

Os 116 anos do Museu de São Roque fazem-se de muitas histórias

Desde que foi fundada, em 1498, a Misericórdia de Lisboa reuniu um vasto património histórico, artístico e documental, do qual se destacam os acervos do Museu e da Igreja de São Roque. O Museu de São Roque foi um dos primeiros museus de arte a serem criados em Portugal. Abriu ao público a 11 de janeiro de 1905, com a designação de Museu do Thesouro da Capela de São João Baptista, no edifício da antiga Casa Professa da Companhia de Jesus.

Propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, o Museu de São Roque guarda um dos mais importantes acervos da arte sacra nacional. Mas o que faz do Museu de São Roque uma importante referência da cultura nacional? O que é, afinal, um museu e para que serve? Para Helena Mantas, diretora do Serviço de Públicos e Desenvolvimento Cultural da Santa Casa, estas perguntas contêm em si várias questões fundamentais, “que integram um processo de tomada de consciência da relevância dos espaços museológicos na construção da nossa identidade humana, enquanto espaços que transmitem valores e objetivos”.

Sobre a função de um museu, de imediato, surgem respostas: “servem para educar, para deleite, para conservar objetos, para contar histórias”.

“Os museus assumem na sociedade contemporânea um importante papel de guardiões e construtores de memórias. Têm ainda  uma função de resgate e reconciliação, essencial numa sociedade desenraizada, uniformizada, descaracterizada”, considera.

Museu de São Roque

Ao longo do século XX, o Museu de São Roque foi objeto de várias remodelações, mas a transformação mais profunda aconteceu entre 2006 e 2008, permitindo ao museu duplicar a sua área de exposição permanente. Helena Mantas guia-nos nesta viagem pelos 116 anos do Museu de São Roque.

1905

Aquando da sua inauguração, era um pequeno museu que exibia uma joia do património da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa: o Tesouro da Capela de São João Batista, que lhe deu o nome. A inauguração solene deste espaço foi feita na presença do casal real, D. Carlos e D. Amélia, ato que demonstrava a relevância da coleção e conferia ao museu um elevado estatuto. Era um espaço solene que atraía fundamentalmente visitantes com elevados níveis de formação.

1920 a 1929

O final da década marca uma viragem na orientação política nacional, na sequência do golpe militar de 28 de maio de 1926, que pôs fim à I República e conduziu o país a um regime ditatorial, antiparlamentar e corporativo, que vingaria quase cinco décadas.

A criação da Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, em 1929, veio inaugurar uma época de intenso restauro monumental que deixou marcas visíveis no património português, de Norte a Sul do país, em particular nos monumentos que podiam ilustrar uma narrativa de um Portugal antigo e transcontinental. O património foi usado como uma arma de propaganda do regime e de transmissão dos seus valores. E o que acontece ao Museu do Thesouro da Capela de São João Batista neste contexto? Desaparece e dá lugar ao Museu de Arte Sacra de São Roque.

1929 a 1940

A área de exposição do museu foi ampliada com a criação de duas novas salas, que permitiram a exibição de um conjunto mais diversificado de obras de arte. Documentação do início da década de 1940, conservada no Arquivo Histórico da Santa Casa,  permite saber que o museu era considerado um complemento da igreja.

1960

Surge uma nova geração de artistas e profissionais da área da cultura e do património em Portugal, que se batia por um país mais moderno e democrático e que contestava o alheamento que Portugal mantinha face às grandes mudanças sociais e políticas que se estavam a operar a nível internacional.

1968

O museu reabre ao público com um novo discurso expositivo, hoje considerado um dos marcos da museologia em Portugal da década de 1960. Sob a direção de Maria João Madeira Rodrigues, o Museu é reclassificado, passando a ser considerado “de monumento” e não “de arte sacra”.

1990

Assiste-se a uma aposta na investigação e inventariação do acervo do museu, bem como na sua divulgação através de visitas guiadas dirigidas ao publico escolar. Também foi nesta década que se deu início ao processo de internacionalização do museu, com a promoção de parcerias com instituições nacionais e estrangeiras. O discurso expositivo foi alterado, ainda que mantendo como base o conceito de museu de monumento.

2006-2008

O Museu de São Roque foi objeto de uma importante remodelação, patrocinada pelo Programa Operacional da Cultura que, não alterando significativamente a essência do projeto museológico, melhorou as condições de exposição do acervo e de visita. A área de exposição aumentou, foram criadas estruturas de apoio, recuperaram-se elementos arquitetónicos que estavam tapados e reforçou-se a ligação entre Museu e Igreja.

