logotipo da santa casa da misericórdia de lisboa

O que fazer para melhorar a empregabilidade de pessoas com deficiência

O acesso ao mundo laboral por parte de pessoas com algum grau de deficiência e a qualificação e apoio a estas pessoas foram alguns dos temas discutidos na última rubrica do “Conversas Por Boas Causas”, que passa quinzenalmente na antena da TSF numa parceria entre a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, o Jornal de Notícias e a TSF.

De acordo com alguns dados da União Europeia, cerca de 50% das pessoas portadores de algum tipo de deficiência sentem-se discriminadas, e em Portugal os números são ainda mais alarmantes, com apenas 25% das pessoas com deficiência inscritas nos centros de emprego a conseguirem trabalho digno.

Segundo Vanda Nunes, foi com este propósito em mente que “a Santa Casa decidiu começar o projeto da Valor T”, de maneira a “ajudar a responder a esta problemática de trabalho digno para todos”. Além disso, conforme acrescenta Vanda Nunes, “é necessário ouvir quem está neste caminho há muito tempo, para uma boa integração destas pessoas no mercado de trabalho”, frisando que “mais do que colocar a ênfase nas empresas” é necessário “ouvir a pessoa”.

Já António Saraiva considera que esta deve ser uma preocupação de toda a sociedade e “não dos patrões em particular” sendo que na opinião do presidente da CIP é necessário “transformar atitudes e despertar consciências”, para a integração das pessoas com deficiência no mercado laboral. António Saraiva alerta ainda que a deficiência “não deve ser um entrave a nada”, finalizando que “existe hoje uma consciência diferente por parte dos patrões para este problema”.

Oiça esta conversa e as anteriores através da página oficial da TSF, ou do JN.

Já pode visitar a exposição “Beleza Não Tem Idade” no ModaLisboa

Foi em 2019 que doze produções fotográficas – apostadas em levar à sociedade uma nova atitude perante a idade e a sua ligação com a beleza – ornamentaram vários pontos da capital, recorrendo a modelos muito especiais. Lado a lado com caras bem conhecidas– seja pelo seu trabalho na televisão, teatro, moda, música entre outros – estiveram várias pessoas com duas coisas em comum: a beleza (de várias idades) e a sua ligação à Misericórdia de Lisboa.

Enquanto decorre a ModaLisboa, e até domingo, dia 12, pode revisitar esta mostra no espaço Lisboa Social Mitra, o polo de inovação na área social da Santa Casa.

Consulte mais informações aqui.

Cidades para todas as idades, um desafio social em debate

Realizou-se ontem, 8 de março, a quarta edição do Fórum Reino Unido-Portugal sobre envelhecimento saudável, subordinado ao tema “Cidades para todas as idades”. A iniciativa teve lugar na Sala de Extrações da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e juntou oradores dos dois países.

Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa, começou por dar as boas-vindas aos participantes, sublinhando a histórica relação entre as duas nações.

“O Fórum Reino Unido-Portugal sobre envelhecimento saudável representa, de alguma maneira, um sinal daquilo que nos une. Os dois países têm mais de 600 anos de uma relação estreita e profunda”, lembrou.

Edmundo Martinho discursa no Fórum Reino Unido - Portugal sobre Envelhecimento Saudável

Posteriormente, o provedor passou ao tema central da sessão.

“Portugal é o segundo país mais envelhecido da União Europeia, logo depois da Itália, e os indicadores que temos dizem que podemos ultrapassá-la. Isto coloca-nos desafios acrescidos. Temos de ser capazes de perceber como enfrentar esta realidade, de forma a que as cidades sejam para todas as idades e não deixem ninguém de fora”, explicou Edmundo Martinho, acrescentando que iniciativas como este Fórum são úteis para “contactar com outras realidades e soluções” para o problema.

Por seu lado, o embaixador britânico em Portugal, Chris Sainty, classificou o envelhecimento da população dos dois países e da Europa em geral como um “tremendo desafio social”, referindo ainda que o assunto ganhou maior relevância com a recente pandemia de covid-19.

Chris Sainty realçou a importância do diálogo entre Portugal e o Reino Unido, “amigos e aliados há vários séculos”, e vê nesta aliança um “tremendo potencial para trabalhar juntos no futuro”, sobretudo tendo em conta este “desafio global” do envelhecimento, que vai, seguramente, “trazer mudanças às sociedades e às cidades”.

Vários fatores em causa

Após a sessão introdutória, seguiu-se uma apresentação online de Brian Mark Evans, responsável de urbanismo, na Câmara Municipal de Glasgow, que começou por traçar as previsões em termos de envelhecimento na Europa, elencando de seguida os diversos tópicos que devem ser trabalhados na tentativa de alcançar uma cidade para todas as idades: demografia, população sénior, crianças, mulheres, géneros, diversidade cultural, biodiversidade, tempo e heranças, mobilidade, estilo de vida, resiliência e saúde.

Sobre este tema decorreu, ainda antes da pausa, um debate que juntou este responsável a Nic Palmarini, diretor do National Innovation Centre for Ageing, e a Joana Lages, investigadora do Instituto Universitário de Lisboa.

Por fim, a segunda parte do Fórum trouxe mais oradores em torno da mesma problemática: João Malva (Ageing@Coimbra), Paul McGarry (Greater Manchester Ageing Hub), Mário Rui André (programa Lisboa Cidade de Todas as Idades), Ruth White (Câmara de Edimburgo), David Sinclair (International Longevity Centre) e Helena Canhão (Nova Medical School).

Esta 4.ª edição do Fórum Reino Unido-Portugal sucedeu à terceira edição que decorreu em 2022, igualmente na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Toolkit, a ferramenta que ajuda a integrar pessoas com deficiência no mercado de trabalho

As pessoas com deficiência representam cerca de 15% da população mundial. Apesar de constituírem “uma das maiores minorias”, continuam a ser alvo de discriminações diversas, incluindo no acesso ao trabalho digno.

Foi com esta premissa em mente que a Misericórdia de Lisboa apresentou, em 2021, este guia de boas práticas que pretende apoiar gestores e colaboradores na integração de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

Este instrumento, que se tem revelado de enorme importância para inclusão e integração de pessoas com deficiência no mercado laboral -já que, segundo dados recentes, apenas 11% das pessoas com deficiência desempregadas registadas no Instituto de Emprego e Formação Profissional encontraram uma colocação- conheceu esta terça-feira, 28 de fevereiro, a sua versão 2.0, com a apresentação da respetiva versão digital.

Dividido por fases, o Toolkit aborda desde a preparação da ação, passando pelo recrutamento e seleção, o momento de acolhimento e integração, até à fase do estabelecimento de relações duradouras. Além de dicas práticas, legislação e outras referências, o Toolkit está recheado de casos práticos e exemplos inspiradores de Associados do GRACE como a Auchan, CUF, El Corte Ingles, Jerónimo Martins, Lipor, Prio, Repsol e Grupo Santander.

O evento contou com a abertura do administrador de ação social da Santa Casa Misericórdia de Lisboa, Sérgio Cintra, que referiu que, no âmbito da deficiência, Portugal encontra-se atrás comparativamente à média dos restantes países da EU, acrescentando que “é dever de todos educar e promover a igualdade de oportunidades e também a valorização do talento e competências das pessoas com deficiência. Às empresas pede-se maior sensibilização, mobilização e incentivo na integração de pessoas com deficiência”.

“Se queremos ser parte integrante da solução e deixar às gerações vindouras uma sociedade justa, aberta e inclusiva, então temos obrigatoriamente de reconhecer e promover os direitos das pessoas com deficiência, que representam cerca de 15% da população mundial”, frisou.

Para o administrador da instituição, existem alguns indicadores que devem ser alvo de reflexão. Se, por um lado, os dados identificam os avanços que “conseguimos realizar”, por outro mostram que ainda há muito por fazer, o que “evidencia a vulnerabilidade estrutural neste conjunto de cidadãos no acesso ao emprego”, realçou ainda.

Já Susana Correia Campos, da Jerónimo Martins, admite que, apesar da existência de legislação laboral na área da deficiência, nomeadamente a chamada “Lei das Quotas”, “apenas 11% das pessoas com deficiência desempregadas no Instituto do Emprego e Formação Profissional encontraram uma colocação”. “Deve preocupar-nos a todos”, afirmou.

O Toolkit encontra-se disponível para download aqui.

 

Livro “Tocando Vidas” evidencia trabalho da Orquestra Geração

A arte como forma de inclusão. Foi este o mote para a apresentação do livro “Tocando Vidas: Inclusão social através da prática musical na Orquestra Geração Sistema Portugal”, de Paula Freire, que decorreu ontem na Sala de Extrações da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

A obra resultou da tese de mestrado da autora em Estética e Estudos Artísticos na NOVA FCSH e Paula Freire dissecou-a resumidamente à plateia.

“O livro “Tocando Vidas” é composto por uma primeira parte onde faço um pequeno historial do projeto Sistema, que nasce na Venezuela, e da forma como se estende para os outros países. Portugal foi o primeiro país da Europa a adotá-lo e neste momento há uma rede europeia. Depois faço uma pequena história de como se iniciou o projeto em Portugal. E depois tenho o meu trabalho de campo”, começou por referir.

A autora sublinhou a “influência que a música tem no desenvolvimento” destas crianças e jovens, acrescentando que “o facto de estarem em orquestra dá-lhes uma dimensão sobretudo das áreas sociais, da socialização, do trabalhar em equipa”.

Alargar fronteiras

Já antes Sérgio Cintra, administrador da Ação Social da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, tinha dado as boas-vindas aos convidados, expressando que “há momentos em que as nossas palavras não mostram o sorriso que temos no coração”.

“Agradeço à autora a oportunidade de fazer algo que a determinado momento achávamos que era impossível. Temos o dever de ajudar todas as crianças a alargar as fronteiras dos seus bairros, as fronteiras dos seus sonhos”, afirmou.

Apresentação do livro Tocando Vidas

Quem também marcou presença na apresentação do livro foi o Ministro da Educação, João Costa, que se mostrou muito satisfeito com o resultado deste trabalho.

“Felicitar a Paula Freire por fazer deste projeto maravilhoso um objeto de estudo, porque as boas experiências não podem apenas ser vividas, mas também têm de ser estudadas para podermos ter a evidência científica que nos permite replicar e levar mais longe. O nome do livro não podia ser mais acertado, “Tocando vidas”, com a ambiguidade de tocar um instrumento e este toque fundamental nas vidas”, comentou.

Reforçando o papel da arte no percurso escolar dos jovens, o governante reiterou que “na Orquestra Geração vemos a grande evidência da arte como fator de inclusão, que é um objetivo fundamental” e garantiu que “se a escola não for inclusiva, não tem qualidade”.

“A arte tem esta possibilidade de criar alternativas. Afinal não estamos condenados à tristeza e ao insucesso. Por vezes a arte é a primeira experiência de sucesso, é a primeira vez que sentimos ‘eu sou capaz’. Quis estar aqui hoje para celebrar o livro, mas sobretudo a história tão bonita da Orquestra Geração”, terminou o Ministro da Educação.

Muitos elogios

Pelo mesmo diapasão alinhou Maria do Rosário Pereira, em representação da Leya, classificando o livro “Tocando Vidas” como “um testemunho vivo do que tem sido o impacto da Orquestra Geração para tantas crianças e jovens deste país”.

Já para Paula Gomes Ribeiro, orientadora da tese de Paula Freire, ficou patente por parte da autora a “devoção a este projeto, o modo generoso como partilhou progressivamente com os seus públicos, as pessoas a quem se destinava o seu livro”, num “texto generoso, que envolve o leitor e lhe permite incluir-se na trajetória da própria Paula Freire”.

Por fim, Helena Lima, presidente da Orquestra Geração, quis “agradecer à Santa Casa pela forma como tem acreditado no projeto”, abordando o “sentido de comunidade que se tem desenvolvido na Orquestra Geração”.

“A Paula ter entrado também nesse espírito ajudou a que isso pudesse ser tornado público”, concluiu.

Integrante da Orquestra Geração SCML

A sessão na Sala de Extrações terminou com atuação da Orquestra Geração, com muitos familiares dos jovens músicos na plateia.

Recorde-se que o projeto Orquestra Geração foi criado em 2007 e tem como objetivo primordial promover a inclusão social das crianças e jovens de bairros sociais e economicamente mais desfavorecidos e problemáticos, atuando em diversos concelhos e reunindo mais de 2.000 crianças e jovens em torno da música.

“Esta casa significa uma família”

“Esta casa significa uma família”

Gonçalo perdeu a mobilidade devido a uma infeção causada pela obesidade mórbida. Fernanda partiu uma perna e faz hemodiálise. Estão ambos internados na Rainha Dona Leonor, em Lisboa, uma das Unidades de Cuidados Continuados Integrados da Santa Casa. Ali, a equipa multidisciplinar ajuda os utentes no caminho para a reabilitação e autonomia.

“Em 2050 as cidades serão o local de residência de 43,2% dos idosos”

“Em 2050 as cidades serão o local de residência de 43,2% dos idosos”

“Envelhecer nas grandes cidades” foi o tema da 4.ª edição do Simpósio Interações, em Lisboa. O diretor executivo da Rede Social Europeia, Alfonso Montero, um dos oradores, afirma que os sistemas de proteção social não estão preparados para este boom de população envelhecida e que é preciso investir em cuidados de longo prazo personalizadose num ambiente multissensorial.

Núcleo de Infância e Juventude de Mafra celebra primeiro aniversário

Com uma equipa de dez profissionais, o Núcleo de Infância e Juventude (NIJ) de Mafra nasceu para cumprir a intervenção da Misericórdia de Lisboa nas áreas da infância e juventude.

No último ano, e no âmbito da assessoria técnica ao Tribunal de Família e Menores, por exemplo, relativamente à intervenção desenvolvida na promoção e proteção de crianças e jovens em perigo, a equipa do NIJ interveio em 597 processos judiciais que abrangeram 677 crianças, jovens, as suas famílias e responsáveis legais.

Este acompanhamento, que incidiu no apoio técnico às decisões dos tribunais e na vigilância relativa à execução das medidas de promoção dos direitos e de proteção aplicadas às crianças e jovens abrangidos, foi desenvolvido através da avaliação e elaboração de informações e/ ou relatórios sociais sobre as várias situações, da intervenção em audiência judicial e da participação nas diligências instrutórias determinadas pelo juiz.

Estas situações de perigo que afetam a população mais nova têm diferentes origens, como a violência doméstica (com 33% dos casos), absentismo escolar, bullying, tráfico de estupefacientes e adições. E para a identificação destas circunstâncias, o NIJ contou com o apoio e colaboração das várias entidades do concelho, desde a GNR à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ).

Mas um dos maiores desafios que enfrentou foi logo no início do seu ainda pouco tempo de existência. Em maio de 2022, três meses depois do início da guerra na Ucrânia, chegaram a Mafra dez crianças vindas daquele país, completamente desacompanhadas.

“Eram crianças que vinham completamente sozinhas, sem pais nem família, filhos de militares ou profissionais de saúde que tiveram de permanecer na Ucrânia. Foram momentos duros para aquelas meninas e meninos que, de um momento para o outro, se viram obrigados a fugir de um contexto dramático”, explica Paula Rocha, diretora do Núcleo. “Creio que contribuímos para fazê-las sentir em segurança. E mesmo depois do seu regresso à Ucrânia, em setembro de 2002, vamos conseguindo saber como estão”.

O NIJ acompanhou ainda um conjunto de processos tutelares cíveis (390, no total), nos quais estiveram envolvidas 308 crianças, que foram apoiadas por audições técnicas especializadas, nomeadamente em intervenções junto dos pais em desacordo relativamente às suas responsabilidades parentais e em questões fundamentais das vidas dos filhos.

 

Trabalho desenvolvido de mãos dadas com os parceiros

Com os olhos postos no futuro e prosseguindo com a missão que lhe foi confiada pela Misericórdia de Lisboa, o NIJ de Mafra continuará a proteger e a promover os direitos das crianças no desenvolvimento de um trabalho protetor do presente e promotor do futuro. Para tal, continuará a contar com a colaboração ativa dos seus parceiros que, nesta data especial, fizeram questão de deixar o seu testemunho.

“A relação da CPCJ com o NIJ de Mafra tem sido muito positiva. Desde o primeiro momento, desenvolvemos esforços, no sentido de acolher, promover e desenvolver ações na promoção e proteção das crianças e jovens. Neste ano de articulação, destacamos o trabalho, dedicação e rigor desenvolvido pelo NIJ. Damos os parabéns à equipa e reiteramos a nossa disponibilidade para apoiarmos na nobre missão que desenvolvemos, junto das crianças e jovens de Mafra” – CPCJ de Mafra.

“Estou a trabalhar há apenas 2 meses e vejo uma equipa disponível para trabalhar em equipa, digo com o Tribunal, que não deixam dúvidas sobre a entrega total e capacidade de aprender e se adaptarem em prol de um trabalho eficaz, para além de eficiente” – Dr. Joaquim Silva, juiz de Direito de Família e Menores de Mafra.

“A complementaridade e a partilha são a chave no sucesso da relação interinstitucional com Núcleo de Infância e Juventude de Mafra. A secção de Prevenção Criminal da GNR de Mafra agradece o padrão de eficiência em prol das crianças e jovens do concelho e deseja muitos parabéns neste dia de aniversário!” – GNR de Mafra.

“Muitos parabéns, equipa do Núcleo de Infância e Juventude de Mafra! Ao longo do último ano muitas têm sido as famílias que temos acompanhado em estreita articulação. Foi um ano de muito trabalho, mas a nossa colaboração conjunta permitiu-nos ultrapassar todos os obstáculos e concretizar todos os desafios. Acreditamos poder continuar esta nossa parceria com a vossa equipa que sempre se tem demonstrado atenciosa e disponível em prol das crianças e jovens.” – equipa da ComDignitatis.

Cinema São Jorge acolhe debate sobre o envelhecimento em contexto urbano

O evento, que mantém o propósito de estimular a discussão e reflexão em torno dos desafios da longevidade e envelhecimento, aconteceu esta quarta-feira, 15 de fevereiro, no Cinema São Jorge, em Lisboa e juntou no mesmo espaço vários especialistas nacionais e internacionais em áreas dos cuidados na terceira idade, da gerontologia, passando pela arquitetura e urbanismo.

Portugal está envelhecido. Tem sido assim de ano para ano e Lisboa não é exceção. As últimas recolhas dos censos, em 2021, comprovam o que há muito se sabe. A percentagem da população do país com mais de 65 anos é de 23,5%, enquanto a de jovens, até aos 14 anos, é de apenas 12,9%. Foi tendo estes dados em mente que no simpósio se procurou desvendar o que pode ser feito para que as cidades sejam mais inclusivas para as pessoas mais velhas e, de como as organizações estatais podem ter um papel fundamental na implementação de diretrizes e linhas orientadoras para cidades amigas de todas as idades.

A sessão de abertura do evento ficou a cargo do provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, que nas suas primeiras palavras agradeceu “o empenho” de todos os parceiros do programa, referindo que o programa Lisboa Cidade de Todas as Idades “conseguiu antecipar aquilo que é hoje uma prioridade e uma obrigação de todas as autoridades públicas que é o de definir estratégias que abordem as questões da longevidade e do envelhecimento de uma perspetiva de enriquecimento da vida em sociedade”.

“Este simpósio é mais um passo que temos vindo a fazer para contribuir para políticas públicas sólidas, muito impregnadas na vida em sociedade, e que levem em conta esta questão do envelhecimento e da longevidade”, frisou o provedor.

Edmundo Martinho considerou ainda que o envelhecimento da população tem colocado às instituições “desafios adicionais” e que é “necessário um trabalho em rede” para que as pessoas que residem nas grandes cidades possam viver mais anos e com melhor qualidade.

Ideia partilhada pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que através de um vídeo, salientou que a autarquia que lidera tem vindo a trabalhar com as várias intuições da capital para encontrar “respostas adequadas para problemas comuns”, dando como exemplo o Plano Local de Saúde Lisboa +65 e a gratuitidade dos transportes públicos para as pessoas com mais de 65 anos.

“Uma cidade que cuida é uma cidade que trabalha com todos, que escolhe sempre as pessoas em detrimento da ideologia. Que trabalha com todos os setores (público, privado e social) para encontrar soluções para os problemas das pessoas e sem instituições como a Santa Casa ser-nos-ia impossível concretizar esta visão de cidade”, concluiu Carlos Moedas.

Logo a seguir subiu ao palco, para a conferência inaugural do simpósio, um dos principais investigadores mundiais sobre envelhecimento urbano, o investigador principal no Manchester Urban Ageing Research Group, Christopher Phillipson, que apresentou um manifesto para cidades inclusivas, centrado em três pontos estratégicos: igualdade e diversidade; colaboração com decisores políticos e planeamento urbano.

Investigador

Para o investidor e professor da Universidade de Manchester, “o objetivo principal das cidades deve ser a melhoria da qualidade de vida dos idosos”, frisando que “uma cidade é Age Friendly se apresentar boas condições de habitação, ter serviços de qualidade disponíveis, e transportes eficientes”.

Ainda durante a manhã, a par da conferência inicial, houve lugar a uma Mesa Redonda sobre os “Grandes desafios ao Envelhecimento nas Grandes Cidades”, moderada pela jornalista Fernanda Freitas, e que contou com a participação de Alda Azevedo, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, Javier Yanguas, da Universitat Autònoma de Barcelona/Fundação “La Caixa”, programa Sempre Acompanhados, Paulo Machado, presidente da Associação Portuguesa de Demografia, Paula Guimarães, empreendedora social e Ana Verónica Neves, do Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna.

Já durante a tarde, as duas sessões incidiram sobre os desafios que se colocam à operacionalização de projetos e programas na área da longevidade e envelhecimento nas grandes cidades. A primeira sessão contou com a participação de João Afonso, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, João Marrana, da Câmara Municipal de Lisboa, Thiago Herick de Sá e Yongjie Yon, da Organização Mundial de Saúde, Alfonso Lara-Montero, diretor-executivo da Rede Social Europeia e Carla Tavares, presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa.

Na segunda foram apresentadas três experiências práticas de operacionalização de planos cidade: Lisboa, Barcelona e Porto, onde participaram Mário Rui André, coordenador da Unidade de Missão da Santa Casa, Ester Quintana, do Ayuntamiento de Barcelona, Miguel Soares, da Câmara Municipal de Lisboa e Raquel Castelo Branco, da Câmara Municipal do Porto, num painel moderado por António Fonseca, da Universidade Católica do Porto.

Simpósio

A sessão de encerramento ficou a cargo do administrador de ação social da Misericórdia de Lisboa, Sérgio Cintra e de Sofia Athayde, vereadora dos Direitos Sociais da Câmara Municipal de Lisboa.

Para Sérgio Cintra, o desafio está lançado, comentando que a par das alterações climáticas “nenhum outro fenómeno vai influenciar a sociedade no século XXI, como as alterações demográficas”.

“A transição demográfica deve-nos fazer refletir e preparar o melhor possível para os desafios futuros”, frisou o administrador, considerando que “o modo como envelhecemos está fortemente influenciado pelo modo como nos preparamos para esta etapa de vida e que os estilos de vida e o local em que vivemos tem forçosamente muito impacto”.

Já Sofia Athayde fez questão de ressalvar na sua intervenção que “Lisboa quer ser uma cidade que apoia, solidária e que permite a aproximação as gerações”, concluindo que “é necessário continuar este caminho de comprometimento com o plano de ação global para o envelhecimento saudável, da Organização Mundial de Saúde”.

Reveja o simpósio, através do canal oficial do youtube da Misericórdia de Lisboa, aqui.

Delegação de professores espanhóis visita Santa Casa

Uma comitiva de oito professores da província de Navarra, especializados na área da educação inclusiva, de várias organizações e instituições espanholas, visitaram esta segunda-feira, 13 de fevereiro, as instalações da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, no Largo Trindade Coelho, e a Igreja e Museu de São Roque.

A visita que foi organizada pela Euroyouth, organização especializada em gestão de projetos e consultoria em programas europeus no âmbito da educação, formação, emprego e desenvolvimento local, teve como objetivo principal o conhecimento das práticas e metodologias da Valor T na seleção, apoio e acompanhamento das pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

Temas como a gestão das expetativas de empresas e candidatos da Valor T, a educação inclusiva e multifacetada, as abordagens inovadoras e o papel da Santa Casa no acompanhamento e apoio à população portadora de algum tipo de deficiência, foram alguns dos assuntos discutidos durante a ação.

No final, e já após conhecerem a Igreja e Museu de São Roque, a comitiva espanhola agradeceu o excelente acolhimento, afirmando que a visita superou as suas expetativas e tecendo ainda largos elogios ao trabalho desenvolvido pela Valor T.

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde

Unidades da rede nacional

Unidades que integram a rede de cobertura de equipamentos da Santa Casa na cidade de Lisboa

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Locais únicos e diferenciados de épocas e tipologias muito variadas

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Locais únicos e diferenciados de épocas e tipologias muito variadas

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas