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Lugares com História – Arquivo Histórico

Desde a fundação da instituição, em 1498, que o seu património arquivístico e espólio bibliográfico foram sendo enriquecidos progressivamente, com a produção de registos que formaram o arquivo inicial.

A sede da Misericórdia, localizada inicialmente numa das capelas da Sé de Lisboa, foi transferida, em 1534, para um novo edifício mandado erigir por D. Manuel I e a documentação terá sido acondicionada numa área mais ampla e adequada.

Todavia, em 1755, o terramoto e o violento incêndio que se lhe seguiu destruíram o edifício manuelino e praticamente toda a documentação aí guardada. Desde logo, os responsáveis da instituição tiveram a preocupação de reconstruir os processos do “Cartório” (antiga designação de arquivo), ordenando que fossem copiados todos os registos pertinentes para preservação na Torre do Tombo e no Arquivo do Hospital de Todos-os-Santos.

Este espólio foi sendo reunido e conservado ao longo dos séculos e, atualmente, o Arquivo preserva importantes exemplares de regulamentação interna; documentos relacionados com a atividade administrativa, como o Compromisso de 1502 (https://scml.pt/cultura/arquivo-historico/o-compromisso/), que representa os estatutos da Confraria da Misericórdia; projetos desenvolvidos junto dos mais carenciados e desprotegidos, destacando-se os elementos referentes aos Expostos (https://scml.pt/cultura/arquivo-historico/sinais-de-criancas-expostas/); elementos referentes aos diversos jogos sociais; e documentação relacionada com o apoio religioso (englobando processos de casamento, óbitos ou autênticas de relíquias).

Arquivo HistóricoCompromisso Arquivo Histórico

A Misericórdia de Lisboa possui igualmente uma importante biblioteca de Livro Antigo.

Percurso geográfico do Arquivo

A adequada reprodução e organização do espólio foi uma prioridade que se manteve tendo em vista a recuperação de todos os elementos considerados essenciais. Nesse sentido, a 3 de janeiro de 1842, surgiu uma determinação da Comissão Administrativa da SCML, referindo-se à necessidade de ser elaborado um índice geral do Cartório.

Apesar destas orientações, persistiram sempre deficiências relacionadas com uma eficaz recuperação de elementos e processos. O Arquivo continuava a necessitar de instalações adequadas e de funcionários com formação específica tal como era indicado, no final do século XIX, pelo arquivista Vítor Maximiano Ribeiro. Só assim seria viável levar a cabo um trabalho com continuidade, tendo por objetivo descrever, preservar e divulgar esta documentação de elevado valor e interesse histórico-cultural.

Este espólio permitiu que Vítor Ribeiro recolhesse elementos para escrever a primeira História da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. O sucesso desta obra foi um dos fatores que provocaram um crescente interesse pelo Arquivo desta instituição e que conduziram a várias deliberações da Mesa, até 1960, que passaram pela deslocação do arquivo e da biblioteca para outros locais pertencentes à Misericórdia sem que, porém, fossem intervencionadas as suas instalações ou contratados mais técnicos, aspetos considerados essenciais para se conseguir melhorar o trabalho desenvolvido pelo arquivo e alcançar os objetivos desejados.

Já em 1965, foi considerada a hipótese de transferir o Arquivo para parte da área que era ocupada pelo depósito de inutilizados (que ficava em Xabregas), mas tal solução também não se concretizou.

Com o passar dos anos, e sem qualquer tipo de intervenção, a situação agravou-se e fez com que, em 1971, fossem elaborados estudos para a escolha de um novo espaço, optando-se pelo imóvel na avenida D. Carlos I, n.º 126/ rua de São Bento, n.º 9, onde ainda se encontra sediado o Arquivo Histórico/ Biblioteca (designação atribuída ao serviço em 1993).  Esta área, embora mais adequada, não tinha sido construída com o objetivo de aí acondicionar processos – ficava ao nível de uma cave e não tinha compartimentação para o depósito de documentação.

Em 1987, a Mesa da Misericórdia deliberou, então, a transferência do Arquivo Histórico para S. Roque, mas a determinação não se cumpriu. Ainda assim, manteve-se a salvaguarda e recuperação do património arquivístico, tendo sido restaurados vários documentos de extremo valor e significado.

Com a explosão do volume documental (sobretudo a partir da década de 1960), o Arquivo ganhou maior visibilidade, tendo-lhe sido solicitado um crescente número de atividades, nomeadamente de avaliação e seleção da documentação, passando a haver também uma maior preocupação com a salvaguarda da informação.

Em 1994, foi requerido ao Arquivo que apresentasse uma proposta de transferência do serviço para um edifício concebido para esse fim, por forma que se evitassem novas transferências. Foi então desenvolvido um grande esforço por parte de várias instâncias da Misericórdia de Lisboa que, aliado a um programa inovador e a um período de maior disponibilidade financeira, permitiu alcançar o objetivo. Escolheu-se um parceiro de referência, através de um protocolo com a Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, para elaborar um projeto arquitetónico com características e qualidade técnica, essenciais à boa preservação e segurança da documentação.

E em setembro de 2005, as obras começaram no edifício de São Roque.

Arquivo Histórico

O que mudou com o novo Arquivo?

A transferência do Arquivo Histórico trouxe consigo uma alteração profunda em termos de qualidade que se verificou não só nas condições de acondicionamento e preservação da documentação, como nas condições de trabalho de todos os colaboradores e ainda na oferta disponibilizada aos utilizadores.

As mudanças foram vastas e profundas e abrangeram um conjunto de elementos cruciais, como:

Estantes compactas – as caixas onde os documentos estão acondicionados estão instaladas num sistema de estantes rolantes com características específicas, destinadas a conservar convenientemente todo o espólio. Além da superior qualidade no acondicionamento, estas estantes permitiram colocar, numa mesma área, um volume documental muito superior ao que seria arrumado nas estantes tradicionais.

Estrutura – As estantes compactas, montadas nos diversos depósitos, exigem que a estrutura das salas suporte uma carga muito elevada, pelo que foi concebido e construído um sistema que reforça o piso superior dos depósitos, incluindo a criação de um andar intermédio, resistindo, de forma mais eficaz, a um possível terramoto.

Depósitos – As salas de depósito estão centralizadas na zona norte do imóvel e as áreas de trabalho e sala de leitura no corpo mais a sul, onde a luz natural é mais intensa. A área de depósitos está devidamente compartimentada, o que se reveste de particular importância, uma vez que nos espaços menores é relativamente mais simples e económico manter as condições ambientais sem grandes oscilações. Além disso, em caso de catástrofe, como fogo ou inundações, torna-se mais fácil confinar qualquer desses problemas apenas à sala onde este teve origem, evitando que se propague, com tanta facilidade, a outras divisões.

Safety Area Security (SAS) – O acesso aos corredores dos depósitos é feito através desta SAS, uma área que contém a zona do monta-livros, com duas portas nas extremidades que funcionam em sintonia. Assim, quando uma se abre, a outra fica encerrada até que a primeira seja devidamente fechada. Este processo garante que as atmosferas dos corredores, separados pela SAS, nunca entrem em contacto direto. O sistema evita desperdícios de energia porque se controla, de forma eficaz, o ambiente dos depósitos (temperatura, humidade, poeiras, etc.). Além disso, este método é um elemento importante de contenção de um eventual incêndio, uma vez que as duas portas são corta-fogo.

Alteração das condições de trabalho – Para as atuais instalações do Arquivo Histórico, os circuitos da documentação e os percursos dos funcionários foram estudados, por forma que garantissem a eficiência de procedimentos e um maior grau de eficácia em relação às tarefas desenvolvidas.

Higienização da documentação – O Arquivo tem uma sala específica para esse fim, equipada com uma mesa de higienização que permite desenvolver a atividade dentro dos parâmetros de segurança e proteção dos funcionários, assim como dos suportes de informação.

Área dos utilizadores – Foi das que mais sofreram alterações e para incomparavelmente melhor. O Arquivo Histórico trouxe uma sala de leitura com mais postos de trabalho, iluminação adequada e mobiliário apropriado; melhor acesso a um maior número de instrumentos de descrição documental e a bases de dados dos fundos documentais; e cacifos individuais.

Agora que já conhece um pouco da história deste valiosíssimo espaço da Santa Casa, venha conhecê-lo. Marque uma visita guiada através do e-mail: arquivo.historico@scml.pt

Santa Casa faz 525 anos

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) celebra este ano 525 anos de vida. Apesar da efeméride se celebrar oficialmente no dia 2 de julho, a Instituição preparou um vasto programa a pensar nesta data, que arranca já este mês e se estende até novembro. Serão inúmeros eventos que cobrirão todas as áreas de intervenção da Santa Casa.

29/31 MAR – Exposição sobre a história do Património da SCML – Semana da Reabilitação Urbana (Local: LXFactory)

2 MAI – 2.º aniversário da Valor T

MAI – Inauguração do Centro Logístico da SCML

1 JUN – Inauguração da exposição “Séculos de Boas Causas”

3 JUL – Extração da Lotaria Comemorativa dos 525 Anos (Local: Sala de Extrações)

4 JUL – Lançamento do concurso “Património com Arte” (Local: Claustros do Museu de São Roque)

6/7 JUL – Encontro Internacional sob o tema “Risco, Perigo e Resiliência Familiar – Vozes cruzadas da intervenção e investigação” (Local: Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa)

JUL –  Inauguração do Museu Casa Ásia (Local: Largo Trindade Coelho)

1/6 AGO – Participação da SCML na Jornada Mundial da Juventude

OUT –  “Beleza não idade”- desfile de moda de combate ao idadismo, com utentes da SCML (Local: a confirmar)

NOV – Extração da Lotaria Clássica comemorativa dos 240 Anos da Lotaria Nacional

NOV – Inauguração da Concept Store Jogos Santa Casa (Local: Rua Duque de Palmela, Lisboa)

Para o provedor da Santa Casa, Edmundo Martinho, estes 525 anos representam “uma data de especial significado, não apenas pela demonstração da vitalidade e capacidade de antecipar e responder aos desafios de cada época mas, sobretudo, porque é testemunha de uma capacidade ímpar ao serviço do bem público”.

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa continua o seu trabalho inquebrantável de apoiar quem mais precisa. Essa é a nossa missão há 525 anos e queremos ser dignos desse património e dessa história. Estamos firmes nesse propósito e empenhados todos os dias em levar por diante esta ambição.

Pode consultar mais informações sobre a História da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa aqui.

Já pode visitar a exposição “Beleza Não Tem Idade” no ModaLisboa

Foi em 2019 que doze produções fotográficas – apostadas em levar à sociedade uma nova atitude perante a idade e a sua ligação com a beleza – ornamentaram vários pontos da capital, recorrendo a modelos muito especiais. Lado a lado com caras bem conhecidas– seja pelo seu trabalho na televisão, teatro, moda, música entre outros – estiveram várias pessoas com duas coisas em comum: a beleza (de várias idades) e a sua ligação à Misericórdia de Lisboa.

Enquanto decorre a ModaLisboa, e até domingo, dia 12, pode revisitar esta mostra no espaço Lisboa Social Mitra, o polo de inovação na área social da Santa Casa.

Consulte mais informações aqui.

Cidades para todas as idades, um desafio social em debate

Realizou-se ontem, 8 de março, a quarta edição do Fórum Reino Unido-Portugal sobre envelhecimento saudável, subordinado ao tema “Cidades para todas as idades”. A iniciativa teve lugar na Sala de Extrações da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e juntou oradores dos dois países.

Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa, começou por dar as boas-vindas aos participantes, sublinhando a histórica relação entre as duas nações.

“O Fórum Reino Unido-Portugal sobre envelhecimento saudável representa, de alguma maneira, um sinal daquilo que nos une. Os dois países têm mais de 600 anos de uma relação estreita e profunda”, lembrou.

Edmundo Martinho discursa no Fórum Reino Unido - Portugal sobre Envelhecimento Saudável

Posteriormente, o provedor passou ao tema central da sessão.

“Portugal é o segundo país mais envelhecido da União Europeia, logo depois da Itália, e os indicadores que temos dizem que podemos ultrapassá-la. Isto coloca-nos desafios acrescidos. Temos de ser capazes de perceber como enfrentar esta realidade, de forma a que as cidades sejam para todas as idades e não deixem ninguém de fora”, explicou Edmundo Martinho, acrescentando que iniciativas como este Fórum são úteis para “contactar com outras realidades e soluções” para o problema.

Por seu lado, o embaixador britânico em Portugal, Chris Sainty, classificou o envelhecimento da população dos dois países e da Europa em geral como um “tremendo desafio social”, referindo ainda que o assunto ganhou maior relevância com a recente pandemia de covid-19.

Chris Sainty realçou a importância do diálogo entre Portugal e o Reino Unido, “amigos e aliados há vários séculos”, e vê nesta aliança um “tremendo potencial para trabalhar juntos no futuro”, sobretudo tendo em conta este “desafio global” do envelhecimento, que vai, seguramente, “trazer mudanças às sociedades e às cidades”.

Vários fatores em causa

Após a sessão introdutória, seguiu-se uma apresentação online de Brian Mark Evans, responsável de urbanismo, na Câmara Municipal de Glasgow, que começou por traçar as previsões em termos de envelhecimento na Europa, elencando de seguida os diversos tópicos que devem ser trabalhados na tentativa de alcançar uma cidade para todas as idades: demografia, população sénior, crianças, mulheres, géneros, diversidade cultural, biodiversidade, tempo e heranças, mobilidade, estilo de vida, resiliência e saúde.

Sobre este tema decorreu, ainda antes da pausa, um debate que juntou este responsável a Nic Palmarini, diretor do National Innovation Centre for Ageing, e a Joana Lages, investigadora do Instituto Universitário de Lisboa.

Por fim, a segunda parte do Fórum trouxe mais oradores em torno da mesma problemática: João Malva (Ageing@Coimbra), Paul McGarry (Greater Manchester Ageing Hub), Mário Rui André (programa Lisboa Cidade de Todas as Idades), Ruth White (Câmara de Edimburgo), David Sinclair (International Longevity Centre) e Helena Canhão (Nova Medical School).

Esta 4.ª edição do Fórum Reino Unido-Portugal sucedeu à terceira edição que decorreu em 2022, igualmente na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Santa Casa e SIGA unem-se para promover a integridade desportiva

O memorando prevê, entre outros pontos:

  • A promoção dos valores positivos do desporto e das suas funções sociais, educativas, culturais e económicas;
  • A promoção do desenvolvimento saudável e sustentável do desporto, prevenindo e combatendo todas as formas de apostas desportivas ilegais, ilícitas e fraudulentas, bem como a corrupção, suborno, branqueamento de capitais e outras ameaças;
  • Provimento de treino, educação e capacitação da integridade nas apostas desportivas para o movimento desportivo, incluindo organizadores de competições desportivas, dirigentes, atletas, treinadores, equipa médica e outras partes interessadas relevantes;
  • Apoio e participação no desenvolvimento das iniciativas de liderança de pensamento e agenda de reformas do SIGA e do SIGA EUROPE.

Durante a assinatura do memorando, o provedor da Santa Casa, Edmundo Martinho, salientou a força da instituição “no seu posicionamento e na certificação do jogo responsável. Nas várias dimensões em que estamos presentes e na forma como o jogo é disponibilizado, entendemos que esta é uma atividade que tem de ser praticada com respeito por um conjunto de valores e princípios em que a dimensão lúdica tem de ser posta em primeiro plano. Esperamos que esta ligação à SIGA fortaleça a defesa destes princípios que temos em comum”.

Por seu turno, Emanuel Medeiros, CEO da SIGA e SIGA Europe, frisou “os desafios globais extremamente complexos que enfrentamos e que requerem não apenas visão e coragem, mas sobretudo uma ação concertada. Para isso contamos com a Santa Casa, uma instituição dinâmica e enérgica, que desempenha um papel insofismável e de grande relevância no domínio do jogo, da boa relação do jogo e da reputação e integridade que lhes devem estar sempre associadas.”

Esta não é a primeira vez que as duas entidades trabalham em conjunto: em setembro de 2022, a Misericórdia de Lisboa, o apoio dos Jogos Santa Casa, tinha já participado na Semana da Integridade Desportiva, um evento que reuniu dezenas de figuras conhecidas e líderes da indústria desportiva para debaterem a integridade no desporto.

A Sport Integrity Global Alliance (SIGA) é uma organização internacional sem fins lucrativos sediada na Suíça, que opera nos cinco continentes com o objetivo de agregar todos os setores e agendas da indústria do desporto no sentido de promover a integridade nas apostas desportivas, a integridade financeira no desporto, a proteção dos menores neste âmbito e o combate antidopagem.

Toolkit, a ferramenta que ajuda a integrar pessoas com deficiência no mercado de trabalho

As pessoas com deficiência representam cerca de 15% da população mundial. Apesar de constituírem “uma das maiores minorias”, continuam a ser alvo de discriminações diversas, incluindo no acesso ao trabalho digno.

Foi com esta premissa em mente que a Misericórdia de Lisboa apresentou, em 2021, este guia de boas práticas que pretende apoiar gestores e colaboradores na integração de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

Este instrumento, que se tem revelado de enorme importância para inclusão e integração de pessoas com deficiência no mercado laboral -já que, segundo dados recentes, apenas 11% das pessoas com deficiência desempregadas registadas no Instituto de Emprego e Formação Profissional encontraram uma colocação- conheceu esta terça-feira, 28 de fevereiro, a sua versão 2.0, com a apresentação da respetiva versão digital.

Dividido por fases, o Toolkit aborda desde a preparação da ação, passando pelo recrutamento e seleção, o momento de acolhimento e integração, até à fase do estabelecimento de relações duradouras. Além de dicas práticas, legislação e outras referências, o Toolkit está recheado de casos práticos e exemplos inspiradores de Associados do GRACE como a Auchan, CUF, El Corte Ingles, Jerónimo Martins, Lipor, Prio, Repsol e Grupo Santander.

O evento contou com a abertura do administrador de ação social da Santa Casa Misericórdia de Lisboa, Sérgio Cintra, que referiu que, no âmbito da deficiência, Portugal encontra-se atrás comparativamente à média dos restantes países da EU, acrescentando que “é dever de todos educar e promover a igualdade de oportunidades e também a valorização do talento e competências das pessoas com deficiência. Às empresas pede-se maior sensibilização, mobilização e incentivo na integração de pessoas com deficiência”.

“Se queremos ser parte integrante da solução e deixar às gerações vindouras uma sociedade justa, aberta e inclusiva, então temos obrigatoriamente de reconhecer e promover os direitos das pessoas com deficiência, que representam cerca de 15% da população mundial”, frisou.

Para o administrador da instituição, existem alguns indicadores que devem ser alvo de reflexão. Se, por um lado, os dados identificam os avanços que “conseguimos realizar”, por outro mostram que ainda há muito por fazer, o que “evidencia a vulnerabilidade estrutural neste conjunto de cidadãos no acesso ao emprego”, realçou ainda.

Já Susana Correia Campos, da Jerónimo Martins, admite que, apesar da existência de legislação laboral na área da deficiência, nomeadamente a chamada “Lei das Quotas”, “apenas 11% das pessoas com deficiência desempregadas no Instituto do Emprego e Formação Profissional encontraram uma colocação”. “Deve preocupar-nos a todos”, afirmou.

O Toolkit encontra-se disponível para download aqui.

 

Jogos Santa Casa atribuem 47 bolsas de educação para compensar os esforços dos atletas

A cerimónia de entrega das Bolsas de Educação Jogos Santa Casa, agora designadas por Programa IMPULSO | Bolsas de Educação Jogos Santa Casa, realizou-se esta quarta-feira, 1 de março, na Reitoria da Universidade de Lisboa, e atribuiu 47 bolsas a atletas: 36 olímpicos e 11 paralímpicos e surdolímpicos, de 15 modalidades, num valor total de 135 mil euros.

A edição deste ano, com a assinatura “Juntamos a educação à ambição desportiva”, teve a particularidade de celebrar 10 anos de vida e de ter atribuído bolsas em duas modalidades que são uma novidade no programa, a Equestre e a Breaking, da Federação Portuguesa de Dança Desportiva.

Deste modo, já são 24 as modalidades abrangidas por estas bolsas, cujo objetivo é incentivar os atletas olímpicos, paralímpicos e surdolímpicos a conciliarem os estudos com o desporto de alto rendimento e, deste modo, evitar o abandono prematuro de ambas as carreiras.

Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, na sua intervenção fez questão de salientar que o país “deve ter orgulho nestes jovens” e que as bolsas agora entregues são “um incentivo para poderem continuar a crescer, tanto a nível académico, como desportivo”.

“Deixo o compromisso de que continuaremos em frente. É uma árvore que dá bons frutos e temos de ser capazes de a nutrir. Faço votos de que Paris’2024 seja, mais uma vez, uma jornada de sucesso e de afirmação desportiva”, frisou o provedor.

Irina Rodrigues, atleta olímpica do lançamento do disco, encontra-se no sexto ano do curso de medicina, enquanto prepara um quarto ciclo olímpico, com vista a Paris’2024 e explica a importância deste apoio: “Quando entrei em medicina, ainda era muito difícil dizer aos professores que estava a treinar e a estudar. Diziam-me que tinha de escolher uma das carreiras. Para ter acesso a esta bolsa, temos de manter o foco desportivo e académico, estarmos bem nos dois. Isto é difícil, mas esta bolsa motiva-nos, sobretudo do ponto de vista financeiro”.

Já Diogo Daniel, atleta paralímpico de badminton e estudante de Design Gráfico e Multimédia, reforça que “é muito complicado conciliar os estudos com o desporto de alta competição, mas que com este apoio o caminho é mais fácil, mas também mais gratificante, porque somos valorizados pelo nosso esforço”.

Em funcionamento desde 2012, O Programa IMPULSO | Bolsas de Educação Jogos Santa Casa que conta com a parceria do Comité Olímpico de Portugal e do Comité Paralímpico de Portugal, tem contribuído para que muitos jovens atletas olímpicos, paralímpicos e surdolímpicos consigam conciliar os estudos académicos com o desporto de alta competição. Nestas 10 edições já foram atribuídas 422 bolsas, a um total de 215 atletas de 24 modalidades, num esforço financeiro superior a 1,2 milhões de euros.

Conheça, através do site do IMPULSO, os vencedores desta edição.

 

Livro “Tocando Vidas” evidencia trabalho da Orquestra Geração

A arte como forma de inclusão. Foi este o mote para a apresentação do livro “Tocando Vidas: Inclusão social através da prática musical na Orquestra Geração Sistema Portugal”, de Paula Freire, que decorreu ontem na Sala de Extrações da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

A obra resultou da tese de mestrado da autora em Estética e Estudos Artísticos na NOVA FCSH e Paula Freire dissecou-a resumidamente à plateia.

“O livro “Tocando Vidas” é composto por uma primeira parte onde faço um pequeno historial do projeto Sistema, que nasce na Venezuela, e da forma como se estende para os outros países. Portugal foi o primeiro país da Europa a adotá-lo e neste momento há uma rede europeia. Depois faço uma pequena história de como se iniciou o projeto em Portugal. E depois tenho o meu trabalho de campo”, começou por referir.

A autora sublinhou a “influência que a música tem no desenvolvimento” destas crianças e jovens, acrescentando que “o facto de estarem em orquestra dá-lhes uma dimensão sobretudo das áreas sociais, da socialização, do trabalhar em equipa”.

Alargar fronteiras

Já antes Sérgio Cintra, administrador da Ação Social da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, tinha dado as boas-vindas aos convidados, expressando que “há momentos em que as nossas palavras não mostram o sorriso que temos no coração”.

“Agradeço à autora a oportunidade de fazer algo que a determinado momento achávamos que era impossível. Temos o dever de ajudar todas as crianças a alargar as fronteiras dos seus bairros, as fronteiras dos seus sonhos”, afirmou.

Apresentação do livro Tocando Vidas

Quem também marcou presença na apresentação do livro foi o Ministro da Educação, João Costa, que se mostrou muito satisfeito com o resultado deste trabalho.

“Felicitar a Paula Freire por fazer deste projeto maravilhoso um objeto de estudo, porque as boas experiências não podem apenas ser vividas, mas também têm de ser estudadas para podermos ter a evidência científica que nos permite replicar e levar mais longe. O nome do livro não podia ser mais acertado, “Tocando vidas”, com a ambiguidade de tocar um instrumento e este toque fundamental nas vidas”, comentou.

Reforçando o papel da arte no percurso escolar dos jovens, o governante reiterou que “na Orquestra Geração vemos a grande evidência da arte como fator de inclusão, que é um objetivo fundamental” e garantiu que “se a escola não for inclusiva, não tem qualidade”.

“A arte tem esta possibilidade de criar alternativas. Afinal não estamos condenados à tristeza e ao insucesso. Por vezes a arte é a primeira experiência de sucesso, é a primeira vez que sentimos ‘eu sou capaz’. Quis estar aqui hoje para celebrar o livro, mas sobretudo a história tão bonita da Orquestra Geração”, terminou o Ministro da Educação.

Muitos elogios

Pelo mesmo diapasão alinhou Maria do Rosário Pereira, em representação da Leya, classificando o livro “Tocando Vidas” como “um testemunho vivo do que tem sido o impacto da Orquestra Geração para tantas crianças e jovens deste país”.

Já para Paula Gomes Ribeiro, orientadora da tese de Paula Freire, ficou patente por parte da autora a “devoção a este projeto, o modo generoso como partilhou progressivamente com os seus públicos, as pessoas a quem se destinava o seu livro”, num “texto generoso, que envolve o leitor e lhe permite incluir-se na trajetória da própria Paula Freire”.

Por fim, Helena Lima, presidente da Orquestra Geração, quis “agradecer à Santa Casa pela forma como tem acreditado no projeto”, abordando o “sentido de comunidade que se tem desenvolvido na Orquestra Geração”.

“A Paula ter entrado também nesse espírito ajudou a que isso pudesse ser tornado público”, concluiu.

Integrante da Orquestra Geração SCML

A sessão na Sala de Extrações terminou com atuação da Orquestra Geração, com muitos familiares dos jovens músicos na plateia.

Recorde-se que o projeto Orquestra Geração foi criado em 2007 e tem como objetivo primordial promover a inclusão social das crianças e jovens de bairros sociais e economicamente mais desfavorecidos e problemáticos, atuando em diversos concelhos e reunindo mais de 2.000 crianças e jovens em torno da música.

Fundo Rainha D. Leonor apoia obras de restauro na Igreja da Misericórdia de Vila de Pereira

A Igreja da Misericórdia de Vila de Pereira, em Coimbra, reabriu ao público este sábado, 25 de fevereiro, depois de intervencionada com obras de conservação e restauro apoiadas pelo Fundo Rainha D. Leonor em mais de 124 mil euros.

Fundada no século XVI, e invocando tempos de grandeza daquela localidade, a Igreja teve intervenções nos séculos seguintes que não desvirtuaram a qualidade original. Mas as cheias de 2001 provocaram graves danos, sobretudo na azulejaria que apresentava falhas, tendo a Santa Casa da Misericórdia de Vila de Pereira guardado a maioria das peças que se soltou. A situação que inspirava maiores cuidados era a da consolidação dos altares laterais, que estavam também a soltar-se, assim como as pinturas do teto do século XVII, na sacristia, que se degradaram devido a humidades intrusivas.

Com a obra agora levada a cabo, foram revistos o sistema elétrico, a luminotecnia e o sistema contra intrusão; a Tribuna dos Mesários mereceu uma redefinição dos elementos expostos; e o conjunto da Igreja, Definitório e Hospital, cuja simbologia intrínseca e intemporal faz dele um dos mais relevantes do país, tornou a recuperação deste espaço mais urgente e significativa.

A Igreja de Vila de Pereira recupera agora a sua beleza e grandiosidade de outrora, tendo já reaberto ao culto com uma cerimónia presidida pelo bispo de Coimbra, D. Virgílio do Nascimento Antunes.

Santa Casa lamenta a morte do antigo provedor Rui Cunha

Em 2005, Rui Cunha aceitou o desafio de liderar a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, onde foi reconduzido no cargo, já em 2009. O seu mandato à frente dos destinos da instituição fica marcado pela consolidação orçamental da Santa Casa, depois de um período conturbado financeiramente.

Rui Cunha foi deputado constituinte e secretário de Estado Adjunto do Ministro do Trabalho e da Solidariedade de 1999 a 2001, e da Inserção Social entre 1995 e 1999. Natural de Lisboa, o antigo provedor foi igualmente deputado à Assembleia Constituinte (1975-1976) e deputado à Assembleia da República na I Legislatura (1978), na V Legislatura (a partir de 1989) e na VII legislatura (1995).

Ao longo da sua vida, sempre dedicada à causa pública, foi condecorado com um louvor concedido pelo Comandante do Batalhão de Caçadores 1912, no ano de 1969 e um louvor concedido pelo ministro da Saúde, no ano de 1985.

É com profundo pesar que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa endereça sentidas condolências à família de Rui Cunha.

Diversas especialidades médicas e cirúrgicas

Programas de saúde

Unidades da rede nacional

Unidades que integram a rede de cobertura de equipamentos da Santa Casa na cidade de Lisboa

Prestação de apoio psicológico e psicoterapêutico

Aluguer de frações habitacionais, não habitacionais e para jovens

Bens entregues à instituição direcionados para as boas causas

Programação e atividades Cultura Santa Casa

Incubação, mentoria e open calls

Anúncios de emprego da Santa Casa

Empregabilidade ao serviço das pessoas com deficiência

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Locais únicos e diferenciados de épocas e tipologias muito variadas

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas

Jogos sociais do Estado e bolsas de educação

Ensino superior e formação profissional

Projetos de empreendedorismo e inovação social

Recuperação de património social e histórico das Misericórdias

Investimento na investigação nas áreas das biociências

Prémios nas áreas da ação social e saúde

Voluntariado nas áreas da ação social, saúde e cultura

Locais únicos e diferenciados de épocas e tipologias muito variadas

Ambiente, bem-estar interno e comunidade

Ofertas de emprego

Contactos gerais e moradas