Museu-de-Sao-Roque-reabre-ao-publico

2012

O programa de conservação da Igreja de São Roque atinge o seu ponto alto com o restauro da Capela de São João Batista, realizado em parceria com o Instituto dos Museus e da Conservação (IMC) e Instituto Central per il Restauro de Roma.

Em 2020, o Museu de São Roque foi distinguido pela Associação Portuguesa de Museologia (APOM), com o prémio de melhor Exposição Temporária, atribuído à exposição “Um Rei e Três Imperadores: Portugal, a China e Macau ao tempo de D. João V”.

Duas pessoas caminham ao mesmo tempo que observam a exposição

E o futuro?

Helena Mantas deseja, num futuro próximo, um Museu de São Roque capaz de procurar respostas, que abre as portas às comunidades que habitam o território vizinho e a cidade. “Um museu como um espaço de construção de uma democracia plena. Um espaço de criatividade e inovação, de reflexão e reforço do sentido crítico e não o museu tradicional que oferece respostas a um público mudo”, reforça.

Estes objetivos foram em tudo condicionados pela pandemia de Covid-19, que teve um enorme impacto na ação do Museu de São Roque: o encerramento e a limitação de visitantes obrigaram ao fecho antecipado de exposições e à suspensão de atividades, representando um decréscimo de mais de 70% dos seus visitantes.

No entanto, a diretora, Teresa Morna, frisa que o Museu de São Roque tem procurado reinventar-se, reservando algumas novidades para 2021: uma exposição no âmbito da I Bienal Internacional de Joalharia Contemporânea, um projeto de estudo e divulgação da coleção de relicários na Igreja de São Roque e sugestão de algumas leituras aos visitantes, edições que estarão disponíveis na loja do Museu e na loja online.

2020 em revista. O ano em que trabalhar por boas causas fez ainda mais sentido

“Cuidar” e “ajudar” quem mais precisa são, provavelmente, as palavras que melhor definem o trabalho realizado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa ao longo do ano 2020. A pandemia de Covid-19 tudo condicionou e elevou as fragilidades de alguns setores de atividade.  O impacto da pandemia observa-se, por exemplo, no aumento do número de pessoas em situação vulnerável, o que levou mais cidadãos a recorrerem aos serviços da Misericórdia de Lisboa.

A Santa Casa esteve, desde o primeiro momento, na linha da frente a apoiar quem mais precisa. 2020 foi desafiante, mas a instituição elevou-se na resposta a esses desafios. Recorde aqui algumas ações levadas a cabo no ano em que trabalhar “Por Boas Causas” fez ainda mais sentido.

janeiro

O ano começa com o anúncio de mudanças no Euromilhões: nova imagem e mais milhões no jogo que cria excêntricos, todas as semanas. Para muitos, ganhar o Euromilhões é um sonho. Para outros, fazer da música carreira é o maior dos desejos. A Orquestra Geração, projeto que tem como objetivo combater o abandono e insucesso escolar através do ensino da música, pode ser o prelúdio de um sonho.

De Marvila chega um projeto em tudo idêntico, mas que explora outras capacidades. Na Cicloficina Crescente, os jovens aprendem como é que se muda um pneu ou afina a bicicleta. Mas é mais do que isso: é, acima de tudo, um espaço de partilha, de interação e de ajuda. É um espaço de solidariedade e de encontro.

O percurso até à realização pode, por vezes, ser feito de obstáculos. Todas as semanas, Tatiana e Maria percorrem um caminho difícil – mas cheio de esperança -, em direção ao Centro de Reabilitação de Nossa Senhora dos Anjos (CRNSA) para que as suas filhas aprendam a viver sem ver. É a história de quem “só precisa de um bocadinho de ajuda” para atingir grandes objetivos.

Um novo espaço cultural nasceu em Lisboa. Depois de quase 120 anos como revista de cultura, a Brotéria saiu do papel e mudou-se para o Bairro Alto. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, inaugurou o espaço que faz parte de polo cultural da Santa Casa.

fevereiro

A campanha “Séculos de Boas Causas”, através de um constante “saltitar” entre passado e presente, numa clara alusão a um futuro risonho, assinalou mais de cinco séculos de trabalho em prol dos mais necessitados. Uma pequena parte da história da Santa Casa cabe no livro “Pessoas & Causas – 48 histórias de vida”, cujo objetivo é dar rosto às causas da instituição.

E a resposta não pode parar. Não vai parar. A identificação das necessidades das pessoas, sobretudo dos idosos, deve-se grandemente ao trabalho realizado no âmbito do Projeto RADAR, que aumentou a responsabilidade e a capacidade de transformação da Santa Casa.

Transformar, inovar e dinamizar são objetivos da Casa do Impacto que, em fevereiro, alocou 500 mil euros para apoiar projetos de empreendedorismo social através do fundo +PLUS.

Quem também contou com o nosso apoio foram as populações dos municípios devastados pelos incêndios de outubro de 2017. O Fundo Recomeçar proporcionou a algumas dessas vítimas a possibilidade de recomeçarem de novo.

março

Março: o mês em que a pandemia de Covid-19 começou a condicionar a vida dos portugueses. Numa altura em que o país atravessa uma das maiores crises de saúde pública de que há memória, a Santa Casa mantém a sua ação no terreno em tempos difíceis.

Ficar em casa foi a melhor das soluções para tentar impedir o alastrar da pandemia. Ainda assim, a Santa Casa saiu à rua para cuidar de quem mais precisa.

cândida - udip tejo

abril

A missão de não deixar para trás quem mais precisa de nós, manteve-se. De refeições feitas à base de carinho e atenção, da proteção aos idosos, de sermos, muitas vezes, a única família dos nossos utentes e dos heróis que encontramos na Santa Casa, a resposta à pandemia exigiu o máximo empenho de todos os colaboradores da instituição.

Lisboa aciona plano de apoio a pessoas em situação de sem-abrigo devido ao frio

Vai ser uma semana muito fria, com temperaturas abaixo dos três graus. A previsão do Instituto Português do Mar e da Atmosfera coloca a Proteção Civil de Lisboa no terreno a ajudar as pessoas em situação de sem-abrigo. O cenário é, em tudo, semelhante ao de anos anteriores: sempre que a temperatura baixa e os valores mínimos variem entre um e três graus Celsius, durante mais de dois dias, é acionado o plano de contingência para a vaga de frio.

Lisboa aciona plano de apoio aos sem-abrigo devido ao frio

O Plano foi ativado, esta terça-feira, às 18h00. No Mercado do Campo de Santa Clara, junto à feira da Ladra, em Lisboa, decorre o acolhimento, as triagens de saúde e o encaminhamento social. Refeições quentes, alguns cuidados de higiene pessoal, roupa e agasalhos são ali também disponibilizados a quem mais precisa. Há ainda a possibilidade de pernoitar em Equipamentos de Emergência.

Esta é uma ação coordenada pela Proteção Civil, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a Cruz Vermelha Portuguesa e várias organizações de solidariedade, que procuram garantir um abrigo e maior conforto nestes dias de muito frio.

Lisboa aciona plano de apoio aos sem-abrigo devido ao frio

Sérgio Cintra, administrador da Ação Social da Santa Casa, sublinha que este plano de apoio às pessoas em situação de sem-abrigo tem como objetivo “proteger” os que mais precisam em noites de frio, por isso foi necessário esta intervenção.

Lisboa aciona plano de apoio aos sem-abrigo devido ao frio

O Mercado do Campo de Santa Clara, na freguesia de São Vicente, foi o local escolhido para apoio aos sem-abrigo, onde vão ser servidas refeições quentes e onde será realizada a triagem de saúde e encaminhamento social para locais de acolhimento de emergência, alguns cativados pela Misericórdia de Lisboa”, lembrou o administrador, sublinhando que o trabalho não se esgota nesta ação. “A Misericórdia de Lisboa faz um trabalho diário e contínuo de apoio e acompanhamento aos sem-abrigo, através da Rede Social de Lisboa e do NPISA.”

Este plano de contingência foi decidido ontem [segunda-feira], a partir da informação do IPMA [Instituto Português do Mar e da Atmosfera] de que teríamos um conjunto de dias com temperaturas muitíssimo baixas durante a noite. De imediato, foi montado este dispositivo, com a Proteção Civil, a Santa Casa e os restantes parceiros.

A Proteção Civil emitiu esta terça-feira um aviso à população devido à previsão de frio, recomendando à população que tome medidas de prevenção e dê especial atenção ao uso de equipamentos de combustão.

O aviso à população da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) tem por base informação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que prevê para esta terça-feira e para quarta-feira tempo frio, com temperaturas mínimas a variar entre os -4ºC e os 8ºC e as máximas entre os 5ºC e os 17ºC, e vento que pode ser forte nas terras altas.

 

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde

Unidades da rede nacional

Unidades que integram a rede de cobertura de equipamentos da Santa Casa na cidade de Lisboa

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Locais únicos e diferenciados de épocas e tipologias muito variadas

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Locais únicos e diferenciados de épocas e tipologias muito variadas

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas