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Exposição “cinco relíquias, cinco fotógrafos” já abriu ao público

Decorreu nesta quinta-feira (23), na Galeria de Exposições Temporárias do Museu de São Roque, a inauguração da exposição cinco relíquias, cinco fotógrafos, que contou com as presenças dos administradores da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, David Lopes, Luís Rego e André Brandão de Almeida.

Este evento integra as comemorações dos 120 anos do Museu de São Roque, que serão celebrados ao longo deste ano, marcando uma nova etapa na relação entre arte contemporânea, história e património.

A abordagem inovadora desta exposição propõe-se a explorar o diálogo entre fotografia, relicários e relíquias. Esta fusão criativa reúne obras de cinco fotógrafos — João Paulo Serafim, Sebastiano Raimondo, Lucília Monteiro, Pedro Ferreira e Maria Beatriz de Vilhena —, cujas perspetivas distintas oferecem uma leitura imaginativa e plural sobre a relação entre o sagrado e a imagem.

As criações dos cinco fotógrafos convidados reinterpretam o tema dos relicários, a partir de abordagens diversas: desde a materialidade dos objetos à sua carga espiritual. A interação entre o passado e o presente é ainda enriquecida pela participação de colaboradores-curadores, funcionários da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que, desde o início do projeto, têm contribuído ativamente para a construção deste diálogo.

Ao longo dos anos, o Museu de São Roque tem vindo a consolidar-se como guardião de um acervo singular que transcende o valor religioso, abordando dimensões artísticas, históricas e simbólicas. A Coleção de Relicários do museu, enquanto testemunhos materiais de devoção, dialogam com a contemporaneidade nesta exposição, ampliando a compreensão sobre o papel da imagem e do objeto no contexto do sagrado.

Estão todos convidados a visitarem a exposição até 13 de abril.

Play Video about print do vídeo da exposição cinco relíquias, cinco fotógrafos, com fotografia de uma peça

Apresentado o 6.º Relatório do Programa de Vigilância Nacional da Paralisia Cerebral

A Fundação Calouste Gulbenkian acolheu, no passado dia 21 de janeiro, a apresentação e lançamento do Relatório “Paralisia Cerebral em Portugal no Século XXI. Risco e Funcionalidade”, o 6.º Relatório do Programa de Vigilância Nacional da Paralisia Cerebral. A sessão contou com a presença e contribuição de André Brandão de Almeida, administrador da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa com o pelouro da Direção de Saúde, e de Ana Cadete, diretora do Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian.

O Programa de Vigilância Nacional da Paralisia Cerebral em Portugal tem como finalidade obter indicadores que forneçam evidência científica robusta, que contribua para melhor satisfazer as necessidades de saúde, educação e apoio social das pessoas que vivem com paralisia cerebral.

O Programa é gerido por um consórcio do qual fazem parte o Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian, equipamento sob a tutela da Santa Casa, a Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e as sociedades clínico-científicas nacionais das áreas da Medicina Física e de Reabilitação, Neuropediatria, Pediatria, Neonatologia e Pediatria do Neurodesenvolvimento.

Este relatório abrangeu 2700 crianças, nascidas entre 2001 e 2015 (e avaliadas entre 2006 e junho de 2024) e destaca que o risco de as crianças terem paralisia cerebral manteve-se estável no período do estudo – registando-se 1,7 casos por 1000 nados-vivos.

Consulte o relatório.

André Brandão de Almeida

Santa Casa organiza sessões informativas sobre Acolhimento Familiar

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa continua apostada em reforçar os números do acolhimento familiar na sua área de atuação, privilegiando assim aquela que é uma medida de promoção dos direitos e de proteção das crianças e jovens, cujo objetivo é proporcionar-lhes um ambiente familiar, indispensável ao seu bem-estar físico e emocional e ao seu desenvolvimento harmonioso.

Para tal, a Instituição quer dar a conhecer esta medida aos interessados, através de várias sessões informativas espalhadas ao longo deste ano. Estas sessões destinam-se a todas as famílias que pretendam constituir-se como famílias de acolhimento e ocorrem previamente à formalização da candidatura, em prazo não superior a 30 dias a partir da data da manifestação de interesse da família junto da Misericórdia de Lisboa.

Nestes encontros, que vão decorrer sempre na Sala de Extrações da Santa Casa, será prestada toda a informação necessária sobre os procedimentos inerentes à formalização da candidatura, seleção, formação, avaliação e reconhecimento da família de acolhimento, bem como da atividade de família de acolhimento.

Saiba mais na página do Acolhimento Familiar e confira as datas das sessões informativas:

24 de janeiro
7 de fevereiro
21 de fevereiro
7 de março
21 de março
11 de abril
24 de abril
9 de maio
23 de maio
6 de junho
27 de junho
11 de julho
25 de julho
12 de setembro
26 de setembro
10 de outubro
24 de outubro
7 de novembro
21 de novembro
12 de dezembro
19 de dezembro

Santa Casa realizou nova hasta pública de imóveis

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa realizou esta terça-feira, 21 de janeiro, a segunda hasta pública de imóveis. A sessão teve lugar na Sala de Extrações e foram adjudicados dois dos três imóveis em questão, que rendem, no total, 11.910.000€ à Instituição.

Recorde-se que os valores arrecadados com esta hasta pública serão integralmente revertidos para os projetos sociais da Misericórdia de Lisboa, cuja missão se estende em áreas como a saúde, educação, cultura e assistência social, bem como para a recuperação de património da Santa Casa.

A hasta pública decorreu no âmbito do Plano de Reestruturação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que contempla um Programa de Investimento e Desinvestimento. Este Programa define as linhas de orientação de algumas das medidas estratégicas que a Santa Casa está a implementar, nomeadamente a Alienação de Ativos Imobiliários e Participações Societárias Não Relevantes, garantindo, desta forma, a sustentabilidade a médio e longo prazo da Misericórdia de Lisboa.

Casa do Impacto procura empreendedores com respostas para os setores social e da saúde em 2025

O RISE for Impact é um dos programas de referência da Casa do Impacto (CI) que visa premiar e acelerar as melhores soluções e respostas aos desafios da Sustentabilidade Social, especialmente nas áreas da saúde, inclusão e cidadania, que estejam plenamente alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU.

As candidaturas estão abertas até ao dia 31 de janeiro de 2025, e podem concorrer empreendedores entusiastas pelo impacto, com projetos em fase de desenvolvimento e validação de ideias, com um produto ou serviço, bem como com um modelo de negócio que faça a diferença pelos desafios da sustentabilidade social e da saúde.

Aos vencedores do RISE for Impact, a Casa do Impacto assegura prémios que somam 10.500 euros, a par de mentoria permanente e incubação. O RISE assegura ainda a plena integração dos empreendedores no seu ecossistema de impacto que soma 200 empreendedores ativos, 75 residentes e uma rede de 50 parceiros e potenciais investidores.

A caminho da sua 6ª edição, o RISE for Impact já assegurou mais de 176 mil euros em prémios e bolsas, mentoria e incubação na Casa do Impacto.

Nuno Comando, diretor da Casa do Impacto, a propósito desta iniciativa, salientou que “o RISE for Impact é um dos programas com mais histórico da CI, que promove a inovação em pilares estruturais da nossa sociedade, como na saúde e setor social. Aborda desafios crescentes, de difícil resolução que, dia após dia, vão ganhando novos contornos, que vivem entre o mediatismo circunstancial e o esquecimento generalizado, que muitas vezes carecem de soluções criativas e colaborativas, que aproximem cidadãos, especialistas, empresas e instituições”.

Premiada pelo Financial Times como um dos melhores ecossistemas da Europa e o único a atuar a 100% pelo Impacto, a Casa do Impacto é uma comunidade que já soma mais de 400 empreendedores, ativistas, artistas e pensadores que trabalham em vários setores para tornar o mundo melhor. Com acesso a uma ampla base de recursos, ferramentas e contatos estratégicos, abrangendo toda a cadeia de valor do universo Casa do Impacto, a comunidade conta com o apoio de 50 mentores especializados em diversas áreas.

Santa Casa e parceiros inauguram o Centro Local de Informação e Coordenação – CLIC-Lx

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa (CML), o Instituto da Segurança Social (ISS), a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), a Polícia de Segurança Pública e a Nova Medical School, inaugurou formalmente o Centro Local de Informação e Coordenação (CLIC-Lx).

O evento que teve lugar nas instalações desta nova valência para a cidade de Lisboa, na Rua Nova da Trindade n.º 15, contou com a presença de Carlos Moedas, presidente da CML, Paulo Sousa, Provedor da SCML e restante Mesa da Instituição e ainda vários representantes das entidades e organizações parceiras do programa Lisboa Cidade Com VIDA para Todas as Idades.

Depois de uma visita ao espaço, onde todos os convidados tiveram a oportunidade de conhecer a equipa do Clic-Lx e o trabalho que diariamente é efetuado pela mesma, em parceria com as várias instituições do Concelho, o Provedor da Santa Casa reafirmou na sua intervenção a importância do Clic-Lx para “os desafios da longevidade e do envelhecimento” em Lisboa.

“A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a par da Câmara Municipal de Lisboa e de todos os parceiros aqui presentes, não poderia ficar indiferente a estes desafios e, enfrentando-os numa abordagem conjunta e integrada. Só com o trabalho conjunto, com ações comunitárias e a consciencialização da sociedade como um todo conseguiremos transformar Lisboa em uma cidade mais inclusiva”, frisou Paulo Sousa.

A criação do CLIC-Lx é resultado da assinatura do Acordo Específico para a Implementação da 3ª Fase do Programa Lisboa Cidade Com VIDA para Todas as Idades, firmado em 7 de dezembro de 2023. Este hub colaborativo surge como um espaço inovador e co-criativo onde as organizações da Rede Social de Lisboa podem desenvolver atividades, que visem uma abordagem integrada aos desafios da longevidade e envelhecimento transversais à capital.

“Só com a proximidade, o aproveitamento de recursos e a complementaridade entre todas estas nossas Instituições vai permitir melhorar a vida dos cidadãos de Lisboa e, sobretudo, dos idosos”, esclarece o Provedor.

Sendo o Clic-Lx mais uma “ferramenta” do programa ele vai atuar em três eixos principais: o Eixo do Planeamento, Monitorização e Avaliação, com o objetivo de identificar, planear e monitorizar as medidas incorporadas nos no Programa Lisboa Cidade Com Vida para Todas as Idades; o Eixo de Intervenção, Formação e Experimentação, onde se desenvolverão projetos de intervenção, experimentação, formação e investigação, na área da Longevidade e envelhecimento, transversais à Cidade, tais como o Projeto RADAR e o Projeto do chaveiro de custódia de chaves da Cidade de Lisboa; e o Eixo da Participação, Atendimento e Comunicação, com o objetivo de promover a participação e envolvimento dos cidadãos nos desafios da longevidade e envelhecimento na Cidade de Lisboa, garantindo a informação atualizada sobre os recursos da Cidade neste domínio, bem como a comunicação e divulgação sobre a execução do Programa.

“Este espaço visa criar dinâmicas de interação e estabelecer estratégias de intervenção transversais na cidade, em estreita colaboração com a Rede Social de Lisboa e as Juntas de Freguesia”, comentou o Provedor, frisando que Centro Local de Informação e Coordenação é “um exemplo” de trabalho colaborativo e que “tem sido fundamental para a cidade”.

 

Opinião partilhada por Carlos Moedas que indicou o Clic-Lx como “um dos projetos mais inovadores em Lisboa” no combate ao isolamento dos mais velhos. “Vamos ter neste Centro pessoas das várias instituições a pensar o tema da longevidade, que é o nosso maior desafio.”

É exatamente a pensar na longevidade dos mais velhos que a Misericórdia de Lisboa e as várias instituições da cidade se uniram para criar o Programa Lisboa Cidade Com VIDA para Todas as Idades.

“Quando olhamos para a população de Lisboa, e quando vemos que mais de 23% desta população têm mais de 65 anos, é nosso dever ter uma estratégia para que estas pessoas possam viver mais tempo, mas também com mais qualidade”, disse Carlos Moedas.

Ainda antes de terminar a sua intervenção o autarca salientou que a Câmara municipal de Lisboa estará sempre “disponível” para melhorar a vida de todos os que “escolhem Lisboa para envelhecer”, dando como exemplo de uma boa prática nesta problemática a intervenção na cidade do Projeto RADAR.

“Eu acredito que este projeto (RADAR) é absolutamente extraordinário. Aquilo que vi aqui foi uma comunhão, um entusiasmo de falar e ajudar todos aqueles que estão em isolamento social e um valor de um simples telefonema é enorme para a sociedade”, concluiu Carlos Moedas.

 

Equipamentos sociais da Santa Casa arrancam 2025 com vasto programa sociocultural

O ano muda, mas o objetivo mantém-se: os equipamentos sociais da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa apresentam mais uma edição da sua agenda sociocultural, desta vez relativa aos meses de janeiro e fevereiro.

Como sempre, os equipamentos envolvidos prepararam um vasto leque de atividades culturais para todos os gostos e idades, demonstrando a sua vivacidade, dando-se a conhecer fora de portas e convidando a comunidade a participar.

Desde atividade manuais e artísticas, passando pelo exercício físico ou pelas áreas intelectuais e de bem-estar, a escolha é muita nestes dois primeiros meses de 2025. Um atelier de pintura, um clube de leitura, formações de literacia digital ou sessões de reiki são apenas algumas das muitas ofertas disponíveis.

Consulte o programa completo e venha conhecer uma outra faceta dos equipamentos sociais da Misericórdia de Lisboa.

Bicicleta para Todos: Sorrisos à beira-rio, à boleia de voluntários

A manhã está fria, mas o sol vai ajudando. Jorge, o funcionário da Junta de Freguesia de Marvila que, literalmente, veste a camisola, já pedala junto ao Tejo, no Braço de Prata. Mas não vai sozinho: esta bicicleta especial tem dois lugares à frente, ocupados por um utente da Mitra – Polo de Inovação Social e uma monitora. Participam na atividade Bicicleta para Todos, integrada no projeto Bicicletas & Companhia, do Centro de Promoção Social da PRODAC, que usa as bicicletas para trabalhar áreas relativas à comunidade, inclusão ou intergeracionalidade, sempre com a preciosa e fundamental ajuda de voluntários.

“Faço ciclismo e gosto do mundo das bicicletas. Começámos a fazer isto no ano passado, após fazermos uma formação. Também já trabalhava com as crianças nas bicicletas, na oficina comunitária. Este projeto foi crescendo na PRODAC e fazia todo o sentido eu participar”, refere Jorge.

O primeiro utente a apanhar boleia do voluntário da Junta de Freguesia de Marvila é Carlos. Aos 68 anos, o frio não lhe mete medo. Parco nas palavras, lá deixa escapar que esta é a primeira vez que participa e que o passeio “é agradável”, antes de desaparecer no horizonte, com a ajuda de Jorge, que vai cuidadosamente controlando a velocidade e fintando eventuais obstáculos no caminho.

“Na verdade, apenas faço aquilo que gosto e proporciono um dia diferente a estas pessoas, com uma experiência que elas possam recordar. Não quero nada em troca. Só os sorrisos chegam”, assegura o voluntário.

Entretanto é hora de Carlos ‘desembarcar’ e dar lugar a Maria, curiosamente da mesma idade. Também ela é utente da Mitra, mas já conhece bem os ares destes passeios, que vem hoje repetir. “Já vim outras vezes e gosto muito”, resume, antes de partir para mais uma voltinha à beira-rio, com direito a visita guiada pelo condutor da bicicleta adaptada.

“Esta zona é espetacular, tem uma história, e eu, como cresci em Marvila, tento acrescentar um bocadinho mais ao passeio, contando como era isto antigamente”, explica Jorge, que rapidamente recua no tempo para explicar a presença de um banco de areia no rio, fruto da atividade de uma antiga empresa da zona… Tudo enquanto leva Maria e a monitora pela marginal ribeirinha.

SOBRE O PROJETO

O projeto Bicicletas & Companhia, resultante de uma candidatura à primeira edição do concurso Gerações Solidárias, da Santa Casa, abrange diversas atividades com públicos de diferentes faixas etárias, desde ensinar a andar de bicicleta até, por exemplo, proporcionar experiências em torno do ciclismo a pessoas cegas. Também já participaram pessoas com doenças incapacitantes, como esclerose múltipla, ou com idades muito avançadas, como foi o caso de uma senhora com 104 anos. Os destinatários não se limitam aos utentes dos centros da zona, mas também a toda a comunidade.

Estas atividades apenas são possíveis graças ao trabalho de voluntários como o Jorge, que disponibilizam o seu tempo para se dedicaram à condução e até à mecânica das bicicletas, permitindo que aconteçam momentos inspiradores e inesquecíveis para todos, como explica Júlio Santos, Educador Social do CPS PRODAC.

“Temos desde uma Ciclo-oficina até às Primeiras Pedaladas, em que ensinamos pessoas de todas as idades a andar de bicicleta; passeios para todas as idades; o Bicicletas com Asas, um projeto em que damos acesso a uma bicicleta a uma pessoa que precise dela no uso diário e o acompanhamento nessa utilização; e este, o Bicicleta para Todos, em que damos acesso a pessoas que não têm condições físicas, de mobilidade, e que tem duas vertentes, porque são os voluntários que levam as pessoas. Portanto é benéfico nos dois sentidos”, conclui.

Quando as palavras ganham vida: O Projeto de Alfabetização que une gerações em Marvila

O projeto de alfabetização do CPS Prodac, lançado em 2022, nasceu de um pedido inesperado e proativo: o desejo de algumas mulheres de melhorar as suas competências de leitura e escrita. Domingas, Zulmira, Aida, Maria do Rosário, Idalina e Rosalina vivem sozinhas, mas encontram neste grupo um lugar para partilhar experiências, aprender e conviver. Mais do que aprender letras e juntá-las em frases, vieram à procura de autonomia, dignidade e, acima de tudo, de um espaço onde as histórias se cruzam e os sonhos se encontram.

Um dia, elas que faziam parte de um grupo de aprendizagem organizado pela Junta de Freguesia de Marvila encontraram-se sem aulas quando o projeto acabou.

Recusando-se a aceitar o fim da oportunidade de aprender, decidiram agir: dirigiram-se ao CPS Prodac e apresentaram o seu pedido – queriam continuar a aprender. Mais do que um pedido, foi um apelo à inclusão e ao direito de progredir, mesmo em idades avançadas.

“Vieram ter connosco e perguntaram se podíamos ajudar. Foi impossível não nos sentirmos tocados pela energia delas,” recorda Mário Palma, animador sociocultural do centro e coordenador do projeto.

Apesar da boa vontade inicial, encontrar a metodologia e o professor certos foi um desafio. O primeiro professor voluntário, embora dedicado, usava métodos modernos que não se adequavam às necessidades das alunas. Mas estas mulheres sabiam o que precisavam e não hesitaram em sugerir uma solução: Maria Ferreira, uma professora da comunidade que já tinha ensinado os filhos e netos de muitas delas.

“Falámos com a professora Maria, que, felizmente, estava disponível. Desde 2022 que é o coração deste projeto,” acrescenta Mário.

Uma professora com amor à comunidade

Maria Ferreira, professora reformada que aceitou o desafio com dedicação e carinho, tem uma metodologia de ensino mais tradicional, adaptada às necessidades e ritmos do grupo. Maria conquistou o coração de Domingas, Zulmira, Aida, Maria do Rosário, Idalina e Rosalina.

As aulas começam com uma leitura de textos. Neste caso, foi a de Tarte de Mamute, que transporta as alunas para um tempo ido de aventuras. Seguem-se exercícios práticos e momentos de partilha, em que a professora e as alunas discutem personagens, conceitos e significados.

A ajudar está Martim. O Martim, com apenas 19 anos, foi convidado por Maria, sua professora no ensino básico, para dar continuidade e nova energia ao projeto. Martim aceitou o convite com entusiasmo, trazendo consigo a experiência de ter ajudado a avó a aprender o abecedário e a usar o computador.

“Quando soube que estas senhoras estavam a contar comigo, senti-me muito feliz. Estas aulas tornaram-se uma parte importante da minha vida,” confessa.

Embora jovem, Martim compreende o impacto transformador do projeto, não só na vida das alunas, mas também na sua. Entre as aulas e o seu curso de Desenho na universidade, encontrou um equilíbrio emocional ao dedicar as tardes de terça-feira à comunidade.

Mesmo com uma viagem à Holanda no horizonte durante o próximo mês, Martim promete regressar e continuar a contribuir para este projeto que tanto significa para ele e para as senhoras que confiam no seu apoio. 

Muito além da alfabetização

Mário Palma é animador sociocultural do centro e coordenador deste projeto. Mário recorda o início desta aventura, quando as mulheres pediram ajuda para aprender a ler e escrever. Hoje vê como as aulas se transformaram em momentos de convívio e partilha, com as alunas a mostrarem grande autonomia e entusiasmo.

Esta iniciativa vai muito além de ensinar letras e números. Simboliza inclusão, autonomia e esperança. Mais do que alunas, estas mulheres são exemplos de resiliência e determinação. E mais do que professores e voluntários, Maria Ferreira e Martim são agentes de transformação, provando que a solidariedade não tem idade.

Já o CPS Prodac, gerido pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, é mais do que um espaço físico: é um ponto de encontro para a transformação social. Cristina Simões, a responsável pelo centro, destaca a missão de apoiar a comunidade local. “Os resultados não são imediatos, porque este é um trabalho a médio/longo prazo, mas há uma transformação visível na vida destas pessoas e na comunidade em geral, que reafirma o nosso compromisso de construir uma comunidade mais justa e solidária.”

Neste caso, uma comunidade onde as letras e as palavras ganham vida, com vozes que leem histórias e com sorrisos que se abrem a novas possibilidades.

Museu de São Roque celebra 120 anos

O Museu de São Roque assinalou os seus 120 anos de existência e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa dedicou-lhe um programa exclusivo para assinalar esta efeméride. Durante todo o último sábado, 11 de janeiro, miúdos e graúdos foram convidados a participar nesta celebração.

Às primeiras horas de sábado decorreu a tertúlia com o tema “O Tesouro da Capela de São João Batista. Um Tesouro Nacional”, que contou com a participação de Teresa Leonor Vale, historiadora da arte, docente universitária e especialista em arte barroca italiana, numa conversa moderada por Teresa Nicolau, diretora da Cultura da Misericórdia de Lisboa.

Um dos pontos altos desta comemoração foi o concerto comemorativo, com Rui de Luna (barítono) Marcos Lázaro (violino) e Pedro Vieira d’Almeida (piano), dedicado ao acervo musical da Rainha D. Amélia. Este evento contou com a presença de David Lopes, administrador da Instituição, e de Joana Vasconcelos, reconhecida artista plástica.

Durante todo o dia decorreram visitas temáticas e oficinas para famílias com crianças, que incluíram também o Museu dos Coches.

Fundado em 1905, o Museu de São Roque abriga um dos mais importantes acervos de arte sacra de Portugal, com destaque para a coleção de peças associadas à Igreja de São Roque e à Companhia de Jesus. As celebrações do último sábado foram também um testemunho vibrante do papel do Museu de São Roque na preservação da história e cultura nacionais.

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde

Unidades da rede nacional

Unidades que integram a rede de cobertura de equipamentos da Santa Casa na cidade de Lisboa

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Locais únicos e diferenciados de épocas e tipologias muito variadas

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Locais únicos e diferenciados de épocas e tipologias muito variadas

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas